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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Dia Nacional do Voluntariado: 4 dicas para escolher o caminho certo

Atividades voluntárias podem ser incentivadas
 desde cedo com crianças e adolescentes.
Foto de 
Anna Shvets no Pexels.

Atividades voluntárias podem ser incentivadas desde cedo com crianças e adolescentes

 

Comemorado anualmente em 28 de agosto, o Dia Nacional do Voluntariado ressalta a importância das ações voluntárias e o impacto que causam na sociedade. Devido aos inúmeros benefícios que promovem, as atividades voluntárias podem ser incentivadas desde cedo com crianças e adolescentes. 

 

“Praticar atos de solidariedade contribui para o desenvolvimento pessoal e social e possibilita aos jovens conhecer novas pessoas e realidades. Essas experiências ajudam a formar cidadãos mais conscientes e solidários”, reforça o Irmão Nathan da Costa, coordenador da Pastoral do Colégio Marista Cascavel. 

Ou seja, participar de ações de voluntariado encoraja os jovens a olhar para as necessidades de sua comunidade e transmitir o bem aos que mais precisam. O Irmão Nathan lembra que se envolver em projetos com pessoas de diferentes classes sociais e culturas ajuda a ampliar a visão de mundo. “Isso contribui para a formação de indivíduos mais tolerantes, abertos ao diálogo e capazes de lidar com as diferenças de maneira respeitosa”, ressalta.

 

Desenvolvimento de habilidades sociais e autoconfiança 

O voluntariado é uma oportunidade para desenvolver habilidades sociais. Ao participar de projetos que envolvem o contato com diferentes pessoas e realidades, os jovens aprendem a se comunicar melhor, a trabalhar em equipe e a desenvolver empatia, habilidades essenciais para a vida. 

Contribuir com causas sociais também permite com que crianças e adolescentes percebam que podem fazer a diferença no mundo. Esse sentimento de realização fortalece a autoconfiança e ajuda a construir uma autoestima saudável nos jovens, que passam a acreditar mais em suas capacidades e potencial.

 

Cidadania e competências pessoais 

O trabalho voluntário ensina valores essenciais, como responsabilidade social, respeito ao próximo e solidariedade. Essas lições são fundamentais para formar cidadãos conscientes e engajados em causas que beneficiam toda a sociedade, além de desenvolver um forte senso de cidadania, responsabilidade e compromisso com o bem-estar coletivo. 

Participar de trabalhos voluntários ainda permite desenvolver diversas competências fundamentais para a vida, como resiliência, organização, liderança e proatividade. Essas habilidades são cada vez mais necessárias e ajudam os jovens a se destacarem em suas trajetórias.

 

Conexão com novas realidades 

Conhecer diferentes realidades é outro importante benefício do voluntariado para crianças e adolescentes. Ao se envolver em projetos com pessoas de diferentes classes sociais e culturas, é possível ampliar a visão de mundo e aprender a valorizar a diversidade. Isso contribui para a formação de indivíduos mais tolerantes, abertos ao diálogo e capazes de lidar com as diferenças de maneira respeitosa.

 

Veja 4 dicas para ajudar a decidir quando, como e porque praticar o voluntariado:

 

1. Conheça seus objetivos:  

Cada pessoa tem as suas próprias razões para querer dedicar tempo a uma causa. É importante saber como deseja contribuir e porque escolher determinada instituição ou iniciativa para se envolver;

 

2. Identifique suas habilidades: 

Assim como saber os motivos, ter habilidades adequadas à função de voluntariado garantirá que você tenha a experiência que procura. Um bom começo é listar o que você gosta de fazer. Esse é um bom lugar para começar a descobrir as suas habilidades; 

 

3. Tenha uma ideia do caminho que quer seguir:  

Uma forma de descobrir as suas habilidades e interesses é pensar com qual área de conhecimento você tem mais afinidade. Gosta mais de STEM, Artes ou Humanidades? Perguntas como essa podem ajudar a identificar interesses. Experiências como esta trazem muitos benefícios até mesmo para a sua carreira no futuro;

 

4. Pesquise a organização:  

Depois de descobrir os seus interesses, habilidades e objetivos, procure uma iniciativa com a qual tenha afinidade e esteja alinhada com seus valores. Você pode perguntar a amigos, familiares e comunidade sobre o trabalho desenvolvido pela instituição e marcar uma visita para conhecer mais de perto.


Estudo mostra soluções para lidar com o período crítico de poluição do ar que cidades brasileiras estão passando

Realizado pelo Instituto Alana e pelo Instituto Ar, levantamento traz níveis limites e exemplos de ações para proteger a saúde das crianças e adolescentes durante episódios de poluição em nove países, incluindo o Brasil 

 

Na mesma semana em que diversas cidades brasileiras registram altos índice de poluição, ocasionados, principalmente por conta do tempo seco e das queimadas, o Instituto Alana e o Instituto Ar lançam o estudo “Qualidade do ar em alerta”, uma análise comparativa dos níveis críticos e planos de emergência entre o Brasil e outros oito países: Chile, Colômbia e Equador (América do Sul), Estados Unidos e México (América do Norte) Espanha, França e Inglaterra (Europa). 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 50 mil brasileiros morrem todos os anos por causa da poluição atmosférica, que representa, hoje, o maior fator de risco ambiental para a saúde humana. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o Brasil ainda segue padrões de qualidade do ar estabelecidos em 1990. E mesmo com índices de poluição até cinco vezes mais altos do que nos países analisados no documento – somos superados apenas pelo Equador – raramente os níveis estabelecidos são alcançados, por serem muito brandos e defasados.  

