Mudança de humor, ansiedade e alterações no sono são alguns
sinais de que a dor está afetando a saúde mental
O portador de dores crônicas pode
desenvolver transtornos mentais como estresse, ansiedade e depressão. As dores
constantes levam os pacientes ao isolamento social, geram sentimentos de
desesperança e causam dificuldades para realizar tarefas cotidianas, afetando
diretamente a qualidade de vida, de acordo com a psicóloga Francislene Karonili
Cizoto, do Centro de Cuidados Integrados de Ermelino Matarazzo.
“Os principais sintomas de que as dores
estão afetando a saúde mental do portador são mudanças no humor, ansiedade e
preocupação excessiva, falta de interesse em atividades diárias, alterações no
sono e dificuldade de concentração”, explica Cizoto.
Segundo a psicóloga, o tratamento para os
portadores de dor crônica e transtornos mentais causados por ela é multimodal,
envolvendo o uso de medicamentos antidepressivos, ansiolíticos e medicamentos
para dor. “A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental,
tem se mostrado eficaz no manejo do impacto psicológico da dor crônica”,
complementa.
A fisioterapia também tem colaborado para
melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “A fisioterapia, ao aliviar a dor
do paciente e restabelecer a funcionalidade do corpo, devolve-lhe a
independência. Essa reabilitação também traz inúmeros benefícios para a saúde
mental”, diz o fisioterapeuta Marcos Henrique Cordeiro, do Seconci-SP (Serviço
Social da Construção).
De acordo com Cordeiro, a fisioterapia tem
assumido um papel importante, sendo também uma opção de tratamento não
medicamentoso com destaque na avaliação, prevenção e tratamento de diversos
problemas de saúde mental, que podem interferir na qualidade de vida e
funcionalidade.
A dor lombar crônica é a mais prevalente,
afetando grande parte da população. Essa condição está frequentemente associada
a problemas musculoesqueléticos, como hérnia de disco, distúrbios posturais ou
degeneração articular. Estima-se que entre 60% e 80% da população mundial
experimente dor lombar em algum momento da vida.
Quando
a dor é emocional
“A dor emocional ou psicogênica é
geralmente difusa, difícil de localizar e pode variar em intensidade”, conta
Cizoto. De acordo com a psicóloga, há casos em que a ansiedade, depressão ou
estresse geram dores. Neste caso, a avaliação envolve excluir causas físicas e
considerar o histórico emocional do paciente.
É importante que o paciente procure
psicólogos ou psiquiatras para lidar com os impactos emocionais.
Ambulatório
da Dor
O Seconci-SP possui o Ambulatório da Dor,
um espaço destinado ao paciente com dor aguda, no qual há tratamentos como
termografia, agulhamento a seco, laserterapia e ventosaterapia. A área de
fisioterapia da entidade dispõe dos equipamentos mais modernos, como mesa de
tração para tratamento da dor lombar/cervical, eletrotermofototerapia
(TENS/Laser/Ultrassom) e cinesioterapia, com exercícios para melhorar a força,
equilíbrio e postura.
A conscientização sobre os benefícios da fisioterapia é
relevante, afirma Cordeiro, uma vez que 37% da população sofre de algum tipo de
dor, segundo o Elsi-Brasil (Estudo Longitudinal da Saúde do Idoso), financiado
pelo Ministério da Saúde.
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