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terça-feira, 19 de maio de 2020

Por hospitais públicos padrão FIFA


Por hospitais públicos padrão FIFA Ao longo do isolamento motivado pela pandemia da Covid-19 tivemos tempo suficiente para imaginar milhares de soluções para o Brasil


Ao longo do isolamento motivado pela pandemia da Covid-19 tivemos tempo suficiente para imaginar milhares de soluções para o Brasil, e sonhar não é proibido. Como já escreveu Lupicínio Rodrigues em “ Felicidade”: “(...) o pensamento parece uma coisa à toa/ mas como é que a gente voa quando começa a pensar (...)”

Inevitavelmente, entrou no jogo da felicidade a hipótese do “e se”. E se tivéssemos construídos hospitais e investido em educação no lugar de termos admitido a construção de estádios bilionários para a Copa de 2014?

E se a cidade de São Paulo tivesse no lugar dos cerca de 60 leitos do hospital de referência Emilio Ribas um grande hospital para pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas. Hospital com milhares de ambientes reversíveis para UTI?

E se Manaus tivesse um razoável número de leitos para atender seus doentes?
O prejuízo humano e econômico da pandemia poderia ser amenizado ou as medidas de isolamento poderiam ocorrer em prazo mais reduzido?

Poderíamos simplesmente, desde já, começar a pensar em transformar dezenas de elefantes brancos em algo útil para a sociedade como hospitais e escolas. Qual a utilidade de estádios em cidades que sequer tem clubes na 1ª divisão nacional?

Na Alemanha, onde o futebol aos poucos vem sendo retomado, há 8 leitos hospitalares para mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que o número médio de leitos no globo é de 3,2 leitos para cada mil habitantes.

Arredondando, o Brasil possui cerca de 2 leitos hospitalares para cada mil habitantes. Nesse número, estão incluídos leitos públicos e privados, conforme dados da OMS e da Confederação Nacional da Saúde.

A Constituição Brasileira nos dá, em teoria, a saúde como direito fundamental, conforme disposto no art. 6º: “ São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Observe que apesar de constar o direito ao lazer como direito fundamental, nada se menciona direito ao futebol profissional como lazer prioritário e objeto dos maiores investimentos no esporte, bem como a realização de jogos olímpicos.

Não se trata de cerrar ataque ao futebol ou ao esporte profissional, mas que o lazer exposto na constituição deve ser lido como um conjunto de políticas públicas voltadas tanto à cultura como esportes em geral para benefício do cidadão.

Lamentavelmente, parece que precisamos descortinar que maus administradores públicos são os maiores responsáveis pelo imenso número de vítimas da Covid-19 no Brasil, pelos sonhos destruídos de tantas pessoas, pelo colapso econômico, e por esse longo confinamento que parece não ter data para terminar.

Portanto, precisaremos encarar com muita seriedade o que realmente esperamos para o futuro do país, pois já é tarde, muito tarde, para definirmos prioridades.





 Cassio Faeddo - Advogado. Mestre em Direitos Fundamentais, MBA em Relações Internacionais - FGV SP

Lideranças do setor automotivo estudam medidas para a retomada do mercado


 Em debate on-line, líderes sugerem que saída para superar a crise passará pela desburocratização, incremento do e-commerce e estímulo ao consumo consciente com uso de crédito de forma sustentável


Colocar as pessoas no centro de todas as decisões. Essa é a diretriz que vai seguir norteando as ações das principais lideranças dos segmentos financeiro e automotivo, mesmo após Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos) e Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) confirmarem, nos números do mês de abril, a dimensão dos impactos na produção (- 99%) e nas vendas (-76%) do setor, com o isolamento social.

 Em debate on-line, com a participação de mais de 1.200 empresários do setor, o presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Hilgo Gonçalves; o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior; o vice-presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), Enilson Sales, e o vice-presidente da Tecnobank, Luís Otávio Matias, confirmaram um entendimento comum que salvar e preservar vidas são prioridades, inclusive, para a continuidade dos negócios. Na falta de uma alternativa melhor, todos aderiram ao fechamento das concessionárias, mas parte deles também se mostra favorável a uma liberação organizada da abertura, de acordo com a realidade de cada região. Anfavea, Fenabrave e Fenauto, inclusive, apresentaram propostas aos governos estaduais sugerindo tal flexibilização com um protocolo de segurança.

