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quarta-feira, 4 de julho de 2018

A eficácia da hipnose para o tratamento de vícios


Psicólogo, especialista em medicina comportamental explica os benefícios da hipnoterapia em casos de dependência


O vício é classificado como uma doença física e emocional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Relacionado a diversos fatores, suas características mais evidentes são ações repetitivas, hábitos e costumes persistentes, que podem desencadear a dependência. Engana-se quem pensa que o termo está relacionado apenas ao uso de drogas, pois a mais recente reformulação da Classificação Estatística Internacional de Problemas e Doenças Relacionados com a Saúde (CID), também classifica alguns hábitos rotineiros como transtornos que podem prejudicar a saúde, entre eles o uso excessivo de jogos eletrônicos, internet e do telefone celular. Alguns especialistas, também classificam como vício ações que passam despercebidas no dia a dia, como a mania de tirar selfies.

O uso de recursos terapêuticos e métodos alternativos para a melhoria desses transtornos  tem se tornado fator de grande eficácia para o tratamento de pessoas que sofrem com algum tipo de vício, entre eles a hipnoterapia, um tratamento envolvendo hipnose e Programação Neurolinguística (PNL). Para o psicólogo, especialista em Medicina Comportamental e hipnoterapeuta Valdecy Carneiro, a hipnose pode ser utilizada para o tratamento de qualquer tipo de vício, pois a eficácia da hipnoterapia nesses casos está na facilidade de criar novos caminhos neurais e perspectivas de novos aprendizados, em que a nossa mente passa por um processo de reaprender a conviver com o vício de forma diferente, deixando de ser dependente.

Além da eficácia comprovada, o tratamento de vícios e dependências com a hipnose, pode trazer muitas vantagens, principalmente na diminuição do uso de medicamentos. Segundo Carneiro, que também é presidente da Sociedade InterAmericana de Hipnose (SIAH), o uso excessivo ou abusivo de remédios pode levar a uma iatrogenia, causando um efeito negativo no paciente. “Com a utilização da hipnoterapia, e com um acompanhamento médico é possível reduzir a utilização de medicamentos durante o tratamento, e isso acaba ajudando o paciente a encontrar novamente o autocontrole das suas ações”, explica o psicólogo.

As técnicas de hipnoterapia costumam ser muito utilizadas para o tratamento de doenças crônicas, que demandam tratamento e acompanhamento maiores, como a dependência química, que afeta 25 milhões de pessoas no mundo, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODOC).  Para Carneiro, os métodos de hipnose costumam ser muito eficazes, pois os dependentes químicos passam por um processo de descondicionamento e recondicionamento mental, onde aprendem a criar novas perspectivas que contribuem para a sua reinserção na sociedade. “A fase inicial do tratamento é composta por 10 sessões, na maioria dos casos é possível verificar uma melhora significativa no início do tratamento. Nos casos mais graves, é aconselhado que se mantenha sessões esporádicas, aumentando assim as chances de evitar recaídas”, explica.

O psicólogo também explica que não existe nenhuma contraindicação para o tratamento de vícios e dependências emocionais através da hipnoterapia, que tem se tornado uma importante ferramenta para tratamentos alternativos. “A hipnose atua ajudando as pessoas a terem mais controle das situações e desejos próprios, e a exercer hábitos mais saudáveis, inclusive recentemente a hipnoterapia foi incluída nas técnicas validadas pelo SUS”, comenta Carneiro.



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