Segurar
a urina, pouca ingestão de água, dentre outros hábitos pouco saudáveis da
época, abrem as portas para patologias como a infecção urinária
Passadas
as festas de final de ano, todos os olhares se voltam imediatamente para a data
comemorativa mais esperada do calendário: o Carnaval. É a hora em que os
foliões procuram extravasar, curtir os amigos, seguir blocos, desfilar em
escolas de samba ou até viajar para as cidades litorâneas nas quais a diversão
é a palavra de ordem. Porém, alguns cuidados devem ser tomados a fim de evitar
que as comemorações tragam consequências nada agradáveis para a saúde.
Muitas
patologias se alastram nesta época do ano, como a infecção urinária, porque
alguns hábitos se propagam facilmente. Entre eles, segurar a urina, devido a
disponibilidade restrita de banheiros em festas de rua ou a oferta de recintos
com poucas condições de higiene, pouca ingestão de água e atividade sexual
desregrada.
De
acordo com a ginecologista Regina Paula Ares, da cidade de São Paulo, há
maneiras simples de aproveitar a folia sem favorecer a proliferação de
microrganismos ofensivos ao organismo. “A primeira medida é aumentar o consumo
de líquidos naturais, seja por meio de água, sucos, chás e água de coco, por
exemplo. Destaco que bebidas industrializadas, alcoólicas ou refrigerantes não
colaboram para a hidratação e podem até contribuir para que algumas condições
se desenvolvam. No entanto, isso não significa que não possam ser ingeridos. O
segredo é evitar excessos”, ressalta a médica.
Outra dica importante é não segurar a urina, pois o
hábito pode favorecer a proliferação de bactérias na bexiga. Para se proteger
no caso de utilizar banheiros em más condições, por exemplo, o folião pode
levar protetores de assento, cones para que não encoste nos vasos e até lenços
umedecidos para garantir uma higiene mais assertiva.
Já quanto ao ato sexual, medidas preventivas devem
ser consideradas. Apesar da infecção urinária não ser contagiosa, durante o
sexo a área genital feminina fica
especialmente predisposta a contrair a patologia. “No momento da relação sexual, a vagina tem contato com diversas bactérias que podem migrar
para a bexiga. Sendo assim, além do uso de preservativos, a sugestão é
higienizar o órgão sexual logo após a prática”, afirma a especialista.
Além disso, é válido ressaltar que a incidência da
patologia aumenta consideravelmente no verão, quando acontece o Carnaval. Uma
das razões é o costume de quem
escolhe festejar no litoral e passa a maior parte do dia com o mesmo
biquíni ou maiô ou com bermuda molhada. A umidade facilita a disseminação
de bactérias.
Dra. Regina ainda lista
outras dicas simples que podem ajudar a prevenir e evitar a infecção urinária
no dia-a-dia, entre elas: tomar banho com água
corrente com temperatura alta e pouco sabonete, evitar as roupas de fibras
sintéticas, principalmente no calor, e trocar frequentemente os tampões e os
absorventes no período menstrual. “A minha mensagem aos foliões é: aproveitem o
Carnaval, mas, enquanto se divertem, não descuidem da saúde”, finaliza.
Porém,
a especialista alerta que “a partir da identificação dos sintomas é sempre
importante consultar um médico para um diagnóstico mais preciso e tratamento
adequado. Analgésicos urinários e antibióticos podem ser recomendados para
eliminar o quadro”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário