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quarta-feira, 11 de maio de 2022

Avanço da gripe e indicadores da pneumonia alertam para a importância da vacinação

Médica infectologistas dá detalhes sobre as características doenças, as formas de prevenção e reforça a mensagem da importância da proteção


De janeiro a março deste ano, mais de 5 mil casos de gripe foram confirmados por exames laboratoriais no Brasil. Em três meses passa da metade de todos os registros do ano passado. O avanço da doença preocupa autoridades de saúde e provoca o alerta dos especialistas para a combinação entre a baixa adesão à campanha nacional de vacinação e as oscilações climáticas previstas para os próximos meses. 

“Pouco mais de 30% dos idosos foram imunizadas até o momento. Apesar da campanha estender-se até 22 de julho na rede pública, o momento mais oportuno para imunizar-se contra a gripe é antes da chegada do clima mais ameno, que favorece a circulação dos vírus respiratórios, entre eles a gripe”, observa a médica infectologista do Grupo Sabin, Luciana Campos. 

A especialista alerta ainda que no próximo mês, quando começa o inverno no Brasil, os casos de gripe crescem por causa da maior circulação dos vírus e somado a isso o fato das pessoas buscarem ambientes mais fechados, o que facilita a transmissão. “Precisamos que a população esteja alerta e busque proteção. Em junho, teremos dias de baixas temperaturas em várias cidades brasileiras, que seguem até setembro, o que pode ser agravante para não vacinados e/ou com pré-disposição às doenças oportunistas, típicas deste período”, informa a infectologista, ressaltando também que a vacina demora cerca de 14 dias para conferir imunidade. 

Ainda de acordo com a médica, muitos casos de gripe podem evoluir e agravar quadros clínicos, especialmente em pessoas com histórico de outras doenças. Entre as complicações mais recorrentes estão o agravamento doenças crônicas, sinusite, desidratação, otite e a pneumonia (tanto a bacteriana quanto a causada por outros vírus). “As pneumonias e gripes têm alguns sintomas parecidos, mas características distintas como febre mais alta e tosse não seca quando falamos de pneumonia", observa. 

A preocupação da médica com a pneumonia encontra motivação nos indicadores do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, que revelam mais de 25 mil internações e mais de 3 mil óbitos no Brasil, ocorridos de janeiro a agosto de 2021. 

Doença séria e grave, a pneumonia é uma infecção de vias aéreas inferiores, principalmente pulmões. Podendo ser causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, conhecida como pneumococo, a pneumonia é apontada como uma das principais responsáveis por grande parte das internações hospitalares no país, especialmente de pessoas com mais de 50 anos. Além disso, de acordo com os indicadores da Organização Mundial da Saúde, as doenças pneumocócicas são responsáveis por mais de 1,6 milhão todos os anos no mundo. A boa notícia é que ela pode ser prevenida com imunizantes disponíveis nas redes de saúde pública e particular 


Vacinação: a melhor estratégia de saúde

A médica explica ainda que as vacinas são fabricadas conforme parâmetros internacionais de segurança, conheçam os benefícios da imunização e procurem os postos públicos de imunização ou unidades de vacinação nas redes privadas, de acordo com o o recomendado para cada idade ou situação. 

“Primeiro é preciso entender que todas as vacinas passam por um processo minucioso de preparação até aprovação, antes de serem utilizadas. Elas são desenvolvidas seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para garantirem segurança e eficácia. O segundo passo é estar com o cartão de vacinas atualizado. E, claro, estar atento às necessidades individuais de proteção”, detalha. 

Indicada para adultos, adolescentes, idosos e crianças a partir dos seis meses de idade, a vacina quadrivalente contra a gripe previne infecções por quatro tipos de vírus influenza: H1N1, H3N2, Influenza B (Victoria) e Influenza B (Yamagata). “A vacina da gripe é atualizada todos os anos, baseada na vigilância dos vírus circulantes do ano anterior, tanto no hemisfério norte como sul. Nesta versão de 2022, foi introduzida a nova cepa do subtipo A da Influenza, a H3N2 (Darwin), descoberta na Austrália e apontada como responsável por surtos registrados este ano no Brasil”. 

Diferentemente da gripe, que é causada por um vírus, a pneumonia pneumocócica tem a bactéria pneumococo como principal agente causador de pneumonias e também de meningites e outras doenças. “Atualmente, há mais de 90 sorotipos de pneumococos, e temos dois tipos de proteção: a vacina pneumocócica 23, que protege das doenças causadas por 23 sorotipos de pneumococo e pode ser administrada em pessoas maiores de 60 anos, portadores de doenças crônicas e imunocomprometidos com mais de 2 anos de vida; e a vacina pneumocócica 13, que é recomendada para crianças a partir de 2 meses, adolescentes e adultos de todas as idades, assegurando prevenção contra cerca de 90% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) causadas pelos 13 sorotipos de pneumococos”, finaliza.

 

Grupo Sabin

https://www.sabin.com.br


Diagnóstico precoce e assertivo é fundamental para o tratamento de doença genética

Foto: Marieli Prestes/Hospital Pequeno Príncipe
As mucopolissacaridoses tem incidência de 1 para cada 20 mil nascidos vivos e exames de sangue podem identificar a doença

 

Foi logo nos primeiros dias de vida que Gabriel Lucas da Costa, hoje com 6 anos, apresentou alguns sinais da mucopolissacaridose, doença rara que afeta a produção de enzimas do corpo. Com pouco mais de 2 anos, quando sintomas mais aparentes surgiram – pernas e pés tortos –, a mãe e os médicos de São Jorge D’Oeste, cidade onde mora, iniciaram a busca por respostas para as manifestações que o menino apresentava.

Depois de quatro anos, Gabriel chegou ao Hospital Pequeno Príncipe e, após passar por novas investigações, ele foi diagnosticado com a doença rara que tem a incidência de 1 para cada 20 mil nascidos vivos. “Até descobrirmos que era esse o causador dos problemas, foi um caminho longo e difícil. Logo que esclarecemos que se tratava de mucopolissacaridose, iniciamos a reposição da enzima, em outubro de 2021”, explica Cinara Ferreira da Costa, mãe da criança.

O maior hospital exclusivamente pediátrico do país faz um alerta para a importância do diagnóstico precoce da mucopolissacaridose, doença rara genética e neurodegenerativa. A descoberta o quanto antes é fundamental para que a enfermidade seja controlada e até mesmo para que haja cura.