O estudo, coordenado por Evangelina Araújo, especialista em qualidade do ar e diretora executiva do Instituto Ar, apresenta referências de níveis de episódios críticos de poluição do ar adotados em diferentes países e medidas de mitigação e adaptação de episódios críticos de poluição do ar vigentes, além dos protocolos específicos utilizados para proteger os grupos mais vulneráveis, como as crianças.  

O relatório destaca as principais leis internacionais de qualidade do ar e mostra exemplos de planos e suas respectivas ações para o enfrentamento de episódios críticos de poluição. Entre as sugestões apresentadas no levantamento para proteger as crianças durante os episódios críticos de poluição está o fechamento imediato de escolas em zonas de risco. 

No último dia 18, o nível de qualidade do ar no bairro do Grajaú, em São Paulo (SP), ultrapassou o nível estipulado para o “alerta”, superando 212µg/m³ de micropartículas poluentes. Em abril, a mesma situação foi registrada em Boa Vista (RR), que atingiu picos de poluição de 317µg/m³ e, em outubro de 2023, a fumaça gerada pelas queimadas florestais sufocou a cidade de Manaus (AM). À época foi considerada a terceira cidade com o ar mais poluído do mundo com 499µg/m³ de poluentes, o dobro do limite do Índice de Qualidade do Ar (IQAr) estabelecido para o estado de “emergência”.  Para efeitos de comparação, a OMS considera aceitável até 15 µg/m3 de poluição. 

As três situações têm em comum que nenhum protocolo foi adotado para reduzir os impactos causados na saúde, principalmente das crianças. “Com cada vez mais frequência, cidades brasileiras registram casos em que o excesso de poluentes forma verdadeiras cortinas de fumaça, fenômeno que chamamos de episódio crítico de poluição do ar. E até hoje não temos recomendações ou protocolos do que deve ser feito nessas situações para que a população não seja tão prejudicada, em especial as mais vulneráveis, como as crianças”, dizem JP Amaral, gerente de Natureza do Instituto Alana. 

O estudo traz possíveis soluções que podem ser inspiradas em medidas já adotadas internacionalmente. Na Colômbia, país vizinho ao Brasil, existe o Plan para la atención de episodios de contaminación del aire de la área metropolitana de Bucaramanga (CDMB), que contempla ações imediatas para a proteção das crianças em casos críticos de poluição. Quando o IQAr está em “alerta”, as escolas suspendem as aulas em toda a área que está dentro desse nível específico de concentração de poluentes. No caso de “emergência”, a ordem é a mesma e, em alguns casos ocorre, inclusive, a evacuação de toda a população exposta à poluição no perímetro. 

Nos Estados Unidos, pelas indicações do Air Now, existem diretrizes voltadas a ações gerais e outras específicas para as escolas. As recomendações e atenções iniciam no nível de qualidade do ar “moderado”, quando o tempo e a intensidade das atividades ao ar livre são reduzidas.  

Já nas Astúrias, na Espanha, os “programas estratégicos horizontais” apresentam ações para a melhoria da qualidade do ar a longo prazo e não apenas durante episódios críticos. Por lá, o objetivo é criar uma ação de proteção para os grupos sensíveis a partir dos resultados de pesquisas epidemiológicas feitas em áreas prioritárias, como as zonas escolares e, assim, determinar os planos de vigilância epidemiológica de modo mais assertivo.  

Em Londres, a estratégia também ocorre a longo prazo: dentro do Plano de Ação de Qualidade do Ar foi elaborado o Health School Street, que adota uma série de medidas, como a diminuição do tráfego veicular, implementação de ciclofaixas, áreas verdes e parques. A iniciativa também busca reduzir a poluição do ar dentro e no entorno das escolas, que têm índices medidos a partir da implementação de sensores que monitoram a qualidade do ar. 

“O nosso país está atrasado nesse debate em relação a outras nações, inclusive da América do Sul. O Brasil tem o dever constitucional e moral de combater a poluição e mitigar episódios críticos de modo a garantir saúde e qualidade de vida para as crianças e para toda a população”, finaliza JP Amaral. 


C-Level do futuro: o que fazer se a geração Z não quer a liderança?


Assumir a liderança de uma empresa não é uma responsabilidade simples, tampouco, algo possível de ser comandado, com êxito, por todos. Ocupar um posto de C-Level requer protagonismo frente a uma série de situações cotidianas da empresa, assim como visão estratégia e muitas outras habilidades indispensáveis. O problema, contudo, é que muitos dos próximos profissionais nessa “linha de sucessão”, membros da Geração Z, já evidenciaram que não almejam tal crescimento, o que traz o questionamento de quem será o C-Level do futuro.

Independente do setor de atuação, aqueles que ocupam essa cadeira necessitam aplicar uma capacidade de entendimento do negócio muito aprofundada, compreendendo duas dores, fraquezas, pontos fortes e oportunidades para explorar as melhores estratégias perante o crescimento e destaque competitivo. Junto a isso, há, ainda, um forte compromisso em recrutar e engajar times qualificados, garantindo que trabalhem juntos rumo à conquista dos objetivos esperados.

Por mais que sejam responsabilidades de extrema importância e peso perante o sucesso das operações, esse costumava ser um sonho altamente desejado por muitos profissionais mais seniores. Já hoje, muitos talentos mais jovens não mostram o mesmo desejo de chegar a esse topo, dando preferência para outras oportunidades e características em uma vaga que façam mais sentido conforte suas expectativas e ambições de carreira.