 A imprevisibilidade sobre o fim do isolamento, porém, não compromete a convicção sobre as oportunidades decorrentes da crise, a exemplo de outros momentos difíceis superados pelos participantes. “Temos, neste grupo, uma experiência enorme de se retomar, de como lidar com crises – e não será diferente desta vez. Vamos sair fortalecidos e ainda mais unidos. Somos pessoas que apoiam pessoas e colocam pessoas no centro das nossas decisões. Assim o mundo se acerta e nós acertamos o mundo”, acredita Luís Otávio.

“Isso é cíclico”, resumiu Alarico, complementando que o otimismo tem sido testado frente à dificuldade de caixa e à falta de previsibilidade. “Essas duas vertentes têm machucado o setor da distribuição. Desemprego gera fome e a fome, igualmente, mata. Isso é muito importante ser levado em consideração”, complementou o presidente da Fenabrave.

“A perda de renda é para todos. As pessoas vão precisar arrumar a casa primeiro, vão ter que arrumar o hiato de renda e isso é o que vai determinar a retomada”, ponderou, Hilgo. “Precisamos que as pessoas estejam bem para haver boas oportunidades de negócios. A continuidade das vendas vai depender de como estamos cuidando de nossos colaboradores, de nossas parcerias e de nossos clientes”, defendeu. 

Sobre um dos fatores determinantes para a retomada das vendas de veículos, a disponibilidade de crédito, o presidente da Acrefi apresentou argumentos sólidos para o otimismo. “Se depender do Sistema Financeiro Nacional, vamos sair desta crise. Temos um sistema sólido, no qual o regulador, o Banco Central, injetou recursos suficientes para ter liquidez”, garantiu Hilgo. “Mais de 60% das instituições associadas à Acrefi atendem ao mercado de veículos e em todas, sem exceção, nota-se um apetite, uma segurança e uma tranquilidade na retomada”, informou.


Mundo em promoção on e off-line

Assim como a certeza de que a crise será superada, os debatedores reconheceram que a pandemia deixou clara a tendência para o setor de coexistir canais de vendas pela internet e lojas físicas. “Nesta pandemia, o mundo entrou em promoção. O trabalho do revendedor é ir buscar o cliente via internet ou nos showrooms, quando isso for liberado”, defendeu Enilson. Segundo ele, um levantamento da entidade junto aos principais portais de vendas de veículos mostrou que, após uma queda inicial na audiência entre final de março e início de abril, tais portais começam a registrar um aumento nas propostas eletrônicas. “O mercado de distribuição de veículos vai se adaptar rapidamente ao on-line, porque as operações não são excludentes”, observou Luís Otávio.

 “Em um mundo que tudo que se compra chega à sua casa, não dá para viver de papel moeda e autenticação analógica. O eletrônico chegou, vai atuar de forma célere e transformar nossa economia em algo mais leve. Que todos possam fazer seus negócios sem grandes intermediações e burocracias, a exemplo do que acontece em todos os mercados”, complementou Luís Otávio, acrescentando que a retomada deverá focar em gerar senso de oportunidade para as pessoas, para que os consumidores percebam a realização de um sonho.


Fenabrave teme por fechamento de 30% das concessionárias

 O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, acredita que vai demorar alguns anos para a equiparação de patamares das vendas no Brasil antes da Covid-19. “Sou extremamente otimista, mas não dá para deixar a realidade de lado. Na crise de 2015/16, saímos de 3,7 milhões para menos de 2 milhões de veículos vendidos; 2,1 mil concessionárias foram fechadas e 172 mil empregos foram eliminados”, recordou.

A falta de previsibilidade sobre a reabertura das lojas e a falta de liquidez, segundo ele, agravam a situação do setor. “Cada semana de fechamento é uma limitação e uma piora ainda maior na atividade. Muito provavelmente, 30% das 7,3 mil concessionárias e dos 315 mil colaboradores diretos devem ficar pelo caminho”, admitiu.



