Maior
fator de risco para cálculos renais é a desidratação
No verão, o intenso calor e a falta de ingestão de líquido, são os fatores que mais comprometem a saúde dos rins, principalmente a dos homens - com o surgimento dos cálculos renais. Já para as pessoas que sofrem do problema, a propensão a ter mais cálculos no período das altas temperaturas é muito maior em comparação as outras estações do ano.
Os cálculos, conhecidos popularmente
como pedras nos rins, afetam aproximadamente 5% das mulheres e 12% dos homens.
É um quadro agudo que surge geralmente pelo acúmulo de cristais a partir de
substâncias presentes na urina. Eles são formados por ácido úrico, oxalato,
cálcio e cistina. "Estas substâncias se depositam nos rins ou no canal
urinário em formato de pedras e podem provocar dores intensas, e obstruções no
sistema urinário, gerando riscos e graves complicações", explica o médico
nefrologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), José Gastão Rocha de
Carvalho.
De acordo com o médico, a maior
incidência em homens ainda não tem uma causa definida. A hidratação é a
principal maneira de se proteger. “A situação é frequente em pessoas que vivem em
ambientes com temperatura elevada, ambiente seco, ar condicionado, e quando a
ingestão de líquida é insuficiente”, explica o médico.
A água no organismo faz com que a
urina seja diluída, reduzindo a concentração de cristais e facilitando o
trabalho dos rins na hora de eliminar nutrientes que não são mais necessários
para o organismo. Porém, o médico orienta para outros fatores dietéticos que
podem contribuir com o problema, como a ingestão excessiva de sal, proteína
animal, açúcares refinados, alimentos que contenham quantidades elevadas de
sódio, cálcio e ricos em oxalatos, como suco de laranja, maçã, alguns tipos de
verduras e refrigerantes colados. “Estes produtos devem ser moderadamente
consumidos”, alerta o especialista.
Os casos de cálculos renais também
estão associados a fatores genéticos e doenças como – diabetes, obesidade,
hipertensão, gota, doença e insuficiência renal crônica. “Das associações mais
preocupantes é a possível relação com doenças do coração, principalmente em
mulheres”, afirma o médico.
Sintomas
Os sintomas podem variar- desde o
aumento da frequência para ir ao banheiro, pequenos desconfortos para urinar,
até dores localizadas. “A dor tem variações conforme a localização do cálculo”,
explica o nefrologista.
De acordo com o médico, é necessário
também ficar atento a outros sintomas. “Se a urina está escura e com sangue, se
há dor, ânsia, vômito, febre ou fraqueza é recomendado procurar um nefrologista
ou urologista para investigar o caso”. "Casos que apresentam febre são mais
preocupantes", complementa o especialista.
Diagnóstico
e tratamento
O médico pode solicitar um exame de sangue e
urina ao paciente para diagnosticar. “Os exames de imagens mais úteis para
descobrir o cálculo são a ultrassonografia e a tomografia”, explica o nefrologista.
Se o paciente sentir cólica renal deve procurar um hospital, onde os médicos
aplicam soro e medicamentos para aliviar a dor. Em 90% as pedras são liberadas
de forma espontânea. Em casos mais graves, quando há dor e infecção urinária,
mas o cálculo não sai de
forma natural é necessário retirá-lo por meio de cirurgia, ou por outros
métodos menos invasivos.
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