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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Bruxismo tem solução? Conheça as causas, sintomas e opções de tratamento eficazes


Estudos recentes da World Sleep Society revelam que cerca de 30% da população mundial sofre com o bruxismo em 2024. Este hábito de encostar, apertar ou ranger os dentes pode impactar não apenas a saúde bucal, mas também a qualidade de vida dos pacientes, devido a sua relação com problemas do sono e dores musculares. 

A condição é classificada em dois tipos principais: o bruxismo do sono (BS) e o bruxismo em vigília (BV). "O bruxismo do sono é considerado um distúrbio de movimento relacionado ao sono, enquanto o bruxismo em vigília ocorre mais frequentemente em momentos de tensão ou concentração, como ao estudar ou usar o computador", explica a Dra. Fernanda Oliani Marur, coordenadora técnica da Oral Sin. 

O bruxismo, especialmente quando não controlado, pode causar fraturas nos dentes devido à força excessiva aplicada durante o apertar ou ranger. Esse desgaste constante enfraquece a estrutura dentária, tornando os dentes mais suscetíveis a trincas e até mesmo quebras completas. Em casos mais graves, essas fraturas podem exigir tratamentos odontológicos mais invasivos, como coroas, restaurações extensas ou até mesmo a necessidade de implantes dentários para substituir dentes irrecuperáveis.

Apesar de não possuir uma única causa definida, o bruxismo está associado a fatores como distúrbios do sono, uso de determinados medicamentos e estresse. No BS, o ranger de dentes geralmente ocorre em crises durante as fases leves do sono, enquanto no BV, os pacientes costumam apertar os dentes em períodos prolongados. 

Os sinais mais comuns incluem: desgaste dentário, dores ou cansaço na musculatura facial ao acordar e sensação de cansaço na região da mandíbula. "A falta de controle pode resultar em perdas severas de estrutura dentária, além de impactar a qualidade de vida devido a noites mal dormidas", reforça Dra. Marur.

Embora o bruxismo não tenha cura, o controle é possível e depende de um diagnóstico preciso e acompanhamento especializado. Entre as principais estratégias estão:

  • Placas estabilizadoras: Dispositivos intraorais rígidos e ajustáveis, indicados especialmente para o bruxismo do sono, que ajudam a proteger os dentes contra o desgaste.
  • Mudanças de hábito: Melhorar o padrão de sono com ambientes tranquilos, evitar cafeína e criar uma rotina de relaxamento noturno.
  • Abordagem interdisciplinar: Investigações adicionais podem ser necessárias para tratar fatores associados, como distúrbios respiratórios do sono e estresse.

No caso do bruxismo em vigília, a conscientização sobre o hábito é fundamental para quebrar o ciclo. A prática de atividades físicas e técnicas de relaxamento também pode ser recomendada. 

"A identificação precoce e o correto diagnóstico são essenciais para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida. Com acompanhamento profissional, é possível minimizar os danos e restaurar a saúde bucal do paciente", finaliza a doutora.


Dores crônicas podem levar pacientes a desenvolver ansiedade e depressão

Mudança de humor, ansiedade e alterações no sono são alguns sinais de que a dor está afetando a saúde mental 

 

 

O portador de dores crônicas pode desenvolver transtornos mentais como estresse, ansiedade e depressão. As dores constantes levam os pacientes ao isolamento social, geram sentimentos de desesperança e causam dificuldades para realizar tarefas cotidianas, afetando diretamente a qualidade de vida, de acordo com a psicóloga Francislene Karonili Cizoto, do Centro de Cuidados Integrados de Ermelino Matarazzo.

 

“Os principais sintomas de que as dores estão afetando a saúde mental do portador são mudanças no humor, ansiedade e preocupação excessiva, falta de interesse em atividades diárias, alterações no sono e dificuldade de concentração”, explica Cizoto.

 

Segundo a psicóloga, o tratamento para os portadores de dor crônica e transtornos mentais causados por ela é multimodal, envolvendo o uso de medicamentos antidepressivos, ansiolíticos e medicamentos para dor. “A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental, tem se mostrado eficaz no manejo do impacto psicológico da dor crônica”, complementa.

A fisioterapia também tem colaborado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “A fisioterapia, ao aliviar a dor do paciente e restabelecer a funcionalidade do corpo, devolve-lhe a independência. Essa reabilitação também traz inúmeros benefícios para a saúde mental”, diz o fisioterapeuta Marcos Henrique Cordeiro, do Seconci-SP (Serviço Social da Construção).

 

De acordo com Cordeiro, a fisioterapia tem assumido um papel importante, sendo também uma opção de tratamento não medicamentoso com destaque na avaliação, prevenção e tratamento de diversos problemas de saúde mental, que podem interferir na qualidade de vida e funcionalidade.

 

A dor lombar crônica é a mais prevalente, afetando grande parte da população. Essa condição está frequentemente associada a problemas musculoesqueléticos, como hérnia de disco, distúrbios posturais ou degeneração articular. Estima-se que entre 60% e 80% da população mundial experimente dor lombar em algum momento da vida.


 

Quando a dor é emocional


“A dor emocional ou psicogênica é geralmente difusa, difícil de localizar e pode variar em intensidade”, conta Cizoto. De acordo com a psicóloga, há casos em que a ansiedade, depressão ou estresse geram dores. Neste caso, a avaliação envolve excluir causas físicas e considerar o histórico emocional do paciente.

 

É importante que o paciente procure psicólogos ou psiquiatras para lidar com os impactos emocionais.


