O PT organiza alguns movimentos
sociais. Suas ONGs dão origem a outros, ligados a questões étnicas. Esses
grupos atropelam a lei e a ordem, o direito de propriedade e as determinações
legais e judiciais, fazendo uso da violência. Quem diz que tais crimes são
crimes passa a ser acusado, imediatamente, como eu tenho sido ao longo das
décadas, de "criminalizar os movimentos sociais". De mero espectador
e cronista dos fatos, o sujeito é maldito como indivíduo antissocial, por afirmar
que quebra-quebras, pichações, tumultos, rupturas da ordem e infrações à lei,
são o que são.
Para
o quanto fazem - tudo mesmo - têm apoio oficial. Militantes do MST, por
exemplo, atacaram sede do STF, fizeram pichações, atravessaram a praça e foram
recebidos como companheiros no Palácio do Planalto. Gilberto Carvalho visitou e
se articulou com black blocs às vésperas da Copa e a presença destes inibiu
protestos ordeiros que contrariariam o interesse do governo. Lula anunciou a
convocação das tropas do general João Pedro (quebra-quebra) Stédile. Presidente
da CUT, Vagner (handgun) Freitas, dentro do Palácio do Planalto, na frente da
então presidente da República, convocou sindicalistas a saírem às ruas, com
armas na mão, para defenderem seu mandato. Nos últimos dias, em sucessivas
manifestações, a contrariada elite petista tem usado e abusado da palavra
"luta" para designar o que esperam da turma da mortadela em suas
"reações populares". Ora, a turma da mortadela só pega em sanduíche e
pau de bandeira. Atos de violência são praticados por pessoas jovens, de outros
grupos, treinadas como as que aparecem nessas fotos. Ocupam patamar mais
distinto na hierarquia política da esquerda e são por ela conveniente
abastecidos, seja lá do que for, mas nada têm a ver com Bolsa Família ou
sanduíche.
São
tão antigas quanto as respectivas histórias as lutas e semelhanças entre o
comunismo e o fascismo. Designar seus opositores como fascistas era conduta
corrente entre os comunistas e assim continuou mesmo depois de o fascismo estar
morto e sepultado. No entanto, a incitação e o uso da violência, a intimidação,
os patrulhamentos, eram atitudes comuns a ambos e persistem nos atuais
movimentos comunistas. Assim, quando um grupo de esquerda - qualquer grupo de
esquerda - usa a palavra fascista para designar, por exemplo, as pacíficas manifestações populares dos cidadãos
brasileiros nos anos de 2013 a 2016, podemos saber que estamos diante de
comunistas defendendo suas posições de poder e se conduzindo segundo aprenderam
durante quase um século de sua própria história como movimento político tão
revolucionário quanto desrespeitador da lei e da ordem.
É
essa praga que está nas ruas de algumas capitais brasileiras quebrando tudo e
escondendo o rosto, segundo as melhores práticas fascistas dos combatentes
comunistas.
Percival
Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de
Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões;
A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
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