O ano mal começou e uma série de medidas já vem
sendo tomadas pelo governo brasileiro, com impactos diretos na economia e cujos
efeitos são sentidos pela indústria e comércio, pelo agronegócio e por toda a
população brasileira.
Aumento
de tributos, inchaço nas contas decorrentes de serviços públicos com preços
regulados como energia, água, transporte e combustível, além do acréscimo dos
juros, são variáveis que refletem diretamente no preço dos produtos vendidos ao
consumidor final. Somados ao pacote de mudanças anunciados e já postos em
prática, o Brasil também passa por uma crise ambiental, hídrica e energética, o
que torna ainda mais sensível o cenário econômico brasileiro.
Nesse
panorama, entre o governo, que pretende colocar a casa em ordem através do
aumento de tributos, e o consumidor, que deverá arcar com todo o custo,
encontra-se o setor varejista. Ele já estampa a alta de preços em seus
produtos, também na tentativa de ultrapassar uma corda bamba que será este ano
de 2015, na busca da superação de todos os desafios que a cada dia se
apresentam.
Com
efeito, no que se refere ao varejo, este ano promete ser bastante dramático. A
própria Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC) já reviu sua
estimativa de projeção de vendas no seguimento varejista para o ano corrente,
diminuindo-a expressivamente.
O
fato é que em um cenário de forte recessão que assola a economia atual, com o
consumidor cada vez mais ressabiado e cauteloso na hora de gastar, é provável
que haja uma considerável queda na demanda em razão da retração do PIB, ao
mesmo tempo em que se estima um aumento do custo operacional decorrente da
expansão da inflação.
Com tal panorama, a
expectativa é que seja adotado um conjunto de medidas sistêmicas tendentes a
minimizar os efeitos do aumento dos preços, com a recuperação da estabilidade
econômica e que ultrapassa todos os setores da sociedade, ou seja, governo,
empresas, bancos e consumidor.
Por
mais que, em curto prazo, as perspectivas sejam nebulosas e conturbadas, com
possibilidade de redução de faturamento, o setor varejista não deve deixar o
pessimismo dar o tom da situação. É necessário não perder de vista o fato de
que mesmo as projeções mais pessimistas preveem que o varejo continuará a
crescer, ainda que em proporção claramente menor do que o esperado
anteriormente.
Para
fazer parte dessa fatia do varejo que continuará em expansão é necessário que o
varejista se reinvente, com a utilização de métodos criativos para reduzir o custo
e com a constante busca de alternativas para se destacar em meio à
concorrência. Nesse delicado contexto, armar-se de bons planejamentos
financeiro, societário e tributário, bem como de eficazes técnicas
publicitárias e de logística podem ser essenciais para sobreviver à crise. E,
quem sabe, até crescer com ela.
Lilian Rodrigues da Silva - advogada tributarista, com atuação voltada ao seguimento varejista do Escritório A. Augusto Grellert Advogados Associados
Viviane de Carvalho Lima - advogada tributarista,
líder do Task Force de Varejo do Escritório A. Augusto Grellert Advogados
Associados
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