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domingo, 24 de março de 2019

Noruegueses, brasileiros, valores, felicidade


Nós somos melhores do que estamos? Quer dizer: o mal estado da nação nos causa mal-estar? Aparentemente, sim. Protestamos generalizada indignação. 

Entretanto, cultivamos uma indignação “em tese”. Declaramos descontentamento como se o que o Brasil é não resultasse do que o fizemos ser.

Talvez nem percebamos o quanto nossos cometimentos e desinteresses cotidianos dão causa à nossa vida coletiva e, logo, individual. Dado que atos são impelidos por crenças, talvez devêssemos nos indagar sobre nossas medidas de importância: que preceitos éticos privados e públicos e que práticas sociais nos importam?

Sob a rubrica ética, o Houaiss define preceitos de ordem valorativa: “conjunto de princípios ou normas que, por corporificar um ideal de perfeição ou plenitude moral, deve ser buscado pelos seres humanos”.

Isso, claro, é relativo; inexiste ideal universal. Daí talvez devêssemos, comparando nossos valores com os de outros países, nos reavaliar: questionar e, até mesmo, refutar algumas das nossas convicções.

“O Relatório Mundial de Felicidade de 2017 colocou a Noruega no topo dos países mais felizes do planeta. A lista, que abrange 155 nações, é baseada no PIB per capita e na expectativa de vida saudável.

Na pesquisa, os entrevistados atribuem notas de 1 a 10 a quanto apoio social sentem que terão se algo der errado em suas vidas, à liberdade de que gozam para fazer suas próprias escolhas de vida, sua opinião sobre o grau de corrupção de sua sociedade e até que ponto se consideram generosos” (FSP, 21mar17).

O Brasil já ocupou a 17ª posição; caímos para a o 22º lugar. Dada a distância, mais ainda com a nossa queda, é de se indagar: que valores professamos e nem sempre cumprimos? Que valores declaram e realizam os noruegueses?

Noruega: 100% da população é alfabetizada Brasil: 12% não é alfabetizada. Escolaridade: Noruega, topo: 12,6 anos; Brasil, 7,2 anos, 97º na fila. Ensino médio: rareamos nas matrículas e só 5,6% delas são em período integral. Universidade: Noruega, 35% da população; Brasil, 14%.

Crenças religiosas: Noruega: 72% de ateus; Brasil: 79% são religiosos. Disso decorrem posições sobre outros aspectos da vida: o aborto, por exemplo. Na Noruega, a mulher pode decidir até a 12ª semana; em alguns casos, pode abortar até a 18ª. Em gravidez de gêmeos, pode escolher gerar apenas um filho.

Esse direito tão comum, nós o vemos como absurdez. Levantamento da ONU aponta que países com boa taxa de alfabetização tendem a ser mais descrentes e a lidar com essas questões com concepções distantes da ideia de pecado.

Mesmo advertidos de nossa precária formação educacional, espargimos moralismos sobre a vida alheia. Ao mesmo tempo, abandonamos em desinteresse a vida em comum, ainda que próxima, como a das cidades.

Em Porto Alegre, cidade politizada, 65% dos eleitores não sabem em quem votaram para vereador; 33% não sabem que prefeito sufragaram. 40% do eleitorado brasileiro não recordam seu sufrágio para deputado federal.

Suspeito de que afora o moralismo religioso que nos subjaz todas as coisas, o mais nos é insignificativo. Cultivamos valores medievais, cremos que a felicidade decorre de pactos com divindades. Customizamos deuses, rezamos.

O Iluminismo nunca nos tisnou o suficiente. Eis nossa modernidade nunca alcançada: a adaptação pessoal do divino, à venda no mercadejamento evangélico. É como se houvéssemos saído do medievo, mas o medievo não houvesse saído de nós.

Com bitolas morais religiosas, renunciamos ao dever de cidadania. Abstraímo-nos de ser, cada um de nós, políticos. Esperamos mercê, não fazemos História. Supomos que distanciados da coisa pública podemos produzir estadistas. Ora, de nós decorrem os nossos. De medíocres, mediocridades.

Os canalhas que nos roubam dinheiros e abandonam a gerência da nossa felicidade pública foram eleitos – cada um deles foi eleito. Desmascarados, à esquerda e à direita restam justificados. Nisso, na Noruega não se concorda; no Brasil todos se acordam: traimento do interesse geral.





Léo Rosa de Andrade - escritor, professor, psicólogo e jornalista

Casamento: Presente dos padrinhos vai além do valor financeiro


Ajudar nos preparativos do grande dia é mais simbólico e pode ser deduzido do presente oficial; iCasei dá dicas de como mimar os noivos


O convite para testemunhar a união de um casal querido como padrinho ou madrinha é um privilégio, embora não seja uma tarefa barata – sobretudo, considerando o presente. Há quem siga a tradição de contribuir com itens de valor mais elevado, mas Mari Dedivitis, assessora de casamento e parceira do iCasei (www.icasei.com.br), esclarece que a presença, participação e apoio nos preparativos do grande dia são mais importantes, e diz o que levar em consideração na hora de programar os gastos e as opções de mimos.

Os noivos se preocupam com inúmeros detalhes para fazer com que o casamento seja especial para todos, e, nesse período, a ajuda dos padrinhos é valiosa, tanto para escolher fornecedores e organizar eventos como chá bar ou a viagem de despedida de solteiro, como acompanhar nas provas de vestido e até mesmo ser um ombro amigo nos momentos de nervosismo. “Fala-se muito sobre dinheiro, mas a amizade e o tempo investido nesses preparativos carregam um grande valor sentimental”, diz Mari.

Há de se levar em consideração, também, os gastos com o look e o dia no salão de beleza, já que os amigos têm que estar à altura da elegância dos noivos. A assessora sinaliza que exigências como a mesma cor de vestido para as madrinhas ou que todas se arrumem junto à noiva são fatores limitantes e podem influenciar no valor da contribuição. “Se realmente o desejo é fazer dessa forma, melhor que seja dado e não imposto”, aconselha.

Tudo depende das possibilidades de cada um. Nada impede que seja feita uma generosa oferta para o casal, mas é importante respeitar as limitações financeiras e ter claro que não é uma obrigação. “A tecnologia tornou-se uma grande aliada. Hoje em dia é possível acessar a lista de presentes virtual e analisar – sem constrangimentos – o que é acessível ao orçamento, seja uma geladeira ou um jogo de copos. E para os noivos também é vantajoso, porque facilita a compra ou o resgate dos valores”, conta Mari. Mais do que o poder aquisitivo, essas pessoas são escolhidas a dedo pelo carinho e proximidade. 

Outra sugestão é que todos se reúnam para fazer uma surpresa ao custear metade da lua de mel, comprar um item personalizado para o novo lar ou montar uma força-tarefa para criar alguns dos itens da festa. Essas atividades são maneiras criativas de presentear e também oportunidades para o grupo estreitar os laços.