Segundo dados divulgados pela CoderPad, 36% dos zillennials não têm a intenção de assumir esses postos gerenciais em uma empresa, alegando serem posições com alta carga de comprometimento, carga horária extensa, e de tomadas de decisões que podem acarretar erros sérios para os processos internos. Todas, questões que, aliadas ao tempo demorado para construir essa jornada e conquistar essas vagas, diminuem o interesse de muitos desses talentos.

Em substituição a essa ambição, é muito comum ver diversos membros dessa geração optando por assumir cargos de CEOs em startups, como exemplo, por oferecem, pelo menos, teoricamente, um crescimento profissional mais acelerado em empresas que tendem a ter uma cultura mais dinâmica e interativa.

A agilidade nas atividades é uma característica bastante desejadas por esses profissionais, em decorrência, dentre tantos fatores, pela maior praticidade e velocidade deste mundo altamente tecnológico no qual vivemos – algo que, por mais que traga seus pontos positivos perante um maior e melhor desempenho e produtividade, também pode acarretar riscos operacionais. O atalho, nem sempre, é a melhor opção.

Há uma preocupação nítida em quem será o C-Level do futuro, se considerarmos essa mudança de preferências dos profissionais mais novos. Porém, por mais que haja essa discrepância em termos de expectativas em uma oportunidade de carreira, as empresas ainda terão que ter alguém assumindo essas posições de liderança e gerência. Se não, todo o mercado entraria em colapso, considerando a hipotética situação em que nenhum dos talentos mais jovens se identificariam ou almejariam ter essas responsabilidades.

O que os empreendimentos devem focar, no momento, é em considerar estratégias de atração e retenção desses profissionais, pressupondo os desafios nesse sentido para que consigam se conectar com as novas gerações que estão chegando e preenchendo, cada vez mais, os ambientes corporativos. Uma mudança complexa em termos de cultura e processos, mas essencial para que as empresas não sintam um impacto brusco em quem assumirá essas cadeiras.

Prezem pela empatia em compreender as expectativas desses membros, suas visões, realidades e desejos em uma oportunidade. Em conjunto, cuidem para que haja uma forte integração com os outros profissionais mais seniores – afinal, cada um sempre terá muito o que aprender com o outro, e é preciso que haja essa união entre todos perante esforços conjuntos rumo ao crescimento corporativo.

O mercado sempre terá um ciclo de renovação natural de seus C-Levels, assim como de todos os integrantes de cada empresa. Ao invés de se preocupar diante de uma nova geração com ambições bastante diferentes das anteriores, busque enxergar oportunidades de adaptação para que esses jovens se sintam reconhecidos e motivados a integrar a equipe, se adaptando, à medida do possível, para que tragam novas visões internamente. No final, mentes e olhares diferentes, juntas, são mais fortes. 




Ricardo Haag - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.


Wide
https://wide.works/


O que as Olimpíadas de Paris têm a ensinar sobre protagonismo feminino

Fato incontestável: as mulheres deixaram de ser apenas espectadoras. As Olimpíadas de Paris são a prova. Do tempo em que o único lugar a elas permitido era a arquibancada ao ano em que elas foram aplaudidas, de pé, por trazerem os únicos ouros brasileiros para casa, muita coisa mudou. 

A primeira vez que uma mulher recebeu permissão para participar das Olimpíadas foi em 1900, na segunda edição dos Jogos Olímpicos modernos. Agora, mais de um século depois e de novo em Paris, elas celebram a maior participação feminina da história. 

De feito em feito, as mulheres vêm batendo recordes – nos jogos e na vida – e mostrando que podem estar exatamente onde querem: na escola, na política, no governo, no exército, na liderança de empresas e em atividades antes exclusivamente masculinas. Tanto faz.  

Em 2024, mais da metade das disputas olímpicas teve presença feminina e pela primeira vez a delegação brasileira teve mais mulheres do que homens. Foi também a primeira vez que elas conquistaram mais medalhas olímpicas do que eles: 13 de um total de 20 (uma delas em esporte misto). Ou seja, 65% do total.
 

E, como se isso não fosse o suficiente, elas se superaram outra vez: as únicas três medalhas de ouro do Brasil nesta edição das Olimpíadas foram delas. O lugar mais alto do pódio foi exclusivamente feminino.

 

Um recorde atrás do outro

Mais de cem anos se passaram desde que as mulheres foram autorizadas a fazer o mesmo que os homens em Olimpíadas: competir. E ainda que de forma desigual, elas não desistiram. Nem as brasileiras nem as estrangeiras. 

A primeira vez que o pódio olímpico foi ocupado por uma atleta brasileira foi em Atlanta, em 1996, 76 anos depois dos homens. Na história geral das Olimpíadas a virada de chave foi em Amsterdã, em 1928, quando a participação feminina chegou a 10%, mas só em 2012 é que todos os países tiveram representação feminina.

Em Atenas, em 2004, elas somaram 40% dos atletas, mas foram necessários mais 20 anos para o percentual se equilibrar em 50/50. No Rio de Janeiro, em 2016, outro destaque: a maior porcentagem de medalhas conquistadas por mulheres em uma Olimpíada (44%). 

Esses são apenas exemplos. Ao longo do tempo e em todas as áreas não faltam casos de superação, força, determinação, coragem e resiliência. A jornada é dura, mas bem-sucedida e cheia de marcos. 

Em 1923, nos Estados Unidos, Alice Coachman foi a primeira mulher afro-americana a colocar no peito uma medalha de ouro olímpica. Já a ginasta romena Nadia Comaneci recebeu a primeira nota 10 da história das Olimpíadas e estabeleceu um novo padrão para as provas de barras assimétricas. 