Segundo a neurologista pediátrica e coordenadora do Ambulatório de Doenças Raras da instituição, Mara Lucia Schmitz Ferreira Santos, a doença evolui com sintomas multissistêmicos que aparecem já na primeira infância – que vai da gestação até os 6 anos. “Os primeiros sinais perceptíveis são a macrocefalia, a hérnia umbilical e inguinal, e a alteração na mão, que fica em formato de garra, não abre totalmente. Depois, a barriga vai ficando maior porque o fígado e o baço crescem”, informa a médica.

Existem sete tipos de mucopolissacaridoses, que são classificadas de acordo com a enzima defeituosa envolvida, a qual é codificada por um gene específico. A doença e a tipagem são identificadas com a observação dos sintomas e exames laboratoriais.

O tratamento do conjunto de doenças é realizado por meio da Terapia de Reposição Enzimática (TRE), que acontece por infusão intravenosa semanalmente. Em alguns casos, o Transplante de Medula Óssea (TMO) é recomendado. “O transplante só pode ser realizado antes dos 2 anos de vida, por isso é importante diagnosticar o mais cedo possível. Nestes casos, por exemplo, existem chances de cura da doença”, detalha a médica.

 

Outros sintomas da mucopolissacaridose:

- rigidez nas articulações;

- problemas na formação e crescimento dos ossos;

- infecções recorrentes nas vias aéreas superiores;

- turvamento na córnea;

- compressão na medula espinhal;

- perda auditiva;

- crescimento acelerado do cabelo.


9 Dicas Para Cuidar Bem da Sua Escova de Dentes.

Você sabia que a escova de dente também precisa ser higienizada? Não é porque a escova tem contato direto com água corrente e o creme dental que ela esteja imune de contaminações. “Pensando nisso, preparei um passo a passo de como cuidar da sua escova de dente e evitar que germes e bactérias sejam levados para a boca.” cita a cirurgiã dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde, confira:

 

1. Troque a escova regularmente
O recomendado é realizar a troca da escova no máximo 3 meses. Com o tempo de uso, elas começam a perder a rigidez e flexibilidade ideais para manter os dentes saudáveis. Entretanto, esse tempo varia muito de acordo com os cuidados e formas de escovação. Se você utiliza muita força para escovar os dentes, o tempo de troca será mais curto. “O importante é ficar atento as cerdas, quando elas começarem a deformar, está na hora de trocar. Outro momento importante para realizar a troca é após um resfriado, ou qualquer doença que possa ter contaminado as cerdas.” Aconselha a dentista Bruna.
 

2. Lave e enxague a escova antes do uso
Lave a sua escova de dente antes de utilizá-la para remover germes e sujeiras e também após a escovação para remover os restos de alimentos.
 

3. Seque a escova após o uso
Após o uso, seque completamente a escova com uma leve e pequena batida.
De acordo com a Dra. Bruna Conde após a higiene oral, é importante lavá-la em água corrente e bater levemente o cabo da escova contra a pia para remover o excesso de água. Nesse caso, é importante não secar a escova com toalha ou papel. Analise sempre se há restos de alimentos na escova e, caso exista, os remova.
 

4. Jamais deixe sua escova em contato com outras
Nunca guarde sua escova perto de outras, pois bactérias podem ser trocadas de uma para outra com o toque entre as cerdas.
 

5. Mantenha distância do vaso sanitário


Não se deve deixar a escova em cima da pia do banheiro sem proteger as cerdas, afinal, ali é o lugar mais contaminado da casa.


6. Não use capinhas protetoras de cerdas

O correto é lavar a escova em água corrente e deixá-la secar em posição vertical longe do vaso sanitário. Usar capinhas protetoras de cerdas aumenta a probabilidade de bactérias se desenvolverem em um ambiente com calor e umidade.
 

7. Guardar em posição vertical
Outro ponto importante é a posição que a escova fica guardada. Isto porque, em posição vertical a água escorre e as cerdas secam mais rapidamente, evitando a proliferação de fungos e bactérias.
 

8. Escova de dente é de uso pessoal
“Jamais compartilhe a escova com outras pessoas, mesmo da família. Este ato, favorece a transmissão de doenças. O uso deve ser imprescindivelmente pessoal.” Alerta a especialista.
 

9. Se quiser pode utilizar enxaguante bucal para higiene das cerdas.
Pelo menos uma vez na semana, se quiser pode borrifar ou deixar as cerdas submersas no enxaguante bucal por 15 minutos, em média. Para que possam ser eliminadas possíveis bactérias.

“Como vimos, pequenas mudanças de hábitos fazem toda a diferença. Comece hoje mesmo a adotar medidas de prevenção para que não ocorra a proliferação de fungos e bactérias na sua escova de dente.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.


 
Dra Bruna Conde - Cirurgiã Dentista.
CRO SP 102038


Dia 15 de maio, domingo próximo, será comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Ehlers-Danlos, você sabe o que é?

Todo mundo, certamente, conhece alguém em seu ciclo social, que sofre com alguma(s) desta(s) característica(s): fadiga, insônia, sonolência, apatia, depressão, isolamento social, déficit de atenção, ansiedade, por vezes é tido como “preguiçoso”, desajeitado/inquieto, ou se queixa do desempenho escolar prejudicado, sofre de desorientação espacial e/ou temporal? Pois bem, saiba que por trás de todas ela(s) pode estar um problema sério, causado pela Síndrome de Ehlers-Danlos (SED), que possui treze subtipos, sendo três destas características comum a todos os pacientes:  hipermobilidade articular (HA), fragilidade dos tecidos e hiperextensibilidade da pele e a hipermobilidade é a condição mais relevante, chegando a representar 90% dos casos..  

O diagnóstico é feito com algumas avaliações, e o método de Beighton é o que quantifica a hipermobilidade, há cinco anos. Com isso, tem se diagnosticado cada vez melhor os pacientes com este subtipo de SED, que até então, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, chegava a afetar cerca de 40% da população mundial. Um estudo brasileiro, recém publicado na revista científica Frontiers in Psychiatry, da Suíça, realizado a partir da reavaliação de 482 pacientes, oriundos de todo o Brasil, que passaram pela Clínica Lamari, cujo diferencial é ser credenciada pelo  Comitê de Ética em Pesquisa, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), aponta que esta realidade pode ser ainda maior. A pesquisa, conduzida pelos professores doutores  Mateus Marino Lamari e Neuseli Marino Lamari, ambos pesquisadores e professores do Serviço de Fisioterapia e Departamento de Ciências Neurológicas, Psiquiatria e Psicologia Médica, da Famerp, mostrou que havia prevalência de hipermobilidade articular em 65,34% das mulheres examinadas, acima dos 15 anos. “Embora não se descarte a presença dela, em crianças de todas as idades e, tampouco em homens, apenas é mais comum em mulheres, conforme demonstrado na tabela abaixo”, destaca Mateus Lamari.  


