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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

O bem-estar dos empregados também passa pelo bolso

Quando falamos de bem-estar, quase sempre pensamos em saúde, seja física ou mental. Mas, além disso, também precisamos pensar na saúde financeira das pessoas. Esse conceito merece atenção, pois quando a empresa tem um foco nas medidas que apoiam o bem-estar financeiro dos empregados, é uma estratégia eficaz para promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo para ambos. 

De forma simples, o bem-estar financeiro é uma condição em que as pessoas possuem uma boa relação com o dinheiro e conseguem cumprir com todas as suas obrigações financeiras, fazer uma reserva para emergências, possuir um plano para o futuro e ainda sobrar uma quantia para o lazer. 

O contrário disso é o desequilíbrio financeiro, que deixa as pessoas preocupadas e que pode afetar significativamente a saúde emocional das pessoas, gerando ansiedade, estresse, angústia, depressão, conflitos nos relacionamentos, insônia, baixa autoestima, entre outras sensações e sentimentos ruins. 

As empresas estão atentas a isso e tem aumentado a implantação de programas, ações e iniciativas para ajudar os funcionários a desenvolver habilidades de gerenciamento financeiro, tentando, assim, contribuir com o bem-estar emocional, físico e social das pessoas. 

Quando as pessoas têm controle sobre suas finanças e sabem como atender às suas necessidades básicas e alcançar metas financeiras, elas tendem a se sentir mais seguras e menos ansiosas. 

A pesquisa “Diagnóstico de bem-estar 2022”, realizada pela WTW, que faz uma conexão entre bem-estar, desempenho, estilo de vida e saúde mental dos funcionários, mostra bem isso. Ela aponta que o bem-estar financeiro dos empregados é uma prioridade importante para 66% das empresas e que ações já foram ou serão implementadas nos próximos anos com esse objetivo. 

Para melhorar o bem-estar dos empregados, 51% das empresas já oferecem um programa total ou parcial de seguro de vida e invalidez, e 41% oferecem financiamentos ou empréstimos para educação, duas ações muito importantes para alcançar as metas financeiras a curto e a longo prazo. 

Para ampliar os programas, para os próximos 3 anos, 48% das empresas pretendem oferecer webinars que educam sobre vários desafios financeiros enfrentados pelos funcionários (incluindo aposentadoria), e 46% querem usar dados de seus RH para monitorar sinais de desequilíbrio financeiro (por exemplo, empréstimos consignados, cancelamento de alguns benefícios como previdência, adiantamentos salariais etc.). 

Contudo, poucos relatam que são eficazes na geração de resultados desejados em relação ao bem-estar financeiro. Isso acontece, justamente, porque as empresas também enfrentam desafios na entrega de programas de bem-estar para os empregados, principalmente por conta da dificuldade de divulgação, da falta de sensibilização da liderança, da baixa adesão e do budget destinado a saúde e bem-estar.

De acordo com dados da pesquisa, 68% das empresas enfrentam dificuldades com o aumento de custos e 56% delas não têm apoio financeiro suficiente para realizar mais programas. 

Na outra ponta, temos o empregado, que quando tem algum problema emocional, físico, social ou financeiro, o desempenho é afetado. E problemas financeiros desencadeiam problemas emocionais e de saúde física, além de afetar o bem-estar social. Ninguém quer trabalhar apenas para pagar contas básicas (aluguel, água, prestações, energia elétrica e alimentação), porque a vida não é feita só de necessidades, mas também de desejos, vontades, atividades sociais, lazer e tranquilidade. 

Tudo isso está refletido na pesquisa, os empregados que a responderam disseram estar cinco vezes mais propensos a ter problemas financeiros, impactando negativamente na vida como um todo. Mas, ao mesmo tempo, 52% dos entrevistados afirmaram que conseguem ter ajuda da empresa para administrar suas finanças. 

Portanto, o pilar financeiro tem um papel fundamental no equilíbrio do bem-estar geral das pessoas, as empresas precisam estar atentas a isso. Conhecendo melhor a saúde financeira dos empregados, a empresa pode trabalhar lado a lado com eles, para disponibilizar meios que possibilitem a gestão das suas finanças, o que contribuirá para melhora da saúde mental, social e física e, consequentemente, para criação de um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e sustentável, ao mesmo tempo a satisfação e retenção de seus funcionários.

