Em 15 anos, ex-fumantes têm redução quase
completa nas taxas de risco da doença; Campanha promovida pelas Sociedade Brasileira
de Cirurgia Torácica e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia com
apoio do Grupo Oncoclínicas apresenta cronologia dos benefícios de abandonar o
cigarro
O
tabagismo está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão e os fumantes têm
cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. Apesar de não ser
novidade, o Brasil ainda registra um elevado número de casos da doença entre
fumantes, Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), até o final de 2016 o
país somará 28.220 novos casos de câncer de pulmão.
Para
marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, o Grupo Oncoclínicas,
em apoio à Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica e à Sociedade Brasileira
de Pneumologia e Tisiologia, promove uma campanha em todo país que traz dois
enfoques: os benefícios imediatos para quem deixa de fumar e o novo aliado do
diagnóstico precoce - a tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD).
“Além
de informar que não fumar é o primeiro cuidado para prevenir a doença, nosso
objetivo é estimular que o tabagista deixe de fumar o quanto antes, já que as
vantagens à saúde têm início minutos após ele tomar esta importante decisão”,
explica José Ribas Milanez de Campos, cirurgião torácico, membro da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Torácica.
Quando
a pessoa para de fumar, o corpo reage de forma quase que instantânea. Após 20
minutos, a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos
níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés são normalizadas.
Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de
oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco
relacionado ao fumo diminui. E após apenas 48 horas, as terminações nervosas
começam a se recuperar de novo e os sentidos de olfato e paladar melhoram. De
duas semanas a três meses, a circulação sanguínea melhora consideravelmente.
Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.
A
partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse,
rouquidão, e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o
crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A
pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, a
taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de
cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. A linha do tempo mostra os
benefícios até os 15 anos após parar de fumar, marco que torna possível afirmar
que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos
de uma pessoa que nunca fumou.
Fique atento aos sinais de alerta
A
oncologista Dra. Mariana Laloni, do Centro Paulista de Oncologia (CPO), parte
do Grupo Oncoclínicas, diz que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão
apresenta sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como:
tosse, falta de ar, escarro com sangue e dor no peito.
Outros
sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e
fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso,
quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos
primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da
doença.
Segundo
a especialista, existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de
pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas
células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide,
adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no
mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca.
O
tratamento do câncer de pulmão se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico
(quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Sempre que
possível, a cirurgia é realizada na tentativa de se retirar uma parte do pulmão
acometido. Atualmente, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, por
vídeo (CTVA) são cada vez mais realizados com menor tempo de internação e
retorno mais rápido do paciente às suas atividades. Segundo o Dr. Ribas, a
indicação da cirurgia depende principalmente do estadiamento do tumor, tipo, do
tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente.
Após
a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia são indicadas para destruir células
tumorais microscópicas residuais ou que estejam circulando pelo sangue. Para a
Dra. Mariana, a combinação de tratamento sistêmico e radioterapia também pode
ser administrada no início do tratamento para reduzir o tumor antes da
cirurgia, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está
contraindicada. A radioterapia isolada é utilizada algumas vezes para diminuir
sintomas como falta de ar e dor.
Mas
o grande avanço dos últimos anos, ainda de acordo com a Dra. Mariana, é a
imunoterapia. Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um
corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor
passa a se disfarçar para o sistema imunológico e então se aproveitar para
crescer, a imunoterapia busca reativar a resposta imunológica contra este
agente agressor.
“Atuando
através do bloqueio dos fatores que inibem o sistema imunológico, as medicações
imunoterápicas provocam um aumento da resposta imune, estimulando a atuação dos
linfócitos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o tumor como um
corpo estranho”, destaca a Dra. Mariana.
Avanços no diagnóstico precoce
Outro
poderoso aliado na identificação do câncer de pulmão, que permite o diagnóstico
precoce e exerce papel fundamental para a cura da doença, é o chamado
rastreamento do câncer de pulmão com tomografia computadorizada de baixa
dosagem (TCBD). “Podemos comparar o papel deste exame ao da mamografia para o
câncer de mama, tamanha sua importância. Precisamos difundi-lo e torná-lo
regular para o grupo de risco”, argumenta o Dr. Ribas.
Disponível
na maioria das Unidades de Medicina Diagnóstica do país, a TCBD é o exame mais
indicado como método de rastreamento para o câncer de pulmão. Devido a sua menor
dose de radiação, pode ser repetida frequentemente, de acordo com um protocolo
bem estabelecido, para o acompanhamento dos pacientes tabagistas, que compõe o
grupo de risco para desenvolvimento do câncer de pulmão. Além disso, a TCBD
também detecta outras doenças provocadas pelo tabagismo, antes mesmo de
manifestarem qualquer sintoma.
Devem
fazer o rastreamento de câncer de pulmão por meio da TCBD fumantes com carga
tabágica (exposição do indivíduo ao tabagismo) maior ou igual a 30 maços ano
(número de maços por dia X anos que fumou) e ex-fumantes que cessaram o
tabagismo há menos de 15 anos, e com idade entre 55 e 74 anos.
“Para
este perfil de pacientes já há evidências na literatura médica de que a
tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD), como método de
rastreamento, possibilita uma redução significativa da mortalidade, de até 20%,
por câncer de pulmão, o que é um avanço extremamente importante e animador”,
explica o cirurgião.
Para
avaliar os resultados deste tipo de exame é necessária uma equipe
interdisciplinar composta por radiologista, patologista, pneumologista,
oncologista e cirurgião torácico, todos com experiência em doenças do tórax,
para orientar a conduta médica por meio da interpretação dos resultados
anormais da TCBD em cada paciente.
O
diagnóstico precisa ser confirmado com biópsia, que pode ser feita por
broncoscopia (exame em que um tubo fino com uma câmera penetra pelas vias
aéreas), punções transtorácicas com agulha ou por cirurgia. Quando o resultado
do exame anatomopatológico comprova o diagnóstico de câncer de pulmão, são
realizados outros exames para saber qual o estágio da doença. O estadiamento
pode incluir exames de sangue, tomografia computadorizada do abdome,
cintilografia óssea e ressonância magnética do cérebro. O Pet-CT também pode
ser muito útil no estadiamento do Câncer de Pulmão.
A CAMPANHA: E SEU EU PARAR DE FUMAR
A campanha traz uma mensagem positiva onde aborda pontos que conscientizam ao fumante das vantagens de se romper o hábito de fumar.
Em uma linha cronológica progressiva, a campanha temporiza as mudanças na saúde do ex-fumante a partir dos primeiros minutos longe do cigarro até os resultados positivos de 15 anos sem fumar.
A campanha estará fortalecida nas redes sociais, através do Facebook. Para garantir engajamento e interatividade dos usuários, a campanha prevê uma calculadora da vida, que mostra o que você poderá conquistar, se parar de fumar. A campanha entrará no ar dia 22 de agosto e terá seu auge em 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Maiores
informações no site: www.grupooncoclinicas.com
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