 

Coragem e determinação

A norte-americana Simone Biles, a ginasta mais premiada de todos os tempos, superou não apenas a infância difícil e o preconceito, mas mostrou ao mundo toda a sua coragem ao abandonar as Olimpíadas de Tóquio, em 2020, para cuidar da saúde mental. 

Em Paris, Biles voltou incrível e, atualmente, tem medalhas olímpicas que, se somadas, equivalem a quase 12% do seu peso. Outras tantas mulheres merecem aplausos. No caso dos Estados Unidos, vencedor dos jogos de Paris, as mulheres subiram 67 vezes no pódio e os homens, 52. Só de ouro foram 26 medalhas femininas contra 13 dos homens. 

E mais: entre os top 15 medalhistas de Paris, 12 são mulheres, incluindo a brasileira Rebeca Andrade, com um ouro, duas pratas e um bronze. Seja qual for o desafio ou o lugar no mundo, as mulheres vêm travando batalhas para estar onde querem e para mostrar seu protagonismo, dando exemplo e abrindo caminho para as novas gerações.
 

Mulheres na logística

Mas o que tudo isso tem a ver com a vida fora das quadras, piscinas ou tatames? Tudo! Este artigo não é exatamente sobre esportes. É sobre mulheres e seus desempenhos. 

Assim como nas Olimpíadas, subimos, degrau a degrau, outros pódios. Em 1827, as mulheres brasileiras foram autorizadas a frequentar a escola primária. O acesso às faculdades foi permitido em 1879 e o direito ao voto, em 1932. Em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a necessidade de equidade e publicou um documento sobre a igualdade de direitos.  

A expectativa no universo corporativo, segundo a Agenda 2030, é que até 2025 as mulheres ocupem 30% dos cargos de liderança e, até 2030, esse percentual chegue a 50%. Levantamentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que as mulheres representam cerca de 24% da força de trabalho global em logística. Entre os CEOs e CFOs, a média global de mulheres não passa de 15%. No Brasil, ficam abaixo disso. 

É verdade que esses índices vêm crescendo, ainda que timidamente. As plataformas de emprego são bons balizadores para mostrar a ampliação das oportunidades de trabalho em áreas predominantemente masculinas, como logística, tecnologia e engenharia.   

Especificamente no setor de tecnologia e na área de inovação, onde trabalham menos de 1% das mulheres brasileiras, o viés é de alta nas contratações de mulheres. A notícia é positiva também no setor de transportes. A pesquisa Vez e Voz Índice de Equidade, realizada anualmente pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, avalia as políticas e esforços das empresas pela igualdade de oportunidades. 

A nota geral do setor subiu de 37 para 40 (de um total de 100) entre 2023 e 2024. Um avanço tímido, é verdade, mas no cenário atual, cada “medalha” merece ser comemorada.

 

Trabalho a fazer

No quesito remuneração, o desafio persiste. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, todas as profissões têm defasagem na remuneração oferecida às mulheres. Em geral, os homens recebem 20% a mais para exercer a mesma atividade e, segundo projeções do IBGE, a mudança desse cenário levará mais de meio século. 

É por isso que o desempenho das mulheres nas Olimpíadas tem tudo a ver com o dia a dia de todas nós, que, em algum momento, tivemos nossa capacidade de entrega questionada. 

A ginasta Rebeca Andrade, a judoca Beatriz Souza ou a dupla de vôlei de praia, Duda e Ana Patrícia são os exemplos mais recentes do potencial feminino. E que bom que essas não foram as únicas vezes que conseguimos surpreender o mundo. 

No esporte, na política, na economia, na educação e, é claro, na logística, o Brasil é feito por milhares de mulheres como Rebeca, Beatriz, Duda e Ana Patrícia. De boa performance a gente entende e é capaz de fazer entregas excepcionais todos os dias.  

Para quem tem dúvidas, as Olimpíadas de Paris são a prova e, para quem não entendeu, este artigo não é sobre os Jogos Olímpicos. Fato incontestável: nosso lugar não é na arquibancada, é onde quisermos.

 



Priscila Moherdau -, Head de Marketing e Growth da nstech


Anúncios patrocinados: até quando vão encarecer?


Uma coisa que muitos profissionais de mídia pagam estão notando nos últimos anos é o constante aumento do custo dos anúncios pagos, sejam eles Google Ads, Meta Ads, TikTok Ads, etc. Seguindo essa ideia, algumas dúvidas surgem quanto ao tema: quais os motivos do encarecimento dos anúncios e até quando eles vão continuar ficando mais caros?

Por mais que não seja um recurso orgânico e gratuito, investir nos anúncios pagos pode trazer retornos extremamente significativos para as empresas, uma vez que eles permitem um maior alcance das publicações desenvolvidas de forma que a marca atinja um público mais abrangente e, ao mesmo tempo, segmentado conforme a persona desenhada nos serviços ou produtos ofertados. E, por esse motivo, mesmo com o crescente aumento nos preços, os investimentos continuam.

O problema, contudo, é que houve uma percepção nítida do aumento dos preços da área nos últimos anos, desencadeado, principalmente, pela pandemia. Afinal, com a disseminação, a nível global, da Covid-19 em 2020 e 2021, vários estabelecimentos tiveram que fechar suas portas. Em resposta a esse forte impacto no mercado físico, vimos, consequentemente, um grande impulso na utilização da internet pela população, a qual passou a participar diariamente, da vida de muitas pessoas que, até antes, não tinham contato ou interesse no espaço virtual.