Nesse momento tão especial na vida do casal, é primordial que acima de um mimo valoroso, os envolvidos tenham o pensamento de união e comprometimento com a celebração para a qual foram convidados como testemunhas.






iCasei

Live And Let Die: Como o fundo do poço me fez morrer e voltar à vida


Era uma segunda-feira, dia 09 de abril de 2018. Café da manhã. Marido para a esposa: “Mulher, o que você está achando do nosso casamento? Está uma droga, né? Vamos nos separar”. Sim, a frase não terminava com um ponto de interrogação – o que seria o convite para uma conversa – ela terminava com um ponto final mesmo, uma conclusão, um término seco e cruel, simples assim. A esposa no caso era eu. O marido, meu ex. Fui para o fundo do poço naquele mesmo instante, uma viagem direta e “non stop” para um lugar frio, tenebroso e assustador, que durou alguns meses, mas que mais pareceram séculos!

Assim começa o meu relato autobiográfico sobre o pior e o melhor momento da minha vida. O melhor?! Sim, pois a pior experiência acabou me trazendo de volta à vida, uma travessia para minha melhor versão. Como assim?! Pois é…com aquela novidade bombástica fui parar lá no fundo do poço, lá no fundinho mesmo. Mergulhei nas profundezas do meu inferno existencial, fui tomar um drink com o capeta, sofri com uma das maiores dores espirituais que uma pessoa comum pode experimentar (dizem que a dor de uma separação só perde para a morte de um filho).

E foi assim comigo, depois de longos e bons 15 anos de casamento, a relação definitivamente não funcionava mais. Meu ex-marido teve a coragem de fazer o que eu não tinha, colocar um ponto final na nossa história. Isso me tirou completamente o chão. Mesmo estando numa vida a dois muito solitária, eu insistia em não enxergar a realidade e muito menos agir a partir dela. Me escondi no quarto escuro do meu castelinho ilusório e de lá não vi a enorme tempestade que teimava em pedir passagem.

Vivia meus dias cuidando da rotina daquele castelo para que todos os seus habitantes estivessem bem cuidados, bem nutridos e bem-educados. Mas talvez não tenha cuidado de algo muito precioso, da qualidade das minhas relações, principalmente da minha relação comigo mesma e, por consequência, da minha relação com o meu marido. E com aquele término inesperado para mim, por um tempo me deixei carregar toda a culpa sozinha, quis assumir todos os erros, colocando o outro num pedestal imaginário. Estava esquecendo que uma relação nunca acaba apenas de um lado, a responsabilidade é sempre compartilhada.

 Nosso casamento começou feliz e muito rápido. Cerca de 30 dias após nos conhecermos fomos morar juntos. Tínhamos praticamente a mesma idade, 32, 33 anos. Éramos dois executivos de multinacional cheios de vida e trabalhávamos na mesma empresa (isso foi uma coincidência impressionante do destino, pois nos conhecemos pela internet sem saber da existência um do outro). Já havíamos vivido outras relações e a gente sabia o que queria. Não éramos mais tão jovenzinhos. Queríamos casar, montar nosso castelinho, ter nossos príncipes. E eles vieram. Depois da perda de uma gestação, fiz um tratamento de saúde e os gêmeos nasceram. Eram a sensação!
E foi na época em que os meninos nasceram que a vida a dois começou a ficar pesada e menos divertida. Se por um lado, a felicidade pela existência dos dois era imensa, a qualidade da relação do casal foi começando a perder a conexão. Foi tudo acontecendo devagar, sem a gente perceber. E foi crescendo. O peso da rotina com as crianças, as responsabilidades com a casa, um breve período de desemprego do marido, as três mudanças de apartamento que fizemos, o stress do trabalho, as duas cirurgias que precisei fazer quando os meninos ainda eram bebês, o desafio da dedicação aos estudos…enfim, tudo foi se somando e o cansaço pesando sobre as minhas costas (nas dele também, mas aqui vou falar pela minha perspectiva).

E foi logo após o nascimento das crianças que, sem perceber, desenvolvi uma tendência à compulsão alimentar. Comia mais do que o necessário em busca de prazer imediato para aliviar o fardo da vida. Buscava me recompensar, me aliviar. Era muito chocolate, doces e uma dieta com excesso de carboidrato que me proporcionava satisfação imediata – assim como uma droga ou álcool, mas que, em seguida, me deixava pesada, sem ânimo e sem vitalidade. Me faltava disposição e fui inconscientemente fazendo escolhas sobre para onde direcionar a pouca energia que conseguia ter.

As pessoas me viam como uma excelente profissional e uma mãe exemplar, acima de qualquer suspeita. E de fato eu era, e muito! Eu colocava toda a minha energia nessas coisas, nesses pratinhos que não podiam cair. Mas o que elas não sabiam é que isso era a um custo alto para mim. Só bem mais tarde consegui elaborar e entender que o que sentia eram sintomas claros de depressão. Eu vivi com uma depressão moderada durante muitos anos, mas disfarçava tão bem que ninguém percebia, muito menos eu.

Colocava toda (pouca) disposição no que julgava ser mais prioritário e urgente na vida, ou seja, no meu trabalho e na rotina das crianças. Não sobrava quase nenhum ânimo para me cuidar, para me sentir bem comigo mesma, com meu corpo, para me sentir mulher, feminina, desejável. Não dei conta do recado. Não consegui ser supermulher. Namorar? Ai que preguiça…“Amor, pode ser outro dia?!”. Era isso que muitas vezes meu marido ouvia de mim, e quase nunca com palavras. Uma falta de disposição enorme tomava conta de mim e eu me sentia muito errada com isso!!

Estava muito cansada daquela situação e não encontrava saída. Não achava nada que fizesse sentido para me tirar daquilo. Minha relação com meu corpo estava cada vez pior, meu peso não parava de aumentar. Eu comprava roupas cada vez maiores e me sentia péssima, tentando me convencer de que aquilo era normal. Meus exames médicos apontavam alterações, desde colesterol alto até gordura no fígado. Me sentia morta em vida. Entrei no modo de economia de energia total.

E mesmo estando assim com meu corpo, meu marido me desejava. E muito! Isso nunca foi um problema pra ele, com o peso que era pra mim. Mas como eu não correspondia aos seus estímulos, ele, sem entender, começou a acreditar que eu o rejeitava. Tudo virou um grande mal-entendido entre a gente e só anos mais tarde, depois do rompimento, conseguimos elaborar, entender, aceitar e perdoar. Mas o estrago já estava feito. Nos divorciamos. Hoje somos bons amigos, mas a relação como casal terminou.