Tabela com dados dos pacientes avaliados por gênero e faixa etária 

 

Segundo o fisioterapeuta, especialista em SED, os prontuários desses pacientes foram reavaliados seguindo as diretrizes estabelecidas, em 2017, pelo método de Beighton, que implica na realização de alguns testes simples que podem identificar a existência de hipermobilidade articular genética (HAG), identificadas, a partir de movimentos atípicos das mãos, como encostar o polegar no punho, ou sentar-se em posições de “W” e/ou “côncava”, dando indícios importantes da presença da (SED).  

O especialista explica que a pessoa com hipermobilidade articular, muitas vezes, é tido como desastrado. “Isto porque cai muito, esbarra em tudo e nem sempre consegue fugir de rótulos como estabanado”, diz. Ele esclarece, contudo, que isto se deve ao fato de a frouxidão articular levar ao deslocamento involuntário de algumas articulações, seja nos braços, pernas e joelhos, entre outros músculos ou tendões. “Além de se mover com extrema habilidade e se contorcer como um verdadeiro elástico, o corpo dessas pessoas pode esconder graves riscos para a saúde, como osteopenia precoce, artrite reumatoide e outros. Dentre as atividades mais conhecidas praticadas por hipermóveis, está o contorcionismo, praticado pelos artistas circenses, ou ainda, os dançarinos de ballet, são exemplos clássicos de elevados níveis de flexibilidade articular, que um portador do defeito genético pode alcançar”, afirma.

 

Morte súbita X SED e muita dor

Neuseli, professora, pesquisadora e fisioterapeuta reconhecida mundialmente, por sua excelência no tratamento de  SED, explica que a síndrome ainda é pouco conhecida dos médicos, em geral.  E, é isso que, muitas vezes, inviabiliza o devido encaminhamento para controle. “Ou seja, o diagnóstico tardio, ou a falta dele, afeta de forma drástica o desempenho e a vida de quem sofre do mal. Por ser pouco diagnosticada de forma precoce, a SED pode estar causando a morte súbita em jovens. Algo que poderia ser evitado, se fosse identificado o subtipo SED vascular, por exemplo, que é raro, mas quando encontrado, se bem acompanhado, pode evitar uma morte súbita, uma vez que é essa condição que afeta os vasos sanguíneos, podendo desencadear desde um aneurisma ao sangramento de órgãos. Infelizmente, a Síndrome de Ehlers-Danlos (SED)  é um mal que já vem no DNA”, explica Neuseli. 

A fisioterapeuta ressalta que, hoje em dia, tem sido divulgado com frequência casos de morte súbita, em pessoas jovens. E, embora ainda não existam dados científicos que comprovem, estes números elevados, acredita que possam estar relacionados ao surgimento da Covid. “Tenho ouvido muitos relatos em consultório, parece que a doença tem afetado de forma espantosa os portadores da SED”, diz.  

Neuseli lembra que, para além dos problemas motores, também existe outro fator muito importante e muito presente nos portadores de SED, que são as dores, que cada um sente, e ninguém vê, e levam a disfunções psicológicas. “Muitos pacientes sofrem com a fibromialgia, por exemplo, que por conseguinte, geram outros problemas emocionais, incluindo depressão, ansiedade, transtorno afetivo, baixa autoconfiança, pensamentos negativos, desesperança e desespero, e tudo isto pode estar relacionado com a SED, conforme comprovamos no estudo”, salienta.  

 

Referência mundial

A Clínica Lamari é referência mundial no diagnóstico e tratamento da SED e além dos brasileiros de todo o País, já atende a pacientes de 12 países, dentre eles: França, Dinamarca, Bélgica, Japão, Portugal, entre outros. “Durante a pandemia aumentou de forma significativa o atendimento, inclusive virtual, pois as queixas se multiplicaram”, diz Neuseli. 

Portanto a cidade de São José do Rio Preto, que já é bem conhecida por prestar com excelência atendimento aos pacientes com SED,  através do ambulatório do Hospital de Base, via SUS, a pesquisa permanente sobre a síndrome de Ehlers-Danlos, só tem consolidado, ainda mais, essa posição. Tudo isso, graças ao trabalho realizado pela fisioterapeuta Neuseli Lamari, que estuda a Síndrome, pela Famerp, desde 1989.

Foi ela a responsável pela primeira pesquisa brasileira sobre o tema, com 1.120 crianças rio-pretenses, das quais 64% tinham hipermobilidade. Na época, não havia meios técnicos para verificar quantas eram portadoras da SED, e por isto, só classificou a HA. O resultado rendeu a publicação de artigos científicos em vários periódicos do Brasil e do exterior.  

 

Dia Internacional foi criado para alertar sobre a gravidade da Síndrome 

A fim de enfatizar e chamar atenção para uma doença que atinge milhares de pessoas no mundo todo e ainda assim pouco conhecida, foi criado no dia 15 de maio o Dia Internacional da Síndrome de Ehlers-Danlos (representada pelas listras de uma zebra). Uma característica causada por uma falha genética no colágeno, proteína que dá sustentação à maioria dos tecidos corporais como tendões, ligamentos, músculos, ossos e vasos do corpo. Logo, pacientes com essas doenças, os chamados hipermóveis, desenvolvem a capacidade de dobrar ou estender as articulações além dos padrões. Muitas vezes, tal condição é erroneamente considerada uma vantagem, como em artistas circenses ou ginastas.