Dados da OMS, como prova disso, mostram que houve um aumento de 71% para 83% no número de domicílios com acesso à internet entre 2019 e 2020, o correspondente a cerca de 61,8 milhões de casas conectadas. Neste cenário, como as lojas físicas não conseguiriam voltar a funcionar em pouco tempo, a grande ideia que muitos empreendedores tiveram foi a de começar a venda por meio da internet, onde todas as pessoas acabaram frequentando por longos horários.

Além disso, durante o tempo de isolamento social, muitos profissionais ficaram desempregados e tiveram a necessidade de buscar algo para poder se manter financeiramente, o que também desencadeou um outro movimento de grande destaque neste período: os infoprodutos. Dentre um deles, a popularização do conteúdo da gestão de tráfego pago foi notável.

Tivemos, então, três bases para o evento que estamos analisando, sendo eles: os empregadores (de lojas que fecharam durante a pandemia), profissionais que tiveram seus trabalhos encerrados e, por último, a venda do conhecimento necessário para que as pessoas que se encontravam desempregadas iniciassem trabalhos simples na área – o que levou à uma superpopulação tanto de lojas online quanto de gestores de tráfego. O resultado? Várias lojas do mesmo segmento disputando, no sistema de leilão, as plataformas de anúncios pelas mesmas palavras-chave.

Em uma ideia paralela, como exemplo, quando se tem uma alta de demanda por um tipo de produto e o mercado apresenta uma falta de estoque, o que acontece? O preço aumenta. E foi isso o que aconteceu nos últimos anos. Houve a falta de público para todas essas lojas que não souberam nichar seus e-commerces.

Este movimento de preços crescentes foi fortemente acompanhado por todo o mercado ao redor do mundo, impactando, até mesmo, uma série de produtos alimentícios populares na mesa do brasileiro, como foi demonstrado em uma matéria pelo O Globo, “Em janeiro e fevereiro, custo da comida em casa subiu 2,95%, contra 1,25% do IPCA. El Niño afetou colheita. Feijão, arroz, batata e cenoura já têm alta superior a 10% em 2024”.

Relacionado à economia internacional, temos como exemplo os dados compartilhados na pesquisa “UK inflation rate: How quickly are prices rising?”, na qual foi constatado que, apesar de a inflação ter caído, significativamente, desde que atingiu 11,1% em outubro de 2022, que foi a taxa mais alta em 40 anos, isso não significa que os preços estão caindo - apenas que estão subindo menos rapidamente. Tudo isso indica que não só os preços de anúncios estão subindo; mas todo o custo está em uma curva crescente.

Nesse contexto geral, fica claro o motivo do aumento dos preços de campanhas pagas, sendo eles, de modo resumido: por conta do aumento geral dos preços de modo universal (até em países de primeiro mundo); pela superpopulação de anunciantes de mesmo nicho, sem pontos diferenciais; e pela desvalorização da moeda brasileira, que acaba por piorar a situação. Diante disso, a tendência dos preços de campanhas PCP e PPI (pagamento por clique e pagamento por impressão, respectivamente) é a de contínuo aumento de custos, ou, pelo menos, essa é a visão compartilhada por parte dos profissionais da área de tráfego pago com anos de experiência no mercado.

 


Renan Cardarello - CEO da iOBEE - Assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.



iOBEE
https://iobee.com.br/


A Geração Z e o boom dos apps de delivery; público entre 16 e 28 anos representa 51% dos consumidores

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 Pesquisa da Ticket indica alta aderência da GenZ aos apps de entrega; especialista explica preferência por soluções que simplificam o cotidiano

 

Com hábitos de consumo profundamente enraizados no digital, a geração Z busca conveniência, agilidade e personalização em suas compras — o que pode ter contribuído para impulsionar o crescimento exponencial dos aplicativos de delivery nos últimos anos. De acordo com o estudo da Ticket, marca de benefícios de alimentação, 40% dos brasileiros pedem comida via delivery e 11% fazem de um a dois pedidos por semana; mas, quando analisados apenas os consumidores da geração Z, com idades entre 15 e 28 anos, esse percentual sobe para 51%. 

 

“No ritmo acelerado da vida moderna, onde cada minuto é disputado entre estudos, trabalho, lazer e conexões sociais, a Geração Z se destaca por encontrar maneiras de otimizar o tempo. A necessidade de conciliar tantos afazeres leva cada vez mais pessoas a trocar o fogão por refeições prontas entregues via delivery”, comenta Vinicius Valle, gerente de marketing da Gaudium, startup focada nos mercados de mobilidade e logística.

Para Vinicius, o boom dos apps de delivery reflete a preferência dessa geração por soluções que simplificam a vida cotidiana. A facilidade de uso, aliada a ofertas personalizadas e entregas rápidas, faz com que os aplicativos sejam a escolha natural para um público que cresceu cercado pela tecnologia. “Para muitos, a possibilidade de receber uma variedade de produtos — desde refeições prontas até itens de farmácia — com apenas alguns toques no celular é essencial”, explica.

Porém, essa ascensão dos apps também impõe desafios para as empresas. Para conquistar o público, as organizações precisam adotar estratégias que ressoem com os valores, expectativas e comportamentos desse grupo, como práticas sustentáveis, personalização da experiência do usuário, aprimoramento da comunicação digital, investimento em inovação tecnológica, entre outros. 

“Com um poder de compra crescente e uma influência significativa no mercado, a GenZ está moldando o futuro do delivery. Startups e grandes players do setor estão investindo em tecnologias verdes, otimização logística e na criação de experiências de compra que vão além da simples entrega, buscando fidelizar esse público exigente e conectado. As empresas que conseguirem entender e atender às suas expectativas estarão mais bem posicionadas para capturar essa nova onda de consumidores, garantindo a relevância em um mercado competitivo”, pontua o especialista.

