Sensação de desconforto na
barriga, visão de chuviscos, escurecimento da vista, além de tontura e
formigamento da mão são alguns sintomas pouco conhecidos e que caracterizam
pequenas crises de Epilepsia. Atendimento rápido e especializado fazem toda
diferença para qualidade de vida do paciente
Aproximadamente
10% da população teve ou vai ter, em algum momento da vida, pelo menos uma
crise de Epilepsia. Desses, de 1% a 2% é, de fato epilético, o que representa
3,6 milhões de pessoas com a doença no Brasil. É o que destaca o Dr. Wen Hung
Tzu, especialista do Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano de São Paulo.
E alerta “em quase 30% dos casos a causa é desconhecida”.
O início
da crise pode apresentar sintomas pouco comuns, como: sensação de já ter
conhecido o ambiente (de já vu); palpitação no coração; cheiro
desagradável; mãos com movimentos automáticos (sem controle); tremor das
pálpebras e até sensação de distorção da imagem do próprio corpo. “Isso
acontece porque os sintomas dependem da região do cérebro que é acometida. Cada
região pode originar um sintoma diferente”, explica o neurocirurgião.
O
tratamento depende principalmente da causa da doença. O uso de medicamentos antiepiléticos
é a forma mais comumente utilizada e geralmente também é a primeira forma
escolhida. “Entre 60% e 70% das pessoas que sofrem de Epilepsia têm suas crises
controladas com o uso de medicamento antiepilético adequado”, completa o
especialista. Porém, essa opção deve ser considerada de acordo com o tipo de
Epilepsia que a pessoa apresenta. “A medicação não serve para todos os casos.
Em casos extremos, quando a crise não é controlada por meio de medicamentos,
são necessárias outras formas de tratamento como cirurgia, dieta cetogênica e
implante de estimulador do nervo vago”.
Entre as
consequências da doença, quando não devidamente acompanhada por um atendimento
especializado, estão:
·
Risco de se machucar com quedas ou queimaduras;
·
Limitações e, consequentemente, o comprometimento da qualidade de
vida, tais como não poder andar sozinho na rua, dirigir, nadar sozinho, beber
uma pequena quantidade de álcool ou até trancar a porta do banheiro, limitando
sua liberdade;
·
Distúrbios de atenção, aprendizagem e memória;
·
Consequências sociais (estigma, isolamento ou limitações no
emprego) e,
·
Efeitos colaterais com o uso de medicamentos antiepiléticos
(quando não indicados por um especialista).
Para finalizar,
Dr. Wen destaca a importância do acompanhamento adequado para o sucesso no
tratamento. “Quando bem assistido, por um atendimento especializado, o paciente
pode seguir com sua vida normalmente, em todas as rotinas. A crise não é
sinônimo de Epilepsia. A crise é apenas um sintoma da doença”.
Entre as
principais causas conhecidas da Epilepsia estão: trauma de crânio, tumores
cerebrais, malformações cerebrais e vasculares, sequelas de isquemia cerebral
ocorrida em período intrauterino, perinatal ou neonatal, Síndrome de Rasmussen,
Síndrome de Sturge weber, esclerose tuberosa, derrame cerebral, causas externas
(uso de álcool, drogas, intoxicação) e lesões cerebrais ocorridas durante o
período intrauterino.
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