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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Altos e baixos: Não é só humor para baixo que é problema





É natural do ser humano a variação de humor. Um dia estamos contentes e, em outro podemos acordar tristes ou mau humorados. Mas, quando essa oscilação se torna intensa e persistente o sinal de alerta é aceso: picos de ânimo e energia  seguidos de momentos de maior tédio e cansaço podem ser sinais de formas leves de transtorno bipolar.

A doença pode passar despercebida por anos, porque é comum a família e a própria pessoa muitas vezes justificarem alguns comportamentos (que na verdade são sintomas) alegando que a oscilação de humor vem de um “gênio forte” ou que a oscilação de energia venha de "preguiça", levando a um diagnóstico e tratamento tardios.

De acordo com o psiquiatra e pesquisador do programa de transtornos afetivos (GRUDA) do Hospital das Clínicas da USP, Dr. Diego Tavares, o transtorno bipolar nem sempre tem sinais explícitos e é uma doença cerebral marcada pela instabilidade do humor e dos níveis de energia e disposição. “O grande problema é que quando falamos em distúrbios do humor todo mundo só lembra de humor para baixo (depressão) mas pessoas consideradas multitarefas e workaholics podem na verdade estar  excessivamente aceleradas em virtude de um excesso de ativação cerebral. Porém, todo motor que acelera demais pode esquentar e parar de funcionar e depois desse excesso de ativação o cérebro passa pra fase desacelerada e o indivíduo deprime. Nesse momento busca tratamento com queixa de depressão mas o momento anterior de excesso de  humor, energia e atividade também não era normal e é justamente neste momento que o equívoco diagnóstico acontece: a pessoa é tratada como tendo apenas depressão quando na verdade tem oscilação de humor para baixo e para cima ”, conta o médico.

“Há vários graus de transtorno bipolar e todos, quando corretamente diagnosticados, têm tratamento”, conta Dr. Diego Tavares, que reforça que o transtorno bipolar é geneticamente determinado mas pode ser desencadeado por situações de estresse, mudanças de vida,   experiências traumáticas, uso de drogas e/ou antidepressivos, medicamentos, desequilíbrio hormonal, entre outros. “Geralmente os sintomas se iniciam entre 15 e 25 anos e afeta homens e mulheres na mesma proporção”, conclui o psiquiatra.

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