 

Ambulatório da Dor


O Seconci-SP possui o Ambulatório da Dor, um espaço destinado ao paciente com dor aguda, no qual há tratamentos como termografia, agulhamento a seco, laserterapia e ventosaterapia. A área de fisioterapia da entidade dispõe dos equipamentos mais modernos, como mesa de tração para tratamento da dor lombar/cervical, eletrotermofototerapia (TENS/Laser/Ultrassom) e cinesioterapia, com exercícios para melhorar a força, equilíbrio e postura.

 

A conscientização sobre os benefícios da fisioterapia é relevante, afirma Cordeiro, uma vez que 37% da população sofre de algum tipo de dor, segundo o Elsi-Brasil (Estudo Longitudinal da Saúde do Idoso), financiado pelo Ministério da Saúde.



Luta Contra o Parkinson - Da Tulipa à Própolis Vermelha

Símbolo global de conscientização, a tulipa "Dr. James Parkinson" une forças com a ciência brasileira, que explora o potencial neuroprotetor da própolis vermelha para enfrentar os desafios dessa doença neurodegenerativa. 

O vermelho une tulipa e própolis no combate ao Parkinson 

  

A tulipa vermelha, agora oficialmente denominada “Dr. James Parkinson” no Brasil, é um símbolo internacional de conscientização sobre a Doença de Parkinson. A mudança, oficializada pela Lei 15.037/24, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro do ano passado, reforça a luta contra essa condição neurodegenerativa, destacando a flor como um ícone de conscientização global. 

Curiosamente, o vermelho que caracteriza a tulipa encontra uma ligação científica com a própolis vermelha, uma substância natural encontrada em manguezais nordestinos. Pesquisas conduzidas pela Universidade Tiradentes (Unit) exploram as propriedades neuroprotetoras e neurregenerativas dessa substância, extraída da Dalbergia ecastophyllum, planta conhecida popularmente como “rabo-de-bugio”. 

Na Unit, um projeto inovador realizado pelo estudante de Biomedicina Enzo Henrike Bitencourt de Morais e supervisionado pela professora Margarete Zanardo Gomes investiga como os como os bioativos do extrato hidroetanólico da própolis vermelha podem oferecer alternativas terapêuticas para o Parkinson. “Nosso objetivo é buscar um tratamento que vá além do paliativo, atuando nas causas da doença e impedindo sua progressão”, explica Enzo. Ele ressalta que a pesquisa reflete seu interesse pelo funcionamento do sistema nervoso humano, “uma área fascinante pela complexidade de suas funções e pelas doenças neurodegenerativas que o afetam”. 

Os estudos, realizados no Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) e financiados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe – FAPITEC/SE e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), analisam os efeitos neuroprotetores e neurorregenerativos de nanocompósitos da substância sobre lesões medulares. A principal hipótese é de que a própolis seja um possível agente neuroprotetor, capaz de impedir a perda de neurônios pela ocorrência de doenças degenerativas e após lesões medulares, buscando superar as limitações dos tratamentos atualmente disponíveis.  

A professora Margarete Zanardo destaca a relevância científica e econômica do trabalho: “A própolis vermelha, além de ser um recurso natural do Nordeste, apresenta um enorme potencial farmacológico. Estudos que evidenciem seus benefícios podem não apenas contribuir para a saúde, mas também agregar valor a este produto, promovendo o desenvolvimento regional”. 

Além disso, o projeto inclui o desenvolvimento de métodos inovadores para a extração de compostos bioativos, como flavonoides, ampliando o valor agregado da própolis vermelha e destacando o potencial da biodiversidade brasileira. Segundo Margarete, “a formulação rica em flavonoides proposta no estudo é uma inovação que visa garantir maior eficácia nos testes e aplicações terapêuticas”. 

A tulipa e a própolis vermelha simbolizam esforços distintos, mas complementares, na luta contra o Parkinson. Enquanto a tulipa “Dr. James Parkinson” reforça a importância da conscientização, a própolis representa o avanço científico no desenvolvimento de soluções concretas para a saúde. “A conexão entre ciência, tecnologia e valorização da biodiversidade é fundamental para enfrentar os grandes desafios da saúde pública”, conclui Margarete. 

Parkinson

A doença Parkinson é um dos principais e mais comuns distúrbios nervosos da terceira idade, sendo caracterizada, principalmente, por prejudicar a coordenação motora e provocar tremores e dificuldades para caminhar e se movimentar. Os sintomas costumam ser suaves no início, mas como o Parkinson é uma doença progressiva, os sintomas tendem a se agravar com o tempo e a levar a complicações mais sérias.

 

Margarete Zanardo Gomes - pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Pesquisa e professora nível PPG II da Universidade Tiradentes (Aracaju/SE), atuando como docente permanente e coordenadora nos programas de pós-graduação em Saúde e Ambiente e da Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO). Margarete é Mestre e Doutora em Fisiologia (Ciências, 2006), pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, com pós-doutorado realizado na Université Pierre et Marie Curie, Unidade 697 do INSERM, Hôpital de la Salpétrière. Margarete tem experiência nas áreas de neurofisiologia e neuropsicofarmacologia experimental e em atividades biológicas de produtos naturais. Os artigos publicados em revistas internacionais de alto impacto somam mais de 800 citações no Scopus (fator H:14), com 12 patentes registradas no INPI. Orientou 30 alunos de iniciação científica, 27 de mestrado e 10 de doutorado, com projetos aprovados financiados pela Fapitec-SE, CNPq, CAPES e Banco do Nordeste.

 

Ginecologistas de SP divulgam alerta sobre determinação de rastreamento do câncer de mama nos moldes adotados pelo SUS

Posicionamento SOGESP sobre a consulta Pública nº 144 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

 

A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) se posiciona por não ser favorável à Consulta Pública nº 144 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com a determinação de rastreamento do câncer de mama nos moldes adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, a realização de mamografia a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos (1). 

