Pesquisar no Blog

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Correr na terceira idade é bom para saúde? Especialista explica

Os benefícios da corrida de rua para a saúde física e mental são diversos para as mais variadas faixas etárias, inclusive as pessoas idosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), indivíduos com 65 anos ou mais devem fazer pelo menos 60 minutos de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa, por dia. Como as dúvidas e questionamentos sobre o assunto são comuns, o profissional de Educação Física e diretor da Runners Club Carlos Felipe Albuquerque, responde às principais delas a seguir:


Existe limite de idade para correr? Em quais casos a corrida não é recomendada para um idoso? 

Não existe limite de idade para correr. Qualquer indivíduo que esteja clinicamente saudável, com exames em dia e liberação médica, pode praticar a atividade com o suporte de um profissional especialista em corrida ou de um clube de corrida registrado, para garantia do conforto e segurança.

 

É possível quem nunca correu na vida começar na terceira idade? 

Sim. A avaliação médica para o direcionamento para todas as intervenções e cuidados necessários. Na sequência é feita uma avaliação física específica para montagem de treinamento, respeitando as limitações, caso existam.

 

Em quais casos a corrida de rua é recomendada?

Toda pessoa que quer melhorar a qualidade de vida, saúde, que quer sair do sedentarismo, sobretudo as que apresentam sobrepeso ou obesidade, em especial na terceira idade. Nosso corpo precisa de movimento para melhorar as condições fisiológicas e metabólicas e a corrida ajuda a reduzir o risco de diabetes, infarto e AVC, melhora a respiração, a qualidade do sono, o condicionamento físico, controla a pressão. A lista de benefícios é extensa.

 

Quantas vezes por semana a pessoa idosa pode correr?

2 a 3 vezes por semana, entre 40 minutos e 1 hora de atividade. É fundamental ainda o trabalho de mobilidade, flexibilidade e fortalecimento muscular específico para as regiões que são mobilizadas durante a corrida.

 

A corrida pode trazer prejuízos para o corpo da pessoa idosa? 

O risco é similar a qualquer outra atividade que leva o corpo a situações adaptativas, principalmente se quem estiver praticando tenha lesões, traumas antigos que, com o estresse do exercício, voltem a ficar aparentes. Por isso, reforço a importância do auxílio profissional para que haja todos cuidados necessários para manutenção do equilíbrio estrutural.


Relação médico-paciente: como o cuidado humanizado pode ajudar a prevenir e tratar doenças cardíacas

O grande volume de condições crônicas no Brasil tem chamado a atenção de profissionais da saúde. Estima-se que 20 milhões de brasileiros têm diabetes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Já a hipertensão atinge cerca de 50 milhões de pessoas no país entre 30 e 79 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ambas as situações, quando não cuidadas corretamente, podem ser potenciais agravantes para elevar a presença de doenças cardíacas na população. 

Diante desse contexto, se torna fundamental que o setor de saúde adote estratégias que auxiliem no acompanhamento contínuo desses casos. Nesse sentido, uma das alternativas que pode ser aplicada é a promoção do cuidado humanizado, auxiliando o estreitamento do vínculo entre o médico e paciente, a fim de obter resultados mais significativos. 

No Brasil, a Estratégia da Saúde da Família (ESF) é uma das alternativas que corroboram para esse cenário. Isto porque, com foco na família e na comunidade, a ESF visa promover a prevenção e o tratamento de condições crônicas e agudas através de uma abordagem integral e contínua. Sendo assim, os profissionais de saúde realizam o monitoramento regular de portadores de diabetes, hipertensão, entre outros casos, por exemplo, fornecendo orientações precisas e periódicas sobre realização de exames, cuidados específicos e prevenções, permitindo que tanto o médico e quanto o paciente tenham uma visão clara e cautelosa sobre a doença.

 

Tomada de decisões compartilhada 

À medida que os sistemas de saúde se concentrarem no atendimento mais centralizado, a tomada de decisões em conjunto entre o médico e o paciente será algo cada vez mais benéfico para o sucesso do tratamento. Para isso, um dos primeiros passos é estabelecer uma conversa clara com os pacientes, identificando quaisquer adversidades que possam surgir durante sua jornada de cuidado, além de analisar os resultados em conjunto, visando a melhoria contínua. 

Quando se trata de doenças cardíacas, o progresso está diretamente ligado às ações adotadas fora dos consultórios. Além de monitorar e testar o açúcar no sangue e a pressão arterial, os pacientes podem fazer uma série de mudanças no estilo de vida, incluindo seguir uma dieta saudável, realizar atividades físicas e controlar o estresse.

Dessa forma, os profissionais da saúde precisam encontrar maneiras produtivas e concretas de permanecerem engajados com os pacientes para educá-los e os ajudarem nas melhores escolhas para o seu autocuidado.

 

Tecnologia como aliada no tratamento de casos cardiovasculares 

Como parte da jornada de saúde do paciente, é imprescindível que todo o corpo clínico esteja munido de ferramentas, cujas informações sejam baseadas em evidências, que garantam impactos positivos durante todas as etapas do tratamento, especialmente no caso de doenças cardíacas. Neste contexto, as soluções de apoio à decisão clínica são fundamentais para oferecer o suporte adequado aos profissionais da saúde na tomada de decisões durante o atendimento. 

Ao fornecer informações confiáveis, essas soluções ajudam em diagnósticos e prescrições mais precisas e, consequentemente, na maior efetividade dos cuidados prestados. É fato que o crescimento de doenças crônicas é algo que deve manter o setor de saúde e a sociedade em alerta. No entanto, a partir da união entre a inovação e o atendimento humanizado é possível trilhar um caminho promissor que garanta qualidade de vida aprimorada às pessoas. 



Paulo Guedes - Gerente de Contas na Wolters Kluwer Health no Brasil.


Mitos e verdades sobre pedras nos rins

Especialista esclarece as principais dúvidas sobre prevenção, sintomas, diagnóstico e tratamento

 

Entre as principais preocupações de quem ingere pouca água está a formação de cálculos renais, ou como também são chamados, pedras nos rins. E quem se preocupa está certo, já que a forma mais eficaz de prevenção é a absorção de água em quantidades consideradas saudáveis. 

