Para o pneumologista do Hospital 9 de Julho,
o clima seco, a poluição do ar e os ambientes fechados favorecem as doenças
respiratórias como bronquite, asma e sinusite
Espirros,
coriza, congestão nasal e dores de cabeça podem ser sintomas de um resfriado.
Porém, na maioria dos casos, esses sinais podem estar atrelados a doenças
respiratórias crônicas. Segundo o Dr. Alexandre Kawassaki, pneumologista do
Hospital 9 de Julho, cerca de 10% dos brasileiros apresentam quadros variados
de asma, enquanto 30% sofrem com rinite alérgica. “Os sintomas dessas doenças
são facilmente confundidos com o de um resfriado, o que dificulta o diagnóstico
e o tratamento adequado, essencial para se evitar complicações, como infecções
graves ou crises respiratórias” explica o especialista.
Segundo
o Dr. Kawassaki, além das quedas de temperatura, a baixa umidade do ar é
responsável por boa parte das crises respiratórias. Segundo a OMS (Organização
Mundial da Saúde)*, o índice ideal da umidade do ar para manter o sistema
respiratório em boas condições de saúde é em torno de 60%. Durante o inverno,
esse número costuma cair para 30%. O especialista ressalta que os problemas
respiratórios e as infecções por vírus e bactérias também se tornam mais
frequentes por causa do ressecamento das mucosas das vias aéreas. Todos esses
fatores podem desencadear e agravar os casos de asma, além de sangramento nasal
e alergias.
Para
saber diferenciar o resfriado de outros problemas, listamos abaixo as
principais doenças respiratórias e quais são os seus sintomas. Confira!
Asma/Bronquite: O nome correto da doença é asma, mas
é mais conhecida por “bronquite”. Caracteriza-se pela inflamação dos brônquios,
vias que conduzem o ar que é respirado até os alvéolos pulmonares (pequenas
estruturas que fazem a troca gasosa entre o ar e sangue nos pulmões). No
paciente com asma, os brônquios deixam de eliminar o muco pelas vias
respiratórias e acumulam secreção, causando as inflamações e dificultando a
passagem do ar.
Pneumonia: O Dr. Kawassaki alerta que algumas
gripes podem evoluir para uma pneumonia. A doença é uma infecção dos alvéolos,
estruturas pulmonares responsáveis pela oxigenação do sangue. Os principais
sintomas são tosse, dores no peito e nas costas, febre e fadiga. Durante o
inverno, são muito comuns as pneumonias virais, com origem por meio do mesmo
vírus da gripe. O grupo de maior risco são crianças, idosos e pessoas com baixa
imunidade, por apresentarem consequências mais graves se a doença não for
tratada rapidamente.
Rinite: Com a queda da umidade e o aumento da
poluição do ar, as crises de rinite, inflamação da mucosa nasal, são mais
comuns pela inalação de alérgenos (substâncias que causam alergia como a poeira
e pelo de animais). Os sintomas podem ser vermelhidão nos olhos, coceira na
região do nariz e garganta, por conta do ressecamento do ar, e espirros
frequentes.
Sinusite: A sinusite é parecida com a rinite,
muitas vezes sendo considerada mais grave. É caracterizada por tosse produtiva
e sensação de secreção escorrendo pela garganta, podendo ocorrer dores no
rosto, principalmente na região da testa e maxilas. Isso acontece devido a
inflamação da mucosa dos seios da face que gera essa dor. A doença é
normalmente tratada com o uso de antibióticos e lavagem nasal. Por isso, o
diagnóstico precoce é importante para evitar a progressão da doença.
Para
amenizar os sintomas, o Dr. Kawassaki explica que é importante não ficar em
ambientes fechados ou mantê-los, sempre que possível, umidificados e
ventilados. “Outras dicas como fazer limpeza nasal com soro fisiológico
diariamente, limpar os ambientes com panos úmidos para que a poeira não se
espalhe também são algumas alternativas para passar o inverno mais saudável”
explica o médico, que reforça “Em casos de piora dos sintomas, é importante
procurar o atendimento médico o quanto antes”.
Fonte: https://www.paho.org/bra/
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