Além disso, como a geração valoriza experiências customizadas e personalizadas, empresas de delivery precisam oferecer opções que se adaptem ao estilo de vida e preferências individuais, o que pode incluir desde escolhas alimentares específicas até opções de entrega mais flexíveis.

“As plataformas white label, por exemplo, podem ser um caminho para fornecer soluções tecnológicas prontas e personalizáveis, que permitem às companhias de diversos portes lançarem seus próprios aplicativos com funcionalidades avançadas e atenderem a necessidades específicas. Além disso, a flexibilidade desse modelo facilita a adaptação rápida às mudanças de mercado e preferências do consumidor, posicionando os negócios à frente das expectativas ao mesmo tempo que reduz custos e tempo de desenvolvimento”, finaliza.

 

Gaudium


Direitos da mãe lactante: Lições do “Agosto Dourado” para o retorno ao trabalho


O "Agosto Dourado" é o mês dedicado à conscientização sobre a importância da amamentação, destacando os benefícios do aleitamento materno para a saúde do bebê e da mãe. No Brasil, esse período é marcado por campanhas que reforçam a necessidade de promover, proteger e apoiar a amamentação, abordando temas como o aleitamento exclusivo até os seis meses e a continuidade até os dois anos ou mais, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Curioso destacar que o termo "dourado" foi escolhido porque o leite materno é considerado o padrão ouro de alimentação infantil, fornecendo todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável do bebê. Também, como forma de incentivar a amamentação e reforçar a sua importância para a saúde do bebê, agosto foi instituído como o “Mês do Aleitamento Materno”, por meio da Lei nº 13.435/2017. A referida legislação, define como obrigação do Estado a realização de ações educativas, como palestras, workshops e campanhas de mídia, para informar a sociedade sobre os benefícios da amamentação e criar uma rede de apoio às lactantes, envolvendo profissionais de saúde, familiares e, sobretudo, os empregadores. 

É que a legislação brasileira de apoio à mãe trabalhadora cobre um período considerado importante, contemplando a garantia do emprego desde a gestação, a licença remunerada, o apoio à prática do aleitamento materno e a presença de acompanhante durante o parto e no período pós-parto. 

Não obstante a isso, a intensificação da urbanização, a grande quantidade de mulheres que se inseriram na força de trabalho e o aumento do número de mulheres chefes de família têm dificultado a manutenção do aleitamento materno pelas mulheres que trabalham fora do lar, em que pesem os benefícios dessa prática. Criou-se, assim, a necessidade de as empresas apoiarem as suas empregadas de modo a viabilizar a manutenção do aleitamento materno após a licença maternidade. 

Afinal, um período de amamentação saudável e tranquilo para os bebês depende que as mães tenham seus direitos assegurados dentro de casa, em sua rede de apoio e, sem dúvida, no mercado de trabalho. Até mesmo porque, existe uma vacancia entre o período de licença maternidade – que, em regra geral, são de 120 dias (art. 392 da CLT) – e a recomendação feita pela OMS e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) de um período mínimo de seis meses de aleitamento materno exclusivo. 

Nesse sentido, após o retorno da licença maternidade e até o bebê completar seis meses, as mães – inclusive adotantes – têm direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos de 30 minutos cada, seja para amamentar seus filhos, seja para ordenhar e estocar leite. 

Lado outro, para inclusive evitar a caracterização de dano moral ou a criação de um passivo trabalhista, caberá às empresas garantir locais adequados para a prática do aleitamento materno, afastando suas empregadas de qualquer situação vexatória ou constrangedora, sob pena de violar sobretudo direitos da personalidade, dentre eles o direito à privacidade e à intimidade; mas também violar princípios constitucionais que se extrai do art. 170 da Constituição Federal, que expressamente dispõe que sobre a ordem econômica, baseada na valorização do trabalho e da livre iniciativa, cujo objetivo é garantir a todos uma existência digna, consoante os ditames da justiça social. 

Quanto ao ponto, é importante a conscientização geral da necessidade que as mulheres lactantes que se afastam de seus filhos em virtude do trabalho têm de esvaziar suas mamas durante a jornada de trabalho, para alívio do desconforto das mamas muito cheias e para manter a produção do leite. Sendo que, na grande maioria das vezes, não há nas empresas um lugar apropriado para isso, o que impede que a mulher aproveite o leite retirado para oferecer ao seu filho posteriormente. 

Em tempos de maior valorização da mulher no mercado de trabalho, chama-se atenção às muitas empresas que têm investido em salas de apoio à amamentação, com assessoria de profissionais de saúde para a criação dessas salas dentro dos locais de trabalho, colecionando bons exemplos. 

Isso porque, é bom lembrar: não é só a dupla mãe e criança que se beneficia com ações de apoio ao aleitamento, mas também o próprio negócio. Veja-se que crianças amamentadas adoecem menos – o que por si reduz o absenteísmo de seus cuidadores; por outro lado, ao dar maior conforto e valorização às necessidades de suas empregadas, o empregador pode ter como retorno maior adesão ao emprego e, consequentemente, permanência de pessoal capacitado; isto certamente leva a uma percepção mais positiva da imagem da empresa perante à família e a sociedade. Vale acrescentar que a implantação de salas de apoio à amamentação é de baixo custo, assim como a sua manutenção. 

Para além disso, é preciso observar que algumas convenções coletivas de trabalho ou acordos específicos podem prever a chamada “licença amamentação”, permitindo que a mãe estenda o período de licença-maternidade para além dos 120 dias previstos, ou que tenha horários diferenciados. 

