A aceleração está relacionada à dificuldade de controlar a glicemia. Só 3 em cada 10 conseguem ficar fora de risco.
No final do ano passado, Sônia Maria Azevedo, 54, recebeu o diagnóstico de catarata em uma consulta na rede pública de saúde. “Ainda dava para ir levando, mas logo depois veio a pandemia de coronavírus, a quarentena e em quatro meses minha visão estava tão ruim que já não podia ficar com meus netos, nem reconhecer as pessoas. Comecei a ter dificuldade para fazer praticamente tudo” comenta. Voltou ao hospital, mas foi informada que as consultas só estavam sendo marcadas para dezembro. Depois do primeiro atendimento entraria na fila da cirurgia sem previsão de quando seria operada. “Fiquei muito nervosa. Não dava para esperar. Quando enxergamos não temos noção do quanto precisamos de nossos olhos”, diz emocionada.
A cirurgia
Sônia foi operada pelo
oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier. “Ela já estava
cega do olho direito que operamos. Só enxergava luz direcionada acima ou abaixo
da linha dos olhos. Geralmente quando retiramos a catarata e implantamos uma
lente no lugar do cristalino, quem é míope deixa de usar óculos. O astigmatismo
também pode ser eliminado e até os óculos de leitura com implante de lente
multifocal. No caso dela a cirurgia
recuperou a visão com uma lente monofocal” afirma. O oftalmologista conta que
cirurgia foi complexa porque o cristalino de Sônia estava completamente opaco e
ele não tinha como examinar o fundo do olho antes da operação. “É por isso que
sempre alertamos para não deixar a catarata ficar muito madura. O mais
gratificante é o resultado que conseguimos. No outro olho a visão é de 10% e
operamos quando ela decidir”, salienta
Prevenção
Queiroz Neto afirma que o
isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus aumenta o stress além de
dificultar a prática de exercícios físicos e a manutenção de uma dieta
equilibrada. “Estas condições dificultam manter a média dos níveis glicêmicos
entre 100 a 125 mg/dL, fundamental na prevenção das complicações inerentes à
doença: catarata precoce, retinopatia diabética, doenças cardiovasculares,
insuficiência renal e o pé diabético.
Hoje o diabetes atinge 14,25
milhões de brasileiros e desses só 30% conseguem manter os níveis glicêmicos
balanceados segundo o último levantamento da IDF (International Diabetes
Federation). Significa que nunca foi
tão importante manter o acompanhamento médico em dia.
Retinopatia
O especialista afirma que
quanto maior o tempo convivendo com o diabetes, até pessoas com glicemia bem
controlada por medicamentos e dieta balanceada correm risco de contrair
retinopatia. Por isso, quem tem
diagnóstico da doença deve fazer exame oftalmológico anualmente. Na consulta, o especialista percebe se o
diabetes está causando alguma alteração na retina, antes dos primeiros
sintomas, pelo exame de fundo de olho. “O tratamento pode ser feito com aplicação
de laser, medicamento dentro do olho e em alguns casos pela associação dessas
duas terapias. Evita a perda irreparável da visão em 90% dos pacientes”,
salienta.
Olho
seco
Queiroz Neto afirma que o diabetes também provoca o maior ressecamento
da lágrima, que tem a função de proteger a superfície dos olhos. Os sintomas são vermelhidão, ardência, visão
embaçada, coceira e maior sensibilidade à luz. A síndrome é mais frequente nos períodos de seca. O tratamento padrão
para olho seco, explica, é o uso de
colírio lubrificante. Mas não vale usar qualquer um porque as fórmulas variam
para agir em uma ou mais camadas da lágrima: aquosa, proteica e lipídica. A
dica do médico é procurar beber bastante água e incluir na alimentação fontes
de ômega 3 encontrado na sardinha, bacalhau, salmão e semente de linhaça.
Aplicações de luz pulsada que estimulam a produção da camada lipídica e por
isso diminuem a evaporação da lágrima, são a última palavra para eliminar o
desconforto, conclui
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