 

Curiosidade: 

Dentre as doenças raras, a síndrome de Ehlers-Danlos (SED) é uma condição em que os pacientes se identificam muito com o conceito de doença zebra. Quando você vê uma zebra, sabe que é uma zebra - mas não existem duas zebras com listras idênticas, assim como duas pessoas com a síndrome de Ehlers-Danlos hipermóvel não são idênticas, mesmo sendo da mesma família e tendo exatamente a mesma criação. Eles têm diferentes sintomas, diferentes tipos, diferentes experiências - e todos nós estamos trabalhando para chegar a um momento em que um profissional de saúde reconheça imediatamente alguém com síndrome de Ehlers-Danlos, reduzindo o tempo para o diagnóstico e melhorando as vias de atendimento, evitando comprometimentos futuros.

 

Saiba mais:

Esta síndrome foi descoberta pelo cientista e dermatologista dinamarquês Edvard Ehlers, em 1901,e desenvolvida pelo físico e também dermatologista francês Alexandre Danlos, em 1908, com base na hiperelasticidade dérmica e nos defeitos nas articulações.

 

 

Fontes: Profa Dra Neuseli Lamari  e Prof Dr Mateus Lamari

Doutorados em Hipermobilidade / Síndromes de Ehlers-Danlos (SED)

Centro de Referência Brasileira em Hipermobilidade e Síndrome de Ehlers-Danlos


Filhos após o câncer: avanços no tratamento de pacientes lançam luz para a preservação da fertilidade

Técnicas de reprodução assistida podem ser saída promissora para pacientes que têm o desejo de ter filhos após o tratamento

 

Avanços recentes na medicina e na oncologia referentes ao diagnóstico precoce e à eficácia dos tratamentos de pacientes com câncer promovem a cura em considerável número de pessoas, muitas delas jovens em idade reprodutiva. Infelizmente, alguns dos procedimentos contra tumores acabam afetando os ovários, entre outros órgãos reprodutores. Esse cenário traz uma demanda por um olhar integral sobre o paciente, focando não só no tratamento da doença, como também nas iniciativas que promovem mais qualidade de vida. A boa notícia é que dá para tomar medidas que preservam a fertilidade. 

Segundo o relatório anual da Sociedade Americana de Câncer (ACS), as taxas de mortalidade por câncer caíram consideravelmente nos últimos 30 anos. Segundo os dados do grupo, o número de mortes em razão da doença caiu 32% em relação à maior taxa histórica, entre 1991 e 2019. Assim, é importante que o médico que trata o paciente com câncer tenha conhecimento das técnicas atuais para preservação da fertilidade a fim de garantir, após a cura, a possibilidade de terem filhos, se assim desejarem.
 

Um olhar para o futuro 

A fertilidade do paciente deve ser abordada pelo oncologista no momento em que começa o planejamento do tratamento. Após o diagnóstico, o médico vai optar, junto com o paciente, por alguma estratégia terapêutica e quando iniciá-la. No caso de quimioterapia, por exemplo, será preciso entender quando administrá-la, uma vez que os remédios podem causar infertilidade. 

“A quimioterapia, a cirurgia e a radioterapia às vezes promovem lesões nos ovários. Mas isso depende do tipo de tumor, do tipo de tratamento, do tipo de droga, da dose e do número de sessões. A prioridade do oncologista será sempre curar a doença, mas ele não poderá perder de vista os desejos futuros da paciente”, explica o Dr. Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.
 

Os desafios 

Quando o risco de infertilidade é abordado, o fator idade também merece atenção. As mulheres, por exemplo, têm uma reserva de óvulos que diminui com os anos. Se a reserva é mais baixa, o risco de o tratamento afetar a fertilidade é maior. Algumas opções que podem ser discutidas com a equipe médica, entre elas o congelamento de óvulos, que é a técnica mais comum, além do congelamento de embriões, congelamento de tecido ovariano e a supressão ovariana. 

“Preservar a fertilidade vai muito além dos impactos físicos. A parte emocional também é envolvida em todo o processo. Por isso, junto com uma equipe multidisciplinar, é fundamental considerar ambas as questões no planejamento do método mais adequado”, explica o oncologista. 

O maior desafio na preservação da fertilidade de pacientes com câncer é a desigualdade no acesso a tratamentos e técnicas oferecidos pelo sistema de saúde. No Brasil, o acesso à reprodução assistida ainda é muito restrito à iniciativa privada e, muitas vezes, sem cobertura dos planos de saúde.
 

E depois do tratamento? 

De acordo com o oncologista, após o tratamento contra o câncer conversar com um especialista é um caminho importante. "Nos casos em que a fertilidade é recuperada, é recomendado tentar a gravidez de maneira natural. No entanto, se houver dificuldade para engravidar após seis meses do tratamento, converse sempre com o seu médico. Em alguns casos, consultar um especialista em fertilidade também pode ser necessário durante o processo", explica. 

Vale reforçar ainda que até o momento não existem afirmações científicas que relacione malformações congênitas nos bebês aos efeitos do tratamento contra o câncer de modo geral.
 

A oncofertilidade 

O termo oncofertilidade descreve uma área que conecta a oncologia à medicina reprodutiva, com o objetivo de desenvolver e aplicar novas opções para a preservação de fertilidade em jovens pacientes com doenças ou tratamentos com riscos à fertilidade. 

Um conceito mais recente remete ainda ao uso de terapias mais conservadoras, que consigam preservar a fertilidade e proporcionar a mesma chance de cura do tratamento radical, principalmente naquelas neoplasias que envolvam o trato ginecológico, como colo de útero, ovário ou endométrio. 

Dados reafirmam a importância crescente da área dentro da oncologia. No Brasil, cerca de 19% dos casos novos de câncer em mulheres ocorrem em pacientes de até 44 anos de idade, e 21% até os 49 anos, período considerado fértil para cerca de 90% das mulheres. Na faixa etária de 20 a 39 anos, alguns dos tumores mais incidentes são câncer de mama, colo uterino e ovário, todos podendo afetar a fertilidade. 

"O objetivo desta área da oncologia vai muito mais além, pois o oncologista tem uma responsabilidade muito grande de se atentar aos detalhes, ou seja, ter um olhar humanizado tanto para a cura, como para a fertilidade da paciente", comenta Daniel Gimenes. 

Apesar de ser um momento bastante delicado, é fundamental orientar e conscientizar sempre. "É necessário comentar sobre os riscos e benefícios, além de alternativas para que possa ser escolhido a melhor opção de tratamento. E cabe também ser a rede de apoio para aquela paciente, dando o suporte necessário pra que o momento seja o mais leve possível", finaliza.