Passar por essa experiência tão dolorida e intensa de uma morte em vida me tocou tão profundamente que acabou me mobilizando definitivamente para a luz. Fiz minha escolha por querer sair daquelas trevas, daquele fundo do poço existencial ao invés de me afundar ainda mais. Aquele lugar era terrível e estar lá me fez enxergar e decidir que eu queria muito viver, desejava com toda a força da minha alma voltar à vida plena e equilibrada, mas o caminho seria longo e penoso. Havia muitas coisas para eu deixar morrer em mim. Eram muitos quilos para eliminar, não só de gordura, mas de emoções ruins que eu não consegui digerir durante anos. Sentia que minha aparência não traduzia a minha essência, não era a expressão real do meu ser. E não me refiro a uma vaidade vazia, mas falo de se gostar, de se sentir plena e em paz consigo mesma, em comunhão com a vida. É como se eu não reconhecesse minha alma no espelho, como se meu espírito estivesse desconectado do meu corpo e aquela não fosse eu. Eu não escolhia a roupa para vestir, a roupa me escolhia, eu vestia o que me servia. Não tinha mais vaidade, não me sentia feminina. Meu lado mulher estava bloqueado. E o pior era que acreditava de verdade que essa situação não tinha mais jeito, pensava que deveriam ser os hormônios, a menopausa que estava se aproximando.

Mas foi a partir dessa dor tão profunda, que uma força descomunal foi crescendo dentro de mim e me despertou uma enorme vontade de viver, de me cuidar, de me iluminar. Algo tão intenso e tão forte, que eu não imaginava que um dia pudesse sentir. Queria muito voltar a ficar bem comigo mesma, me sentir atraente, interessante e desejada. Queria voltar a ser feliz!

Fui buscar muitas ajudas e elas vieram de vários lados. Intensifiquei a terapia, bons amigos apareceram para me dar colo, tive apoio de uma nutricionista maravilhosa com um método inusitado (ela é iridóloga), precisei de um recurso químico sim (um bom antidepressivo tem seu valor e não há nada de errado nisso), reconectei minha dimensão espiritual, mudei meu guarda roupa inteiro, decidi começar a mexer o corpo pra valer (fiz até aula de capoeira!), conheci as maravilhas do tantra, fiz ensaios fotográficos para me enxergar e até comecei a enfeitar a pele com tatuagens, decidindo dar início, aos 48 anos de idade, à minha coleção de tattoos (uma delas é muito simbólica, pois traz no desenho o título da famosa canção de Paul McCartney “Live and Let Die” – Viva e deixe morrer). Essa frase traduz muito meu espírito hoje e meu momento de renascimento. Buscar viver e deixar morrer o passado. Ficar apenas com o que é bom. Sem arrependimentos e sem culpas, apenas com as boas memórias.

Ao longo desse processo, eliminei 25 quilos em 6 meses, fui do tamanho 48 ao 38 e venho mantendo o peso sem oscilações. Tenho disposição e energia para fazer coisas que não fazia antes, desde um simples jogo de frescobol com meus filhos na beira da praia até praticar capoeira.

Enfim, voltei à vida renovada, com saúde e vigor. Não simplesmente para aquela vida cinzenta de antes, mas para uma vida colorida que só o fundo do poço foi capaz de me preparar. Hoje eu digo para quem me conhece e sabe da minha história: Se tiver que sofrer, que sofra direito! Não olho para as pessoas que sofrem com piedade. Acredito que, por alguma razão que não nos cabe entender nessa existência, elas estão passando pelas dificuldades necessárias para a sua evolução espiritual, de acordo com um plano de desenvolvimento contratado por elas mesmas antes de virem para esse planeta. Mas a diferença entre os fortes, que sobrevivem aos desafios da vida, e as pessoas que sucumbem diante das dificuldades, é o “como” sofrer. Não sou a dona da verdade, mas sou a dona da minha verdade. E essas são as lições que eu aprendi com o fundo do poço e que fizeram sentido pra mim:

- É no momento mais profundo de dor que a busca pelo autoconhecimento se faz necessária como nunca, seja em forma de psicoterapia, programas de desenvolvimento, terapias alternativas, espiritualidade, etc. Vale o que fizer sentido para cada um;

- Aceitar a dor é permitir-se o luto. Algo está morrendo dentro de nós e este é um processo lento que precisa ser vivido, respeitado e profundamente sentido, sem distrações, atalhos, muletas ou anestesias para fugir de si mesmo;

- Deixar para trás aquilo que não nos faz bem – antigas crenças, atitudes e padrões de comportamento que aprisionam o nosso ser real, nos colocando numa gaiola emocional imaginária;

- Abrir-se para o novo é permitir-se renascer. Nascer também dói e é um processo solitário, como a dor do parto. Só a gente pode fazer isso. O querer é só nosso, de mais ninguém, precisa se sentir chamado. Só tem sentido o que é sentido;

- Buscar e aceitar ajuda, sempre. De onde ela vier e estiver. Procurar não se isolar do mundo. Isso faz bem na hora da escuridão;

- Deixar o tempo passar. O tempo é o senhor de todas as curas. Lidar com a ansiedade é fundamental. As coisas acontecem no tempo que tem que acontecer. Não dá para acelerar o ciclo da vida. A gente nasce, cresce, se desenvolve e morre. Não dá para fazer uma criança andar com 5 meses. Há de se ter paciência para esperar o tempo certo.

Enfim, aprendi que o fundo do poço não é um lugar tão ruim assim se a gente tiver um olhar atento e souber aprender com as sutilezas e a beleza das suas lições escondidas no que parece dor e tristeza.

E você? Já esteve no fundo do poço emocional? O que aprendeu com essa experiência? Como ela te fez um ser humano melhor?





Fernanda Ribeiro Abrantes- trabalha com diálogos transformadores, é coach, facilitadora de grupos e consultora de desenvolvimento humano e organizacional. Em 2018 conheceu profundamente as dores do fundo do poço e saiu dele mais fortalecida, plena e feliz, procurando viver e deixar pra trás o que precisava morrer. Tem 48 anos, é divorciada e mãe dos gêmeos Caio e Rafael de 12 anos.



Comunicação eficiente está além da ponta da língua


Pesquisa mostra que DeROSE Method aprimora habilidade de se comunicar e empreendedor do Método ensina três técnicas para praticar em casa


Quantas vezes você já ouviu ou lançou mão da expressão “não foi isso que eu quis dizer!” a fim de atenuar algum mal entendido? O problema da comunicação está em todos os círculos sociais. Uma mensagem de texto pode ser interpretada em um tom diferente da intenção do emissor, se não estiver acompanhada do emoticon adequado. No trânsito, uma buzina de cumprimento a um pedestre pode ser o estopim para uma briga, quando tomada como um ato de impaciência e agressão pelo motorista já estressado do carro da frente.

