“É importante ressaltar que a área íntima da mulher possui naturalmente micro-organismos que formam a flora vaginal e mantém seu equilíbrio. Alguns hábitos, em excesso, podem deixar a região desprotegida e propensa a bactérias”, explica o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior.
Para esclarecer, o especialista enumera algumas questões mais comuns:
1. O Sabonete íntimo ajuda equilibrar o pH vaginal?
Verdade.
A região íntima possui um pH ácido, diferente do pH encontrado em sabonetes comuns, que geralmente possui pH alcalino.
O sabonete íntimo geralmente mantém o equilíbrio do pH ideal da região. Mas não é por isso que é necessário apenas utilizar este tipo de produto. Outra alternativa é um sabonete de pH neutro encontrado com facilidade nas prateleiras das farmácias e supermercados.
2. É recomendado a depilação geral dos pelos na região genital?
Mito.
No ser humano, esse efeito de proteção não é importante. Com ou sem pelos pubianos, o mais importante é a higiene íntima correta.
3. Na hora do banho, apenas a parte externa da vagina deve ser lavada?
Verdade.
Tanto o sabonete como o enxague devem ser feitos apenas na parte externa.
A vagina tem uma secreção normal de proteção e o uso de duchas vaginais podem diminuir essa quantidade, afetando a flora de proteção e favorecendo a proliferação de germes oportunistas.
4. O uso de lenço umedecido equivale a um banho?
Mito.
Nada como água e sabonete. Os lenços umedecidos podem ser usados apenas em alguns casos, quando realmente for necessário e estiver sem a possibilidade de tomar banho. O uso de lenço umedecido em excesso pode ocasionar a secura natural da região vaginal eliminando sua lubrificação.
5. É necessário lavar a região após a relação sexual?
Verdade.
A micção é aconselhável antes e após a relação sexual, assim como a higiene. Isso diminui acentuadamente a incidência de infecções vulvares e urinárias.
6. O tipo de calcinha não interfere na saúde da região íntima?
Mito.
O ideal é optar por tecidos que garantem a ventilação da região. Algumas calcinhas apertadas e de material sintético acabam atrapalhando essa ventilação.
Calcinhas de algodão facilitam a transpiração.
Também não adianta utilizar a calcinha certa, mas manter a região abafada com uma calça muito apertada por exemplo.
Se puder dormir sem calcinha seria até melhor.
7. Durante o período menstrual é necessário aumentar a frequência da higiene?
Mito.
Sangue menstrual não é sujeira e não causa doença.
Vai depender de cada situação e intensidade do fluxo menstrual. O mais importante neste caso é fazer a troca do absorvente interno ou externo a cada 4 horas durante o dia e manter a rotina diária da higiene íntima.
8. É normal a mulher ter algum tipo de corrimento?
Verdade.
A secreção vaginal faz parte do mecanismo de proteção da mulher. O fato de no final do dia manchar a calcinha não necessariamente significa algo patológico. Na dúvida, consulte um especialista.
9. Lavar a Calcinha durante o banho é proibido?
Mito.
Lavar a calcinha no chuveiro com um sabão adequado não tem problema algum. O problema está na hora da secagem. Não pode deixar a calcinha secando no box do banheiro. O local úmido favorece a proliferação de fungos e bactérias.
10. Usar protetor de calcinha o tempo todo pode ser prejudicial?
Isso é uma meia verdade.
Já fomos radicalmente contra o uso de protetores diários de calcinha, se usados o tempo todo. Mas com a melhor evolução deles, verificamos que não houve uma mudança significativa nas usuárias e não usuárias desses protetores diários. Eles são bem finos e apenas absorvem a secreção diária, impedindo de sujar a calcinha.
Eles não devem ser utilizados com calcinhas muito
apertadas, principalmente sintéticas, pois diminuirão em muito a ventilação
vulvar.
Doutor Elvio Floresti Junior - ginecologista e obstetra
formado pela Escola Paulista de Medicina desde 1984. Possui título de
especialista em ginecologia e obstetrícia pela Febrasgo (Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e título de especialista em
colposcopia. Além disso é especializado em histerectomia vaginal sem prolapso
uterino e está atualizado com as últimas técnicas cirúrgicas como sling
vaginal, realiza pré-natal especializado e atua em gestações de alto risco.
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