 

Renata Zerbini - gerente de Gestão de Saúde da WTW Brasil 

 

Quase sempre fatal antes dos 40 anos, a malformação arteriovenosa (MAV) cerebral tem tratamento e pode ser diagnosticada com exame de imagem tradicional

 Dr. Feres Chaddad, neurocirurgião e referência mundial em tratamentos de MAV, explica que as dores de cabeça, mudanças bruscas de humor, espasmos, convulsões e até mesmo depressão podem ser sintomas indicativos da doença 

 

Segundo estudos epidemiológicos mais recentes, estima-se que 10 a cada 100 mil pessoas no mundo apresentam uma malformação arteriovenosa (MAV) cerebral. Conhecida por ser uma alteração do sistema vascular extremamente difícil de tratar, a MAV se caracteriza por um enovelado de artérias e veias, malformados e de diferentes tamanhos em formato de bola de lã. Geralmente, se apresentam entre os 20 e os 40 anos.

A MAV é uma comunicação direta e anormal entre uma veia e uma artéria, que prejudica o fluxo sanguíneo e a circulação de oxigênio pelo tecido cerebral. Em condições normais, as artérias transportam o sangue com oxigênio do coração para o cérebro e as veias levam o sangue sem oxigênio para os pulmões.

"Com a MAV, esse sistema é interrompido, o que pode causar o roubo de fluxo sanguíneo em torno dos tecidos adjacentes. Ao deixar essas áreas do cérebro desnutridas, elas atrofiam e começam a perder a função, podendo ocasionar também o rompimento dos vasos, com posterior sangramento (hemorragia) ou dano cerebral", explica o Neurocirurgião Dr. Feres Chaddad, Professor e Chefe da disciplina de Neurocirurgia da UNIFESP e Chefe da Neurocirurgia da BP -- A Beneficência Portuguesa de São Paulo.


 
Sintomas 
 
A MAV pode se apresentar como um achado em exames de rotina e ou controle ou, quando sintomático, manifestar sintomas clássicos, como cefaleia, tontura, perda da visão, convulsões, déficit cognitivo (falta de atenção, problemas de memória, dificuldade nos estudos ou trabalho), déficits motores, com ou sem alteração sensitiva. A MAV também pode ser identificada após o óbito, no caso de um grande sangramento. Felizmente, uma vez diagnosticada e acompanhada por um especialista, a doença pode ser tratada com sucesso.
 
Para a paciente Gisele Calegari, de 35 anos, foi uma dor de cabeça intensa, seguida de crise convulsiva, que despertou o alerta para a MAV. Ela conta que a descoberta da condição começou em um domingo de manhã, quando acordou extremamente indisposta e apresentando os sintomas que nunca havia manifestado antes.
 
"Fui imediatamente levada ao hospital, onde fiz diversos exames até receber o meu diagnóstico afirmativo para MAV. Passei por vários médicos, que não concordaram com nenhum tipo de tratamento ou intervenção pois minha malformação estava localizada em uma área muito nobre e que, segundo eles, poderia me causar sequelas", relata Gisele.
 
Tendo este diagnóstico, Gisele decidiu consultar com o Dr. Feres Chaddad em São Paulo, que indicou o tratamento da MAV cirurgicamente. Para retirada da extensa MAV, ela foi submetida a uma craniotomia frontoparietal direita e ressecção microcirúrgica sob monitorização eletrofisiológica para aumentar a segurança e evitar sequelas irreversíveis.
 
A maior preocupação desta doença é que, enquanto ela não é tratada, sempre haverá o risco de ocorrer um sangramento espontâneo, que pode levar a comprometimentos neurológicos graves e até ao óbito. No entanto, como informa o Dr. Feres: "A MAV tem cura quando retirada de forma completa, o que promove a restituição da circulação sanguínea normal ao resto do cérebro. Uma vez que um tratamento é iniciado, deve sempre ser finalizado, e sempre ser realizado com o intuito de cura da malformação".


"Tive a sensação como se eu tivesse sobrevivido à um desastre aéreo" 
 
Quando existe a suspeita, o diagnóstico da MAV pode ser feito com tomografias, ressonâncias magnéticas e angiografias digitais, sendo este último o mais importante, pois se trata de um exame dinâmico da circulação cerebral, muito útil para definir o tratamento e os planejamento cirúrgico. Para a publicitária Fernanda Bota, de 38 anos, foi graças à um exame para investigar dor de cabeça, que ela descobriu a sua MAV.
 