Casos de hepatite em crianças podem ser consequência do Coronavírus

Foi observado que o Sars-CoV-2 provocou lesões semelhantes no fígado em surtos epidêmicos anteriores, conforme detalha o pediatra Marcelo Iampolsky, professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo – SP  

 

Inicialmente identificados em países europeus e nos Estados Unidos, casos recentes de hepatite aguda grave em crianças foram registrados também no Brasil. Até a última segunda-feira (9), 16 casos suspeitos haviam sido notificados, e a nova teoria é de que a infecção seja mais uma complicação provocada pela Covid-19.

“A primeira hipótese que se levantou era de que essas hepatites tenham sido causadas pelo Adenovírus, que é muito comum em crianças e provoca principalmente doenças das vias respiratórias altas. Mas isso vem sendo descartado, porque não tem sido identificada a presença desse vírus nas biópsias ou nos fígados transplantados das crianças”, explica o pediatra Marcelo Iampolsky, professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo – SP.

Segundo ele, uma possível explicação para a origem dessas infecções é o Coronavírus. Primeiro, porque já foram identificadas lesões semelhantes em surtos epidêmicos anteriores do Sars-CoV-2.

“Também porque essa parcela da população de crianças ainda não foi vacinada, e ainda por conta das próprias características da lesão hepática. Isso não foi confirmado até o momento, mas as hipóteses vêm caminhando para apontar mais uma complicação do Sars-CoV-2", reforça o médico.

As possibilidades de tratamento também vêm sendo estudadas e, de acordo com o pediatra, por enquanto, não há consenso. “Temos uma nova corrida. Por hora, seguimos com as mesmas recomendações: vacinação, evitar locais aglomerados, continuar com a higienização das mãos, utilizando álcool em gel e, quando possível, manter o uso de máscaras. Essas são as formas de prevenção que temos, e se deixarmos tudo às custas da vacina, não daremos conta”, afirma Iampolsky.


Porque a menopausa causa tanto calor?

A Dra. Bruna Merlo, Ginecologista da HAS Clínica, explica as dúvidas frequentes sobre essa condição feminina

 

A menopausa é um processo biológico que ocorre como parte do envelhecimento da mulher. É caracterizada pela interrupção fisiológica dos ciclos menstruais devido ao fim da secreção hormonal dos ovários. Corresponde à data da última menstruação em consequência de falência ovariana definitiva. O diagnóstico clínico é realizado apenas retrospectivamente após 12 meses consecutivos sem menstruação.

Os sintomas muito comuns neste período são as ondas de calor, conhecidas como “fogachos”. “Caracterizam-se pelo início súbito de um calor intenso, que começa no tórax e progride para o pescoço e face, e que se acompanha frequentemente de ansiedade, palpitações e sudorese”, explica a Dra. Bruna Merlo, Ginecologista da HAS Clínica.

As alterações do padrão do sono também são queixas muito comuns relatadas pelas pacientes, principalmente a insônia. Outros sintomas bastante comuns são:

  • Aumento de peso;
  • Ressecamento vulvovaginal;
  • Alterações do humor (nervosismo, irritação, tristeza profunda e mesmo depressão);
  • Redução da libido (desejo sexual).

“Com o fim da menstruação, há uma diminuição na produção dos hormônios sexuais femininos, o que pode resultar em uma série de mudanças no corpo da mulher, sentidas a curto, médio e longo prazos. A maioria das mulheres poderão apresentar alguns dos sintomas descritos acima durante esse período, contudo, aproximadamente 20 % das mulheres são assintomáticas” diz a Dra. Merlo.

Já o climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. “Portanto, a menopausa é um evento dentro do climatério, e representa a última menstruação da vida da mulher”, completa a ginecologista da HAS Clínica.

Como parte dos esforços terapêuticos para a minimização dos sintomas e desconfortos gerados pela menopausa, está a terapia hormonal. Essa deve ser parte de uma estratégia global de tratamento, que inclui também recomendações para a modificação dos estilos de vida (dieta, e exercício físico) e deve ser individualizada e adaptada aos sintomas, bem como a história pessoal e familiar, e às preferências e expectativas da mulher. A terapia de reposição hormonal pode ser administrada na perimenopausa (período que antecede a menopausa), e na pós-menopausa.

Quanto aos exames de rotina da mulher para esse período, vale lembrar que a recomendação do Ministério da Saúde é que a mamografia de rotina deve ser feita entre os 50 e os 69 anos; e em relação ao exame de Papanicolau, o início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual, e devem seguir até os 64 anos, e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. 

A Dr. Bruna completa essa recomendação explicando que a idade que as pacientes costumam entrar no período de menopausa é entre os 45 a 55 anos, em média. “Assim, a decisão sobre a realização dos exames de mamografia, e Papanicolau deverá ser individualizada, e conversada com o médico ginecologista”.

Uma dúvida muito comum entre as mulheres é sobre a vida sexual nesse período. É possível sim ser sexualmente ativa após a menopausa, contudo, a queda na libido é uma queixa comum no climatério, pois, com a alteração dos níveis hormonais, é comum ocorrer a diminuição do desejo sexual.  

“A recomendação é buscar atenção personalizada para cada caso e identificar corretamente as causas da baixa libido. Para o alívio dos sintomas da atrofia genital (ressecamento vaginal), por exemplo, existem tratamentos como o laser vaginal e os cremes hormonais. A fisioterapia pélvica é outra aliada quando o assunto é sexualidade, e reforço do assoalho pélvico”, finaliza a médica da HAS Clínica.

 

 

HAS CLÍNICA - Hospital Albert Sabin (HAS) anuncia que o Consulta Aqui passará a se chamar HAS Clínica.

Rua Barão de Jundiaí, 485 – Lapa - São Paulo – SP

Central de atendimento:  (11) 3838 4669

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Instagram: https://www.instagram.com/has_clinica/ 

Agendamento on-line: https://app.agenda.globalhealth.mv/agendar/?key=hasabin 


A Importância do Maio Roxo para a Conscientização da População Brasileira sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais

Maio chegou. E com ele, algumas datas nos fazem lembrar de pessoas e momentos importantes em nossa vida: Dia das Mães, Dia do Trabalho, Abolição da Escravatura. Há outras datas, talvez menos divulgadas, mas muito importantes também, como o Dia Nacional da Adoção, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que coincide com o Dia Nacional da Comunicação e muitos outros. 

