Cerca de 30% das mortes no país são causadas pela
doença e o estresse é apontado como o 4º maior fator de risco para infarto
Estimativas feitas pelo Ministério da Saúde dão conta que 30% das
mortes no Brasil são causadas por doenças cardiovasculares. E o estresse é
apontado como uma das principais causas de infarto e Acidente Vascular
Cerebral. Na pesquisa que descobriu pela primeira vez a ligação entre o
estresse e as doenças cardíacas, os cientistas concluíram que a produção
excessiva de células brancas (leucócitos) é a causa do problema.
De acordo com os pesquisadores da Escola Médica de Harvard em Boston,
a produção excessiva de leucócitos é estimulada por altas cargas emocionais que
bloqueiam as artérias e outras partes do sistema cardiovascular, impedindo a
circulação regular do sangue. Segundo o estudo, o estresse ativa as
células-tronco da medula óssea, que por sua vez geram em excesso as células
brancas. os pesquisadores descobriram que a ligação entre estresse e o sistema
imunológico estaria, exatamente, na produção excessiva de células brancas.
O estresse é o 4º maior fator de risco para infarto no país, perdendo
apenas para o colesterol alto, cigarro e hipertensão. E o problema ainda é mais
grave entre as mulheres, o Brasil tem a maior taxa de mortalidade por
cardiopatias em mulheres da América Latina e os números não param de crescer.
"A mulher está mais presente no mercado de trabalho, mas continua tendo a
maior parte da responsabilidade sobre as tarefas de casa. Ela vive pressionada
e ansiosa para dar conta de tantas atividades e isso tem reflexo direto na sua
saúde. Se ela já traz um histórico de cardiopatia, a tendência é que esses
fatores externos agravem o quadro clínico", explica o cardiologista Paulo
Frange.
Um levantamento recente feito pela Sociedade Brasileira de Clínica
Médica - SBCM - com mulheres de várias regiões do país apontou que 55% das
entrevistadas trabalhavam pelo menos 8 horas por dia, costumavam enfrentar o
trânsito nos deslocamentos para o trabalho e ainda faziam dupla jornada para
cuidar das rotinas da casa. 70% delas disseram que sofrem com o estresse
diário. O número de homens também é elevado, 60% das vítimas da doença são
homens, com média de 56 anos de idade. O Ministério da Saúde, a partir de dados
do IBGE, concluiu que os homens cuidam menos da saúde do que as mulheres, o que
no caso do coração, ajuda a explicar a alta taxa de mortalidade masculina.
Há vários tipos de doenças cardiovasculares, variando desde a causa
até o grau de agressividade. Elas podem ser causadas por fatores genéticos ou
ambientais. Mas o risco de desenvolver a doença é muito maior em pessoas com
colesterol alto, diabetes, pressão alta e com hábitos de vida pouco saudáveis,
como o sedentarismo, a obesidade ou pessoas com níveis elevados de estresse.
Para o cardiologista Paulo Frange só a adoção de medidas preventivas pode
ajudar a conter esse número alarmante de mortes causadas por doenças do
coração. "A população precisa se conscientizar da necessidade
de adotar hábitos de vida saudáveis. Quando maus hábitos alimentares se unem ao
estresse diário e ao sedentarismo, as chances de a pessoa ter um problema
cardíaco aumentam consideravelmente”, conclui o especialista.
Dr. Paulo Frange - médico cardiologista há 40
anos, tendo iniciado a carreira no Instituto Dante Pazzanese. Durante 15 anos foi
diretor clínico do Centro Hospitalar Dom Silvério Gomes Pimenta, atual Hospital
São Camilo de Santana, o maior complexo hospitalar da Zona Norte de São
Paulo. Está como vereador, pelo PTB, em São Paulo desde 1997 e está em seu
sexto mandato. É um dos mais atuantes da Câmara com mais de quatrocentos e sessenta
projetos protocolados, 160 aprovados e sancionados em lei e 201 em trâmite.
Entre os destaques da atuação do vereador, estão leis relacionadas à saúde,
Política Urbana e Administração. Um dos relevantes e atuais trabalhos do
vereador foi como relator da lei de zoneamento. Mas, é na saúde que está uma
das suas maiores bandeiras, a construção do Hospital Municipal da Vila
Brasilândia.
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