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum em mulheres no mundo. Sua incidência é de 58,5 a cada 100.000 mulheres. É também a maior causa de óbito por câncer em mulheres com taxa de mortalidade de 13,6 a cada 100.000 mulheres (2). É uma grande preocupação de saúde pública mundial e sua detecção precoce influencia no prognóstico e na mortalidade da doença. Neste sentido, o rastreamento mamográfico tem papel fundamental (2,3). 

Atrasos no diagnóstico, implicam em menor sobrevivência. Bukowski et al. (4) relatam que os atrasos são significativamente maiores nos países em desenvolvimento. Em mulheres brasileiras, apenas 20% foram diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial, em comparação com 60% em EUA (2,3). Além disto, a população usuária do SUS exibe menores taxas de sobrevivência global, bem como de períodos “livre de doença”, comparada com usuárias de planos privados, sendo que o acesso ao rastreamento e tratamento precoce é importante para esta diferença (2-4). Em recente estudo, em nosso meio, Rivas et al. avaliaram mais de 1500 mulheres com câncer mamário, e mostraram que a mamografia reduziu a prevalência de câncer avançado em mulheres com mais de 40 anos (5). Assim, o diagnóstico precoce pode ser decisivo para o prognóstico e sobrevida da mulher.  

A FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia tem o mesmo olhar nesta temática. Em conjunto com outras sociedades médicas, esta entidade já publicou nos anos de 2012, 2017 e 2023 as “Diretrizes para rastreamento do câncer de mama no Brasil”, preconizando o rastreamento mamográfico anual, com início aos 40 anos de idade. Essa recomendação tem como base estudos que demonstram que 25% das mulheres brasileiras que desenvolvem câncer de mama encontram-se na faixa etária entre 40 e 50 anos. Portanto, ao ser postergado o rastreamento mamográfico para a partir dos 50 anos, será negligenciado um terço das mulheres que poderiam ter um diagnóstico precoce ao realizarem a mamografia anual e terem suas vidas salvas. Este fato pode trazer o temor de aumentar os casos relacionados ao tratamento do câncer de mama, bem como a sobrevida das mulheres brasileiras.  

Assim, somos de opinião que “o não acesso da população feminina brasileira à mamografia anual a partir dos 40 anos representa um claro retrocesso ao programa de rastreamento do câncer de mama no Brasil” (6). 

 



Dr. José Maria Soares Júnior, Coordenador Científico de Ginecologia da SOGESP

Dra. Rosiane Mattar, Diretora Científica da SOGESP

Dra. Maria Rita de Souza Mesquita, Presidente da SOGESP



REFERÊNCIAS

1 -https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-da-sociedade/consultas-publicas/consulta-publica-144

2 – Bray F, Laversanne M, Sung H, Ferlay J, Siegel RL, Soerjomataram I, et al. Global cancer statistics 2022: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J Clin. 2024 May;74(3):229–63.

3 - Lee BL, Liedke PER, Barrios CH, Simon SD, Finkelstein DM, Goss PE. Breast cancer in Brazil: Present status and future goals. Vol. 13, The Lancet Oncology. 2012.

4 - Bukowski A, Gioia S, Chavarri-Guerra Y, Soto-Perez-de-Celis E, St. Louis J, Paulino E, et al. Patient navigation to improve access to breast cancer care in Brazil. Vol. 3, Journal of Global Oncology. American Society of Clinical Oncology; 2017. p. 433–7.

5 - Rivas FWS, Gonçalves R, Mota BS, Sorpreso ICE, Toporcov TN, Filassi JR, Lopes EDT, Schio LR, Comtesse YP, Baracat EC, Soares Júnior JM. Comprehensive diagnosis of advanced-stage breast cancer: exploring detection methods, molecular subtypes, and demographic influences - A cross-sectional study. Clinics (Sao Paulo). 2024 Oct 15;79:100510. doi: 10.1016/j.clinsp.2024.100510. PMID: 39413498; PMCID: PMC11530810.

6 - https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/2027-febrasgo-se-posiciona-contra-a-nova-proposta-da-ans-de-rastreamento-do-cancer-de-mama-nos-planos-de-saude


HÁBITOS SAUDÁVEIS SÃO ALIADOS PARA REDUZIR RISCO DE CÂNCER

 Médica de Família da Rede Meu Doutor Novamed, da Bradesco Seguros, recomenda a prevenção

 

De acordo com o artigo “Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil, 2023-2025”, da Revista Brasileira de Cancerologia, são esperados cerca de 700 mil novos casos no país para o período, com prevalência dos cânceres de pele, mama, próstata, cólon e reto, pulmão, estômago e útero. Segundo a Drª Danielle Pastura, Médica de Família da Rede Meu Doutor Novamed (unidade Méier RJ), da Bradesco Seguros, mesmo sendo uma doença multifatorial, as chances do diagnóstico de câncer podem ser reduzidas com a atenção a alguns hábitos altamente influentes para o surgimento de diversos tipos de malignidades. 

De acordo com a médica, sedentarismo, exposição solar exagerada, estresse psicológico, alimentação desregrada, entre uma série de outros fatores, aumentam a chance do desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Ela ressalta ainda o "rejuvenescimento do câncer", principalmente nos países desenvolvidos, ou seja, a doença atingindo cada vez mais cedo a população como consequência desses hábitos tão presentes no dia a dia das pessoas. 

“No mundo atual, a rotina diária muitas vezes está vinculada ao excesso de produtividade e consumo.  Com isso, as pessoas acabam se cobrando a trabalhar por longas horas, restando pouco ou nenhum tempo para o lazer, atividades físicas e a própria alimentação. Esse estilo de vida acelerado faz com que elas consumam cada vez mais alimentos ultraprocessados e bebidas artificiais, além de ficarem mais suscetíveis a vícios como o alcoolismo e o fumo”, alerta a médica.