Dentro das empresas, problemas de comunicação podem gerar até perdas financeiras. Esse prejuízo, geralmente, é indireto - como baixa produtividade por falta de engajamento do colaborador e dificuldade na retenção de funcionários, gerando custos de desligamentos, novas contratações e treinamentos - por isso não recebe a devida atenção. Cabe aos líderes das equipes evitar conflitos advindos de falhas de comunicação. Mas como desenvolver essa habilidade de se comunicar bem?


Autoconhecimento X boa comunicação

Já nos resultados preliminares de sua pesquisa, que avalia cerca de 500 praticantes do DeROSE Method, a neurocientista Renata Coura percebeu que existe uma correlação direta entre tempo como praticante e horas por semana de prática e a capacidade de se comunicar bem. Quanto mais tempo um indivíduo declarou praticar o Método, melhor era seu índice nos aspectos de comunicação em geral, em momentos de crises e conflitos e a eficiência da comunicação.

O empreendedor do DeROSE Method Daniel Franco atribui essa melhora ao autoconhecimento proporcionado pelas técnicas do Método. “Ao tomar mais consciência das suas emoções e pensamentos, o praticante percebe o que o agride e tende a se tornar mais empático, já que reconhece no outro o que tem em si mesmo, evitando rusgas e desentendimentos. É uma humanização nas relações baseada na autopercepção”, explica Daniel, que ministra aulas a executivos de Campinas.

Outro fator que o profissional destaca é que as técnicas também desenvolvem a autoestima e a melhor administração das emoções. “Isso é crucial para azeitar as relações humanas já que a pessoa não se sente ameaçada pelo que os outros dizem, possibilitando se comunicar com menos agressividade”.


Comece agora!

De acordo com Daniel Franco, para potencializar os resultados na comunicação interpessoal, o ideal é vivenciar a prática completa e os conceitos do DeROSE Method. A aula tem uma hora de duração, dividida em oito partes. Mas ele destaca três técnicas que você já pode começar agora!

1- Respiração - para melhorar a capacidade pulmonar e garantir melhor administração das emoções, sente-se ou deite-se com a barriga para cima, coloque as mãos sobre toda a extensão do tronco com os dedos afastados, relaxe os braços e inspire pelas narinas de forma profunda e lenta inflando bem os pulmões. Retenha o ar nos pulmões pelo tempo que for confortável, respeitando o bom senso e em seguida expire lentamente novamente pelo nariz. Faça isso por cinco minutos e sinta os efeitos acima mencionados, assim como a melhor administração do estresse e da ansiedade.

2- Meditação - para desenvolver nossa autoestima e silenciar o turbilhão de pensamentos que impede a visualização mais clara das situações, Daniel recomenda sentar-se de forma confortável com as costas eretas, olhos fechados, fisionomia descontraída, mãos apoiadas sobre as pernas e imaginar a chama de uma vela por 5 minutos sem se distrair, julgar ou analisar a imagem, apenas colocar toda a atenção sobre ela. Essa técnica também fortalece muito a mente desenvolvendo o foco e o poder de concentração.

3- Autoestudo - essa não é uma técnica, mas um conceito do DeROSE Method que também contribui para o aprimoramento da autoestima. Consiste em analisar-se continuamente para encontrar dentro de si seus pontos fortes e se valorizar por isso, em vez de focar nos pontos fracos e desvalorizar-se, o que é muito comum na nossa cultura e nos coloca na defensiva.


Mudança de foco

Outro diferencial do praticante do DeROSE Method na hora de solucionar problemas dentro do ambiente de negócios é a capacidade de enxergá-los de uma forma mais ampla e até como uma oportunidade. “Vendo a vida por essa ótica, estresso menos a mim e às pessoas à minha volta, vivo mais saudável e a mente tira o foco do problema, canalizando sua energia e recursos criativos para encontrar soluções, características importantes para cargos de liderança e empreendedores”, resume Daniel.


Case de sucesso
A Nestlé reconhece o potencial das técnicas do DeROSE Method na produtividade dos seus colaboradores e há mais de 12 anos oferece aulas dentro da empresa. Em pesquisa interna realizada identificou-se uma melhora nas relações humanas em 73% dos colaboradores que praticam essa metodologia.





Daniel Franco - empreendedor do DeROSE Method


Quais são seus critérios ao escolher alguém para se relacionar?



Estar com alguém é muito mais do que satisfazer caprichos - sejam eles seus, da sua família ou mesmo da sociedade. Quando escolhemos estar com alguém pelas razões erradas, corremos um risco enorme de perder a melhor parte dos relacionamentos: a intimidade.


A pergunta é simples: quais são os seus critérios na hora de escolher alguém para se relacionar? Segundo Camilla Couto, Orientadora Emocional para Mulheres com foco em relacionamentos, seguir a expectativa social na hora de escolher um parceiro pode ser um grande erro: “sabe aquele cara “bom partido” que você conheceu? Ele pode ter muitas qualidades, mas, pare e pense: é isso mesmo que você quer? Quando relacionamentos são construídos em cima de pré-requisitos sociais, de crenças e expectativas “padrão”, acabam ficando aquém nos quesitos amor e afeto”, explica ela.

Camilla lembra que, para que a base de um relacionamento amoroso seja mais sólida, precisamos escolher de acordo com quem somos quando estamos juntos, como nos sentimos na companhia um do outro, se fazemos bem um ao outro: “nem que, para isso, tenhamos que dizer “não” às expectativas sociais e “sim” aos nossos próprios sentimentos”, enfatiza.

A Orientadora reforça que estar juntos pelos motivos errados “significa colocar um véu no que a pessoa realmente é para estar com o que ela representa: status, carreira, beleza, sobrenome. É verdade, tudo isso já foi importante um dia, mas é coisa do século passado! Nos dias de hoje, o que importa (ou, ao menos, deveria importar) quando optamos por nos relacionar é o nosso crescimento pessoal, o nosso bem-estar genuíno. Portanto, temos que nos desprender desses rótulos superficiais para entender o que realmente os corações conversam”.

Camilla explica que estar intimamente conectada à expectativa social, no caso dos relacionamentos, implica em correr dois grandes riscos:

  1. Viver infeliz
Não é o tipo de pessoa com o qual você sonhava, essa não é a vida que você realmente desejava, mas é o quadro perfeito diante de todos: família, amigos, colegas de trabalho. Aos olhos dos outros, parece o relacionamento ideal. Só que uma pergunta não para de ressoar na sua mente: “Como eu não consigo ser feliz?”. Pois é, certamente essa pessoa é a “ideal” para alguém, mas não para você. Provavelmente você viva fingindo o tempo todo, para si e para os outros, e tentando se enquadrar no cenário perfeito que foi planejado socialmente. Mas, até quando?