O “Agosto Dourado” é, pois, uma oportunidade de reforçar a importância da amamentação e fortalecer as políticas públicas e práticas sociais que a promovem. Não obstante a isso, devemos – como sociedade – tornar perene a preocupação de garantir às nossas crianças o direito natural de uma mãe amamentar o próprio filho, com o fim de impor incondicionalmente a sua observância. 

Por fim, é importantíssimo – como sociedade – nos sensibilizarmos e apoiarmos boas práticas de apoio ao aleitamento; já que, apesar dos inúmeros benefícios, a jornada da amamentação muitas vezes é desafiadora para muitas mães, seja por falta de rede de apoio, seja por problemas como rachaduras nos seios, posição incorreta, dores durante a amamentação e até mesmo por estresse e ansiedade que podem impactar a produção do leite e a experiência. 

A amamentação não precisa ser um processo solitário entre mãe e filho. Cuidadores, familiares, amigos, empregadores e toda a rede de apoio podem ajudar no processo de aleitamento materno e garantir o prolongamento dessa prática.

 

Thays Brasil - advogada trabalhista com ampla experiência na área. Formada em Administração de empresas com ênfase em Marketing pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC) e em Direito pela Universidade do Sul do Estado de Santa Catarina. Possui, ainda, duas pós-graduações em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, a primeira pela Faculdade Damásio de Jesus e a segunda pela Fundação Getúlio Vargas. Com mais de 12 anos de formação, integrou equipes de bancas brasileiras de grande renome, com atuação em processos estratégicos, participando na definição de teses e estratégias processuais e consultivas, bem como na análises de risco e prognósticos de processos. Também atuou perante o Ministério Público do Trabalho. Atualmente, é sócia do escritório Feltrin Brasil Tawada com atuação voltada tanto para área consultiva quanto para o contencioso trabalhista.


Chegou a hora da IA nas viagens corporativas?

Nesse artigo, o sócio-diretor da Tour House, Gian Terhoch, traz importantes insights sobre evoluções tecnológicas e sua aplicabilidade no setor, após sua participação no GBTA Conference, em Atlanta (EUA).

 

Passadas algumas semanas desde o GBTA Conference em Atlanta, esta é a principal pergunta que trazemos na bagagem e eu lhe explico o porquê.  

Já há alguns anos observamos a penetração de tecnologias extremamente disruptivas nos mais diversos mercados, transformando drasticamente a experiência de consumo dos usuários, embarcando segurança de dados e armazenamento de informações sensíveis, detectando as rotinas, preferências, perfis e variadas nuances de personalidade do indivíduo, mas para sermos sinceros o mercado do turismo corporativo ainda não foi arrebatado por uma tecnologia de IA que traga aquele “woow moment” na jornada de compra do usuário final, mas nos dedicaremos a falar sobre isso mais adiante.  

Voltando ao GBTA, duas coisas receberam muita luz e atenção neste momento do mercado: A primeira, a relevância do ESG no turismo corporativo, como, por exemplo, os temas relacionados à SAF (Sustainable Air Fuel) e a corrida que nosso mercado enfrenta nos desafios de diminuição severa nos impactos ao planeta, visto que atualmente mais de 2,5% dos gases de efeito estufa já são provenientes da aviação global.  

O segundo traz uma mensagem muito direta. IA é o tema a se discutir, ponto final.  

 Isso ficou nítido pela imensa quantidade de sessões dedicadas ao tema nas plenárias e workshops e pela quantidade de exibitors no expocenter da conferência. Aos que não estão familiarizados com a estrutura do GBTA trago aqui brevemente um resumo.  

O GBTA é dividido em três principais frentes, a primeira ocupa toda a manhã e traz sessões de letramento, workshops, rodas de discussão, palestras e grupos de trabalho sobre os mais variados temas pertinentes ao mercado. A segunda traz o expocenter com os estandes dos expositores e toda a estrutura de “feira” em si, é ali que as novidades, produtos e marcas são apresentadas. A terceira é composta pelas agendas “extrafeira” que se espalham por toda a cidade durante a noite.  

Quando falamos da primeira, a expectativa era sobre quais seriam os campeões de audiência. NDC ainda seria amplamente discutido? ESG teria uma pauta relevante? Ou a IA de fato lideraria a agenda? A quantidade de sessões dedicadas não apenas à inteligência artificial, mas à tecnologia em si era enorme e o calendário estava repleto de exemplos, divido aqui com vocês uma pequena perte deles:  

·         IA for non techies: Cases, Risks and Opportunities in the travel industry. 

·         Good News or Bad news? AI and the |Future of your job in the travel industry. 

·         How AI is Changing Everything, peoples, programs and market. 

Isto já nos dava uma ideia da força que o tema teria na edição deste ano. Mas foi ao adentrar no pavilhão de exposições que pudemos validar a tese. Mais do que nunca a proporção entre “soluções e tecnologias entrantes” era absoluta maioria frente ao “mercado tradicional”. Estamos falando de uma porção de traveltechs, empresas de tecnologia, desenvolvedores, ferramentas de gestão online, IAs e bots frente aos poucos stands das já conhecidas TMCs, companhias aéreas e redes hoteleiras.  