Em 19 de Maio, acontece o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, que foi definido internacionalmente em 2010 como um dia para promover a conscientização da população sobre a doença inflamatória intestinal, uma condição que afeta e aflige milhões de pessoas em todo o mundo, notadamente jovens entre 20 e 40 anos, com crescimento significativo de novos diagnósticos nos últimos 20 anos em países em desenvolvimento, como o Brasil. 

Como as doenças inflamatórias intestinais são pouco conhecidas e o diagnóstico precoce e adequado impacta de maneira importante o próprio manejo da doença, bem como sua evolução e interferência na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, a Federação Europeia de Colite Ulcerativa e Crohn (EFCCA, sigla em inglês) criou, em 2012, o Maio Roxo, uma forma de estender as campanhas de alerta por todo o mês, não apenas um dia, e conferindo à cor roxa um novo significado nesse período do ano. 

No Brasil, essa campanha começou a ser realizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) em 2016, com ações que reúnem pessoas de todas as partes do país para participar de eventos que esclarecem os desafios enfrentados por pessoas que sofrem dessas doenças, auxiliando-as, e a seus familiares e amigos, como adotar um estilo de vida saudável, além de esclarecimentos sobre os sintomas e apresentação das armas de que dispomos atualmente como tratamentos. 

Mas, afinal, o que são doenças inflamatórias intestinais? São um grupo de doenças inflamatórias crônicas do sistema digestivo, tendo a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa como mais prevalentes.1 A principal diferença entre as duas é o grau de extensão e a localização das lesões, sendo que a retocolite ulcerativa é mais superficial e acomete principalmente o intestino grosso e a doença de Crohn afeta o final do intestino delgado (íleo) e o início do intestino grosso (cólon), provocando, também, lesões mais profundas. Ambas podem causar cólicas severas, desconforto debilitante, perda de peso não intencional e outros sintomas que interferem na qualidade de vida do paciente. Podem ser de longa evolução e os sinais iniciais são, por vezes, ignorados.

As DIIs possuem um caráter multifatorial, o que significa que vários componentes podem ser responsáveis pelo acometimento da doença. Acredita-se que genética, hábitos alimentares, flora intestinal e estilo de vida estejam relacionados ao crescimento dessas doenças, mas o conhecimento das reais causas e mecanismos pelos quais essas doenças se desenvolvem ainda não são inteiramente compreendidas.2-3 

Apesar dessas doenças se manifestarem ao longo da vida, não existindo cura, é importante salientar que elas não são fatais, nem contagiosas, e que há tratamentos médicos capazes que, junto com mudanças no estilo de vida e na dieta, permitem controlar os sintomas, o que se traduz em maior qualidade de vida aos pacientes. 

O Maio Roxo existe para ajudar as pessoas a aprender o máximo possível sobre essas doenças a fim de melhorar sua saúde geral. Além de promover o conhecimento e a conscientização para as doenças inflamatórias intestinais, o Maio Roxo também lança luz à necessidade de Políticas Públicas e Laborais que levem em consideração as situações de pessoas com condições crônicas, como as DII, trazendo benefícios para toda a sociedade. 

Além dos custos diretos que a doença provoca aos sistemas de saúde, alcançando bilhões por ano, é preciso também contabilizar os custos indiretos à sociedade, pela ausência no trabalho ou aula, pelo tempo perdido com a família e pelos danos psicológicos, como ansiedade e depressão, que a doença produz não apenas nos pacientes, mas também nas pessoas de convívio direto, como família e amigos, e indireto, como colegas de trabalho e da escola. 

Quando se vive com uma condição crônica como a DII, invisível por si só, posto que seus sintomas não são facilmente notados por outros ao redor, a sensação de inadequação, vergonha e o sofrimento decorrente podem ser tão grandes que a pessoa acredita ser a única a padecer desse mal. E isso faz com que hesitem em falar abertamente sobre a doença. No entanto, os pacientes dessa condição são milhões, não apenas no Brasil, onde a cada 100 mil pessoas, cerca de 13 são diagnosticadas com essas doenças, mas também em todo o mundo.4 

E o arsenal de tratamentos tem evoluído bastante na última década, com particular enfoque nos medicamentos biológicos, que produziram verdadeira revolução no manejo dessas doenças, modificando a resposta do paciente, de forma que o organismo volte ao seu equilíbrio anterior, contribuindo para o processo de melhora dos sintomas. 

É essencial que as pessoas reconheçam os sinais de DII e procurem tratamento, o que pode fazer com que a doença seja controlada e passe a regredir (remissão clínica), reduzindo o peso que a doença exerce na qualidade de vida de todos os envolvidos.

 

 

Aldacilene Souza da Silva - Ph.D e Medical Science Liaison (MSL) | Celltrion Healthcare


 

Referências

1- Vuyyuru SK, et al., 2022. Immune-mediated inflammatory diseases of the gastrointestinal tract: Beyond Crohn's disease and ulcerative colitis. JGH Open. 6(2):100-111. doi: 10.1002/jgh3.12706.

2- Gill PA, et al., 2022. The Role of Diet and Gut Microbiota in Regulating Gastrointestinal and Inflammatory Disease. Front Immunol.13:866059. doi: 10.3389/fimmu.2022.866059.

3- Santana PT, et al., 2022. Dysbiosis in Inflammatory Bowel Disease: Pathogenic Role and Potential Therapeutic Targets. Int J Mol Sci. 23(7):3464. doi: 10.3390/ijms23073464.

4- Lima Martins A, et al., 2018. The prevalence and phenotype in Brazilian patients with inflammatory bowel disease. BMC Gastroenterol. 18(1):87. doi: 10.1186/s12876-018-0822-y.


Conheça hábitos essenciais para manter a saúde feminina em dia

Por se dividirem entre diversas ocupações, as mulheres acabam, muitas vezes, negligenciando a própria saúde

 

O corpo feminino passa por muitas transformações ao longo da vida. Desde à adolescência, com a primeira menstruação, passando pela gestação, até à menopausa. São tantas fases e todas elas impactam diretamente no funcionamento do organismo. 

De acordo com Dr. Renato de Oliveira, Ginecologista e Obstetra da Criogênesis, as mulheres precisam ter alguns cuidados com sua saúde e, mesmo quando a rotina parece não deixar espaço para dar a devida atenção ao corpo, é necessário dedicar um tempo para cuidar de si.