 

Como lidar com o diagnóstico 

Em casos de diagnóstico de câncer ou qualquer outra doença grave, Danielle Pastura defende o apoio psicológico como essencial para enfrentar a nova realidade. “Ao deparar-se com o diagnóstico, a pessoa pode sofrer um grande impacto emocional, o que pode provocar ou agravar quadros psiquiátricos prévios, como a depressão. O apoio psicológico é fundamental para uma jornada menos turbulenta”, recomenda. 

O tipo de tratamento mais indicado para cada tipo de câncer é determinado pela equipe oncológica, de acordo com as características da doença e particularidades de cada paciente. “Não há um único tipo de tratamento, uma vez que existem centenas de condições oncológicas”, reforça Pastura.

 A médica ressalta ainda que, hoje em dia, com as terapias cada vez mais avançadas e os estudos científicos que permitem compreender melhor a doença, a expectativa de vida dos portadores de doenças oncológicas vem aumentando “Os primeiros pensamentos de todos os pacientes que recebem o diagnóstico de câncer costumam ser negativos. Mas é importante ressaltar que, embora seja uma condição séria, não deve ser encarada como algo definitivo. É fundamental contar com o acompanhamento especializado”.   

A Drª Danielle Pastura, da Rede Meu Doutor Novamed, reforça que o câncer não deve ser encarado como algo definitivo

  

Resistir sem beber água. Nutróloga sobre desidratação


Segundo a médica nutróloga Dra. Ana Luisa Vilela, de forma geral, a partir de 6 horas sem consumir água o corpo já pode começar a sentir os primeiros sinais de desidratação leve, como boca seca e entre 12 e 24 horas já pode gerar dor de cabeça, tontura e cansaço e se passar de 24 horas os impactos já são mais severos, como redução na pressão arterial e dificuldades na regulação da temperatura corporal. 

“A desidratação ocorre quando a quantidade de água perdida pelo corpo supera a ingestão. Entre os primeiros sintomas estão boca seca, tontura, fadiga e urina escura. Com a progressão do quadro, podem surgir confusão mental, queda de pressão arterial e falência orgânica”, alerta a médica que conta ainda que, sem reposição hídrica, o organismo entra em colapso, afetando a circulação, os rins e o cérebro. 

No calor extremo ou em situações de esforço e resistência intensa sem reposição adequada de líquidos e com transpiração excessiva, pode até acelerar a perda de fluidos, tornando a desidratação mais rápida e perigosa, segundo a nutróloga. 

Para evitar a desidratação, a dica da médica é a ingestão diária recomendada varia conforme peso, idade e atividades diárias, mas, em média, um adulto deve consumir cerca de 2 litros de água por dia. "Esperar sentir sede para beber água é um erro comum. O ideal é manter a hidratação ao longo do dia para evitar prejuízos ao organismo", orienta a especialista. 



FONTE: Dra. Ana Luisa Vilela - Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá – MG, especialista pelo Instituto Garrido de Obesidade e Gastroenterologia (Beneficência Portuguesa de São Paulo) e pós graduada em Nutrição Médica pelo Instituto GANEP de Nutrição Humana também na Beneficência Portuguesa de São Paulo e estágio concluído pelo Hospital das Clinicas de São Paulo – HCFMUSP. Atualmente, dedica-se à frente da sua clínica especializada em emagrecimento, para melhorar a autoestima de seus pacientes com sobrepeso com tratamentos personalizados que aliam beleza e saúde.

Draanaluisavilela


O papel dos PCDTs no cuidado com a saúde dos brasileiros

Protocolos trazem agilidade no diagnóstico, acesso a terapias eficazes e suporte integral, mas desafios persistem para doenças raras como a Neuromielite Óptica

 

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) é um instrumento fundamental para garantir que pacientes tenham acesso a cuidados baseados em evidências científicas, terapias eficazes e redução das desigualdades no sistema de saúde. No Brasil, cada PCDT é elaborado pelo Ministério da Saúde e estabelece orientações para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças específicas. 

Com um PCDT, os pacientes podem ter diagnósticos mais rápidos e precisos, evitando longas jornadas em busca de respostas. Além disso, o protocolo também favorece um cuidado integral, assegurando suporte multidisciplinar e reduz a progressão de complicações severas, preservando a qualidade de vida dos pacientes. Apesar de sua importância, muitas doenças ainda não contam com um PCDT no Brasil, como é o caso da Neuromielite Óptica, uma condição autoimune rara que ataca o sistema nervoso central, causando surtos que podem levar à perda de visão, paralisia e outras sequelas graves. Como consequência da ausência de um PCDT, os pacientes com Neuromielite Óptica não têm nenhum tratamento disponível no SUS, agravando ainda mais as sequelas da doença. 

"Um PCDT é muito mais do que um guia técnico. Ele organiza o cuidado, facilita o acesso aos tratamentos e reduz as incertezas enfrentadas por pacientes e profissionais de saúde", explica o médico neurologista Herval Neto. "Para doenças complexas e raras, como a Neuromielite Óptica, a ausência deste protocolo pode significar atraso no diagnóstico, tratamentos inadequados e o agravamento de sequelas irreversíveis." 

Sem um PCDT específico, pacientes como Adriana, de 55 anos, enfrentam desafios ainda maiores até chegar ao diagnóstico correto. Os primeiros sintomas se manifestaram em 2017 e consistiram em dores na nuca e a perda de movimento do lado direito do corpo. Por muito tempo, ela foi tratada como uma paciente ortopédica e suas dores não passaram. Meses foram necessários até os médicos entenderem que se tratava de um problema neurológico e encaminhá-la para profissionais especializados que finalmente diagnosticaram a Neuromielite Óptica. 