"Sempre fui muito ativa fisicamente. Sou bailarina, faço academia, mas sempre tive enxaquecas, muito fortes, além de formigamentos nas mãos, na boca e às vezes me sentia aérea com as dores de cabeça. Ainda assim, elas não eram frequentes. Em 2020 elas aumentaram de frequência, e comecei a apresentar pelo menos 3 dias por mês de dor de cabeça muito forte e atribuía isso ao estresse", salienta a paciente.
 
Depois da consulta com o neurologista, foi detectado que a MAV de Fernanda estava bem próxima à área cerebral responsável pelo movimento (área motora primária), o que poderia levar a sequelas principalmente na região da mão esquerda. Após ser avaliada pelo Dr Feres Chaddad, ela foi submetida à cirurgia para ressecção da lesão vascular.
 
 
"Em um primeiro momento eu fiquei muito assustada, porque a minha MAV já estava com um aneurisma. A minha maior preocupação era ter que viver com isso e não ter cura, mas agora que estou saindo do estado de alerta – eu tive a sensação como se eu tivesse sobrevivido a um desastre aéreo", reforça Fernanda.
 

MAV e AVC 
 
Débora de Carvalho, de 39 anos, recebeu seu diagnóstico de MAV enquanto estava grávida. Ela apresentou um quadro persistente de enjoo e dor de cabeça súbita em um ponto específico da cabeça, que evoluiu e foi diagnosticado como acidente vascular cerebral.

 
Ela procurou o serviço de pronto atendimento, onde foi submetida à drenagem de hematoma e descompressão cerebral de urgência. Infelizmente, ficou para resolução prévia, mas ficou com o movimento do lado esquerdo debilitado, além de perder a visão periférica esquerda. "Mesmo grávida e com muitos riscos, conseguimos fazer o parto através do acompanhamento com o obstetra e com o Dr. Feres. Após algumas semanas, iniciamos o tratamento com uma embolização prévia pré-operatória, seguido da microcirurgia para a retirada da MAV", conta Débora
 
 
Após a recuperação da cirurgia, Débora passou também pela restauração do crânio (cranioplastia), na qual é colocado uma prótese no formado da calota craniana que foi removida na cirurgia da descompressão cerebral. Atualmente, evolui bem com uma recuperação motora total e parcial do campo visual - uma questão neurológica que demora um pouco mais para voltar.
 
"O tipo de tratamento depende das características próprias da MAV e do paciente. O tratamento pode ser: radiocirurgia (realizada com radiação dirigida, sendo preferida em lesões muito pequenas em localizações de difícil acesso), embolização (injeção de substâncias por dentro dos vasos a fim de ocluir os vasos que alimentam a MAV, para diminuir a fluxo de sangue que chega até ela), microcirurgia (isolada ou com prévia embolização da MAV) ou tratamento expectante, quando não existe outra opção terapêutica devido ao alto risco de complicações", complementa Chaddad.
  

 

Feres Chaddad - Professor e Chefe da Disciplina de Neurocirurgia da UNIFESP, Chefe da Neurocirurgia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo - e um dos maiores especialistas em neurocirurgia no país. É uma referência nacional e internacional no campo da microcirurgia neurológica, com destacada atuação em ensino, pesquisa e prática médica. Atuando como neurocirurgião há mais de duas décadas, tem amplo domínio das mais avançadas técnicas de tratamento de doenças como aneurismas, malformações arteriovenosas cerebrais, cavernomas, epilepsias e tumores que acometem o sistema nervoso.

 

Estudo do Butantan identifica moléculas que podem ser usadas em teste específico para zika

Trabalho feito em parceria com Adolfo Lutz, USP e UNESP visa preparar o Brasil para futuras epidemias da doença

 

Um estudo conduzido pelo Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com o Instituto Adolfo Lutz, também ligado à pasta estadual e as universidades de São Paulo (USP) e Estadual Paulista (UNESP/SJRP) publicado na revista Viruses em fevereiro deste ano, identificou dois peptídeos (fragmentos) da NS1 que detectam a presença de anticorpos específicos contra o zika.