Entretanto, não é possível depender somente desse fator para evitar que as pedras se formem nos rins. Segundo o urologista do Hcor, Dr. Antônio Lopes Neto, manter uma boa alimentação com baixo sódio e evitar o excesso de proteína também podem ajudar a prevenir o desenvolvimento dos cálculos. O especialista responde abaixo algumas dúvidas comuns e que geralmente deixam as pessoas preocupadas. Confira:
 

Devo beber somente água para prevenir o aparecimento de pedras nos rins? A água é a maior aliada, com certeza, mas água de coco e sucos naturais de frutas, como limão, laranja e maracujá, também são muito ricos e podem ajudar a distanciar essa realidade. Entretanto, deve-se evitar o consumo de refrigerantes, pois contêm muito oxalato (substância que não é absorvida pelo organismo), e sucos industrializados.
 

Chá de quebra-pedra é eficaz? Não há nenhuma comprovação científica de que esse tipo de chá quebre os cálculos existentes, mas ingerir qualquer tipo de chá é uma vantagem. O que nós costumamos indicar é que a pessoa consiga urinar dois litros por dia, e para produzir essa quantidade, é preciso ingerir pelo menos 1,5l ou 2l no mesmo período.
 

Todas as pedras causam cólica renal? Não. Na verdade, as pedras se comportam de maneiras diferentes em cada corpo. Algumas podem ser assintomáticas, já outras podem chegar a casos extremos, como infecções, sangramento na urina e até mesmo a perda de função renal. O mais comum é sentir cólica, mas nem todas vão apresentar o sintoma.
 

Tomo muita água. Ainda assim posso ter pedras nos rins? Sempre existe uma chance, até porque uma parte desse desenvolvimento acontece por predisposição genética. Mas é como dito anteriormente: manter uma dieta com pouco sal e evitar o excesso de proteína, refrigerante e sucos industrializados são um combo. 

Ainda de acordo com o Dr. Antônio, junto a uma qualidade de vida mais regrada, entra a consulta periódica com um médico de confiança. Os exames regulares são imprescindíveis na vida de qualquer pessoa, tenha ela pedra nos rins ou não. “Para detectar esses cálculos, solicitamos que os pacientes façam ultrassom ou tomografia. Uma vez que eles são diagnosticados, podemos entrar com um tratamento cirúrgico, feito por via endoscópica, ou o chamado ‘expectante’, que envolve a mudança nos hábitos e, talvez, o uso de algum medicamento”. 

As pedras podem ser de diversos tamanhos e trazer muitas consequências. Por isso, o médico alerta que não se deve negligenciar nenhuma dor e sempre ficar atento à cor da urina, que deve ser clara e bem diluída.


Hcor

 

Quais os melhores incentivos fiscais para a inovação?


Diante de um mercado altamente competitivo, os incentivos fiscais estimulam investimentos em inovação, impulsionando o desenvolvimento e crescimento das empresas. Consequentemente, essas ações tendem a promover um maior equilíbrio socioeconômico para o país.

Para as empresas, esses incentivos podem se dar por meio de redução de impostos, isenções fiscais, créditos tributários, entre outros benefícios, desde que atendam a determinados critérios estabelecidos por lei. Eles atuam como um importante estímulo para o investimento em projetos estratégicos que, de outra forma, poderiam ser considerados financeiramente inviáveis.

Para o governo, a finalidade dos incentivos fiscais é promover investimentos perenes em inovação, fortalecendo assim a economia como um todo. Deste modo, os países que investem em inovação tendem a alcançar maior autonomia tecnológica, reduzindo sua dependência externa e fortalecendo sua posição no mercado global.

Dentre as opções disponíveis no país, uma das mais influentes é a Lei do Bem (Lei nº 11.196/05), a qual permite a obtenção de deduções fiscais para as empresas que realizam investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Por meio de seu Capítulo III, é possível excluir adicionalmente parte dos dispêndios com inovação da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), oferecendo, assim, um forte estímulo para o aculturamento da inovação e o engajamento na realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica por parte das empresas.

Em 2022, de acordo com dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), este mecanismo alavancou R$ 35,74 bilhões no país, comprovando sua importância como uma das principais ferramentas para o fomento da inovação.

Outro importante incentivo à inovação é a Lei de TICs (Lei n° 8.248/91), que concede benefícios fiscais específicos para o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Esta legislação permite a obtenção de créditos financeiros para empresas do setor, incentivando o investimento em tecnologias avançadas e, consequentemente, promovendo o crescimento e a modernização do setor de TIC no Brasil.

Ainda recentemente, o governo lançou incentivos fiscais voltados à Mobilidade Verde (Lei n° 14.902/24), um programa que promove a inovação em tecnologias sustentáveis no setor automotivo e a redução da emissão de gases poluentes. Este programa é especialmente direcionado ao desenvolvimento de soluções de mobilidade sustentável, visando a preservação do meio ambiente e reforçando o compromisso do país com a sustentabilidade e a inovação verde.

Agora, apesar de existirem mecanismos benéficos de incentivo à inovação no Brasil, ainda há diversos desafios que dificultam seu uso pelas empresas, como o fato de que nem todos os benefícios concedidos pelo governo possuem políticas e legislações coerentes e bem definidas. Além disso, a multiplicidade de legislações tributárias vigentes, suas constantes alterações e a falta de clareza podem gerar interpretações divergentes, o que gera insegurança jurídica para os contribuintes que desejam usufruir desses incentivos.

Um exemplo claro dessa insegurança jurídica está disposto na Lei nº 14.789/2023, que dispõe sobre o crédito fiscal decorrente de subvenção, a qual conflita com a Lei nº 160/2017, que trata das subvenções para investimento do ICMS com previsão para não tributação dos impostos diretos (como o IRPJ e a CSLL). Contudo, analisando a Solução de Consulta Cosit nº 253/2023, em conjunto com a Lei nº 14.789/2023, identifica-se uma possibilidade de tributação do IRPJ e CSLL sobre os valores do crédito presumido de ICMS relacionados na Lei nº 160/2017, independentemente de serem ou não considerados como subvenção para investimento.

Essa multiplicidade de legislações tributárias e suas frequentes alterações exigem das empresas um monitoramento contínuo para assegurar uma compreensão detalhada e atualizada, a fim de evitar penalidades decorrentes do uso indevido desses incentivos, tais como multas e juros sobre os valores incentivados.