Essa demora no diagnóstico fez com que Adriana ficasse com sequelas permanentes do lado direito e dores intensas de cabeça. Além disso, a falta de vagas na fisioterapia limita ainda mais sua reabilitação. Tudo isso fez com que ela entrasse com pedido de aposentadoria, o que ilustra como essas sequelas são debilitantes e a afastaram do mercado de trabalho. 

A NMO afeta 9 mulheres a cada 10 pacientes diagnosticados e é mais predominante em mulheres negras, pardas e asiáticas entre 30 e 40 anos - uma faixa economicamente ativa e muitas vezes responsável pelo sustento do lar. A falta de um PCDT deixa essa paciente desassistida, com consequências econômicas e sociais que reverberam em suas famílias e comunidades, perpetuando o ciclo de desigualdades sociais e econômicas. 

"O impacto de um PCDT para doenças raras é profundo, tanto para a qualidade de vida dos pacientes quanto para o sistema de saúde", destaca o Dr. Herval. "Com diretrizes claras, evitamos diagnósticos tardios, surtos severos e hospitalizações prolongadas, que são onerosas para o SUS.” explica.   

Estudo recente realizado pela HTopics com apoio da Roche Farma Brasil, mostrou o efeito multiplicador dos investimentos em saúde na economia brasileira. O levantamento, baseado em dados de contabilidade de 2021, revela que cada R$ 1 investido gera R$ 1,61 de retorno no PIB e R$ 1,23 em renda adicional para as famílias. No caso da NMO, a criação de um PCDT para a doença pode significar o resgate de uma paciente que, sem os cuidados adequados, poderia ter uma complicação de saúde que levaria à cegueira ou até mesmo à necessidade do uso de cadeira de rodas em até 5 anos. Diagnosticar e cuidar dessa paciente contribui para sua qualidade de vida e participação plena na sociedade.

 

Síndrome de Alagille: conheça a doença rara que afeta o fígado, coração, olhos, ossos e rins

Icterícia neonatal (pele amarelada), coceira persistente, alterações cardíacas e oculares são alguns dos sintomas

 

Mesmo que semelhante a outras doenças hepáticas, a síndrome de Alagille (ALGS, em inglês) se difere por apresentar características incomuns que afetam órgãos diversos.1 No mês que marca o Dia de Conscientização da Síndrome de Alagille, a gastroenterologista e hepatologista pediátrica, Marise Tofoli, explica o que é a doença e como alguns sintomas já podem ser percebidos nos primeiros meses de vida. “A icterícia neonatal persistente é o primeiro sinal de alerta para a possibilidade da síndrome. Ela pode estar acompanhada de coceira intensa, problemas cardíacos congênitos, face com característica triangular (com testa larga e proeminente, olhos profundos e queixo pequeno) e uma alteração na parte interna dos olhos que só pode ser detectada durante um exame oftalmológico especializado”. 

A ALGS afeta um em cada 30 mil nascidos vivos.1 Trata-se de uma doença hereditária, com 50% de chance de cada filho herdá-la. A enfermidade é resultado de uma mutação no gene JAG1 ou, menos frequentemente no NOTCH2, que estão envolvidos no desenvolvimento embrionário de diferentes tecidos.1 “O indivíduo com a doença tem no fígado diminuição dos ductos biliares intra-hepáticos, podendo levar a colestase (diminuição ou interrupção do fluxo biliar do líquido produzido pelo fígado). Nos rins, a doença pode desencadear malformações ou alterações funcionais. Já no esqueleto, podem ser observadas vértebras em forma de borboleta nas radiografias e, no coração, podem ter alterações em suas estruturas, levando a problemas cardíacos. Também não podemos deixar de pontuar que existem muitos casos de pacientes que podem apresentar deficiências nutricionais, como déficit de vitaminas lipossolúveis – como, por exemplo, as vitaminas A, D, E e K”, reforça a especialista. 

Em relação ao diagnóstico, a hepatologista explica que são necessários exames para avaliação dos sinais da doença. “Raios x de tórax, para avaliação da coluna torácica, ecocardiograma e avaliação oftalmológica são alguns dos exames realizados. A biópsia hepática também pode ser feita para avaliar se há redução dos ductos biliares. E, por fim, o teste genético confirma o diagnóstico ao identificar as mutações no gene JAG1 ou NOTCH2”, explica.
 

Impactos e tratamento da síndrome de Alagille

A magnitude dos sintomas pode impactar diretamente na qualidade de vida dos indivíduos com a doença. “O prurido persistente, além de causar um sofrimento físico pode levar, muitas vezes, à alterações de sono, humor, com tendência a fadiga e irritabilidade, podendo ocorrer prejuízos emocionais como ansiedade”, explica Marise, que reforça a importância do acompanhamento multidisciplinar - com hepatologistas, cardiologistas, geneticistas, nutricionistas, psicólogos – uma vez que melhora a abordagem e o controle dos sintomas, facilita o tratamento das comorbidades, permite o rastreamento adequado de complicações e promove suporte psicológico para pacientes e famílias. 

Em dezembro de 2024, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova opção terapêutica para o tratamento do prurido colestático associado à síndrome de Alagille em pacientes com 12 meses ou mais.2 A presidente da Associação MariaVitoria de Doenças Raras (AMAVI Raras), Lauda Santos, explica que a aprovação é um marco para a comunidade de pacientes. “A coceira intensa, muitas vezes intratável, causa prejuízos importantes para o desenvolvimento da criança, além de afetar toda a família que a acompanha. Ter uma alternativa terapêutica eficaz - e não invasiva para o alívio desse sintoma – é um ganho imensurável para a qualidade de vida de quem convive com esta doença”, conta.