  1. Perder a espontaneidade
Você está em um relacionamento considerado ideal, com alguém considerado ideal, em uma realidade considerada ideal. E então, você vive ouvindo da sua mãe e de seus amigos e amigas que é preciso cuidar para não perder tudo isso, certo? Afinal, você deu sorte! É triste, mas não existe nada de real nesse quadro e, provavelmente, nem mesmo nas suas atitudes. Porque se você tem medo de perder o que tem, vive medindo as palavras que fala, calculando os passos que dá, aceitando situações que não condizem com seus desejos e verdades. Tudo isso, apenas para manter as aparências. É triste, mas acontece muito. Só que sem espontaneidade, não há amor.

Para Camilla, o amor verdadeiro pede que nos desfaçamos dos rótulos: “muitas vezes, ir na contramão das expectativas e dos padrões sociais pode ser a melhor escolha. Temos que ter em mente que ser livre pode ser muito melhor do que ser igual para se encaixar, para ser aceito”. Mas então, em que se basear na hora de escolher alguém para se relacionar? Ela explica: “perceba quem você é quando estão juntos! Se ele te faz querer ser uma pessoa melhor, se você pode ser quem realmente é, sem medos e pressões. Quando nos permitimos, amar é natural, é leve, é fluido. Mas, para isso, é preciso cumplicidade, companheirismo, intimidade. Escolha alguém com quem você se sinta em casa, que acredite nos seus sonhos, que traga à tona suas melhores versões. Só assim, você poderá viver um grande amor de verdade”, finaliza.




Camilla Couto é Orientadora Emocional para Mulheres, com foco em Relacionamentos. Criadora/ autora do Blog das Amarildas e fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. Orientadora emocional, Terapeuta Floral (TF-153-17/SP) e Contoterapeuta, viveu durante 8 anos no exterior conhecendo diferentes culturas e comportamentos. No blog amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e dependência emocional - com o propósito de promover mais entendimento sobre esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez mais.www.amarildas.com.br | amarildasblog@gmail.com


sábado, 23 de março de 2019

Fernanda Tochetto revela porque mulheres desistem de seus sonhos


De acordo com a psicóloga, a falta de apoio familiar está entre os fatores predominantes pelo qual mulheres desistem do empreendedorismo


A psicóloga especialista em Prosperidade Fernanda Tochetto foca parte de seus estudos no comportamento feminino, e revela três motivos pelos quais as mulheres desistem de seus planos e sonhos profissionais. Com um alerta comportamental, a especialista traz fatores de relacionamentos como os principais causadores de evasão de mulheres do mercado de trabalho e não temporal ou econômico, como os que mais atingem os homens, por exemplo.

Umas das causas apontadas por Tochetto da evasão de mulheres ao empreendedorismo; vida executiva e profissional está na falta de apoio de todos que a cercam, família, amigos e, por vezes, do próprio companheiro que não confia nos planos da mulher e defere sobre o senso de proteção, ainda existente entre um casal.

Reflexo deste primeiro ponto de desistência, Fernanda acredita que as mulheres também têm que lidar com dificuldades financeiras oriundas da vida familiar, seja o desemprego do companheiro ou demandas dos filhos, se dependentes e ainda muito pequenos. A mulher tem tendência a cuidar e é capaz de parar todos seus planos para cuidar de toda família.

Fernanda Tochetto aponta a gravidez como um dos fatores predominantes na tomada de decisão da empreendedora e que, em suma, prevalece afastar-se da carreira para cuidar da gestação e posteriormente do bebê. Mas nem tudo são rochas e Fernanda conta que atualmente essa realidade vem se alterando com empresas cidadãs que oferecem uma estrutura à mãe profissional, se comparado há 20 anos, quando o número de evasão de mulheres do mercado de trabalho era bem maior.

As mulheres representam mais da metade da população brasileira e um importante contingente empreendedor, mesmo com todos os impedimentos sociais e familiares elas ainda buscam se realizar profissionalmente. Por este motivo, a psicóloga Fernanda Tochetto explica que ao perceber a desistência de uma mulher, a mesma deve se questionar sobre os motivos e lembrar que uma tomada de decisão sob pressão pode levar aos sentimentos de tristeza e fracasso. Fernanda destaca que, “com amor é possível reverter este quadro”. Acolhimento e empatia podem trazer luz a uma empreendedora e toda sociedade ganha quando uma mulher vence todos os desafios e ingressam ao mundo corporativo.

4 passos para evitar a autossabotagem e perder peso de forma definitiva


Pretextos emocionais acabam levando muitas pessoas a comerem uma quantidade exagerada de comida, ocasionando, com isso, o excesso de peso; a especialista em obesidade Gladia Bernardi ensina formas para emagrecer de vez e sem sofrimentos

Créditos: Envato Elements


Atualmente, com tantos alimentos calóricos inseridos na alimentação do dia a dia do brasileiro, é comum que muitos deles "levem a culpa" pela dificuldade para emagrecer. Muitas vezes, a pessoa acredita que engordou por causa de um determinado alimento, ou então resolve "fechar a boca" e até perde peso mas, após um curto período de tempo, aqueles quilos perdidos voltam. Mas será que existe uma maneira de perder peso de uma forma definitiva, sem precisar de grandes esforços para isso?

É o que defende a especialista em obesidade Gladia Bernardi, autora do best-seller "Código Secreto do Emagrecimento" (Ed. Gente). Segundo ela, a principal causa da obesidade ter aumentado, consideravelmente, nos últimos tempos está ligada às instabilidades emocionais. "A alimentação saudável é muito importante por questões de saúde, afinal, não dá para ficar ingerindo alimentos calóricos diariamente, como se 'não houvesse amanhã'. Porém, é importante destacar que o principal segredo para emagrecer e manter-se magro está na maneira como pensamos e lidamos com a comida no nosso cotidiano", explica.

Após longos estudos sobre a neurociência e anos de atendimento em consultório clínico, Gladia hoje ensina em formas de emagrecer a mente, por meio de técnicas que ativam o sistema de formação de hábitos do cérebro e que retomam o controle da saúde e a autoestima do paciente. "Todos são capazes de emagrecer de uma maneira saudável, e de manter o peso desejado. Para isso, é necessário alinhar os pensamentos com a alimentação e parar de descontar os problemas e as frustrações na comida. Além disso, o alimento precisa sair do protagonismo no dia a dia", completa a especialista.

Durante suas pesquisas, Gladia também identificou 23 sabotadores que nos impedem de emagrecer, e chegou à conclusão que existe um padrão comportamental para cada um deles. "Chamo de sabotadores os empecilhos que estão em nossa mente. Na hora em que eliminamos esses pensamentos, a pessoa consegue tudo o que sempre quis em relação a uma alimentação mais saudável", explica ela, que fala dos sabotadores em seu best-seller.