Confira abaixo algumas dicas do especialista para manter a saúde feminina em dia:
 

Alimente-se bem

Embora seja uma recomendação universal, é válido ressaltar que para quem busca uma melhor qualidade de vida, ter uma alimentação balanceada e saudável é fundamental. “As mulheres possuem maior tendência a acumular gorduras em partes do corpo, fazendo com que a escolha correta do cardápio faça toda a diferença na hora de controlar níveis de colesterol e açúcar no sangue, por exemplo”, garante.
 

Cuide da higiene íntima

É fundamental priorizar a saúde da região íntima, evitando infecções comuns e até mesmo problemas mais sérios. “Nunca use produtos que não sejam recomendados e desenvolvidos especialmente para cuidados com a área. Além disso, evite usar roupas muito apertadas, biquíni ou roupa íntima molhadas e nunca compartilhe objetos de uso pessoal. Também encaixe sempre em sua rotina a visita ao ginecologista e não permita que a saúde da vulva seja deixada de lado, principalmente com o passar dos anos”, aconselha.
 

Faça exame preventivo

Check-ups anuais são fundamentais para diagnosticar doenças mais precocemente, obter orientações e tratamentos corretos. Para conservar a saúde em dia, é essencial fazer pelo menos uma vez por ano, os exames indispensáveis na vida da mulher, como Papanicolau e mamografia, além dos de rotina. “A frequência desses procedimentos vai variar de acordo com histórico familiar, idade ou outros fatores de risco”, reitera.
 

Pratique exercícios regularmente

Praticar atividades físicas de forma regular é uma excelente medida para quem busca cuidar da saúde. Não é necessário viver na academia ou malhar constantemente, mas a pratica de um exercício moderado durante 30 minutos, preferencialmente cinco vezes na semana, contribui, e muito, para o bom funcionamento do corpo. “Procure algum esporte que mais combine com você. O que vale é mexer o corpo e garantir que o sedentarismo fique longe da sua vida. Pode ser yoga, hidroginástica, natação, caminhada, corrida leve, ciclismo, dança ou outra modalidade de sua preferência”, explica.
 

Tenha uma boa noite de sono

É durante o sono que o organismo exerce as principais funções restauradoras do corpo, como a reposição da energia muscular e a introdução de proteínas. “Um sono de qualidade e por tempo adequado pode proporcionar diversos benefícios à saúde do organismo em geral, já que ele ajuda a fortalecer o sistema imunológico, libera a produção de alguns hormônios e consolida a memória”, certifica.
 

Conheça seu corpo

Uma das partes mais importantes para cuidar da saúde é conhecer seu próprio corpo. “Conhecer os ciclos menstruais e até mesmo próprio órgão sexual é de extrema importância para saber quando é necessário consultar um médico, já que a anatomia feminina torna as mulheres mais propensas à contração de doenças e infecções”, finaliza.
 

 

Criogênesis


Como as alterações do ICMS sobre combustíveis impactam o consumidor?

Com o objetivo de reduzir a carga tributária suportada pelos consumidores e simplificar a sistemática de arrecadação do ICMS sobre combustíveis, foi sancionada a Lei Complementar º 192, de 11 de março de 2022, definindo que, sobre gasolina, etanol anidro combustível, diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo, incidirá uma única vez o ICMS, ainda que as operações se iniciem no exterior.

Isso significa que a substituição tributária aplicável aos combustíveis foi extinta, dando lugar a uma tributação monofásica do ICMS. Os contribuintes do imposto passam a ser o produtor e o importador dos combustíveis, e o fato gerador passa a ocorrer no momento da saída do estabelecimento (nas operações ocorridas no território nacional), e no momento do desembaraço aduaneiro (nas operações de importação).

Outra mudança importante é que as alíquotas do ICMS deverão ser uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto (diesel, gasolina, etanol, etc.) e serão específicas por unidade de medida (litros), e não mais sobre o preço médio ponderado ao consumidor final - PMPF. Além disso, as alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas no mesmo exercício financeiro, respeitada a anterioridade nonagesimal prevista na alínea c do inciso III do caput do art. 150 da Constituição Federal.

A Lei ainda estabelece que, nas operações com os combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo, preservando o princípio de favorecimento do Estado de destino, já consolidado pelo STF desde o julgamento do RE nº 198.088-SP, ocorrido em 17 de maio de 2000. Já para os combustíveis não derivados de petróleo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias – exceto se forem destinados a não contribuinte, hipótese em que o ICMS caberá ao Estado de origem.

Por fim, as alíquotas do PIS/Pasep, PIS/Pasep-Importação, Cofins e Cofins-Importação incidentes sobre óleo diesel e suas correntes, biodiesel, gás liquefeito de petróleo - GLP, derivado de petróleo e de gás natural e querosene de aviação ficam reduzidas a 0 (zero) até 31 de dezembro de 2022, garantida às pessoas jurídicas da cadeia, incluído o adquirente final, a manutenção dos créditos vinculados.

Há os que defendam que, apesar da intenção do legislador, a instituição do regime monofásico do ICMS pode não trazer todos os benefícios pretendidos ao consumidor final, uma vez que enfrentamos um momento de alta volatilidade no mercado mundial, motivada por fatores como a pandemia por Covid-19 e a invasão russa no território ucraniano. Além disso, não há garantia de que o CONFAZ irá reduzir substancialmente as alíquotas sobre os combustíveis.

Por outro lado, é inegável que a incidência única do ICMS na cadeia produtiva irá simplificar e facilitar a fiscalização tributária, permitindo a redução da sonegação e o consequente incremento da arrecadação, fato que tende a cobrir as perdas anunciadas pelos Estados. Para os consumidores, a LC 192/2022 pode ser um instrumento para tornar mais transparente e reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis, algo extremamente importante para estimular os negócios no Brasil.

 

Frederico Amaral - CEO da e-Auditoria, empresa de tecnologia especializada em auditoria digital.

 

A inteligência no tratamento de dados é fundamental para o relacionamento com o cliente

Qualquer negócio em busca de expansão ou de manter a lucratividade precisa de um bom trabalho de relacionamento com clientes fiéis e potenciais. De olho no fim, que é a venda, e não nos meios para chegar ao objetivo, muitas empresas embarcam na compra e na implantação de soluções robustas de CRM (Customer Relationship Management), investindo quantias consideráveis de dinheiro e de tempo nesse trabalho. O problema é que pular etapas gera um custo alto, financeiro e de imagem, pela falta da gestão dos dados usados por essa ferramenta.