  

Referências

1 AMERICAN LIVER FOUNDATION. Síndrome de Alagille. Disponível em: Link. Acesso em: 20 jan. 2025.

2 Diário Oficial da União. RESOLUÇÃO-RE Nº 4.517, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2024. Disponível em: Link. Acesso em 27 de jan.2025.

 

Quase metade dos médicos brasileiros não tem especialidade

Dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025 expõem urgência na revisão do modelo de formação de especialistas médicos no Brasil 

 

O cenário atual da formação médica especializada no Brasil revela um descompasso alarmante entre a oferta de especialistas e a crescente demanda por atendimento especializado, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Resultados preliminares do estudo Demografia Médica no Brasil 2025 destaca a necessidade de reavaliar e reformular o modelo de formação de especialistas para garantir uma oferta adequada de profissionais qualificados onde são mais necessários. Segundo o estudo, o Brasil tem mais de 260 mil médicos generalistas, o que equivale a quase metade do contingente de profissionais em atuação no país.  

Em 2022, 25.500 médicos se formaram, mas havia apenas 16.000 vagas de residência médica em 2023. O déficit de quase 10 mil vagas em residência médica provoca impactos graves na saúde pública. O resultado da política implantada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece a residência médica como único caminho para a formação de especialistas, é a dificuldade de acesso a atendimento especializado pela população que depende do SUS, principalmente nas regiões mais remotas do país.   

O presidente da Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo), Eduardo Teixeira, entende que este cenário evidencia a urgência de repensar as vias de especialização médica no país. "A maior parte destes 260 mil médicos sem o registro de especialidade no CFM é composta por especialistas que não têm essa condição reconhecida porque, em vez de residência médica, fizeram cursos de pós-graduação lato sensu. Estamos falando de dezenas de milhares de profissionais atualizados e com conhecimento para atuar em inúmeras áreas da medicina que hoje sofrem com a falta de especialistas", comenta o cirurgião. 

 

Quase metade dos médicos não tem especialidade registrada no CFM

 

É preciso deixar claro que a pós-graduação lato sensu é uma via legítima para a especialização, amparada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que atribui ao MEC a competência para normatizar esses cursos. "Temos muitos cursos de pós com conteúdo programático e duração semelhantes e até mais extensos que os das residências médicas", afirma Teixeira, que é professor titular da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

 

Frente ampla em defesa da saúde pública

A Abramepo defende a criação de uma frente formada pelo Ministério da Educação, Ministério da Saúde e entidades médicas para regulamentar os cursos de pós-graduações médicas e estabelecer a modalidade como uma forma legítima de especialização. “Diante da escassez de vagas de residência, precisamos reconhecer a pós-graduação lato sensu como via legítima de especialização. Para isso, devemos estabelecer requisitos rigorosos de qualidade. A Abramepo defende um diálogo com diversas entidades médicas e o MEC para construir um modelo regulatório eficaz que garanta a qualidade da pós-graduação e o reconhecimento dos profissionais qualificados, contribuindo para a solução da escassez de especialistas no Brasil. Essa é uma questão urgente de saúde pública", reforça Teixeira. 

 

Lei autoriza atuação em todas as áreas

A Lei 3268/57 diz que todos os médicos inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) podem atuar em qualquer área da medicina. Mas uma norma do CFM limita a divulgação, por parte dos médicos, de seus cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado. Na prática, o médico pode e atua em sua área de especialidade, mas não pode informar corretamente os pacientes sobre sua formação. “Isso tem consequências drásticas para os profissionais. Muitos editais de concurso para médico do SUS vêm com a obrigatoriedade de RQE para atuar e muitos convênios não credenciam profissionais sem RQE. O resultado é falta de especialistas no SUS e em convênios mais populares. Essa reserva de mercado atinge justamente quem não tem condições de pagar por consultas particulares. Se nada for feito, a saúde pública vai entrar em colapso”, afirma o presidente da Abramepo. 

 

O caminho para a solução

A revisão urgente do modelo de formação de especialistas médicos no Brasil é fundamental para enfrentar o desafio da escassez de profissionais especializados no SUS. A proposta da Abramepo oferece uma via promissora para equilibrar a oferta e a demanda de especialistas, garantindo a qualidade da formação e o atendimento às necessidades da população brasileira. “É fundamental que as autoridades competentes e as entidades médicas unam esforços para implementar mudanças significativas, assegurando o cumprimento da Constituição, que garante a cada brasileiro o acesso integral à Saúde”, completa Teixeira.


5 Dicas Essenciais para uma Boa Adaptação Escolar

A mudança de escola pode ser desafiadora para crianças e pais. A pediatra Dra. Anna Bohn compartilha estratégias para tornar esse processo mais seguro e tranquilo, garantindo uma transição leve e acolhedora
 

A entrada ou mudança de escola é um momento de grande impacto na infância, trazendo desafios tanto para as crianças quanto para os pais. A nova rotina escolar envolve mudanças em ambientes, professores, colegas e até mesmo cheiros e sensações. Essa transição, se bem conduzida, pode ser mais leve e tranquila. Para isso, a pediatra Dra. Anna Bohn, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), compartilha estratégias para tornar esse período mais ameno e seguro para toda a família.



1.Tenha segurança na decisão 

A escolha da escola deve ser feita com confiança. É fundamental que os pais sintam que o ambiente escolar está alinhado com seus valores e que transmite segurança e acolhimento. Esse sentimento de conexão será percebido pela criança, facilitando sua adaptação, especialmente para aquelas com menos de dois anos, que necessitam de uma figura de referência confiável na escola.