Ademais, a definição exata dos critérios para concessão e sua forma de aplicação, tais como os requisitos específicos que as empresas devem atender, são elementos fundamentais para o uso dos benefícios fiscais. Afinal, sua concessão é fiscalizada pela Receita Federal (RFB), órgão responsável por assegurar que todas as obrigações tributárias sejam cumpridas de acordo com a legislação vigente, o que inclui tanto a arrecadação de impostos quanto a fiscalização da concessão destes incentivos – a qual vem sendo cada vez mais rigorosa devido à integração das ferramentas e à criação de obrigações tributárias acessórias destinadas a facilitar a fiscalização por parte da RFB.

Diante do exposto, não há como negar o impacto significativo dos incentivos fiscais na economia, mas, para que sejam atrativos às empresas, é crucial que as políticas sejam bem planejadas, proporcionando uma maior segurança jurídica e garantindo que, efetivamente, atinjam sua finalidade.

Desse modo, o apoio de uma consultoria especializada é essencial para garantir que as empresas façam investimentos estratégicos de maneira eficaz. Esse tipo de investimento não apenas facilita a criação de uma cultura de inovação, mas também aumenta significativamente a valorização da empresa no mercado. Com a orientação adequada, as empresas podem identificar e aproveitar oportunidades de crescimento, diferenciando-se da concorrência. Portanto, contar com uma consultoria especializada é um passo crucial para qualquer empresa que deseja prosperar de forma estruturada e inovadora. 



Jessyca Musumeci e Amanda Rosa - são, respectivamente, Supervisora e Analista de Tax & Legal do FI Group Brasil consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financeiros destinados à PD&I.



FI Group
https://br.fi-group.com/


A inteligência artificial pode auxiliar no combate da judicialização da saúde no Brasil?

O Supremo Tribunal Federal (STF) está em processo significativo para enfrentar a crescente judicialização na área da saúde no Brasil. Este fenômeno, que não é recente, tem se intensificado nos últimos anos, gerou um número cada vez maior de ações judiciais que envolvem desde a obtenção de medicamentos específicos, problemas com rescisão de planos de saúde até a garantia de tratamentos médicos. 

A judicialização da saúde é um problema complexo que envolve não sistema judicial, mas também a gestão política dos custos de saúde e a incorporação de novas tecnologias e medicamentos no sistema público. Para se ter uma ideia da dimensão do problemas, em 2023 foram propostas 500 mil novas ações sobre saúde no país. E de acordo com levantamento, 80% dos processos judiciais são deferidos em primeira e segunda instância. 

A judicialização da saúde ocorre quando pacientes recorrem ao Judiciário para obter acesso a tratamentos, medicamentos e procedimentos médicos que não estão disponíveis ou são negados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por planos de saúde privados. Esse fenômeno é amparado pelo direito fundamental à saúde, previsto no Art. 196 da Constituição Federal de 1988, que estabelece que "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". 

No entanto, a judicialização da saúde apresenta desafios significativos. Muitas decisões judiciais são tomadas com base em informações técnicas insuficientes, o que pode levar a resultados que, embora bem-intencionados, não são os mais eficazes ou sustentáveis. Além disso, essas decisões podem gerar um impacto financeiro considerável, comprometendo o orçamento destinado à saúde e afetando a capacidade do sistema de atender a outras demandas. 

Dentro desse contexto, o STF está constituindo um grupo de trabalho dedicado a analisar e propor soluções para os desafios associados à judicialização da saúde. A proposta é discutir e aprimorar ferramentas que possam auxiliar os juízes na formulação de suas decisões, oferecendo um suporte técnico e científico mais robusto. A iniciativa visa, sobretudo, reduzir o número de decisões que muitas vezes não possuem embasamento técnico adequado e que geram impactos financeiros e administrativos significativos para o sistema de saúde. 

Uma das principais propostas em discussão é a criação de um sistema de informação contínua e ininterrupta, que seria uma evolução do atual sistema NatJus. A professora Ludhmila Hajjar, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é uma das defensoras dessa ideia. Ela sugere que o novo sistema utilize inteligência artificial para fornecer informações automáticas e atualizadas sobre temas de saúde, assim que os processos judiciais forem distribuídos. Este mecanismo permitiria uma resposta mais rápida e precisa às demandas judiciais, além de melhorar a qualidade das decisões proferidas pelos magistrados. 

A conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Daiane Lira, também apoia a implementação dessa proposta. Segundo ela, a adoção de inteligência artificial no fornecimento de informações sobre saúde pode representar um avanço significativo na gestão das demandas judiciais, proporcionando uma base de dados mais completa e acessível para os juízes. Este sistema permitiria uma análise mais detalhada e fundamentada dos casos, contribuindo para uma tomada de decisão mais eficiente e justa.   

A proposta de criação de um sistema de informação contínuo e a utilização de inteligência artificial são avanços significativos na tentativa de reduzir a judicialização da saúde. No entanto, a implementação dessas medidas exigirá um esforço conjunto de diversas instituições, incluindo o STF, o CNJ, o Ministério da Saúde e outras entidades envolvidas no sistema de saúde e judiciário. Será necessário garantir a integração e a colaboração entre essas instituições, além de desenvolver mecanismos de monitoramento e avaliação para acompanhar a eficácia das medidas implementadas.

Esta iniciativa do STF e das entidades envolvidas é uma resposta à necessidade urgente de encontrar soluções para a judicialização excessiva na saúde, que tem gerado um impacto considerável no orçamento público e na capacidade de gestão do sistema de saúde. A criação de um sistema de informação contínua e o uso de inteligência artificial representam uma evolução necessária para aprimorar a resposta do judiciário às demandas de saúde, garantindo maior eficiência e justiça nas decisões. 

Portanto, a judicialização da saúde é um fenômeno complexo que envolve direitos fundamentais, questões técnicas e financeiras e a necessidade de um sistema de saúde eficiente e sustentável. As iniciativas que propões soluções são passos importantes na busca por um equilíbrio entre o direito à saúde e a sustentabilidade do sistema.

 


Natália Soriani - especialista em Direito da Saúde e sócia do escritório Natália Soriani Advocacia


Mulheres serão as mais afetadas pela Inteligência Artificial. Como evitar esse impacto?

Opinião


A revolução da Inteligência Artificial (IA) está reconfigurando o mercado de trabalho em um ritmo acelerado, e os dados são alarmantes: estima-se que 80% das mulheres ocupam empregos que estarão na linha de frente da automação pela IA, em comparação com 58% dos homens. Esse cenário destaca uma diferença crítica de gênero que, se não abordada, poderá acentuar ainda mais as desigualdades existentes no ambiente profissional. O impacto será maior para as mulheres, que estão em posições mais vulneráveis à substituição por máquinas e algoritmos. 

