Psicólogo,
especialista em medicina comportamental explica os benefícios da hipnoterapia
em casos de dependência
O vício é classificado como uma doença física e
emocional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Relacionado a diversos
fatores, suas características mais evidentes são ações repetitivas, hábitos e
costumes persistentes, que podem desencadear a dependência. Engana-se quem
pensa que o termo está relacionado apenas ao uso de drogas, pois a mais recente
reformulação da Classificação Estatística Internacional de Problemas e Doenças
Relacionados com a Saúde (CID), também classifica alguns hábitos rotineiros
como transtornos que podem prejudicar a saúde, entre eles o uso excessivo de
jogos eletrônicos, internet e do telefone celular. Alguns especialistas, também
classificam como vício ações que passam despercebidas no dia a dia, como a
mania de tirar selfies.
O uso de recursos terapêuticos e métodos alternativos
para a melhoria desses transtornos tem se tornado fator de grande
eficácia para o tratamento de pessoas que sofrem com algum tipo de vício, entre
eles a hipnoterapia, um tratamento envolvendo hipnose e Programação
Neurolinguística (PNL). Para o psicólogo, especialista em Medicina
Comportamental e hipnoterapeuta Valdecy Carneiro, a hipnose pode ser utilizada
para o tratamento de qualquer tipo de vício, pois a eficácia da hipnoterapia
nesses casos está na facilidade de criar novos caminhos neurais e perspectivas
de novos aprendizados, em que a nossa mente passa por um processo de reaprender
a conviver com o vício de forma diferente, deixando de ser dependente.
Além da eficácia comprovada, o tratamento de vícios
e dependências com a hipnose, pode trazer muitas vantagens, principalmente na
diminuição do uso de medicamentos. Segundo Carneiro, que também é presidente da
Sociedade InterAmericana
de Hipnose (SIAH), o uso excessivo ou abusivo de remédios pode levar a uma
iatrogenia, causando um efeito negativo no paciente. “Com a
utilização da hipnoterapia, e com um acompanhamento médico é possível reduzir a
utilização de medicamentos durante o tratamento, e isso acaba ajudando o
paciente a encontrar novamente o autocontrole das suas ações”,
explica o psicólogo.
As técnicas de hipnoterapia costumam ser muito
utilizadas para o tratamento de doenças crônicas, que demandam tratamento e
acompanhamento maiores, como a dependência química, que afeta 25 milhões de
pessoas no mundo, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
(UNODOC). Para Carneiro, os métodos de hipnose costumam ser muito
eficazes, pois os dependentes químicos passam por um processo de
descondicionamento e recondicionamento mental, onde aprendem a criar novas
perspectivas que contribuem para a sua reinserção na sociedade. “A fase
inicial do tratamento é composta por 10 sessões, na maioria dos casos é
possível verificar uma melhora significativa no início do tratamento. Nos casos
mais graves, é aconselhado que se mantenha sessões esporádicas, aumentando
assim as chances de evitar recaídas”, explica.
O psicólogo também explica que não existe nenhuma
contraindicação para o tratamento de vícios e dependências emocionais através
da hipnoterapia, que tem se tornado uma importante ferramenta para tratamentos
alternativos. “A hipnose atua ajudando as pessoas a terem mais controle das situações e
desejos próprios, e a exercer hábitos mais saudáveis, inclusive recentemente a
hipnoterapia foi incluída nas técnicas validadas pelo SUS”, comenta
Carneiro.
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