 

“Atualmente, um dos grandes obstáculos do diagnóstico de zika é que os testes utilizados no mercado ainda apresentam risco de reação cruzada com o vírus da dengue, dificultando a diferenciação das infecções”, explica Roxane Piazza, pesquisadora do Laboratório de Bacteriologia. Segundo ela, isso ocorre porque a principal proteína presente nestes vírus, a NS1, é muito semelhante entre os dois. “A partir desta identificação será possível desenvolver novos testes mais precisos”, destaca.

 

O primeiro passo do estudo, feito no Laboratório de Bacteriologia do Instituto Butantan, foi gerar anticorpos a partir da imunização de modelos animais com a proteína NS1 de zika, produzida pelo grupo do Professor Luis Carlos Ferreira do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. “Após obtermos anticorpos monoclonais e policlonais específicos, fizemos testes para descobrir que partes da proteína NS1 reconheciam que eram de zika e que não cruzavam com dengue”, explica a pesquisadora.

 

A partir das sequências identificadas, foram desenvolvidos peptídeos sintéticos de NS1 em colaboração com o pesquisador Carlos Prudêncio, do Adolfo Lutz. Ao testar as moléculas com amostras de soro de pacientes, os cientistas encontraram dois peptídeos capazes de detectar, de forma precisa, anticorpos anti-zika. Com isso, seria possível desenvolver testes para identificar anticorpos IgG e IgM e saber se a pessoa já esteve ou está infectada pelo vírus.

 

Outra abordagem, segundo Roxane, é fazer o caminho oposto: usar os anticorpos específicos de zika para detectar a presença do antígeno (proteína NS1) no sangue dos pacientes. “A NS1 é a proteína mais secretada pelo vírus durante a infecção e, portanto, é o principal alvo de diagnóstico”, aponta.

 

Os cientistas ressaltam que é questão de tempo até uma nova epidemia de zika acontecer e o desenvolvimento de testes mais precisos é de extrema importância para o monitoramento da doença, especialmente para acompanhar as gestantes e prevenir a microcefalia. “Nosso objetivo é ter técnicas e ferramentas para o diagnóstico individual de casos esporádicos e/ou uma possível epidemia . Assim, estaremos muito mais preparados do que estávamos em 2015”, afirma Carlos.

 

Entre 2015 e 2016, o Brasil enfrentou um dos maiores surtos de zika, com um aumento expressivo no número de recém-nascidos diagnosticados com microcefalia (malformação do cérebro), principal consequência da infecção em gestantes. Segundo o Ministério da Saúde, foram quase 2 mil casos confirmados de bebês com síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika (SCZ). Antes da epidemia, a média de casos era 9 por ano.

 

Um estudo recente publicado na revista The New England Journal of Medicine mostrou que a taxa de mortalidade em crianças de até 3 anos nascidas com SCZ é 11,3 vezes maior do que naquelas nascidas sem a condição. Outra pesquisa mostrou que, entre 2015 e 2018, mais de 80% das mortes em crianças com SCZ ocorreu antes de completarem um ano de idade.

 

Casos de zika aumentaram 42% em 2022


Segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2022, o Brasil registrou 9 mil casos prováveis de zika, sendo 591 em gestantes. Em comparação a 2021, houve um aumento de 42% no número de casos da doença. Os estados que mais registraram casos prováveis em gestantes foram Rio Grande do Norte (210), Bahia (53), Paraíba (53), Alagoas (48) e Pernambuco (43), concentrando 68,9% dos casos do país.

 

O vírus da zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como outras arboviroses como dengue e chikungunya. Os sintomas costumam aparecer de dois a sete dias após a picada e podem incluir febre baixa, erupções cutâneas, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular e conjuntivite. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é possível que apenas uma em cada quatro pessoas infectadas desenvolvam sintomas.

 

 

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GARANTINDO O ACESSO À BOMBA DE INFUSÃO DE INSULINA: ENTENDA AS MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO DOS PLANOS DE SAÚDE

 

Dados apresentados pelo Ministério da Saúde revelam que 16,8 milhões de brasileiros são acometidos pela diabetes mellitus (tipos 1 e 2), colocando o Brasil como o 5º país em incidência de diabetes do mundo.

 

Em linhas gerais, a diabetes se caracteriza como uma síndrome metabólica de múltiplas origens, decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina produzir seus efeitos, prejudicando a regulação do nível de glicose no sangue. São variados os tipos de tratamento para controle da doença, tais como injeções, medicamentos orais, monitoramento, entre outros.

