A busca por alternativas à poupança e o medo dos
investidores em relação à política econômica do país, estão crescendo cada dia
mais. Fomos pegos de surpresa com mais uma “agressividade” do corte de juros, e
lógico, o mercado financeiro reagiu. Fechamos o dia com dólar acima de R$ 5,30,
subindo 2,17%.
Para mim não foi surpresa, mas para muitos cada
notícia dessa impacta. Precisamos lembrar que o mercado de investimentos brasileiros
é muito jovem em relação a outros países. Foi muito triste ler uma notícia de
outubro de 2019 onde o título era: “Número de investidores na Bolsa ultrapassa
o de presidiários no país.” Isso mesmo que você leu. Até então tínhamos pouco
mais de 800 mil presidiários contra pouco mais de 1 milhão de investidores da
B3.
Poderíamos terminar este artigo por aqui. Mas, acho
que vale a pena desenvolver um pouco mais.
O que se esperar do índice de confiança em relação
à investimentos e economia em um país que até menos de nove meses atrás, tinha
mais presidiários do que seus próprios cidadãos confiantes em investir em seu
próprio país? Muitas oportunidades surgiram desde então. Somamos agora inúmeros
influencers financeiros e os brasileiros estão cada vez mais familiarizados com
todos os tipos de investimento, correndo atrás de uma renda passiva ou mesmo
como uma forma de guardar e fazer seu suado dinheiro render. Impressionante o
trabalho árduo que esses grandes influencers de finanças fizeram, precisamos parabenizá-los.
Mas agora o jogo virou, e o investidor que já está mais adaptado a nova
realidade de renda passiva, quer mais!
Um amigo querido do mercado escreveu o seguinte -
cinco motivos pelos quais seria difícil o real se valorizar frente ao dólar:
- Brasil
tem e terá dificuldades para crescer nesse cenário de Coronavírus, logo a
atração de capital para investimentos fica prejudicada;
- A
situação fiscal se deteriorou com a crise e isso afugenta investidores com
receio de solvência no longo prazo;
- discussões
e divergências políticas constantes;
- movimento
global de busca por qualidade e proteção no dólar;
- por
último, mas não menos importante, os juros mais baixos.
Por esse e inúmeros outros motivos o Real foi uma
das moedas de pior performance durante a crise, dentro dos países emergentes.
Não sabemos até onde tudo isso vai chegar, mas já vimos uma certa movimentação.
Em uma análise realizada no início da crise já
mostrava que os fundos de investimento com mais de 20% de ativos alocados no
exterior tinham sofrido um menor impacto e aqueles com 40%, foram os que melhor
performaram.
Com isso veio a crescente demanda de fundos de
investimentos com cotas no exterior, desde o investidor do varejo até o mais
qualificado (que cá entre nós já tinha esse produto disponível). Mesmo que a
moda pegue, entenda, que a maior parte da performance foi por conta da
desvalorização do real, aqueles fundos sem hedge. E se você apostar nessa
querendo os mesmos ganhos, acho que está indo pelo caminho errado.
Dólar é proteção contra as oscilações, e viés
político brasileiro que atrapalha a eficiência da nossa economia e
investimentos. Somos instáveis, não importa se for direita ou esquerda. A crise
política do Brasil existe antes mesmo dos influencers surgirem na internet.
Estude, entenda, e SIM, é importante proteger seu
patrimônio. Assim como alguém protege a família. Warren Buffet já disse: Never
Bet Against America; Nothing Can Stop This Nation!
Repense! Diversifique!
Fonte: Bruna Allemann, Exame e blog
Bugg.com.br
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