Dentista Mariana
Barros explica que mau hábito afeta desde o alinhamento dos dentes até a perda
óssea
Com o tempo mais seco há uma dificuldade maior da
dispersão da poluição do ar, resíduos de veículos e poeira, o que provoca um
ressecamento da mucosa das vias aéreas. Esse processo facilita o aparecimento
de processos inflamatórios, infecções e alergias, o que na maioria dos casos,
leva ao surgimento da tão conhecida respiração bucal. Entender o porquê ela
acontece, as consequências para o organismo, principalmente para a saúde bucal,
além dos tratamentos indicados é a melhor forma de combater o problema.
A respiração bucal acontece devido à incapacidade
do indivíduo de respirar pelo nariz, que é considerada a forma correta. Segundo
a dentista Mariana Barros, da Crie Odontologia, as causas
mais comuns desse problema são: alergias, adenóides e amígdalas hipertróficas,
pólipos nasais, resfriados crônicos, alteração na formação óssea da face como
fenda palatina, micrognatia (mandíbula pequena) entre outros. "Mas, para
entender a causa da respiração bucal é importante uma avaliação
multidisciplinar entre fonoaudiólogos, otorrinos, pediatras, odontopediatras,
ortodontistas", esclarece.
A disfunção tem consequências negativas em todas as
faixas etárias. Nas crianças, ela afetará todo o desenvolvimento facial,
mastigatório e comportamental. Já os adultos sofrem com a diminuição do nível
de oxigenação no sangue, principalmente ao dormir o que tem sido associado a
alteração da pressão arterial e problemas cardíacos. "Fadiga e
irritabilidade alteração de postura (pescoço e coluna vertebral) são outros dos
sintomas, sem falar nas consequências negativas nas funções mastigatórias como
desgastes, sensibilidades, gengivites e perda de dentes", afirma a
especialista.
Outros problemas associados ao problema são: quem
respira pela boca mantém a língua baixa, ou seja, a língua não toca no palato,
o que faz com que o palato e as vias aéreas superiores (o nariz) não se
desenvolvam de forma correta. O não desenvolvimento do arco dentário superior
leva à falta de espaço para os dentes superiores atrapalhando o encaixe com os
dentes inferiores.Com o desencaixe, os dentes, ao longo da vida, sofrem com
desgastes errados, sensibilidades, fraturas, perda de osso ao redor dos dentes
e até mesmo a perda do mesmo poderá ocorrer. De acordo com a especialista,
outra consequência na cavidade oral é o ressecamento da saliva podendo causar
halitose e dentes sem o contato com a saliva estão mais sujeitos à lesão
cariosa.
Já o tratamento mais indicado dependerá da causa
encontrada, que podem ser diversas. O ideal é diagnosticar o respirador bucal o
mais precocemente possível. "O otorrinolaringologista irá diagnosticar a
causa e prescrever o melhor tratamento naquele momento; o ortodontista fará as
correções dentárias necessárias, interceptando ou corrigindo a má oclusão, ou
redimensionando o crescimento crânio facial; o fisioterapeuta atuará com as
alterações de postura; e o fonoaudiólogo reeducará as funções alteradas assim
como irá garantir, através de treino e conscientização da importância da
respiração nasal", orienta Mariana.
Aspectos que podem ajudar no diagnóstico do
respirador bucal:
- Período do sono com boca aberta;
- Respiração ruidosa;
- Falta de concentração durante as atividades do
dia a dia;
- Acordar de manhã com o travesseiro molhado;
- Sonolência durante o dia;
- Olheiras frequentes;
- Irritabilidade constante.
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