 

Em alguns casos de dependência da insulina, a bomba de infusão se mostra como tratamento mais adequado para garantir uma melhor qualidade de vida ao indivíduo. Isso ocorre porque consiste em um sistema de aplicação contínua e automática de insulina no organismo, em doses precisas, possibilitando um controle mais seguro do nível de glicose no sangue, imitando o funcionamento do pâncreas.

 

Ocorre que os planos de saúde costumam negar esse tratamento, por entenderem que se trata de terapia domiciliar não inclusa no contrato ou mesmo em razão de não constar no Rol de procedimentos e tratamentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), que por sua vez prevê alternativas para o tratamento da doença.

 

No entanto, é pacífico o entendimento de que o plano de saúde pode definir quais doenças terão cobertura, mas não o tratamento a ser adotado, porque o profissional apto para tanto é o médico especialista que acompanha o paciente.

 

Assim sendo, a Lei 14.454/2022 alterou a legislação dos planos de saúde para estabelecer que o Rol da ANS é uma lista mínima, de modo que outros tratamentos não inclusos deverão ser cobertos pela operadora quando houver indicação médica e comprovação científica de sua eficácia, caso a caso.

 

Nesse sentido, especialmente quando comprovada a ineficácia ou insuficiência dos outros tratamentos tentados pelo paciente, é possível e necessário que se busque judicialmente a obtenção da bomba de infusão pelo plano, inclusive mediante decisão liminar, ou seja, no início do processo judicial, se tiver urgência.

 

Será importante comprovar que esta se mostra como a melhor alternativa de tratamento em relação às demais para a preservar a sobrevivência digna do usuário.

 

Para isso, é crucial apresentar o relatório médico que indique claramente por que a bomba de infusão é a opção preferencial em relação a outros tratamentos.

 

Recomenda-se que o paciente consulte um advogado especializado para avaliar as chances de sucesso e os riscos envolvidos.

 

Pablo Henrique de Lima Pessoni - formado em Direito pela PUC-GO (2015/2), pós-graduado em Direito Civil e Processual Civil, atuante no Direto da Saúde e Direito de Família atual vice-presidente do interior, da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/GO.



SBOC alerta sobre os riscos das informações incorretas na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer

Uma em cada três publicações sobre câncer nas redes sociais contém informação incorreta, segundo o National Cancer Institute (NCI). O alerta da principal agência norte-americana para pesquisa do câncer corrobora com o que tem sido observado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), que ao longo deste ano foi contatada diversas vezes pela imprensa para desmentir fake news ou explicar associações equivocadas a partir de postagens de grande repercussão nas redes sociais.

Entre as principais demandas recebidas pela SBOC, estão o uso de propriedades medicinais da árvore lobeira ou do tronco da árvore de graviola para curar o câncer, ozonioterapia e fosfoetanolamina como opções de tratamento oncológico e associações alarmistas de desenvolvimento de tumores a partir do consumo de aspartame, uso de contraceptivos hormonais ou até mesmo em consequência do exame de mamografia. 

Presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira explica que a entidade se posiciona com base na ciência, ressaltando sempre a importância de uma abordagem respaldada por evidências sólidas. “Isso reflete o compromisso da SBOC com a condução de estudos clínicos rigorosos, revisões sistemáticas e análises científicas para avaliar a eficácia e a segurança de todas as terapias, independentemente de serem convencionais ou alternativas”, explica. “O mesmo vale para questões relacionadas à prevenção ou ao desenvolvimento de tumores”, acrescenta. 

Diretora da SBOC e coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos da entidade, Dra. Angélica Nogueira Rodrigues afirma que a prevenção do câncer também pode ser afetada pela desinformação, principalmente quando o tema é vacinação contra o HPV. “A imunização é uma ação importante para a prevenção de diversos tipos de tumores associados ao HPV, como cânceres do colo do útero, de vulva, vagina, pênis, canal anal e orofaringe”, lembra. “Mas, infelizmente, a propagação de notícias falsas relacionadas à segurança das vacinas e aos seus potenciais efeitos colaterais afetou diretamente a cobertura vacinal. Nesse aspecto, estamos falando de cânceres que poderiam ser potencialmente evitáveis com a vacina", acrescenta. 

