Uso de Arbitro de Vídeo questiona a
visão dos árbitros de futebol
Árbitros de vídeo são uma opção para diminuir os
erros na avaliação de faltas, pênaltis, cartões, entre outras arbitrariedades
A
Copa do Mundo é um dos principais eventos esportivos do planeta, envolve 32
seleções e milhares de torcedores ao redor do globo, além, claro, de movimentar
a economia do país sede e de outras nações com venda de álbuns, camisas,
chuteiras, entre outros. E se depois de tanto investimento, tanto dos
torcedores quanto das seleções, um erro de arbitragem tirar a seleção do
campeonato? E isso pode acontecer, principalmente por questões relacionadas à
visão, já que o árbitro pode estar longe do lance ou de um ângulo que não o
favorecia.
Pensando
nos árbitros de campo, diversas avaliações físicas são exigidas e que vão muito
além dos testes de resistência, como corrida, por exemplo. Os testes oftalmológicos
são umas das principais e mais rígidas avaliações. Entre eles está o mapeamento
de retina, que analisa o fundo do olho e suas estruturas, proporcionando um
diagnóstico detalhado, com a avaliação dos vasos sanguíneos, nervo óptico,
retina central e periférica. O exame de refração, que identifica a capacidade
de reconhecer o contorno e a forma dos objetos. A tonometria, que mede a
pressão intraocular e, quando necessário, a campimetria, que avalia as falhas
do campo visual central e periférica, identificando as áreas sem visão.
"Muitas vezes as pessoas não pensam nisso, mas como um juiz de futebol
poderia apitar um jogo se não conseguisse diferenciar as cores das camisas, por
exemplo, ou, ainda, não tivesse noção de profundidade?", lembra o oftalmologista
e Professor da USP, Dr. Rony Preti, fundador do Preti Eye Institute.
Já
os árbitros de vídeo têm uma ajuda na avaliação dos lances, afinal, contam com
replays e funções como o Slow
Motion, por exemplo. Mas nem por isso podem dispensar uma boa visão.
Para o médico, esse tipo de auxiliar pode até mesmo ter sua avaliação
comprometida depois de determinado tempo do uso de câmera lenta pelo
comprometimento causado à visão. "Quando observamos reiteradamente uma
imagem em determinada velocidade, seja acelerada, seja em câmera lenta, o
cérebro tende a se adaptar àquela velocidade e passa a entendê-la como normal.
Por isso, corre-se o risco de 'viciar a visão' e, num próximo momento, perder
detalhes importantes da jogada", alerta.
A
tecnologia veio pra ajudar, até nos campos de futebol, mas a visão do árbitro
ainda não foi substituída e continua sendo o principal elemento nas horas
decisivas do jogo. "De nada adiantam todos os avanços tecnológicos se o
ser humano não estiver ali, com saúde oftalmológica em dia", finaliza o
médico.
Preti Eye Institute
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