Mas, como perder peso de forma definitiva? Ela lista abaixo algumas dicas:


Saiba diferenciar a fome dos sentimentos

Existem dois tipos de fome: a racional e a emocional. A primeira é aquela que acontece quando estamos conscientes, ou seja, quando realmente estamos com fome e necessitamos do alimento naquele determinado momento. Já a segunda ocorre quando a pessoa acredita que a comida é uma compensação para algum problema que ela está enfrentando: "Hoje não foi um dia muito bom no trabalho, vou comer uma barra de chocolate para desestressar", por exemplo, cita Gladia.

"No momento em que comemos pelo simples fato de sentirmos fome, não devemos nos preocupar com as calorias que aquele determinado alimento possui. Claro que nada deve ser consumido em excesso, mas a grande maioria das pessoas engorda por sentir culpa ao comer, e isso é o que ocorre quando possuímos algum tipo de compulsão alimentar - a chama fome emocional", esclarece a especialista.


Deixe a compulsão alimentar de lado


No momento em que for possível identificar os gatilhos mentais que fazem aquela pessoa engordar, será mais fácil distinguir quando ela está realmente com fome, ou quando está comendo pelo fato de achar que merece comer por algo que lhe aconteceu.

"Tudo é um passo a passo, que deve ser treinado diariamente até que se torne automático. A grande verdade é que todos nós temos problemas em qualquer etapa da vida, mas devemos aprender que eles não podem nos dominar, a ponto de prejudicarem o nosso corpo e, consequentemente, a nossa saúde. Devemos comer apenas quando sentimos fome, e na quantidade suficiente para saciá-la", ensina Gladia.


Mude a imagem que tem de si mesmo


A pessoa quando está acima do peso, muitas vezes, fica com a autoestima abalada e cria uma imagem negativa a respeito dela mesma. Assim, é comum que ela evite se olhar no espelho ou que deixe de se divertir em uma piscina, por exemplo, por sentir vergonha de colocar um biquíni ou uma sunga. Isso acontece porque ela se enxerga como obesa.

"Por isso, é importante aceitar que é preciso passar por um processo que se inicia na maneira como pensamos. No primeiro passo, será necessário que a pessoa tenha a mente magra e passe a se comportar como tal, isto é, que ela elimine os pensamentos que a fazem comer demais e comece a encarar o alimento de outra maneira", diz a especialista.


Cultive novos hábitos


Por fim, chega-se à mudança efetiva que fará com que a pessoa mantenha-se magra: os novos hábitos, quando a pessoa notará que perder peso está totalmente integrado e adaptado à sua rotina.

"Hábito é hábito, é aquilo que é feito com frequência, sem ter que pensar antes. Acordamos os dias e não precisamos pensar se iremos ou não escovar os dentes, se iremos ou não tirar o pijama, se iremos ou não tomar o café da manhã", explica Gladia.

"Tudo isso faz parte da nossa rotina, e o mesmo vai acontecer quando a pessoa tiver a mente magra. Uma vez que os hábitos entram no piloto automático, não é preciso ficar pensando sobre eles. É algo que a pessoa fará com naturalidade", finaliza





Gladia Bernardi - Autora do best-seller "Código Secreto do Emagrecimento (Ed. Gente), Gladia Bernardi é nutricionista funcional, especialista em obesidade e em emagrecimento consciente. Há 18 anos pesquisa e trabalha em busca da solução para a obesidade, e após mais de 35 cursos em nutrição, medicina integrativa, física quântica, neurociência e programação neurolinguística, criou seu próprio método, o Emagrecimento Consciente. Por meio de técnicas e ferramentas pioneiras, que dispensam dietas restritivas, prescrição de medicamentos ou intervenções cirúrgicas, o método já eliminou 72 mil toneladas em todo o Brasil e em outros 15 países. Idealizadora do programa online de emagrecimento Casa da Mente Magra, que dura 10 semanas e oferece todo o suporte para quem quer perder peso, com vídeo-aulas, exercícios mentais, programas de exercícios físicos, mitos e verdades sobre diversos tipos de alimentos, entre outros bônus e conteúdos exclusivos.

Seduzidos pelas tragédias



Tragédias permeiam a existência humana, tão certo quanto o fato de nascermos e morrermos. E atualmente, como nunca antes experenciado, temos acesso de forma quase imediata e infinitamente reproduzíveis às notícias sobre as tragédias, em diferentes fontes midiáticas, além de as revivermos nas conversas (pessoalmente ou digitalmente), tomando conta de nosso interesse.

Mas por que alimentamos este tipo de curiosidade sobre o que demonstra violência, desastres, mortes? Parece que ficamos inebriados por um impulso em buscar mais informações, até sobre os detalhes do ocorrido, numa tendência mórbida, para se aproximar do tema morte. E esta seria uma das possibilidades de vivenciar, sem necessariamente estar diretamente envolvido. A finitude da vida é um tema para o qual somos pouco preparados, muitas vezes enfrentando-o com a negação.

E a tragédia presentifica essa noção de fim de vida, gerando uma identificação de que poderia ter acontecido conosco - e vamos em busca de mais informações para nos sentirmos preparados, mantendo certo controle sobre a situação. Esta ilusão nos causa até um conforto. O noticiamento sobre as tragédias nos faz enfrentar a efemeridade de nossa existência. Portanto, conhecer o máximo sobre o que pode acontecer dá a sensação de preparo, até como forma de dessensibilização, no sentido de não causar mais tanto temor, podendo ter um efeito de descarga emocional pela comoção que a notícia possa ter causado.

Assim, ficar insistentemente revendo a cena, ou lendo sobre ela, faz com que se possa compreender o que a vida é, tendo uma função catártica. Ou seja, no caso, manter interesse, por meio de leituras, vídeos, de forma insistente sobre as tragédias, pode ter um efeito de catarse, uma espécie de etapa para elaboração sobre a ideia de morte, por exemplo. Assim, essas pessoas se sentem aliviadas, até no sentido de buscar compreender, emocionalmente, o que seja a finitude da vida. É como descarregar as emoções que incomodam e não têm muita explicação através de uma curiosidade mórbida - ouvir, falar, ler, informar-se sobre os detalhes da tragédia.

Também há que se considerar a descontextualização e a impessoalidade aplicada a algumas notícias de tragédias, que dão uma sensação de alívio ao espectador, gerando segurança ao polarizar os acontecimentos entre heróis e vilões, até no sentido de procurar julgamentos justos para estes (localizando os responsáveis, o que isenta o espectador também).

Desta forma, ao se interessar por notícias sobre tragédias, algumas pessoas se satisfariam, no sentido de vivenciarem o incompreensível, ou aquilo que causa terror, por meio do que acontece a outros, em um processo de identificação (“e se fosse comigo?”), até empaticamente, ou tomando distância (“ainda bem que não é comigo!”) e, depois, ficando até anestesiadas ao que acontece ao outro.