2. Ofereça um símbolo de segurança 

Objetos de apego, como uma naninha, um paninho ou um brinquedo preferido, ajudam a criança a se sentir mais segura em um ambiente novo. Esses itens trazem conforto emocional e facilitam a transição entre casa e escola. A escola deve incentivar e permitir o uso desses objetos durante o período de adaptação.


3. Despeça-se de forma breve 

Nos primeiros dias de adaptação, a presença dos pais pode ser necessária. No entanto, uma vez passado esse período inicial, as despedidas devem ser rápidas e tranquilas. Prolongar a despedida pode aumentar a ansiedade da criança e tornar o processo mais difícil. O ideal é transmitir segurança ao se despedir e confiar que ela ficará bem.


4. Estabeleça uma rotina previsível 

A previsibilidade dá segurança à criança. Explique antecipadamente como será o dia: onde ela ficará, quem irá buscá-la e qual será a rotina. Reforçar essas informações de forma consistente ajuda na construção de um ambiente previsível e seguro, reduzindo o impacto da mudança.


5. Crie conexões entre casa e escola 

Conversar sobre o que a criança fez na escola fortalece a relação entre os dois ambientes e reforça o senso de pertencimento. Perguntas simples como "O que você brincou hoje?" ou "Qual foi a história do dia?" ajudam a criança a entender que os pais também fazem parte desse novo universo, tornando a experiência mais natural e integrada. 

Por fim, a Dra. Anna reforça que a adaptação escolar não precisa ser um processo angustiante. "Se a criança chora ao ser deixada, mas logo está brincando e feliz, isso é um sinal positivo. O importante é observar seu bem-estar enquanto está na escola. Escolher um ambiente alinhado aos valores da família e confiar no processo faz toda a diferença para uma adaptação tranquila e saudável".

Com paciência, acolhimento e uma boa comunicação entre escola e família, a transição escolar pode ser mais leve e segura para todos.

 


DRA ANNA DOMINGUEZ BOHN - CRM SP 150 572 - RQE 106869/ 1068691. Registro pela Sociedade Brasileira de Pediatria Registro de Terapia Intensiva Pediátrica pela Associação de Medicina Intensiva. Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Residência em Pediatria e Terapia Intensiva Pediátrica pela Universidade de São Paulo. Curso de especialização em cardiointensivismo pelo Hospital SICK KIDS, Universidade de Toronto. Pós-graduação em Síndrome de Down pelo CEPEC - FMABC (centro de pesquisa e estudos) MBA em gestão de saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein Vice-presidente do Núcleo de Estudos da criança e adolescente com deficiência, Sociedade Paulista de Pediatria. 2020-2023 coordenadora da unidade de terapia intensiva pediátrica pré-operatória do Instituto do coração – FMUSP. Pediatra do corpo clínico dos Hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio Libanês. Membra do Grupo Médico Assistencial sobre a pessoa com deficiência do Hospital Albert Einstein.


Buscas por informações médicas sobre dengue crescem quase 3 vezes no Brasil

Levantamento realizado pelo Afya Whitebook, principal ferramenta de apoio à decisão clínica utilizada por médicos no País, aponta um aumento maior em São Paulo e Minas Gerais; infectologista faz alerta sobre medidas preventivas em época de chuvas 

 

Dados do Afya Whitebook, principal ferramenta de apoio à decisão clínica utilizada por médicos, indicam que as buscas por informações sobre dengue aumentaram 2,81 vezes no país de 18 de novembro de 2024 a janeiro de 2025, com destaque para São Paulo (4,52 vezes) e Minas Gerais (3,10 vezes). 

 

Essa busca se reflete no aumento de casos notificados. Segundo informações do Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 139 mil casos prováveis em 2025, sendo cerca de 7.000 em São Paulo e 3,800 em Minas Gerais. 

 

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também é vetor de outras enfermidades como a Chikungunya e a Zika. Os sintomas incluem febre alta persistente acima de 38°C, náuseas, vômitos, cefaleia, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo. Entretanto, alguns casos podem apresentar sintomas mais leves, dificultando o diagnóstico clínico, que pode ser confundido com outras infecções virais.

 

Segundo a Dra. Janaína Teixeira, médica infectologista da UNIPTAN | Afya, é preciso ter atenção especial às crianças: "Um bebê não consegue relatar o que está sentindo, por isso é importante observar sinais como irritabilidade, recusa de alimentação, febre persistente e manchas pelo corpo. Já em crianças maiores, dores abdominais, cefaleia intensa e febre que não cede são sinais de alerta importantes". A desidratação rápida e complicações bacterianas, como pneumonia, também são preocupações em relação à população infantil. 


De modo geral, o tratamento da dengue é sintomático, focando na hidratação e controle de sintomas como dor e febre. Medicamentos como ácido acetilsalicílico (AAS), anti-inflamatórios e corticoides devem ser evitados. O acompanhamento médico é essencial para monitorar a evolução do quadro e verificar a necessidade de internação. “A prevenção continua sendo a melhor estratégia contra a dengue, com medidas como eliminação de criadouros do mosquito, uso de telas protetoras, repelentes e controle da água parada”, explica. 

 


Afya
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Exercício físico e estilo de vida saudável: um impacto positivo na saúde mental

A saúde mental tem sido uma preocupação crescente no Brasil e no mundo, especialmente em transtornos como ansiedade e depressão, figurando entre as principais causas de incapacidade ocupacional. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 15,5% dos brasileiros enfrentarão a depressão ao longo da vida, e os transtornos mentais, de forma geral, representam um dos maiores desafios para a saúde pública. No entanto, estudos mostram que um estilo de vida saudável, aliado à prática regular de exercícios físicos, pode atuar como um fator protetor e auxiliar no tratamento dessas condições.