 

Chamou a atenção a força e relevância que o mercado da Oceania vem ganhando quando o assunto é IA para o mercado do turismo corporativo, pudemos nos deparar com empresas que sabem o que estão fazendo e prometem trazer barulho para o mercado muito em breve. Uma delas, da Nova Zelândia está usando IA na essência para transformar a jornada do viajante corporativo. Ela levou para a feira seu BOT de atendimento ao viajante, representada por uma figura humana feminina extremamente simpática e com uma capacidade de entender diversas línguas numa conversa próxima à perfeição (mesmo em meio a um pavilhão lotado e extremamente barulhento). Durante a interação me identifiquei como um viajante que precisava de hospedagem em São Paulo na semana seguinte e numa conversa extremamente leve a IA dos neozelandeses me levou numa experiência extremamente disruptiva de abertura do meu pedido de viagem entre momentos onde discutirmos em que bairro eu deveria ficar, como seria o fluxo de aprovação daquela missão, dentre outros pontos. Ao sentar pra conversar com os desenvolvedores e contar que somos do Brasil veio a resposta rápida: “Brasil? Que legal! Mercado gigante, mas bastante desafiador no acesso ao conteúdo, né?".  

 

Isso traz algumas reflexões do tipo “não adianta mirarmos em temas mais complexos como IA ou tecnologia preditiva se ainda tivermos desafios primários com conteúdo, NDC, etc. Todos concordamos neste ponto, certo?” 

 

Aquela breve interação com a IA desta empresa de tecnologia abre um mar de possibilidades no que diz respeito ao customer experience do mercado corporativo nas mais variadas esferas… será que teremos em breve de fato um concierge de viagem que interaja conosco visceral e integralmente durante nossa jornada desde a concepção dela (realizando uma conversa por voz ou vídeo como a que realizamos no GBTA) ou até mesmo durante nossa viagem?  

 

Seria loucura pensarmos em interações online & realtime como: 

 

“Hey Gian, vi que você optou por se hospedar na região norte da cidade e seu voo de retorno decola na sexta às 19:00. Isso me faz acreditar que você deva pegar trânsito carregado para chegar no aeroporto. Na sexta passada este trajeto levou quase duas horas para acontecer no final da tarde, talvez possamos procurar juntos outra opção de hotel mais próxima ao aeroporto, o que acha?” (Com acesso simultâneo aos mapas, informações de trânsito e minha agenda de voos e hospedagens a IA está indicando trocas na minha logística e missão profissional). 

 

Ou então: 

 

“Hey Gian, pude ver pela nota de consumo de seu almoço de hoje (que eu havia acabado de subir na plataforma de expense) que talvez seu consumo calórico tenha ficado um pouco acima do normal para uma única refeição, que tal um jantar mais leve hoje? Posso procurar por restaurantes naturais perto do seu hotel, tudo bem pra você?” (Com acesso inteligente aos consumos / prestações de contas e conhecendo minha rotina de alimentação e consumo calórico via smartwatches, por exemplo, a IA pode auxiliar em melhores escolhas de alimentação e cuidar da minha saúde). 

 

Ou temais usuais como: 

 

“Olá Gian, tudo bem por aí? Sua viagem para Curitiba que abrimos mais cedo ainda não foi aprovada pelo João da Silva e expirará no final do dia de hoje, mas vi que vocês participarão juntos de uma reunião às 14:00 na Sala Jacarandá, quer que eu coloque um lembrete cerca de 3 minutos antes desta reunião para que você possa falar com ele? Talvez você possa lembrá-lo de aprovar sua viagem.” (Leitura da política de viagens da minha empresa junto com acesso ao calendário de reuniões da minha agenda, trazendo antecipação de soluções para futuros problemas, neste caso uma viagem não aprovada). 

 

São INFINITAS possibilidades que hoje podem parecer distantes da realidade do mercado de viagens corporativas, mas que, na verdade, já estão dobrando a esquina e devem desembarcar muito em breve em nosso dia-a-dia.  

 

Voltando brevemente às plenárias, uma destas sessões ao qual eu pessoalmente participei o tema era “Whats’s next? A pragmatista & A Futurist on Managing Generational Business Travel Expectations” e o VP de Business Development da Spotnana, Johnny Thorsen falava sobre como as tecnologias disruptivas e inovação com IA poderão mudar drasticamente nosso mercado para uma plenária LOTADA e foi aí que através do aplicativo da conferência a seguinte pergunta foi feita aos presentes: 

 

Em quais aspectos/temas o ecossistema do turismo corporativo deve priorizar investimento e atenção para o futuro do mercado? 

 

A) Uso de blockchain para transações mais seguras. 

 

B) Investimento em meios de transporte e hospedagens “eco-friendly”. 

 

C) Investimento em IA para uma melhor experiência do usuário. 

 

D) Investimento em plataformas de viagens para realização de reservas e gestão mais simples e melhores. 

 

Adivinhem qual foi a opção mais votada pelos presentes?  

 

Pois é, você acertou rs.  

 

E foi juntando todas estas peças durante os três dias de conferência no Georgia Conference Center que voltamos para o Brasil com um turbilhão de pensamentos relacionados a IA generativa, preditiva, bots de CX e tudo o que este universo pode trazer para o mercado e é por isso que a pergunta que lhes fiz no início deste artigo se mostra tão pertinente.  

 

Enfim, chegou a hora da IA nas viagens corporativas? 

 

A gente se reúne muito em breve para respondermos juntos! 

 

Gian Terhoch - sócio-diretor da Tour House onde atua há 14 anos. Formado em Turismo, Marketing e Gestão Empresarial contribuiu em áreas de atendimento, operações e relacionamento com clientes. Possui passagens pelo mercado de aviação, hotelaria e grupos & eventos antes de ingressar na TMC. Hoje é responsável por toda a rede de parcerias internacionais do grupo Tour House como Egencia, Frosch e Expedia.



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