|
Foto: reprodução |
Especialista
da consultoria Troposlab traz dicas para fugir de crenças antiquadas e
empreender de forma moderna
Um dos principais indicadores do
sucesso de um negócio é a sua capacidade de inovação, que é a exploração
bem-sucedida de uma nova ideia. Essa iniciativa pode se transformar em um
processo, produto ou novo negócio que, ao ser entregue ao mercado, tem seu
valor reconhecido por ele. Porém, muitas crenças falsas ou até mesmo antiquadas
ainda permeiam esse ambiente de inovação nas empresas, o que torna essencial
orientar empreendedores e gestores a criarem um senso crítico profundo sobre o
assunto e se afastarem de erros.
A implementação de uma cultura de
ideias inovadoras eficientes é fundamental, mas para ser bem-sucedida deve
evitar cair em algumas armadilhas comuns no mundo corporativo. A Troposlab, consultoria especializada em
inovação, destacou alguns dos principais mitos que cercam o tema e devem ser
evitados pelas organizações. Confira:
Começar pelo programa de ideias
Os programas de ideias representam uma
importante armadilha quando iniciado sem nenhuma clareza ou direcionado
adequado sobre os caminhos que serão criados para a implementação das soluções
selecionadas. Quando essa série de erros acontece, a inovação pode se tornar um
trauma nas empresas. Tentativas frustradas em que há tentativas infrutíferas e
ideias sem profundidade são recorrentes. Para uma primeira edição, direcionar
as idéias, por exemplo, torna o processo mais confortável e simples.
Ideias "revolucionárias"
Há diferentes tipos de inovação, sendo
as mais radicais denominadas disruptivas, mas também existem inovações
incrementais e que geram resultados importantes para a empresa. Os colaboradores
tendem a relacionar inovação com novos produtos de tecnologia, modificadores, e
sem desmistificar isso eles podem se sentir incapazes de contribuir com o
processo.
Inovar não significa necessariamente
inventar algo que vai mudar o mundo. Uma boa dica para quem deseja viabilizar
as suas ideias é apostar em programas personalizados de transformação cultural.
Esse direcionamento mais específico permite que as ideias geradas estejam
associadas à estratégia da empresa, com isso elas tendem a ter mais
patrocinadores internos e serem implementadas com sucesso. Os projetos não
devem morrer no papel.
Cultura da diversão x Cultura da
inovação
Popularizados pelas startups, os
ambientes divertidos com sinucas, games, puffs etc, se tornaram sinônimo da cultura
de inovação. Infelizmente, trabalhar com roupas informais, por exemplo, não
significa que o colaborador terá segurança de expor suas ideias, já que a
segurança psicológica é um elemento fundamental da cultura de inovação.
"A cultura da inovação é uma
cultura que combina diversidade com resultados, e pode acontecer em coerência
com culturas mais formais ou mais despojadas. Precisamos olhar para os
elementos certos," diz a Diretora de Inovação e Conhecimento da Troposlab,
Renata Horta.
Criatividade em detrimento da
qualificação
A palavra inovar, obviamente, está
relacionada com a novidade, o frescor. Contudo, as pessoas acham que pensar
fora da caixa é um dom que só exige criatividade, quando na verdade todo o
processo de inovação pede um conjunto de habilidades e um ambiente favorável
para que se torne estruturada e coerente.
"Gerar uma boa ideia, por exemplo,
depende de uma visão qualificada do negócio ou área, exige que os colaboradores
conheçam a estratégia, entendam os desafios da área e saibam diferenciar
problema de solução”, afirma a diretora.
Tecnologia associada a meios digitais
A inovação também é comumente associada
aos meios digitais, o que confunde-se com a tecnologia como um todo. Inovar
tecnologicamente é, na verdade, ter sucesso na pesquisa da área correspondente,
a qual não é, necessariamente, a de TI (tecnologia da informação).
Para as empresas e empreendedores
ficarem antenados com os respectivos avanços tecnológicos do seu setor, uma
dica valiosa é interagir com startups, que estão procurando constantemente
meios mais acessíveis e diferenciados de se conduzir um negócio. Também vale
consultar segmentos diferentes para intercambiar formas de inovação.
Produtos bonitos demais
Alguns projetos podem parecer muito
inovadores, mas será que são assertivos? Será que podem ser viabilizados e
abraçados pelo mercado? De acordo com a Diretora de Inovação e Conhecimento da
Troposlab é melhor eliminar propostas que não irão gerar qualquer engajamento
com o público correspondente, por mais bem elaboradas que sejam.
“Produtos e serviços precisam ser
sinceros, e não apenas bonitos. Quando isso não acontece, deixa de ter valor
para alguém. Além disso, o consumidor está mais crítico, tornando a busca por
autenticidade ainda mais essencial”, explica Horta.
Programas de desenvolvimento da cultura
baseados em conteúdos
Também é um erro comum pensar que ao
apresentar vários conceitos de inovação através de palestras e treinamentos é
possível desenvolver a cultura. Cultura é um conjunto de práticas de
comportamento e os conhecimentos são somente uma parcela pequena de tudo que a
cultura representa. A mudança da cultura precisa estar ancorada em processos e
um bom desenvolvimento de novas formas de trabalhar.
"Sentimentos, habilidades, rituais
e resultados fazem parte da cultura e para desenvolvê-la temos que ter
coerência e consistência em ações que permitam a implementação de mudanças e o
desenvolvimento de novas habilidades”, afirma a especialista.
O papel da liderança
Segundo Renata Horta, a inovação não
acontece de baixo para cima ou vice-versa sem lidar com o que ocorre no meio.
Quando não se sentem capazes de contribuir, não têm seus papéis claros e estão
preparados para eles, ou não acreditam no processo, os líderes possuem todas as
ferramentas para não deixar a inovação acontecer. Por isso, ações de inovação
precisam cuidar com atenção desse nível, o que é um grande desafio."Eles
são guardiões dos indicadores, das prioridades, do tempo das pessoas, quando
não estão verdadeiramente envolvidos tornam a inovação inviável, não há meio
termo”, explica.
Ainda de acordo com a diretora,
inclusive, os produtos, de forma geral, são associados à ação de inovar, ainda
que, como mencionado, serviços e negócios também se encaixam neste ato. Até mesmo
a ideia de que uma empresa deve estar 100% focada na produtividade, não
pensando no bem-estar dos colaboradores, é um tópico que se enquadra como um
mito da cultura da inovação.
Além de evitar essas armadilhas,é
possível se beneficiar de algumas dicas rápidas para fomentar a inovação de
forma correta:
·
Programas de intraempreendedorismo
(acompanhados e com processo) podem ser um passo importante para ensinar os
colaboradores a participar da inovação e podem evoluir para um programa de
ideias que funcione.
·
Uma parceria entre a área de inovação e
a área de desenvolvimento humano é o caminho mais consistente para desenvolver
a cultura de inovação.
·
Interagir com o ecossistema de inovação
(Hubs, Startups, Investidores) pode ajudar a entender quantas oportunidades
existem tornando a inovação mais estratégica e a empresa mais aberta.
·
Comunicar a inovação é tão importante
quanto fazer. A comunicação que reconhece as pessoas e resultados de processos
inovadores estimula e fortalece as práticas culturais que devem ser
estabelecidas para que a inovação se torne sistemática.
Troposlab - empresa especializada em
inovação que desenha programas personalizados de transformação cultural,
jornada de desenvolvimento do comportamento empreendedor, interação com
startups e intraempreendedorismo para empresas de diversos setores.