 O CRM é uma tecnologia que permite gerenciar contatos internos e externos, como assinantes de listas de e-mail, oportunidades de vendas, clientes, funcionários, entre outros. Também facilita o rastreamento de informações necessárias para encontrar clientes potenciais, fechar negócios, manter consumidores fiéis, ou criar um serviço ao cliente mais personalizado. Parece promissor. 

Vamos imaginar, porém, um cenário no qual uma empresa, de posse de um CRM novinho em folha, passa a adquirir cadastros para realizar investidas e conquistar maior número de novos clientes. O problema é que o sistema adquirido não foi desenvolvido para depurar as informações cadastrais obtidas e as previamente existentes. O departamento de marketing começa então a realizar campanhas, sem levar em consideração os custos associados à falta de qualidade dessas bases, causado pelo envio de e-mails, SMS e mensagens de WhatsApp para endereços ou telefones equivocados ou inexistentes, ou por mandar promoções e comunicados às mesma pessoas que apareciam duplicadas ou mesmo triplicadas nessas bases. 

A organização começa a receber reclamações ruidosas de clientes tradicionais e dos que se mostravam muito interessados na compra de produtos, irritados por receberem promoções com nomes errados, ou três vezes as mesmas mensagens. Alguns ameaçam com denúncias no Procon, outros exigem o descadastramento da lista, ou vão às redes sociais com comentários irônicos sobre a empresa. 

O custo da falta de qualidade na base e na gestão de dados começa a pesar. Todos os gerentes de departamentos são convocados a uma reunião para corrigir o que parecia ser uma solução, mas virou uma crise. Com um estudo em mãos, o diretor da empresa mostra os custos do problema, ao considerar os danos de imagem, o tempo desperdiçado no uso da estrutura e o crescente número de reclamações, que demanda esforço maior no serviço de atendimento ao cliente. Ainda, todos os cientistas de dados que foram contratados para produzir estudos analíticos passavam a imensa parte do tempo corrigindo informações erradas. 

Finalmente, um gerente aparece com a solução, aquele meio para atingir o objetivo da venda: a contratação de um MDM (Master Data Management). Esse sistema deveria  ter sido implantado antes de um CRM, por permitir a definição consistente e o gerenciamento dos dados mestres da organização, além de criar uma base única de informações com uma camada de tratamento dos dados cadastrais.  

Esse erro de contratar um CRM que não seja alimentado por um MDM é mais comum do que parece, principalmente em empresas nascentes. Porém, a lição que precisa ser disseminada é a de que o correto gerenciamento de dados permite que o CRM tenha uma base cadastral limpa e organizada, para a realização das campanhas de marketing. Mais do que isso, libera os cientistas de dados a trabalhar efetivamente para aquilo que foram contratados, que é fazer segmentações inteligentes sobre a base cadastral, identificando insights de comportamento e tornando mais eficaz o processo de estimulação e engajamento dos clientes e dos potenciais consumidores.  

Basta colocar os “bois à frente da carroça” que tudo fica mais fácil.

 


André França Cardoso - CEO da Assesso, provedora de software e consultoria para Gestão da Informação e Qualidade de Dados, que atende empresas como Natura, Gol, Santander e Honda.

 

Expectativa de faturamento maior em 2022 cresce entre as empresas, diz pesquisa da Boa Vista

Segundo o levantamento feito no 1º trimestre de 2022, 75% dos empresários esperam faturar mais até o fim de 2022


A maioria das empresas está otimista em relação ao aumento do faturamento em 2022, segundo pesquisa realizada pela empresa de inteligência analítica Boa Vista no primeiro trimestre de 2022. 75% esperam crescimento, enquanto apenas 14% creem em estabilidade e 11%, em queda. Os números representam um aumento entre os empresários otimistas em relação ao faturamento, uma vez que no trimestre anterior eram 68% os que esperavam crescimento. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, o aumento é ainda maior, já que, à época, os otimistas eram 40%.

 

“A pesquisa mostra que há uma expectativa positiva crescente entre os empresários. Principalmente quando comparamos o momento atual com o de exatamente um ano atrás, quando o país passava pelo pior momento da pandemia, e diversas restrições ao comércio estavam em prática em boa parte dos estados”, afirma Flavio Calife, economista da Boa Vista.


 

Mais investimentos


A pesquisa aponta ainda que 69% dos empresários consultados pretendem aumentar os investimentos em seus negócios até o fim de 2022. No trimestre anterior, estes eram 61%, e no 1º trimestre de 2021, eram só 37%.

 

Sobre novos investimentos em produtos e serviços, 67% das empresas planejam aumentá-los até o fim de 2022. Já sobre investimentos em tecnologia, são 66% as empresas que planejam aumentar os investimentos nessa área. Por fim, questionados sobre investimentos em capacitação de mão de obra, 65% dos entrevistados pretendem aumentá-los. 

Junto à necessidade de investir para gerar crescimento, o estudo também apresenta que 55% dos empresários esperam diminuição relevante no nível de endividamento de suas empresas; 30% acreditam que os índices devem se manter os mesmos, e outros 15% apostam no seu aumento.


Inadimplência e crédito


Em relação ao nível de inadimplência das empresas, 41% dos empresários ouvidos neste primeiro trimestre esperam diminuição até o final de 2022. Estes eram 45% no último trimestre de 2021 e 23% no primeiro trimestre de 2021. Neste primeiro trimestre de 2022, outros 39% esperam estabilidade, e 20% creem que os níveis de inadimplência irão aumentar.

 

Por fim, a pesquisa da Boa Vista apontou crescimento na intenção de demanda por crédito. Ao final do 4º trimestre de 2021, o registro foi de 33%, contra 66% neste primeiro trimestre de 2022. Neste universo de 66%, a contratação de crédito terá por objetivo realizar investimentos, com 49% das menções, contra 34% no primeiro trimestre de 2021. 35% demandarão crédito para garantir o capital de giro, contra 26% no primeiro trimestre de 2021; enquanto 16% têm como prioridade o pagamento das dívidas já contratadas, contra 40% no mesmo período do ano passado.


 

Metodologia

A pesquisa realizada pela Boa Vista foi baseada em um questionário estruturado, aplicado em cerca de 500 empresas representantes dos principais setores econômicos. O índice de confiança é de 90% e a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

 

Boa Vista


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