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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

A seleção é "às cegas", mas no Brasil ela pode enxergar

A famosa seleção “às cegas” vem ganhando adeptos no Brasil e exterior, uma prática em princípio atraente, mas que graças à experiência que tenho na área de diversidade considero que deve ser avaliada tendo como base algumas questões como, por exemplo, qual o segmento da empresa, qual o estágio atual de amadurecimento de diversidade na empresa, quais grupos de diversidade se pretende incluir com este processo.

Acredito que em um país de dimensões continentais e com indicadores de desigualdade homéricos, a técnica de seleção de currículos às cegas – embora interessante e provocativa –, ainda não se consolidou como sendo o melhor caminho para a valorização da diversidade, ou para inclusão de todos os grupos diversos nos processos seletivos das grandes empresas.

No Brasil, por uma série de fatores, históricos sociais, culturais e econômicos em geral as grandes empresas têm trabalhado 6 grupos de diversidade: Mulheres, Negros, Pessoas com deficiência, LGBTI+, Gerações (idosos e jovens) e religião. Grupos que exigem técnicas e métodos por vezes iguais, por vezes distintos, para assegurar o avanço da agenda de inclusão. A seleção às cegas, por exemplo, pode funcionar de forma mais eficaz para um desses grupos e ser menos eficaz para outro. Não há uniformidade na diversidade.

Ao longo dos últimos anos tenho acompanhado os processos de seleção às cegas, e mais recentemente, em 2014, o método de seleção com currículos às cegas começou a despontar com maior ênfase no cenário internacional.

Esses processos começaram na Europa. Veja bem, continente que tem países com dimensões bem menores que o Brasil e um perfil de desigualdade econômica muito diferente do nosso. 

Na França em 2006 foi aprovada uma Lei tornando normativa às empresas com mais de 50 funcionários adotar o método de currículo às cegas, mas só em 2014 entrou em vigor. Em 2015 o governo Britânico também passou a adotar esse processo.

Além disso, Espanha, Reino Unido, Finlândia Holanda e Suécia são alguns dos países onde as empresas voluntariamente estão adotando essa prática.

No entanto, é generalizado que estudos falando dessas iniciativas fora do país apontem mais para a patologia, ou seja, os grandes índices de desigualdade e/ou mesmo indicadores que comprovam a discriminação no processo de seleção, do que para a efetividade da cura.

Pensar esse método no Brasil é bem complexo. Sabemos, por exemplo, que devido a questão da renda, uma grande quantidade de negros no país acaba ingressando em faculdades que não são consideradas tradicionais ou como dizem alguns “de segunda linha”.

Lembremos que nos Estados Unidos e na África do Sul, por exemplo, devido ao histórico de aplicação de ações afirmativas, nos EUA desde 1964 e na África a partir 1994, há uma lacuna menor entre brancos e negros quando falamos de renda e escolaridade. No Brasil, no entanto, há um abismo muito maior. Por isso, a importância de ações afirmativas, ou seja, direcionadas para esse público são muito relevantes.

Provavelmente um processo seletivo às cegas, que não considere o esforço de trazer pessoas de diferentes etnias e capte somente currículos de faculdades reconhecidas e tradicionais automaticamente deixará a população negra de fora da seleção, logo no início do processo.

Outro exemplo que gosto de mencionar. Durante cinco anos fui gestora em uma multinacional, lembro que quando abriam vagas na minha área eu solicitava ao departamento de Recursos Humanos, que gostaria de receber currículos de profissionais das ditas faculdades de “segunda linha”. No entanto, os profissionais da área de Recursos Humanos nunca me enviavam esse perfil diversificado de currículos sobre o prisma da faculdade do candidato. Sendo assim, imaginem quantos profissionais ficaram de fora da seleção só por não ter um nome de peso na graduação?

Outra questão, no Brasil empresas com mais de 1001 funcionários devem ter 5% de pessoas com deficiência. Como ficaria esse esforço coordenado? Para mulheres, considerando um homem e uma mulher exatamente com as mesmas oportunidades talvez funcionasse melhor, mas ainda assim há a preocupação de como seria a ação afirmativa no final do processo. Digo, o gestor que faz a seleção final está capacitado para a valorização da diversidade? Para avaliar qual o melhor funcionário sem ser discriminatório? Sem vieses?

Além disso, quais são os principais dilemas que envolvem o público de Negros, LGBT+, gerações e religiões? Conheço casos reais de pessoas que deixaram de ser contratadas pela empresa porque “tinham uma voz homossexual”, no caso LGBT+. Sendo assim, a “seleção às cegas” sem antes uma preocupação das empresas em capacitar o recrutador para pôr em prática gestão para a diversidade, acaba por não atender a esses entraves.

Em resumo, acredito que algumas empresas no Brasil podem realizar o processo de seleção às cegas em formato piloto, para termos grupos de controle, com a seleção às cegas e sem a seleção às cegas. E aí sim, avaliarmos como o método se aplica, ou não, à realidade brasileira. Mas de saída afirmo, esse método sozinho no Brasil, sem um olhar mais cuidadoso e complexo, não só não resolve o problema como pode agravá-lo.