Essa discrepância é agravada por uma questão comportamental e de acesso ao conhecimento. Estatísticas divulgadas pelo Fórum Econômico Mundial mostram que apenas 51% das mulheres utilizam ferramentas de IA gerativa semanalmente, enquanto 59% dos homens já incorporaram essa prática em suas rotinas. Essa diferença é ainda mais acentuada entre os jovens, o que sugere que as futuras gerações de mulheres podem ficar ainda mais defasadas se não houver uma mudança significativa. O baixo engajamento feminino com IA é preocupante, pois pode deixar as mulheres em desvantagem competitiva em um mercado de trabalho que cada vez mais valoriza a familiaridade com a tecnologia. 

Profissões tradicionalmente ocupadas por mulheres, como atendimento ao cliente, saúde e educação, estão entre as mais ameaçadas pela automação. No entanto, o risco não está apenas na substituição direta por máquinas, mas também na substituição por indivíduos que dominam a tecnologia. Com o atual domínio masculino na área de IA, existe um risco real de que os homens acabem preenchendo esses papéis, deixando as mulheres ainda mais marginalizadas no mercado de trabalho. A adaptação e o aprendizado de novas habilidades são, portanto, essenciais para que as mulheres possam competir de igual para igual em um cenário cada vez mais automatizado. 

Apesar do cenário desafiador, há uma oportunidade escondida para as mulheres. Aquelas que buscarem ativamente aprender e aplicar IA em suas áreas de atuação podem não apenas proteger suas carreiras, mas também se posicionar como líderes em um campo emergente. Ao se envolverem mais com a IA, as mulheres podem ajudar a moldar o futuro da tecnologia de uma forma que seja mais inclusiva e representativa. Isso inclui combater os vieses existentes que a IA pode perpetuar, garantindo que as ferramentas tecnológicas do futuro reflitam uma sociedade mais justa e equitativa. 

Para evitar os impactos negativos da automação, é crucial que haja uma mobilização tanto individual quanto coletiva. As mulheres devem ser incentivadas a explorar a IA e outras tecnologias emergentes desde cedo, através de iniciativas educacionais que desmistifiquem essas áreas e as tornem mais acessíveis. Além disso, políticas públicas e programas corporativos precisam ser implementados para oferecer suporte e treinamento contínuo, permitindo que as mulheres desenvolvam as habilidades necessárias para prosperar em um mercado de trabalho em transformação. 

Empresas também têm um papel fundamental nesse processo, ao promover a diversidade e inclusão em suas equipes de tecnologia. Ao garantir que mais mulheres estejam envolvidas no desenvolvimento de IA, as empresas não apenas fomentam a equidade, mas também se beneficiam de uma gama mais ampla de perspectivas, o que pode resultar em inovações mais robustas e adaptáveis. O sucesso de uma empresa no futuro estará diretamente ligado à sua capacidade de incorporar diferentes pontos de vista em suas estratégias tecnológicas. 

À medida que a automação se torna uma realidade inevitável, o engajamento ativo com a tecnologia será essencial para garantir que as mulheres não fiquem para trás. A chave para evitar que as mulheres sejam deixadas de lado em um futuro dominado pela IA reside na educação, na inclusão e na conscientização sobre a importância de se adaptar às mudanças tecnológicas. Só assim será possível construir um futuro onde a automação trabalhe a favor de todos, e não apenas de alguns. 

 

Danilo Gato - consultor especialista em Inteligência Artificial Generativa com foco em aplicações práticas para o mercado de trabalho e professor de Inteligência Artificial Generativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Desenvolveu diversos projetos, palestras e treinamentos sobre o tema para empresas e profissionais que buscam se adaptar e se capacitar para essa nova era, além de ser host do podcast Papo de IA (Top 1 do Brasil em tecnologia no Spotify).
@odanilogato no Instagram e Youtube

"Mulheres precisam ressignificar questão da culpa", diz executiva

Para vice-presidente do SERAC, quem é empresária e mãe nem sempre consegue lidar bem a pressão, mas é possível usar estratégias para melhorar o sentimento

 

Mulheres costumam sofrer com as pressões familiares e sociais, especialmente as que, além de empreendedoras, também são mães. É normal que muitas delas sintam culpa por não conseguir dar conta de tudo, mas é possível utilizar algumas estratégias para ressignificar o sentimento. 

Segundo Carla Martins, vice-presidente do SERAC, hub de soluções corporativas, sendo referência nas áreas contábil, jurídica, educacional e de tecnologia, a culpa é algo que faz parte do dia a dia das mulheres e que foi construído ao longo do tempo. “Sofremos porque historicamente a pressão sempre foi muito grande. Espera-se que a mulher consiga cuidar bem da casa, da família e do trabalho e normalmente isso não é fácil, por isso é preciso que saibamos reconstruir a questão da culpa”, diz ela. 

A executiva acredita que toda mulher deveria entender que, ao escolher empreender, por exemplo, ela também está escolhendo cuidar da família, afinal está se dedicando a construir algo melhor para beneficiar a todos. “É preciso olhar para o que chamamos de culpa de outra forma, e entender que o que você está fazendo também é cuidar da família”, afirma Carla Martins. 

Outra estratégia importante, segundo a vice-presidente do SERAC, é definir limites e prioridades. “Quem é mais produtiva também acaba se sentindo menos culpada, por isso é importante focar e estabelecer o que é horário para trabalho e o que é horário para a família. Usar uma agenda é importantíssimo para se sentir melhor quanto a isso”, orienta ela. 

Para Carla Martins é essencial que as mulheres saibam trabalhar crenças passadas. “Fomos programadas culturalmente para fazer certas coisas que nem sempre gostamos, mas será que significa que você precisa fazê-las todos os dias? As tarefas de casa podem ser divididas entre os familiares ou você pode contratar alguém para fazer, já que está priorizando o trabalho nessa fase da vida”, afirma. “Hoje somos empresárias, donas de negócios, por que temos que fazer o que sempre foi feito e não o que é melhor?”, questiona. 

