Conselheiro do CFC
orienta sobre mercado de trabalho, atualidades e o que o contador em início de
carreira poderá encontrar pós-pandemia
Iniciar a carreira em qualquer área não é tarefa
das mais fáceis, muito menos em meio a uma pandemia mundial, em que tudo está
se transformando e se reinventando. O que será da sociedade, profissões e
empresas pós-pandemia? Isso ninguém sabe ao certo, mas alguns profissionais
mais experientes podem antever algumas situações e orientar quem está iniciando
na sua área.
O contador e conselheiro do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC), Adriano Marrocos, explica sobre as grandes mudanças que já
estão acontecendo, como por exemplo as reuniões virtuais. “Na nossa empresa, em
2005, adquirimos microfones, fomos nos clientes, e os instalamos nos
computadores para reuniões via Skype. Foi um desastre. Nenhum cliente aceitou e
preferia continuar no presencial. Agora, essa é uma mudança que veio para
ficar”, avalia.
Marrocos alerta também aos estudantes para terem
cuidado com o que estamos vivendo hoje o “boom das dicas”, seja de todos os
tipos. “Muitos profissionais querem aparecer da noite para o dia, só com nova
roupagem, mas conteúdo velho. Vi muitos colegas auditores tentando emplacar
nessa onda, mas sem êxito, porque a bagagem continua e sempre será mais
importante, porém a oratória e o discurso vem ganhando. É importante saber
distinguir os que têm conteúdo para poder acompanhar, se quiser se espelhar na
profissão”, ressalta.
Tecnologia, atualização e especialização
Um dos pontos mais importantes é a necessidade de
atualização frequente. Na contabilidade, as novidades geralmente vêm com novas
leis, programas de governo, medidas provisórias. “O profissional que não
estiver conectado com essa realidade dificilmente sairá bem na profissão. Outro
ponto fundamental para o contador é a especialização em alguma área. Não
adianta querermos ser ‘generalistas’, porque não teremos sucesso; é preciso ser
especialista em algo”, pondera.
Quanto às tecnologias, o conselheiro do CFC alerta
que qualquer assunto em relação a isso precisa ser tratado e entendido com
normalidade – aceitar o novo – e que a inteligência artificial veio para ficar
e ser parceira, e não para tirar “empregos” das pessoas. “Precisamos oferecer
aos clientes um esclarecimento do nosso trabalho, e cada vez mais sermos
consultores e menos operacionais”, afirma Marrocos.
Por fim, o contador incentiva que os novos
profissionais devem ser inovadores, sendo disruptivos ou não, e ressaltou
algumas características essenciais para o profissional contábil: ter capacidade
técnica, argumentação sólida, espírito consultor, saber trabalhar em equipe,
possuir formação multidisciplinar, dominar as tecnologias e o atendimento ao
público.
Conselho
Federal de Contabilidade (CFC)
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