Número
de cirurgias bariátricas chega a 7.530 pelos SUS
A
obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A estimativa da
Organização Mundial de Saúde é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos
estejam com sobrepeso, e mais de 700 milhões, obesos. No Brasil, de acordo com
dados do Ministério da Saúde, o número de cirurgias bariátricas aumentou entre
2010 e 2015 no Sistema Único de Saúde (SUS), saltando de 4.489 para 7.530.
Segundo
o gastrocirurgião Marcos Belotto, os pacientes com excesso de peso podem
desenvolver doenças como AVC, infarto, diabetes, hipertensão, apneia do sono,
entre outras. “A cirurgia bariátrica amplia a expectativa de vida das
pessoas obesas. Uma porcentagem considerável delas apresenta uma melhora
significativa dessas patologias. Por
exemplo: Em alguns casos, menos severos, se o indivíduo é diabético e realiza o
procedimento, ele tem grandes chances de reverter o quadro”, explica.
O especialista alerta que a cirurgia bariátrica não faz milagre, afinal o método visa ajudar os obesos mórbidos no desenvolvimento de um estilo de vida mais saudável e requer comprometimento. Dr. Belotto aponta cinco importantes questões relacionadas a esse tipo de tratamento:
1- Quem deve fazer cirurgia
bariátrica?
O
Índice de Massa Corporal (IMC) é utilizado para avaliar o grau de obesidade. A
técnica é indicada para pacientes com IMC maior que 40 kg/m² e para pessoas com
IMC igual a 35 kg/m² e que tenham outras doenças associadas à obesidade.
2- Como é feita a escolha do tipo
de cirurgia bariátrica?
Existem vários tipos de procedimentos
gastrointestinais para perda de peso. A indicação dependerá da obesidade do
paciente e da comorbidade. Isso deve ser avaliado pelo especialista.
3- Quais são os riscos desse
método?
Os
dois principais riscos são: fístulas – abertura da região que foi suturada e
tromboembolismo pulmonar, entre outras complicações.
4- Após a cirurgia, ainda é
necessário fazer dieta?
Esse
procedimento cirúrgico é apenas a metade do caminho. Entre 20 e 25% dos
pacientes que realizam a cirurgia bariátrica voltam a engordar. O procedimento
só é eficiente quando há alterações no padrão diário de alimentação. É
fundamental manter uma rotina saudável com dieta e exercícios.
5- O álcool é perigoso para o
tratamento?
Sim. O álcool é calórico, reduz a absorção de
alguns nutrientes e agride as mucosas do estômago e do intestino, podendo
causar gastrite e esofagite no local operado. Existe um mito de que o álcool
cause dependência após a cirurgia. No entanto, não há estudos que comprovem
isso. O que ocorre é que durante o período de readaptação do aparelho
digestório, a absorção é mais rápida e isso acelera a embriaguez mesmo com a
ingestão de pequenas quantidades. Principalmente nos primeiros seis meses, o
paciente deve evitar bebidas alcoólicas e gaseificadas, pois o resultado da
cirurgia pode ser afetado.