Cláudia Cibele Bitdinger Cobalchini - psicóloga e Mestre em Psicologia da Infância e Adolescência pela UFPR. É professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo (UP) e supervisora em práticas profissionais em Psicologia Comunitária. 

5 dicas para alcançar a felicidade


De acordo com pesquisa, os brasileiros alcançaram o índice mais alto de infelicidade em sua história


O brasileiro nunca foi tão infeliz como no ano passado, de acordo com a "World Happiness Report", pesquisa realizada pela Gallup, que mede a felicidade em todo o mundo. O estudo mostrou uma grande preocupação dos brasileiros com a crise financeira e as lideranças políticas no País. No entanto, de acordo com Heloísa Capelas, especialista em inteligência emocional e diretora do Centro Hoffman, a resposta para superar a infelicidade pode ser mais simples do que se imagina. Afinal, ser feliz não depende de fatos e pessoas e sempre é possível aprender a ser mais feliz na vida cotidiana.

Além disso, ao longo do tempo, foram criadas diferentes ferramentas que auxiliam as pessoas a sair deste estado de infelicidade, segundo Heloísa. O Processo Hoffman, ministrado por ela, é uma delas. "Por meio da metodologia que aplicamos em nosso curso, promovemos uma desconstrução de cada indivíduo para que eles entendam um pouco mais sobre como se tornaram quem são e desenvolvam a inteligência emocional. Ao terem essa percepção, conseguem também refletir de forma mais objetiva sobre os acontecimentos cotidianos de forma que não sejam tomados pela infelicidade", afirma.

Também autora do livro "O Mapa da Felicidade", Heloísa aborda na obra aborda as principais inteligências humanas, com conceitos e exercícios práticos. "De modo geral, a felicidade é descrita como uma sensação de bem-estar, grande alegria, contentamento, boa sorte, bom êxito, sucesso ou paz interior."

Diante disso, confira cinco dicas selecionadas pela especialista para se encontrar o caminho da felicidade.


Ser feliz não depende de fatores externos

O que faz você feliz? Segundo Heloísa, essa pergunta é muito difícil de ser respondida. Geralmente, as pessoas não conseguem encontrar as palavras que definem a felicidade. Possuir um bom emprego, abrir o próprio negócio ou ter o carro do ano são alguns desejos muito frequentes. "Por mais diversas que todas essas respostas sejam, existe nelas algo em comum: todas têm uma condição. É a chamada condição 'se'. Se eu tiver, se eu fizer, se isso ou aquilo acontecer", afirma.

Para a especialista, a questão do "se" está diretamente ligada a algo que vem de fora e isso não temos controle. Essa conduta torna as pessoas dependentes e reféns de situações externas. A diretora do Centro Hoffman explica que é importante fazer um exercício de autoconhecimento e definir qual é o seu conceito de felicidade.


Seja feliz hoje

Sempre projetamos a nossa felicidade para o futuro. No entanto, é essencial trabalhar com pequenas recompensas no dia a dia. Pode ser que hoje você não se torne o diretor de uma grande empresa, mas não é necessário ser feliz apenas quando você alcança um objetivo. "Devemos nos ensinar a ter prazer na simplicidade, no aqui e agora. Uma mensagem, um jantar, um passeio, jogar um videogame", diz a especialista.


Seja positivo

Estar em um ônibus lotado não é sensação agradável e muitas vezes é visto como sinônimo de infelicidade. De acordo com Heloísa, é preciso mudar um pouco a nossa percepção de algumas situações. "Existe positividade e felicidade em qualquer momento, é uma prática que exige treino", diz.

No caso do transporte público, as pessoas podem aproveitar o tempo para ler um bom livro ou assistir a uma série. Essas pequenas ações podem nos dar mais prazer no nosso dia a dia.


Para ser feliz, não é preciso parar de sofrer

Estamos imersos em um mundo que entristece, aborrece, suga e cansa as pessoas. É impossível não se sentir alegre o tempo todo. "O grande problema é que não vivemos a dor no momento em que ela surge. Fugimos dela e, paradoxalmente, vivemos uma dor rasa e vazia por toda a vida ou em grande parte dela", diz Heloísa. Para ela, é preciso tomar cuidado para não cair na armadilha da vitimização e passar a culpar todos a sua volta para se sentir melhor.


Tenha amor-próprio

É muito comum as pessoas esperarem o amor, reconhecimento e respeito dos outros. Assim, recorrem a presentes e cobrem os amigos de agrados. Mas, o amor-próprio é essencial para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. "Quando cada um descobre essa capacidade e se apropria dela de modo integrado, promove um relacionamento muito melhor consigo mesmo. Porque assim se instala em você a vontade de fazer o melhor por si mesmo", afirma.



Centro Hoffman

Situações Emocionais


Estudos estatísticos mostram que 80% (oitenta por cento) das pessoas sofrem, se martirizam, pensando em questões ou fatos passados; 15% (quinze por cento) com eventos futuros e somente 5% (cinco por cento) vivem com vigor o momento presente. A maioria das pessoas, portanto, fica remoendo o passado ou tentando imaginar o futuro e se esquecem de que somente no hoje é possível operar alguma mudança.

Dessa constatação talvez seja possível afirmar que o homem moderno demonstra que seu ponto fraco é a ansiedade, a inquietude, seu desejo de ter ou ser.

Ocorre que essa situação emocional, além de gerar impaciência, insegurança e insatisfação, acaba por desequilibrar os processos internos e externos da natureza que existem em nós.

 A persistência desse quadro, num processo lento que vai se alojando, acaba por desarmonizar a pessoa que passa a apresentar um conjunto de sinais e sintomas que a ciência chama de depressão.

A depressão, para alguns estudiosos, é o mal da vida moderna e afeta pessoas de qualquer idade. É preciso notar que seja no aspecto médico, humanístico ou espiritual, a prevenção está no autoconhecimento, no amor a si mesmo e ao próximo.  O tratamento desse mal, em sendo aceito pelo indivíduo, deve associar os três aspectos referidos – médico, humanista e espiritual -, pois que juntos trazem um melhor resultado.

Na área da saúde, a terapêutica para suprir a falta de neurotransmissores no cérebro a ser adotada será prescrita pelo profissional médico e, eventualmente, pelo psicoterapeuta. Nas relações humanas, principalmente a família e os amigos terão papel importante prestando apoio, estímulo e incentivo constante na busca dos recursos para a melhora do doente. No campo espiritual, devem ser investigadas as diversas causas da doença, devendo ser propiciado a pessoa uma recepção fraterna, de modo que a mesma se sinta apoiada e reconfortada, bem como que lhe seja ministrado o passe, descongestionando determinados centros de força do nosso corpo, e a água fluidificada, para ajudá-la na sua recuperação, e o estimulado para o estudo que consola e traz esperança.

