Foram registrados 600% a mais em
comparação ao ano anterior
Segundo
dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, até o final
de agosto de 2019, foram registrados 1,4 milhão de casos prováveis de
dengue, quase 600% a mais que o mesmo período de 2018. Destes, 1.111 casos
considerados graves e 591 óbitos, sendo 90 no Estado de São Paulo. Este é um
dado preocupante, pois o período de maior ocorrência é o verão, com a época de
chuvas, que ainda não começou.
De
acordo com Maíra Rosa Apostólico, enfermeira, doutora em ciências e docente e
coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade
UNIVERITAS/UNG, "na rede pública ainda não existe disponibilidade de
vacina. Há uma opção na rede privada, oferecida em três doses anuais e que é
recomendada apenas para pessoas que já tiveram um dos sorotipos", explica.
Quais são os tipos de dengue? O
que diferencia cada tipo de dengue?
São
quatro tipos de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Todos apresentam os mesmos
sintomas e uma mesma pessoa pode ter cada um dos quatro tipos uma vez. Embora a
cada infecção, a pessoa se torne imune àquele sorotipo, a gravidade dos
sintomas aumenta, podendo ocorrer a dengue na sua forma mais grave, com a
ocorrência de hemorragias. Todos são suscetíveis a contrair a dengue, mas
crianças e idosos têm maior risco de complicações. As doenças crônicas tornam o
quadro mais grave e a maior letalidade da doença está entre pessoas acima de 60
anos.
Quais são os principais
sinais e sintomas da dengue?
A
infecção pode ser de assintomática a grave. O diagnóstico é primeiramente
clínico e pode ser complementado por exames de sangue, quando se observam a
queda abrupta de plaquetas e aumento progressivo do hematócrito. A forma grave
inclui: vômitos, dor abdominal intensa e sangramento de mucosas. Os principais
sintomas são: febre alta (38.5ºC) de início abrupto e difícil diferenciação;
dores musculares intensas; dor ao movimentar os olhos; mal-estar; falta de
apetite; dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
A partir de quanto tempo, a
pessoa depois de ser picada pelo mosquito, apresenta os sintomas?
Em
geral, após a picada, os sintomas aparecem em 5 a 6 dias, mas pode variar de 3
a 15 dias. Importante lembrar que na primeira fase da doença que vai desde
antes da febre até o 6o dia da doença, a pessoa infectada transmite
o vírus para o mosquito. Depois disso, o mosquito infectado passa a transmitir
a doença após 8 a 12 dias e vive cerca de 30 dias. A fêmea do mosquito coloca
40 ovos a cada 3 dias e o mosquito nasce em 7 dias.
Quais são as formas de
tratamento?
O
tratamento é sintomático, pois em geral, a cura é espontânea e ocorre em 10
dias. Portanto, deve-se cuidar da febre, dores no corpo e observar sinais de
agravamento. É indicada a hidratação, alimentação leve, repouso. Não fazer
automedicação e não deve ser usado qualquer analgésico a base de aspirina ou
ácido acetilsalicílico, pelo risco hemorrágico.
Os casos mais graves
de dengue exigem tratamentos diferentes?
Sim,
casos mais graves, quando existe a presença de um dos sintomas, deve-se
procurar imediatamente o serviço de saúde para o suporte adequado. O tratamento
também é sintomático, no sentido de manter a estabilidade do organismo e evitar
as complicações fatais.
Como prevenir?
Uso
de repelentes e inseticidas recomendados e aprovados pela ANVISA;
Repelentes
e inseticidas naturais (velas, incensos, limpadores) não tem eficácia
comprovada e não são reconhecidos pela ANVISA;
Repelentes
tópicos cosméticos tem uso seguro e podem ser usados em gestantes e crianças
maiores de dois anos, ou a critério médico;
Inseticidas
em spray ou aerossol e repelentes ambientais para afastar os mosquitos
indicados pela ANVISA também podem ser usados;
Devem-se
obedecer todas as recomendações de uso do rótulo dos produtos;
Arejar
e ventilar a casa, pois o mosquito não tolera luz;
Usar
calças e mangas longas em locais sabidamente infestados pelo mosquito;
Usar telas em janelas e portas.
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