Náuseas,
constipação e anemia estão entre as reações mais comuns, mas podem ser evitadas
O Outubro Rosa coloca em pauta a importância do
acompanhamento preventivo para o câncer de mama. É um dos meses de
conscientização mais emblemáticos do calendário da saúde, principalmente por
causa da incidência desse tipo de tumor no Brasil. Segundo estimativa do
Instituto Nacional de Câncer (Inca), serão mais de 66,2 mil novos casos em
2020, com taxa de mortalidade superior a 25%. “O câncer de mama é o que mais acomete
mulheres, mas o rastreamento adequado permite a identificação de lesões
menores, que talvez precisem de tratamentos menos intensivos”, explica o
coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital Santa Cruz, Dr. Guilherme
Stelko (CRM-PR 29.049, RQE 1.584).
Há alguns anos, a cirurgia de retirada completa das
mamas, por exemplo, já não é a abordagem mais indicada para a maioria dos
casos. Nem todo mundo precisa fazer quimioterapia ou protocolos muito extensos
de radioterapia. “Existem mais de 100 tipos de tratamento, cada um com suas
indicações e reações. Ainda contamos com um arsenal enorme de terapias de apoio
que ajudam a amenizar os impactos e tornam mais leve a realização dos
procedimentos”, destaca o médico. Toda essa evolução tem papel muito importante
no combate ao câncer, pois ajuda as pacientes a se manterem fortes na luta
contra a doença.
Durante o tratamento, no entanto, é importante
procurar entender as rotinas e os efeitos colaterais de cada intervenção.
Quanto mais cedo o médico souber de desconfortos ou intercorrências, mais cedo
será possível intervir e adaptar a abordagem terapêutica. Por isso, o diálogo é
fundamental. “Parece óbvio, mas a maioria das pessoas acredita que os efeitos
são os mesmos para todo mundo. Isso não é verdade”, enfatiza Dr. Guilherme.
Pensando nisso, listamos aqui os principais pontos de atenção e como encara-los
ao longo do caminho até a cura:
Náuseas e vômitos
Comuns durante os protocolos de quimioterapia,
podem perdurar por dias após a aplicação. Segundo Dr. Guilherme, existem
medicamentos muito eficientes e capazes de abrandar esses problemas, mas que
precisam ser indicados pelo médico e tomados corretamente, antes e depois das
sessões. O efeito não é imediato, por isso o uso precisa ser programado de
forma adequada e preventiva.
Constipação
Também é bastante comum e pode estar relacionada ao
uso dos remédios para prevenção de náuseas e vômitos. “É importante informar ao
médico com rapidez para que as doses sejam ajustadas e o intestino volte a
funcionar”, explica o oncologista. Além disso, aumentar o consumo de água,
sucos naturais e manter uma dieta rica em fibras, em especial nos dias que
antecedem a quimioterapia, pode aliviar os sintomas.
Alterações sanguíneas
A quimioterapia age sobre o tumor, mas também pode
afetar o sistema de defesa e as células de defesa do sangue. Para evitar o
problema, existem medicamentos de suporte que ajudam a impedir a queda
excessiva dessas células e a necessidade de mais intervenções, como transfusões
de sangue e uso de antibióticos.
Alergias
Alguns tipos de quimioterapia podem gerar crises
alérgicas, principalmente em pacientes que já apresentam histórico de
hipersensibilidade ou reações na pele e mucosas. “Essas reações infusionais
podem acontecer, mas são mais comuns em classes específicas de medicamentos de
quimioterapia. Antes de decidir quais remédios serão usados, é preciso
investigar alergias, considerar ocorrências prévias e até mesmo incluir
antialérgicos na rotina da paciente”, explica Dr. Guilherme.
Mucosite
É uma inflamação na mucosa da boca que acaba
gerando lesões parecidas com aftas. Segundo do. Dr. Guilherme, surgem como
efeito colateral de alguns medicamentos quimioterápicos específicos e demandam
cuidados locais, com apoio de dentista especializado, pois podem prejudicar a
alimentação.
Hospital Santa Cruz
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