Pelo terceiro ano consecutivo comércio apresenta retração no volume de vendas nesta data. Com poder de compra comprometido e crise econômica, brasileiros compraram menos
Pelo terceiro ano consecutivo houve queda nas consultas para
vendas a prazo na semana do Dia das Mães. De acordo com o indicador calculado
pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas), o volume de vendas parceladas na semana
anterior ao último domingo (entre 1 e 7 de maio) caiu 16,40% em
relação ao mesmo período que antecedeu a data comemorativa no ano passado. A
queda de 2016 se segue a um leve recuo de 0,59% verificado em 2015,
demonstrando um forte impacto nas vendas devido à retração do poder de compra
dos brasileiros. Em períodos anteriores, as variações foram de -3,55% (2014),
+6,44% (2013), +4,40% (2012), +6,53% (2011) e de +9,43% (2010).
O Dia das Mães é a data mais importante para o varejo no primeiro semestre e fica apenas atrás do Natal em volume de vendas e faturamento. Com a importância que a data representa para o comércio, o resultado negativo deve funcionar como uma prévia para o desempenho da atividade comercial ao longo de 2016, segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “A forte queda no volume de vendas desse ano é reflexo da crise econômica pela qual o Brasil passa, com inflação elevada, altas taxas de juros, aumento do desemprego e o crédito restrito”, afirma.
“Esses fatores têm como consequência imediata a menor disponibilidade de renda das famílias para o consumo e a diminuição da disposição para compras parceladas que geram um comprometimento futuro da renda”, explica. “Uma das principais medidas para salvar as finanças acaba sendo o corte de gastos, inclusive em datas comemorativas importantes.”
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