Para comprovar a eficácia do métodode seleção de CV às cegas, acredito ser interessante, ter conhecimento de algum profissional negro ou PCD que tenha ingressado em uma grande empresa através desse processo. Desconheço casos assim.

Inovações podem e dever ser testadas, mas acima de tudo um processo de educação para a valorização da diversidade e desenvolvimento humano (individual e coletivo) são a chave para o sucesso na construção de quadros corporativos que expressem com fidelidade a demografia do país.





Liliane Rocha - CEO e Fundadora da Gestão Kairós – consultoria especializada em Sustentabilidade e Diversidade. Autora do livro “Como ser um líder inclusivo”. Mestre em Políticas Públicas pela FGV, MBA Executivo em Gestão da Sustentabilidade na FGV, Especialização em Gestão Responsável para Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral, Mestre em Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, graduada em Relações Públicas na Cásper Líbero. www.gestaokairos.com.br


Mercado livre de energia demanda, aos presidenciáveis, aceleração do cronograma de abertura a todos os consumidores

Empresas e associação do setor se organizam para que a população possa negociar livremente a energia elétrica já em 2019


Na reta final das eleições, as expectativas do setor elétrico para que algumas pautas sejam atendidas já no início do próximo ano aumentam. Uma das principais demandas do mercado livre de energia é a antecipação do cronograma de abertura do mercado livre, para que todos os consumidores possam ser atendidos.

Hoje, há um projeto em análise na Câmara dos Deputados (PL 1917/15) que prevê a liberação do mercado livre de energia para todos os consumidores, a partir de 2028. Na opinião de Walfrido Avila, presidente da Tradener, empresa pioneira na comercialização de energia livre no Brasil, essa proposta ainda é tímida. “A proposta apresentada ainda é extremamente tímida, porque estipula vários anos de transição para a verdadeira liberdade de escolha por todos os consumidores. Não há justificativa para tal, uma vez que o mercado livre é o único que tem realmente proporcionado, para a indústria nacional, ganhos econômicos mensuráveis”, afirma Walfrido.

Um estudo entregue pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) ao Ministério de Minas e Energia, em março deste ano, mostra que, a aceleração do cronograma de abertura do mercado livre, de 2026 para 2021, possibilitaria uma economia de R$ 10,5 bilhões nas contas de luz, com a migração de 182.593 pequenas e médias empresas, representando um ganho quase imediato.

 A proposta de antecipação, feita pela Abraceel e endossada pelas comercializadoras de energia, tem como objetivo proporcionar economia para todos os consumidores nacionais, aumentando a competitividade das empresas nacionais, com segurança e a previsibilidade que só o mercado livre oferece.





Tradener


São Paulo está entre as cidades que mais contratam Seguro Aluguel no Brasil


A capital Paulista, em conjunto com outras sete capitais do país, registraram crescimento no número de contratação do seguro fiança da Porto Seguro como garantia para alugar um imóvel em 2018. De acordo com os números do Porto Seguro Aluguel, os contratos em São Paulo aumentaram 5,3% no primeiro semestre de 2018 quando comparado com o mesmo período do ano anterior. 

Segundo Luiz Henrique, superintendente de Riscos Financeiros e Capitalização da Porto Seguro, esse crescimento está atrelado, principalmente, ao novo perfil do consumidor, que tem optado por mobilidade ao invés da conquista de um imóvel próprio. "Na maioria dos casos, comprar uma casa ou apartamento significa comprometer uma boa parte da renda por longo período. Por conta disso, as pessoas têm preferido o aluguel. Dessa maneira, o consumidor pode escolher o imóvel no bairro em que desejar, sem precisar de fiador, buscar as facilidades de entorno que precisa e ter mais agilidade para fechar um negócio e mudar rapidamente. Por exemplo, se em um curto período de tempo, o inquilino mudar de emprego e desejar morar em uma nova região, pode fazer um novo contrato de aluguel com a mesma facilidade.", comenta o executivo.

Importantes cidades como Belo Horizonte, Curitiba e Salvador integram a lista das capitais que mais contrataram o seguro fiança neste primeiro semestre do ano. 

Esses dados estão alinhados com as mudanças significativas que o mercado de locação tem registrado nos últimos anos por conta das facilidades em se alugar um imóvel. A necessidade de um fiador com casa própria na mesma cidade ou os depósitos antecipados não são mais as únicas soluções para quem deseja alugar. 

"Com mais agilidade, sem burocracias e acessível para todos os bolsos, o Seguro Fiança da Porto Seguro permite que a aprovação do cadastro seja feita em até três horas úteis. Além disso, o serviço concede coberturas e benefícios especiais ao usuário desde o pagamento de aluguel, encargos mensais da locação (IPTU, condomínio, água, luz, gás), danos ao imóvel, pintura e até serviços emergenciais de reparos ao imóvel e descontos para você aproveitar", acrescenta Luiz.

As oito capitais que mais procuraram o seguro fiança no primeiro semestre de 2018:


CAPITAL
CRESCIMENTO
(Comparativo 1º semestre de 2018 X
1º semestre de 2017)
São Paulo
5,3%
Salvador
12,3%
Vitória
14,2%
Campo Grande
16,4%
Curitiba
30,3%
Brasília
30,9%
Belo Horizonte
48,9%
Goiânia
150,8%





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