Há de se cuidar para que não seja acrescentado ao estado de depressão o fator agravante e mantenedor do processo chamado de obsessão, pelo qual há interferência negativa de um ser desencarnado sobre o encarnado. Lembre-se que a ação dos espíritos é secundária, pois que eles nada mais fazem do que aproveitar uma disposição natural, a abertura dada pela pessoa, para exercer sua influência.

Em qualquer situação do dia-a-dia é preciso cultivar o bom ânimo, os pensamentos saudáveis, as ações produtivas, acreditando naquilo que estamos realizando, colaborando, dessa forma, para o equilíbrio, reequilíbrio e bem estar do corpo e do espírito, pois energias otimistas e de fé estarão sendo geradas, trazendo equilíbrio psicológico e espiritual e, como consequência, sensação de paz.

“Orai e Vigiai” porque o coração alegre é como um bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos (Provérbios 17-22)!




Paulo Eduardo de Barros Fonseca - vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Três passos para combater a procrastinação


 De acordo com Fernanda Tochetto, psicóloga especialista em Prosperidade, a falta de motivação é um dos primeiros gatilhos para começar a procrastinar


Diz o dito popular: “Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. O ato de procrastinar pode ser definido como antítese dessa sentença. Quem procrastina indaga: “Por que fazer hoje o que eu posso deixar para amanhã?”. A psicóloga especialista em Prosperidade, Fernanda Tochetto, define procrastinação da seguinte forma: “quando deixamos algo para fazer depois, adiamos uma situação, uma atividade ou uma obrigação”.

Segundo ela, trata-se de algo normal, ainda mais em um dia-a-dia corrido como é o da maioria das pessoas. “O problema é quando a procrastinação se torna recorrente e começa a atrapalhar o desempenho na vida pessoal e na vida profissional. Muitas vezes acabamos por negligenciar tarefas que não poderíamos deixar para outro momento”, explica Tochetto.

Na maioria das vezes, as pessoas não percebem que estão adiando recorrentemente uma tarefa; a procrastinação virou um hábito e as evitações são feitas em piloto automático. Mas o que leva a procrastinar? “Um dos primeiros gatilhos para começar a procrastinar é a falta de motivação”, diz Tochetto. Conforme a psicóloga, quando a atividade que nos é delegada não nos parece interessante ou recompensadora, a tendência é “empurrar com a “barriga”, deixar para depois.

Ainda de acordo com a especialista em Prosperidade, a procrastinação pode parecer, em um primeiro momento, algo positivo, pois fornece a falsa sensação de que há mais tempo para viver o que se deseja realmente. “O problema é que, aos poucos, perdemos a noção do próprio tempo que temos, e aí as tarefas mais urgentes também entram no ciclo”, afirma. Fernanda Tochetto explica que a procrastinação afeta todas as áreas da vida de uma pessoa, não apenas o trabalho, mas também a esfera social.

Por exemplo: se uma pessoa trabalha em uma empresa e tem um determinado prazo para entregar um relatório. São vários dias para a elaboração do documento, mas ela vai adiando e só o faz no último dia. Certamente, ela escreverá tudo com pressa e a tendência é que o resultado seja ruim. De acordo com Tochetto, diante dessa frustração, a percepção em relação ao tempo também mudará. “Ela terá uma sensação de que o dia tem menos horas e, assim, não conseguirá se relacionar bem com os colegas de empresa e até mesmo com a família, além do risco de perder o emprego.”, relata

Ante este cenário, a psicóloga indica três passos fundamentais, que funcionam como atitudes iniciais para as pessoas que desejam combater a procrastinação e todo ciclo vicioso que dela advém.

O primeiro deles é controlar o tempo. O que significa, grosso modo, não deixar suas tarefas para a última hora. “Se você quer parar de protelar para fazer suas atividades, a primeira etapa é entender que o tempo é precioso e por mais que exista uma boa margem para realizar determinada tarefa, a melhor opção é sempre estar adiantado. Quanto mais cedo você começar, mais cedo termina e mais cedo fica livre”, afirma Tochetto. Antes de tudo, é preciso tomar a decisão. Posteriormente, deve-se criar uma rotina que possibilite à produção tornar-se menos forçosa, mais orgânica.

O segundo passo para lutar contra o adiamento “infinito” dos compromissos é o estabelecimento de metas, já que a falta de motivação é um forte aliado da procrastinação. Nesse sentido, tudo que puder funcionar como incentivo é bem-vindo. Ponha-se diversas metas durante o dia e depois de alcança-las, dê-se um prêmio. “Tire alguns minutos de descanso, olhe o céu e as nuvens, qualquer coisa que lhe dê prazer, lhe dê um sentimento de renovação. Além de servir como incentivo, as metas podem ser o que você precisa para restabelecer energias e conseguir ser mais produtivo”, destaca Tochetto.

O terceiro passo é, de fato, aquele que condiciona os dois anteriores. Mudar hábitos é o que te propicia a controlar melhor o tempo e estabelecer metas, “pois mesmas atitudes resultarão em mesmos resultados”. Fazer tudo na última hora, apressadamente, e perder-se em uma grande tarefa sem dividi-las em menores, estabelecendo pequenos objetivos, tudo isso faz parte de um hábito adquirido, que precisa ser modificado. “Trabalhe seu corpo e sua mente para produzir com mais qualidade e menos quantidade”, diz a especialista.

A primeira dica para mudar seus hábitos, segundo Tochetto, é afastar-se de distrações. “Busque evitar coisas que atrapalham a sua concentração, aquilo que te incomoda, seja no trabalho, em casa ou em qualquer outro ambiente.”, diz. Feito isso, a pessoa deve pensar em como fazer para produzir mais e com maior tranquilidade. “Somente criando hábitos novos será possível deixar os antigos, inclusive a procrastinação.”, destaca.

Para que uma nova rotina se instaure, a especialista em Prosperidade explica que três pilares que compõem o hábito precisam ser conhecidos. São eles: a teoria (a pessoa precisa saber o que está fazendo); a habilidade (a pessoa precisa saber como fazer); e a motivação (a pessoa precisa estar ciente da razão de fazer). Ou seja, a pessoa que deseja inserir um novo hábito em sua vida, precisa se conhecer, encontrar um motivo e fazer o que se propõe a fazer com determinação.

“Na maioria das vezes, sabemos qual é o nosso problema, e o que é necessário fazer para saná-lo, mas a dinâmica do dia-a-dia é muito mais forte, e entramos no piloto automático” diz Tochetto. Por isso, segundo ela, a necessidade que muitos têm de um apoio inicial, suporte que ela mesmo se propõe a dar. A especialista destaca por fim de que nada disso adianta sem a tomada de decisão, pois é ela que inicia o poder transformador do hábito.

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