A vice-presidente do SERAC conta que costuma apostar na organização e no ato de delegar para conseguir fazer tudo que precisa. “Precisamos ser mais gentis conosco, pois estamos fazendo o nosso melhor. Haverá dias em que eu não estarei bem e nem você, por isso a pressão social se torna um pouco menor se conseguirmos colocar menos pressão sobre nós mesmas”, reflete Carla Martins. 

De acordo com a executiva, a culpa feminina é um processo que foi sendo construído ao redor dos anos, por isso também se torna um processo lento desconstruí-la. “Uma forma de lidar melhor com isso é buscar apoio e empatia em outras mulheres. Para isso, vale procurar grupos de networking feminino, conversar com outras empresárias e amigas. Mas antes de absorver algumas ideias, analise. Avalie se é um ambiente de crescimento para você e se vai ajudá-la de fato a lidar melhor com a culpa”, finaliza Carla Martins.
 

Confira as estratégias indicadas por Carla Martins para lidar com a culpa:

  1. Tente ressignificar o sentimento, entendendo que o que você faz também é importante para sua família
  2. Define limites e prioridades, use uma agenda
  3. Trabalhe crenças passadas. O mundo mudou
  4. Delegue
  5. Busque apoio em outras mulheres



Carla Martins - vice-presidente do SERAC. Atende grandes empresários e personalidades da mídia, direcionando o crescimento sustentável de diversos negócios. Possui qualificação e acredita muito no poder de gestão de negócios e no empreendedorismo feminino. Como Vice-Presidente do SERAC busca direcionar novos empresários a alcançarem o próximo nível com soluções contábeis, jurídicas e de gestão, impactando positivamente vidas de clientes, parceiros, colaboradores, amigos e familiares. Carla é contabilista formada em Marketing pela ESPM e pós graduada em Big Data e Marketing. soucarlamartins


SERAC
souserac.com


Prazo de vencimento de LCI é alterado para 9 meses


Na última quinta-feira (22), o Conselho Monetário Nacional (CMN) o CMN alterou o prazo de vencimento das LCIs de 12 meses para 9 meses, igualando ao funcionamento das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que também tem prazo de 9 meses. 

A medida, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), visa aumentar a atratividade das LCIs ao oferecer maior flexibilidade e alinhamento com as LCAs, que já possuíam um prazo mínimo menor. Para Andressa Bergamo, especialista em mercado de capitais e sócia-fundadora da AVG Capital, “a equalização dos prazos de LCIs e LCAs é positiva para o mercado e para os investidores porque simplifica o entendimento e a comparação entre esses produtos”. Bergamo acredita que a redução do prazo pode tornar as LCIs mais atraentes para investidores em busca de liquidez em prazos mais curtos, mantendo a segurança proporcionada pela isenção de imposto de renda sobre esses ativos. 

A especialista aponta que a mudança poderá estimular a demanda por LCIs, especialmente entre aqueles que priorizam maior liquidez, embora o impacto real dessa alteração ainda precise ser avaliado ao longo do tempo. “A redução do prazo pode aumentar a demanda por LCIs, principalmente por investidores que buscam maior liquidez. No entanto, o impacto geral deve ser medido ao longo do tempo, observando se o volume de emissões e a adesão do mercado aumentam significativamente”, afirma Bergamo. 

Por outro lado, as LCIs indexadas ao IPCA, por exemplo, que já são menos comuns, podem se tornar relativamente menos atraentes se comparadas às LCIs pós-fixadas ou prefixadas, que se beneficiam da redução do prazo, segundo Bergamo. A isenção da nova regra pode levar investidores a preferirem produtos com prazos mais curtos, potencialmente diminuindo a demanda por LCIs vinculadas ao IPCA. 

Nicolas Gass, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, destaca que a equalização dos prazos das LCIs e LCAs pode ajudar a estabilizar o mercado. “A mudança foi de fato para se igualar às LCAs, já que havia um leve desequilíbrio entre as duas”, explica Gass. Ele observa que essa mudança é positiva, pois poderá equilibrar o volume de emissões entre LCIs e LCAs, já que investidores atualmente mostram uma preferência maior pelas LCAs devido ao prazo mais curto. 

Gass também menciona que a mudança reflete uma tentativa de padronização no mercado de renda fixa, o que pode ser benéfico para os investidores. “A mudança, no geral, é muito boa sim para os investidores porque ela mostra que a CMN está olhando para esses produtos e está vendo que de fato existia ali uma diferença entre os dois, a fim de estabilizar tudo, padronizar como um todo essas emissões por conta do risco delas”

Com a alteração, para Gass, LCIs, LCAs e Letras de Crédito do Agronegócio (LCDs) tendem a se tornar mais similares em termos de atratividade, com as diferenças principais agora se restringindo ao tipo de lastro dos papéis, seja no setor imobiliário ou no agronegócio.


Inteligência Artificial cria posts e imagens para redes sociais de empresas

Divulgação
Novas funcionalidades da copiloto Edi, da Etus, oferecem suporte completo na criação de conteúdo para mídias sociais

 

A Etus, plataforma especializada em gerenciamento de redes sociais e parte do grupo LWSA, acaba de lançar uma inovadora solução baseada em Inteligência Artificial para a criação de posts e imagens. A nova funcionalidade, integrada à copiloto Edi, promete transformar a presença online das empresas.

A IA da Etus, que já desempenha diversas funções na plataforma, agora inclui geradores de imagens a partir de prompts e posts completos, com texto, imagem, hashtags e sugestão de melhor horário para postagem. “Essas soluções otimizadas e automatizadas fortalecem a presença online das empresas nas redes sociais”, afirma Lívia Lampert, gerente executiva de Etus e Kinghost.

Entre os principais benefícios da ferramenta estão a automação de tarefas, análise de dados, personalização e marketing, permitindo a criação de campanhas mais eficazes e segmentadas com base em dados reais. Outros recursos incluem sobreposição de texto para testes antes da publicação, um calendário de datas sazonais importantes e uma biblioteca de mídia com imagens e vídeos.

Disponível exclusivamente na plataforma Etus, a IA integra-se com Instagram, TikTok, Facebook, X (Twitter), LinkedIn, YouTube, Pinterest, Tumblr e Threads. Para utilizar, basta acessar o site da Etus e contratar o serviço. Na criação dos posts, é só fornecer uma descrição detalhada do que deseja, escolher o tamanho e o estilo, e a IA executa o pedido.


