Uma
crise chega ao fim com a decretação do impeachment de Dilma Rousseff, condenada
por crime de responsabilidade por 61 dos 81 senadores da República. Há, porém,
causas mais profundas desta crise. Venho apontando aqueles que acredito terem
sido os erros mais graves do antigo Governo Federal.
Primeiro,
artificialismo e medidas casuístas na condução da economia. Ficou evidente que
isto introduz um fator de perturbação e paga-se um preço muito alto por isso. O
controle dos preços dos combustíveis e da energia foram evidências dessa
postura, além de uma série de outras políticas intervencionistas que trouxeram
instabilidade e desequilíbrio nos preços relativos.
O
segundo erro foi Dilma aprofundar e perpetuar políticas sociais que se tornaram
assistencialistas, e não emancipatórias, como devem ser. Transformou os
brasileiros economicamente desfavorecidos em dependentes e desestimulou a busca
de inserção no mercado regular de trabalho.
Terceiro
erro foi durante seu governo chegarmos ao auge da manipulação partidária do
poder público. Ou seja, uma ocupação comprometedora de uma tal forma que o
Governo Federal e toda sua estrutura estivessem a serviço de um projeto de
poder iniciado por Lula em 2003. Esses são os três pecados capitais de Dilma
Rousseff.
Assim,
agora temos a expectativa de que a sociedade caminhe para recuperar os
preceitos da estabilidade econômica. Que sejam pensadas políticas sociais que
realmente emancipem, capazes de promover as pessoas à cidadania. E a questão da
prioridade à educação é fundamental para isso, inclusive como instrumento mais
eficaz de distribuição de renda.
Finalmente,
recuperar o caráter meritocrático como critério de ocupação do Estado. Para que
pessoas capazes sejam nomeadas para cargos públicos, com desempenho
comprometido com o interesse público e não com interesses localizados. O
Governo não pode ser usado como cabide de empregos. Tem que ter eficiência na
condução da máquina e do dinheiro públicos.
O
presidente Michel Temer tem grandes desafios pela frente. O primeiro deles será
fazer um governo que seja para valer, que não transija, que tenha ousadia. Um
governo que rapidamente tome iniciativa nas reformas estruturais - como a da
Previdência.
O
segundo desafio é ser um governo firme na gestão da política econômica para que
realmente o reequilíbrio fiscal possa ser estabelecido. Um bom primeiro passo
foi dado ainda durante a interinidade com as nomeações de nomes notoriamente
capazes de promover essa estabilidade - como o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
É
extremamente necessário que a economia seja encarada como prioridade. É por
meio dela que os governos são capazes de promover as transformações sociais tão
necessárias ao Brasil. Precisamos, de forma urgente, reverter os números
negativos de nosso Produto Interno Bruto (PIB), por três anos retraído. Nossa
economia encolheu 0,6% no segundo trimestre de 2016 e 3,8% em um ano.
É
um claro sinal de que precisamos de intervenções sérias, nem sempre agradáveis.
São quase 11,8 milhões de brasileiras e brasileiros desempregados. Pessoas que
querem tirar do seu trabalho digno e honesto o dinheiro para honrar seus
compromissos. Um lar economicamente desestabilizado pode gerar problemas mais
graves.
Gera
questões de ordem psicológica como a depressão e o desespero de um pai de
família que não consegue sustentar seus filhos e esposa. Um caso triste e
extremo aconteceu no Rio de Janeiro no último dia 29, quando um empresário
matou os dois filhos e a esposa, se suicidando em seguida, motivado por
dificuldades financeiras. Isso não pode voltar a acontecer.
Uma
atitude oportuna e necessária é que o presidente Michel Temer deixe claro desde
já que não será candidato à reeleição. Esse posicionamento gera uma condição de
conforto para promover essas mudanças tão importantes para o nosso País.
Demonstraria claramente desde seu primeiro dia de presidente efetivo que suas ações
não fazem parte de uma campanha presidencial para 2018 e ampliaria suas
condições de angariar apoio às medidas necessárias.
O
novo presidente precisa pacificar e unir o Brasil, promover mudanças
estruturais. Reconstruir o País!
Arnaldo Jardim - deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.brSite oficial: www.arnaldojardim.com.br
Twitter: @ArnaldoJardim
Facebook: Deputado Arnaldo Jardim
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