 

O papel do estilo de vida na saúde mental 

O estilo de vida moderno, caracterizado por alta carga de estresse, má alimentação e sedentarismo, contribui diretamente para o aumento dos casos de doenças mentais. Fatores como desemprego, desigualdade social e o uso excessivo de tecnologias também exercem um impacto significativo sobre o bem-estar psicológico. 

Especialistas alertam que mudanças simples nos hábitos diários podem trazer grandes benefícios à saúde mental. A adoção de uma alimentação balanceada, a prática de atividades físicas regulares e o gerenciamento adequado do estresse são algumas das estratégias que ajudam a reduzir os sintomas de ansiedade e depressão, além de melhorar a qualidade de vida como um todo.

 

Exercício físico como aliado da mente 

Diversos estudos científicos apontam que a prática de exercícios físicos libera neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, responsáveis por regular o humor e proporcionar sensação de bem-estar. Segundo a OMS, indivíduos fisicamente ativos apresentam menor risco de desenvolver transtornos mentais, além de experimentarem melhoras na autoestima, na qualidade do sono e no controle do estresse. 

A prática regular de atividades como caminhada, corrida, musculação e yoga tem mostrado efeitos positivos na redução dos níveis de cortisol, hormônio relacionado ao estresse, além de favorecer a neuroplasticidade, promovendo adaptações positivas no cérebro. 

“Além dos benefícios físicos, o exercício cria uma rotina estruturada e um senso de propósito, elementos essenciais para quem busca melhorar a saúde mental”, explica o personal trainer especialista em fisiologia do exercício, Rairtoni Pereira. “A interação social promovida por atividades em grupo também contribui para reduzir o isolamento e fortalecer a resiliência emocional”, completa.

 

Mudança de hábitos: por onde começar? 

Para quem deseja adotar um estilo de vida mais saudável, pequenas mudanças na rotina podem trazer grandes benefícios à saúde mental. Algumas recomendações incluem:

  • Praticar exercícios regularmente, mesmo que por poucos minutos ao dia;
  • Investir em uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e proteínas de qualidade;
  • Priorizar o sono adequado, mantendo horários regulares para dormir e acordar;
  • Gerenciar o estresse por meio de técnicas de relaxamento, como meditação e respiração consciente;
  • Buscar apoio profissional, caso os sintomas de ansiedade ou depressão persistam. 

A saúde mental está diretamente ligada às escolhas diárias, e a prática de exercícios físicos pode ser um poderoso aliado no enfrentamento dos desafios emocionais da vida moderna. 

 

Rairtoni Pereira


Bleachorexia: compulsão por clareamento dental, entenda o comportamento

O clareamento dental é um dos procedimentos mais procurados nos consultórios odontológicos. Um dado da Associação Brasileira da Indústria Médica, Odontológica e Hospitalar (ABIMO) indica que cerca de 12 milhões de brasileiros frequentam o cirurgião-dentista visando conquistar a autoestima no sorriso. Enquanto isso, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) divulgou, em 2019, que a frequência de realização de procedimentos de clareamento dental teve um aumento de 30% entre aqueles que mais cresciam no setor. No aspecto econômico, a empresa de pesquisa Technavio apontou no cenário mundial uma movimentação de milhões de dólares no mercado global de clareamento entre 2021 e 2024. 

Por outro lado, com todo esse avanço, surgiram casos de pessoas com comportamento obsessivo em clarear os dentes, termo que recebeu o nome de Bleachorexia. 

Com objetivo de esclarecer e alertar sobre o comportamento de quem tem Bleachorexia, o presidente da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Sérgio Brossi Botta, explica que os sintomas da compulsão são semelhantes aos do transtorno dismórfico corporal, que é caracterizado por uma preocupação em um defeito imaginário na aparência. Pacientes com essa característica tendem a ter nove vezes mais chances de considerar fazer clareamento dental.


Diagnóstico 

“É de suma importância realizar uma avaliação abrangente do paciente. Dentistas devem se comunicar abertamente e ouvir atentamente as preocupações e necessidades de seus pacientes. Uma avaliação completa do histórico odontológico e médico, discussão de expectativas e motivações para clareamento dental e avaliação de tendências dismórficas corporais podem fornecer insights valiosos sobre possíveis comportamentos viciantes”, esclarece o especialista.  

O Dr. Sérgio alerta que o exagero no clareamento dental pode causar erosão dos dentes, sensibilidade dental, irritações na gengiva e na mucosa oral. O uso excessivo de peróxido de hidrogênio pode causar quebra de proteínas da dentina, provocando danos irreversíveis à estrutura dental. 

O papel do cirurgião-dentista é importante para diagnosticar o desvio de comportamento do paciente e orientá-lo sobre os riscos à saúde bucal que o vício em clareamento dental causa. Os pacientes com transtorno disfórmico corporal apresentam cinco vezes mais probabilidade de estarem insatisfeitos com seu tratamento odontológico mais recente, aponta pesquisa da The British Dental Journal.  


Tratamento 

O presidente da Câmara Técnica de Dentística explica que o clareamento chega a um ponto em que há apenas estruturas incolores hidrofílicas, chamadas de ponto de saturação, considerado o ponto limite de clareamento do paciente. Desta maneira, não ocorrerá maior branqueamento. Para qualquer estratégia de clareamento (clareamento caseiro, clareamento de consultório ou técnica mista), o reaparecimento de cor é comum, em decorrência de questões fisiológicas. 

“A atuação multiprofissional entre dentistas, psiquiatras e equipes multidisciplinares é importante no tratamento da "bleachorexia". Os profissionais podem trabalhar juntos para abordar os fatores psicológicos e emocionais associados ao comportamento viciante, fornecendo suporte e desenvolvendo um plano de tratamento personalizado”, esclarece o Dr. Sérgio Brossi Botta. 

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
www.crosp.org.br


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