Solução para pequenos empreendedores

Segundo Lívia Lampert, as novas funcionalidades da Edi atendem à crescente demanda por posts mais elaborados e com maior alcance, especialmente para Pequenos e Médios Empreendedores que não podem terceirizar esse tipo de serviço.

Levantamento recente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostra que as PMEs  representam 27% do PIB do país, que tem cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas.

“Com a Edi, estamos democratizando o acesso à IA para pequenos empreendedores e empresas de todos os tamanhos. Oferecemos um suporte criativo que auxilia na produção de conteúdos de ponta a ponta, permitindo que as empresas otimizem suas campanhas, automatizem processos e potencializem o alcance e a eficiência de suas estratégias digitais, conforme suas necessidades específicas”, destaca Lívia Lampert.

Ela acrescenta que a combinação da IA com a personalização permite a criação de grandes volumes de conteúdo em menos tempo, liberando redatores e profissionais de marketing para focarem em tarefas mais estratégicas, otimizando recursos humanos e financeiros. “A Edi é intuitiva, totalmente em português, mas compreende múltiplas línguas, somando-se às estratégias dos pequenos empreendedores e otimizando seu trabalho e o de seus colaboradores”, conclui.

   


Etus
www.etus.com.br


Reforma tributária desconfigura o Simples Nacional

Freepik
Texto aprovado pela Câmara coloca micro e pequenas empresas em uma encruzilhada, já que deverão escolher entre arcar com uma carga tributária e burocrática maior fora do Simples ou permanecer no regime tributário, mas repassando um crédito menor, sob o risco de perderem negócios

 

A reforma tributária sobre o consumo, em fase de regulamentação no Congresso Nacional, mantém a existência do Simples Nacional, mas retira boa parte das suas vantagens, colocando em risco a sobrevivência das micro, pequenas e médias empresas, principalmente aquelas que estão no meio da cadeia produtiva, na condição de fornecedores de bens e serviços.

Pela legislação atual, como forma de garantir a competitividade dos pequenos negócios, as empresas optantes do Simples podem transferir integralmente os créditos de PIS e Cofins – que na reforma vão compor a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – a uma alíquota de 9,25% para as pessoas jurídicas com as quais realizam transações, independentemente da alíquota que recolhem de imposto dentro do regime tributário. 

Mas o PLP 68/24, já aprovado pela Câmara e em tramitação no Senado, prevê que o valor do crédito será limitado à alíquota efetivamente paga pela empresa do Simples, que é bem menor. Pelos cálculos da Fecomercio-SP, na prática, elas vão poder transferir cerca de 7% de crédito do IBS e da CBS, afetando a competitividade dos pequenos negócios enquadrados nesse regime tributário.

Pelo texto, as empresas que desejam transferir integralmente o crédito em suas operações poderão optar por recolher o IBS e a CBS fora da cesta de tributos do Simples, mantendo dentro do regime tributário apenas o IRPJ, a CSLL e a contribuição previdenciária patronal.

Na prática, essa possibilidade colocou as empresas numa encruzilhada, já que deverão escolher entre arcar com uma carga tributária e burocrática maior fora do Simples ou permanecer no regime tributário, mas repassando um crédito menor e, com isso, sob o risco de perderem negócios.

“Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional que vendem para distribuidores, atacadistas ou varejistas terão que analisar as vantagens de recolher o IBS e a CBS por fora, pois certamente essas empresas deverão dar preferência para aquelas que transfiram créditos de forma integral”, explica o consultor tributário da Orcose Contabilidade, Flávio Perez.

Para a advogada tributarista Kelzer Schneider, a reforma tributária representa um grande desafio para as pequenas empresas, que dependem de benefícios fiscais para competir no mercado. “Na Índia, que passou a adotar o IVA dual há 10 anos, muitos pequenos negócios quebraram ou foram absorvidos por empresas maiores”, alertou. 


TRANSIÇÃO E COMPLICAÇÃO

Além do desafio de simular cenários considerando as vantagens de permanecer ou não no regime do Simples, Perez chama a atenção para o período de transição entre o sistema tributário atual e o proposto na reforma, que vai de 2026 a 2033, afetando todas as empresas de forma geral, mas particularmente os pequenos negócios.

“Será uma fase bem complicada tanto para as empresas como para os contadores, pois será preciso conviver com os impostos atuais e os novos. Hoje, dentro do Simples, temos 8 tributos. A partir de 2026 até 2033, serão até 10 tributos nesse regime tributário, o que vai demandar muito trabalho e, consequentemente, mão de obra qualificada”, ressaltou.


CASHBACK

Outro ponto de atenção pouco comentado que deverá afetar a competitividade das empresas do Simples, segundo o consultor, é o cashback, mecanismo que prevê a devolução de 20% da CBS e do IBS pagos para a população de baixa renda, registradas no Cadastro Único para programas sociais, com exceção dos alimentos incluídos na cesta básica.

“Esses consumidores, que representam cerca de um terço da população, vão preferir comprar, por exemplo, uma televisão de varejistas que paguem o IBS e a CBS de forma integral, ou seja, com a alíquota padrão de 26,5%, do que das empresas do Simples, já que o valor da devolução do imposto será bem maior”, explicou.

Para o economista Marcelo Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o regime do Simples está sendo tratado como um “empecilho” na reforma tributária.  “As empresas perdem competitividade tanto na condição de fornecedoras para outras empresas como nas vendas para o consumidor final, no caso do cashsback”, complementou Solimeo.

O uso do split payment também será prejudicial para os pequenos negócios enquadrados no Simples por afetar o capital de giro das empresas no caso de vendas por meio de cartão de crédito e débito, pix ou boleto. Hoje, o pagamento do imposto é feito no mês seguinte às vendas, por meio de uma guia única de recolhimento de tributos. Com a reforma, o recolhimento passa a ser automático. 



Silvia Pimentel
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/reforma-tributaria-desconfigura-o-simples-nacional


Drex: a inovação em pagamento para os brasileiros

Moeda digital brasileira utiliza tecnologia blockchain e pode ser usada em grandes transações

 

O Banco Central segue em fase de teste do Drex, a plataforma na qual a moeda digital do Banco Central (CBDC) será utilizada para pagamentos de grandes transações financeiras de forma segura, através de ativos digitais e contratos inteligentes. Essa fase, que visa garantir a privacidade e segurança das transações, deve seguir até o primeiro semestre de 2025. 