Cadastro Positivo

Para Hilgo Gonçalves, o Sistema Financeiro Nacional está estruturado para garantir liquidez e solidez à superação econômica da crise – com critérios para a liberação de financiamentos. Tanto que algo que deverá ser fortalecido é o Ccadastro Ppositivo de crédito. “Enquanto o desemprego e a perda de renda poderão comprometer a melhor análise do crédito, o Cadastro Positivo será muito importante, pois traz o histórico do comportamento financeiro da pessoa. Atualmente, o banco de dados conta com cerca de 100 milhões de pessoas e a previsão é que nos próximos anos sejam incluídas mais 20 milhões que, atualmente, não são bancarizadas, contribuindo, com isto, com o momento e com a continuidade dos negócios”, assegurou o presidente da Acrefi. “O crédito deve ter como propósito a realização de um sonho, não para um endividamento, mas uma compra consciente que vai gerar uma experiência positiva que fideliza o cliente”, complementou.

Os desafios das empresas no sistema home office


Dificuldade de manter equipe engajada e esgotamento mental viram pauta na rotina de trabalho em casa


Com a extensão da quarentena, profissionais de diversas áreas continuam em sistema home office, sem saber ao certo quando a rotina empresarial voltará ao normal.

Para Renata Motone, consultora de RH da Luandre Middle, o novo sistema apresenta vantagens e desvantagens, e como os demais, deve ser analisado com ponderação, uma vez que grande parte das companhias nunca o havia experimentado em grande escala. “Algumas até praticavam o trabalho remoto, mas era feito de forma estruturada, em dias específicos e atendia apenas alguns cargos, geralmente de liderança ou de profissionais como consultores, por exemplo” diz.

A adesão em massa, sem precedentes, ao home office acabou o desmistificando para muitos. Uma pesquisa recente*, que entrevistou duas mil pessoas de todas as idades e de todo o país verificou que 73% desses profissionais preferem não trabalhar de casa em tempo integral, depois da pandemia.

Alguns dos motivos relatados são: a invasão de seu espaço pessoal, a falta de convívio social e causas econômicas relacionadas a terem de arcar com despesas relacionadas à infraestrutura de trabalho, como internet, água, luz, telefone.

A questão de invasão da vida pessoal pelo trabalho também é relatada em uma pesquisa* realizada no Reino Unido, com 500 trabalhadores. A conclusão foi de que 50% estavam infelizes com o desequilíbrio entre home office e vida íntima, 33% se sentiam sozinhos, e 64% ainda relataram insônia.


Novos desafios
 
Após mais de 50 dias de quarentena e um cenário de crise ainda sem grandes perspectivas de melhora, a percepção de ansiedade do início, voltada para a adaptação do home office, pode ter diminuído. Contudo, não se pode afirmar que os desafios deixaram de existir, muito pelo contrário, com o passar dos dias, os profissionais começaram a ter ciência do que faz ou não sentido no trabalho remoto, e questões como: insatisfação, ansiedade e inteligência emocional começam a aparecer.

“Temos de considerar todo o desgaste emocional gerado por este momento de isolamento, que torna o processo do home office ainda mais complexo, já que não se trata apenas de trabalhar em casa, mas também de conviver com todo o entorno”, pontua Renata.

Ainda completa, que se torna papel da empresa desenvolver programas direcionados para cuidar da saúde mental dos colaboradores, dando suporte e estrutura a fim de proporcionar bem-estar para todos.


Pontos positivos

Mas nem tudo está perdido. É possível identificar pontos positivos dessa nova forma de trabalho, tanto pela empresa, quanto pelo colaborador. Para a empresa, uma redução de custos com toda a infraestrutura física que um escritório exige. Já para o colaborador, evitar o desgaste com o deslocamento, principalmente quando se tratam de grandes distâncias, traz um impacto positivo. “O tempo economizado de deslocamento pode ser benéfico, inclusive, para aumento de produtividade e motivação”, afirma Renata.


Futuro dos Escritórios – o novo normal

Muitos profissionais de RH acreditam que a forma como a gestão de pessoas é vista e conduzida mudará para sempre com a pandemia.

Renata acredita na mudança no sistema de trabalho, mas faz uma ressalva: “algumas empresas podem deixar de locar espaços para seus colaboradores, adotando integralmente o sistema home office, ou implementar um rodízio entre equipes, para trabalharem em casa e evitar aglomerações. Porém, tudo isso dependerá do quanto estas mudanças afetam a produtividade e, principalmente, a qualidade de vida dos profissionais”





Luandre Soluções em Recursos Humanos



Fontes: *1 Consultoria Consumoteca
             *2 Institute for Employement Studies


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