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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Direito de se desconectar na França - e o mercado brasileiro?



O dia 1º de janeiro de 2017 foi um dia emblemático para as novas relações de trabalho criadas com a revolução tecnológica. Neste dia, na França, passou a valer a primeira lei que dá explicitamente o direito às pessoas se desconectarem do trabalho após o fim de seus expedientes. Não existe lei semelhante no Brasil, mas a notícia faz gestores e profissionais pensarem no equilíbrio ideal entre o “horário comercial” e o “horário pessoal”.

Se por um lado, a tecnologia permitiu que ganhássemos flexibilidade no trabalho, por outro, vimos esta mesma flexibilidade ser colocada em risco na vida pessoal. Começaram a surgir novas síndromes, tais como a FOMO (Fear of Missing Out) – que se manifesta também no trabalho, não apenas em relação às redes sociais – ou como o aumento significativo dos casos de burnout.


 O que esta lei nos diz? Especialista detalha as mudanças

Fonte: Segundo o consultor em desenvolvimento organizacional Paulo Aziz Nader, para as empresas, ela liga um alerta importante: como adaptar os objetivos organizacionais e demandas de mercado – cada vez mais intensos e rápidos – às necessidades dos funcionários? Como desenvolver seus executivos para liderarem suas equipes neste cenário tão complexo?


Gerenciamento de tempo: como lidar com diferentes fusos-horários?

Nesse sentido, o especialista pode detalhar como as empresas podem gerenciar melhor o tempo de trabalho e servir às demandas dos seus clientes – que muitas vezes estão em diferentes fusos-horários – ao mesmo tempo em que respeitam a vida privada dos seus funcionários?

Para Nader, o que se sabe hoje é que não há uma única resposta para estes desafios. “E isto é muito bom. Mesmo que pareça redundância, o momento é, sim, de muita complexidade, o que implica termos a capacidade de olhar para cada cenário com discernimento e cautela. Assumir que não temos uma resposta formada é, talvez, o que nos dará maiores chances de sucesso. Tal mudança serve tanto para as empresas quanto para os funcionários, que devem promover estas discussões internamente para que se chegue a um consenso que atenda a todos (ou que chegue o mais perto disso). E isto não está acontecendo isoladamente”, explica Paulo.

Talvez tenha sido uma boa coincidência que esta lei se inicia justamente no período tradicional de férias. Quem sabe, nos ajuda a refletir melhor com a cabeça mais “fresca”.

“Boa ou ruim, esta dinâmica ainda é desafiadora para muita gente. A intenção desta lei é dar o direito formal de qualquer pessoa se desconectar do trabalho, após o seu horário. Na prática, isto pode significar muito pouco se não mudarmos o nosso comportamento (já que se desconectar é um direito, e não um dever), mas abre um precedente importante para que os direitos de qualquer pessoa de estar com a família, descansar ou fazer qualquer coisa que nos dê vontade, não sejam minados pela pressão velada de estarmos sempre disponíveis”, finaliza o consultor.





Paulo Aziz Nader  - Atua como consultor no setor de desenvolvimento organizacional com a Leverage Coaching criando programas de desenvolvimento executivo, de liderança e de gestão de talentos para empresas de diversos portes e segmentos. É também Coach profissional, certificado pelo Integral Coaching Canada™, pelo Behavioral Coaching Institute (BCI) e pela International Coach Federation (ICF) da qual é membro afiliado. Bacharel em Administração de Empresas e gestão internacional de negócios pela ESPM e mestrando em desenvolvimento organizacional pelo INSEAD (Fontainebleau), tem em seu currículo passagens por empresas de grande porte como Microsoft e Facebook. Possui extensões em Leadership & Management pela Harvard University e em Change Management pelo MIT Sloan; é membro afiliado do Institute Of Professional Coaching (IOC), órgão afiliado à Harvard Medical School; e membro convidado da International Society for the Psychoanalytic Study of Organizations. Pode contribuir em pautas sobre liderança, governança, cultura organizacional, gestão de pessoas, inteligência emocional, desenvolvimento de liderança, gestão de mudança organizacional e planejamento de negócios familiares, www.leveragecoaching.com.br





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