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quinta-feira, 5 de julho de 2018

Copa do Mundo


Uso de Arbitro de Vídeo questiona a visão dos árbitros de futebol

Árbitros de vídeo são uma opção para diminuir os erros na avaliação de faltas, pênaltis, cartões, entre outras arbitrariedades


A Copa do Mundo é um dos principais eventos esportivos do planeta, envolve 32 seleções e milhares de torcedores ao redor do globo, além, claro, de movimentar a economia do país sede e de outras nações com venda de álbuns, camisas, chuteiras, entre outros. E se depois de tanto investimento, tanto dos torcedores quanto das seleções, um erro de arbitragem tirar a seleção do campeonato? E isso pode acontecer, principalmente por questões relacionadas à visão, já que o árbitro pode estar longe do lance ou de um ângulo que não o favorecia.

Pensando nos árbitros de campo, diversas avaliações físicas são exigidas e que vão muito além dos testes de resistência, como corrida, por exemplo. Os testes oftalmológicos são umas das principais e mais rígidas avaliações. Entre eles está o mapeamento de retina, que analisa o fundo do olho e suas estruturas, proporcionando um diagnóstico detalhado, com a avaliação dos vasos sanguíneos, nervo óptico, retina central e periférica. O exame de refração, que identifica a capacidade de reconhecer o contorno e a forma dos objetos. A tonometria, que mede a pressão intraocular e, quando necessário, a campimetria, que avalia as falhas do campo visual central e periférica, identificando as áreas sem visão. "Muitas vezes as pessoas não pensam nisso, mas como um juiz de futebol poderia apitar um jogo se não conseguisse diferenciar as cores das camisas, por exemplo, ou, ainda, não tivesse noção de profundidade?", lembra o oftalmologista e Professor da USP, Dr. Rony Preti, fundador do Preti Eye Institute.

Já os árbitros de vídeo têm uma ajuda na avaliação dos lances, afinal, contam com replays e funções como o Slow Motion, por exemplo. Mas nem por isso podem dispensar uma boa visão. Para o médico, esse tipo de auxiliar pode até mesmo ter sua avaliação comprometida depois de determinado tempo do uso de câmera lenta pelo comprometimento causado à visão. "Quando observamos reiteradamente uma imagem em determinada velocidade, seja acelerada, seja em câmera lenta, o cérebro tende a se adaptar àquela velocidade e passa a entendê-la como normal. Por isso, corre-se o risco de 'viciar a visão' e, num próximo momento, perder detalhes importantes da jogada", alerta.

A tecnologia veio pra ajudar, até nos campos de futebol, mas a visão do árbitro ainda não foi substituída e continua sendo o principal elemento nas horas decisivas do jogo. "De nada adiantam todos os avanços tecnológicos se o ser humano não estiver ali, com saúde oftalmológica em dia", finaliza o médico.





 Preti Eye Institute


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