O Real Digital tem o mesmo valor nominal do Real tradicional e é emitido pelo Banco Central do Brasil. Ele pode ser transacionado em ambientes que utilizam a tecnologia de registro distribuído, conhecida em inglês como Distributed Ledger Technology (DLT). 

Semelhante ao PIX, o método de pagamento amplamente utilizado no dia a dia dos brasileiros, o Drex inova ao permitir que o contrato inteligente seja adaptado conforme o que for mais conveniente para as partes envolvidas. Assim, a transferência de dinheiro só será realizada quando todas as condições forem atendidas. 

Segue um exemplo: você comprou um carro de pessoa particular. Ao utilizar o Drex, o dinheiro só será pago ao vendedor quando o processo de documentação estiver resolvido, evitando fraudes. Ou seja, assim que o seu dinheiro for transferido, o sistema, de forma simultânea, passa a propriedade do veículo para você. Ou, caso o vendedor dê o primeiro passo e realize a transferência, no mesmo momento há o pagamento para ele. Se uma das partes falhar, o valor pago e o carro voltam para seus respectivos donos. 

“Depois de passar pelos testes e houver a sua implementação, acredito que o Drex será bem visto por investidores e pessoas interessadas em iniciar nesse mundo. Isso porque, os custos serão menores em transações, o que pode ser mais atrativo. Há também várias possibilidades de negócios, o que pode ser bom para a economia. As Fintechs, por exemplo, poderão seguir o nicho em tokens de Direitos Creditórios, que por vir a ser uma modalidade de investimento com o Drex”, explica Matheus Medeiros, CEO da Futokens, que completa. 

“No início, as pessoas podem ter algum receio, mas depois, vendo como tudo funciona com segurança, acredito no crescimento do uso do Drex, assim como foi com o PIX”, finaliza.

 

E qual a diferença para o Pix? 

Os dois têm a mesma finalidade: pagamento rápido e de forma segura. O PIX, por exemplo, é muito utilizado nas transações simples e você pode programar os pagamentos. Ele está atrelado a uma chave escolhida pelo usuário e segue as normas estabelecidas pelo BC. 

Já o Drex é voltado para grandes valores e sempre são atrelados a contratos inteligentes. Ele utiliza a tecnologia blockchain e todo o seu processo é rastreado. Pode ser utilizado para compra de veículo, envio de dinheiro para o exterior ou até um empréstimo bancário (quando você pode colocar como garantia parte de suas aplicações). 

Com o Drex, as operações de crédito, que hoje têm um custo muito alto por conta da participação de intermediários, tendem a ter um valor mais baixo e isso abre um leque para que mais pessoas utilizem. 

Para acessar a moeda e a plataforma Drex será necessário ter uma conta em um banco ou outra instituição financeira autorizada. Serão essas instituições que realizarão a transferência do Real para a carteira digital do Drex, garantindo assim toda a segurança necessária. 

Por ser uma moeda digital emitida pelo Banco Central, o Real Digital se diferencia das criptomoedas, que são ativos digitais emitidos de forma privada e, portanto, não são fiscalizados pelo governo. Assim, as criptomoedas estão mais sujeitas a variações de valor no mercado, já que não têm uma autoridade reguladora central e são diretamente influenciadas por fatores de mercado, como especulações e demanda. 

Para o investidor iniciante ou que quer se manter longe das instabilidades das criptos, as Stablecoin podem ser um caminho. Elas são ativos digitais criados para representarem moedas oficiais, como o Dólar, Real e Euro. A equiparação com a moeda fiduciária fica 1 pra 1.

Utilizando o Drex como lastro se abre outra possibilidade de negócio, mas para isso é preciso desenvolvê-la. 

“Há sempre uma empresa emissora responsável por trás para garantir que haverá reserva ou saldo para cobrir o total investido na moeda escolhida, o chamado lastro. O indicado é sempre conhecer todo o projeto e como vai funcionar”, observa Medeiros. 

Mesmo com toda segurança, ainda é possível que essa paridade frente à moeda real (fiduciária) não ocorra, como aconteceu em 2022 devido à crise da FTX. 

A segunda maior exchange do mercado decretou falência no final daquele ano após indicações de que os fundos dos investidores estavam sendo usados em negócios de alto risco. Isso afetou diretamente o token FTT, que apresentou falta de liquidez. Diante das notícias, os clientes tentaram sacar seus recursos, mas o processo foi congelado pela empresa, que não tinha como liberar os valores requisitados. A crise também impactou outros projetos. 

 

Futokens - empresa inovadora no cenário de critpomoedas e tokenização, sendo a responsável pela emissão dos fan tokens associados ao time Imperial Esports. Com uma abordagem pioneira, a Futokens introduziu a ideia de tokenização no mundo dos esportes eletrônicos e entretenimento, proporcionando um fortalecimento do vínculo entre os fãs e suas paixões. Além disso, a Futokens se destaca como uma plataforma que lidera a tokenização de empresas, oferecendo um ambiente versátil, seguro e eficaz, e democratizando o acesso a investimentos para públicos de todos os perfis.


Na palma da mão: pagamentos biométricos são nova oportunidade de crescimento para o varejo físico

Freepik
Uso da biometria — como impressões digitais, reconhecimento digital ou palmas da mão — promete ampliar possibilidades para varejistas

 

O uso da biometria ganhou espaço no cotidiano das pessoas e já marca presença forte nos smartphones e bancos, seja pela facilidade da tecnologia ou pela segurança. Isso quer dizer que os usuários podem desbloquear seus celulares e fazer transações no caixa eletrônico, por exemplo, por meio das impressões digitais, da palma da mão e do reconhecimento facial. Mas o comércio também promete se beneficiar dessa ferramenta: de acordo com a pesquisa divulgada pela Juniper Research, a biometria pode alcançar até 90% dos varejistas em todo o mundo.

 

Nesse caso, o uso da biometria pode garantir proteção contra fraudes e facilidade aos consumidores, agilizando o processo do pagamento e finalizando as compras sem precisar usar a carteira. O estudo da Juniper Research prevê, ainda, um salto de 138% no volume de transações realizadas dessa forma até 2028.

“Essa é uma inovação que promove ao varejista uma nova estratégia de lucros, principalmente pela modernização e a praticidade. A combinação de experiências físicas e digitais faz com que o consumidor tenha no presencial a mesma rapidez do e-commerce”, comenta William Santos, diretor comercial da VarejOnline, empresa especializada em tecnologia para gestão de lojas, franquias e pontos de venda (PDV).

Alguns países já utilizam a biometria em serviços há mais tempo. Na China, por exemplo, o acesso ao transporte público é feito pelo rosto ou impressão digital. No Brasil, esse ainda é um método que vem ganhando espaço; em algumas lojas, é possível realizar o cadastro com dados pessoais e biométricos, que são automaticamente relacionados ao cartão de crédito da unidade. 

Mas, mesmo que não esteja totalmente presente, a expectativa de sua chegada é grande. “Com a regulamentação de privacidade nos pagamentos biométricos, existirá um potencial significativo neste método, principalmente em melhorar a experiência dos consumidores. Mas a maior vantagem mesmo será a da segurança, reduzindo riscos de golpes, roubos e mau uso dos dados alheios”, complementa William.

 

VarejOnline


Desastres naturais e exclusão social


As crises ambientais que enfrentamos atualmente, expressas por meio de queimadas, enchentes e outros desastres naturais, são reflexos de um modelo de sociedade que prioriza o produtivismo estéril e o consumismo perdulário. Este sistema, ao invés de preservar e valorizar os recursos naturais, os exaure em um ritmo alarmante, levando a humanidade a uma rota de autodestruição. Recentemente, vimos as severas secas na Amazônia, acompanhadas por ondas de calor e frio extremos em diversas partes do país. A recente tragédia no Rio Grande do Sul, que ficou submerso por semanas devido às enchentes, foi um claro exemplo, ainda fresco em nossa memória, dos impactos devastadores desse modelo insustentável. 

As queimadas, que agora se espalham pelo território nacional, denotam a completa insustentabilidade das estruturas produtivas atuais. No entanto, além dos impactos ambientais, é crucial reconhecer como os setores mais vulneráveis da população são os mais afetados. Pessoas com deficiência, que já enfrentam desafios significativos devido à precariedade de suas moradias, mobilidade dificultada, além da falta de oportunidades de trabalho e educação, cominada a uma saúde frequentemente mais fragilizada, são hiper vulnerabilizadas em contextos de desastres ambientais. O mesmo se aplica a idosos e crianças, que sofrem de forma desproporcional com as consequências dessas crises.
 

No caso das queimadas descontroladas, os impactos vão além das doenças respiratórias causadas pela má qualidade do ar. Esses indivíduos enfrentam problemas de saúde mental devido ao estresse constante de viver em áreas afetadas pelo fogo, além de lidar com a insegurança gerada pelas mudanças abruptas nas rotinas diárias. A precariedade das moradias, a migração forçada e a insegurança alimentar também são desafios que se agravam em tempos de crise ambiental. A escassez de alimentos e o aumento de preços, resultantes da destruição de áreas agrícolas, agravam a situação dessas parcelas precarizadas da população. 

Para solucionar essa problemática complexa, é imprescindível uma mudança radical no arcabouço produtivista-consumista. Precisamos adotar modos de produção que sejam sustentáveis e harmoniosos com a natureza. Além disso, é essencial a criação de novas estruturas sociais que sejam inclusivas e justas, assegurando que os Direitos Humanos sejam concretizados e aprofundados. Somente assim será possível garantir que ninguém seja deixado para trás, construindo uma sociedade mais resiliente e equitativa diante das maiores e mais frequentes crises ambientais que se avizinham. 




André Naves - Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor, professor, ganhador do Prêmio Best Seller pelo livro "Caminho - a Beleza é Enxergar", da Editora UICLAP (@andrenaves.def).


Mulheres cautelosas e homens vulneráveis: um reflexo das vítimas de fraudes financeiras no Brasil

Recente pesquisa conduzida pelo Instituto de Proteção e Gestão do Empreendedorismo e Relações de Consumo (IPGE) revelou dados preocupantes sobre as vítimas de pirâmides financeiras no Brasil. O estudo, que entrevistou 3.443 pessoas, mostrou que 66,2% das vítimas são homens, enquanto as mulheres representam 33,8%. Esses números sugerem uma correlação direta com o comportamento observado no mercado de renda variável, conforme análise da B3. 

Nos últimos anos, o número de mulheres investidoras em renda variável cresceu significativamente, com um aumento de 658% entre 2018 e 2023. No entanto, apesar desse crescimento expressivo, a participação feminina nesse mercado se mantém estagnada em 25%. Esse dado, embora positivo, indica que as mulheres ainda são minoria no ambiente de investimentos de maior risco, como a renda variável. 

Por outro lado, o estudo da IPGE revela que os homens, que dominam o mercado de renda variável em números absolutos, também são mais suscetíveis a cair em esquemas fraudulentos, como pirâmides financeiras. Esse fato pode ser explicado por uma maior exposição dos homens ao risco e, possivelmente, por uma abordagem menos cautelosa ao investir. 

As mulheres, que têm demonstrado uma entrada mais cautelosa e informada no mercado financeiro, acabam se expondo menos a esses tipos de fraudes. A pesquisa da B3 reforça que as mulheres tendem a investir mais tempo e recursos em educação financeira antes de realizar seus primeiros investimentos, o que pode ser um fator de proteção contra esquemas fraudulentos. 

Em contraste, a pesquisa do IPGE evidencia a necessidade urgente de reforçar a educação financeira, especialmente entre os homens, que são as principais vítimas desses esquemas.  

A maior conscientização sobre os riscos e armadilhas do mercado financeiro poderia reduzir significativamente o número de vítimas de pirâmides financeiras. 

O paralelo entre as duas pesquisas destaca a importância da educação financeira e da conscientização dos riscos no mercado de investimentos. Enquanto as mulheres continuam a consolidar sua presença de maneira informada e estratégica, os homens precisam adotar uma abordagem mais cautelosa para mitigar os riscos associados a fraudes financeiras.  

A promoção de uma cultura de educação financeira robusta é fundamental para proteger todos os investidores, independentemente de gênero, e para construir um mercado financeiro mais seguro e confiável no Brasil.





Jorge Calazans - advogado especializado na defesa de investidores vítimas de fraudes financeiras, conselheiro estadual da Anacrim e sócio do escritório Calazans & Vieira Dias Advogados

Antonio Lopes Garcia - presidente do Instituto de Proteção e Gestão do Empreendedorismo e Relações de Consumo (IPGE)


Posts mais acessados