Dra. Daniela Rosa, membro da diretoria da SBOC e coordenadora do Comitê de Tumores Mamários da entidade, reforça a importância dos médicos, pesquisadores e veículos de comunicação social contribuírem ainda mais com a divulgação científica responsável. “Sabemos que o modo no qual uma questão de saúde é enquadrada afeta a opinião pública, influencia o comportamento individual e desempenha um papel central no processo da formação das políticas de saúde, diz. Defensores da ciência devem se posicionar de forma clara para que o público tenha à disposição informações consistentes, sem induzir o risco de pânico generalizado e possível disseminação de notícias falsas”, acrescenta. 

As fake news na área oncológica será um dos destaques da mesa “Câncer e o necessário compromisso de informar com qualidade”, durante o XXIV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que acontecerá de 16 a 18 de novembro na cidade do Rio de Janeiro. Jornalistas, médicos, pesquisadores, ativistas e pacientes irão debater o tema. Saiba mais.
 


SBMN chama a atenção para a realização de exames regulares na prevenção do câncer de próstata e outras doenças

 Entidade reforça a importância da medicina nuclear: uma grande aliada na detecção e tratamento da neoplasia

 

O mês de novembro é dedicado ao “Novembro Azul”, que possui por objetivo sensibilizar e conscientizar a população masculina em relação aos cuidados com a saúde e a importância da realização dos exames de prevenção contra o câncer de próstata. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que no próximo triênio (2023-2025), a cada ano, haverá 72 mil novos casos dessa neoplasia. 

A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) reitera que a medicina nuclear desempenha um papel fundamental, dispondo de exames que identificam a extensão do câncer e possíveis metástases, já que permite avaliar não apenas a anatomia, mas também a fisiologia do corpo humano. Além da cintilografia óssea para detectar metástases ósseas, a tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT) com o PSMA tem se destacado. O PSMA é uma proteína que está em grande quantidade nas células do câncer de próstata, tornando, por isso, este tipo exame uma excelente opção para identificar tumores primários e metástases em várias partes do corpo, não apenas nos ossos. 

Além do diagnóstico, a medicina nuclear também desempenha um papel importante no tratamento do câncer de próstata avançado. A terapia com radionuclídeos é uma abordagem promissora. Este tratamento direciona partículas radioativas diretamente para as células que possuem o PSMA, atacando o tumor de maneira eficaz. Essa terapia pode melhorar significativamente a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes com câncer de próstata avançado. 

A vice-presidente da SBMN, Cristina Matushita, recomenda que os homens iniciem o rastreamento por volta dos 50 anos, mas existem exceções. “Homens com histórico familiar de câncer de próstata em parentes de primeiro grau ou pertencentes a grupos de alto risco, como afro-americanos, podem ser aconselhados a iniciar o rastreamento mais cedo, por volta dos 45 anos”. 

Ademais, ela discorreu sobre a importância do exame de toque retal e da cisão de tabu do mesmo. Pois este exame pode ajudar a detectar o câncer de próstata em estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores. “O tabu em torno do exame é multifacetado e pode ser atribuído a fatores como medo, desconforto, desinformação e até mesmo estigmatização da masculinidade. Para quebrá-lo, é fundamental promover a conscientização sobre a importância do rastreamento do câncer de próstata. Isso pode ser feito por meio de campanhas de saúde pública, educação nas escolas, envolvimento de celebridades e figuras públicas na discussão aberta sobre a saúde masculina”. 

Por fim, a Dra. Cristina ressaltou a necessidade de realização de exames regulares na prevenção não só do câncer de próstata, mas de outras doenças. “Exames de rotina podem ajudar a identificar outras condições de saúde, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, permitindo a intervenção precoce e melhor controle. Portanto, cuidar da saúde por meio de exames regulares é essencial para uma vida longa e saudável”.

 

Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN


Ortopedista explica porque as mulheres podem sentir dores na coluna no período menstrual

 Bruno Fabrizio explica que alterações hormonais, retenção de líquido e contrações uterinas, são alguns dos motivos das dores nas costas durante a menstruação

 

Algumas mulheres podem sentir desconfortos na coluna durante a menstruação devido a uma combinação de fatores físicos e hormonais. De acordo com os estudos do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) 75% sentem cólicas menstruais, 59% enxaqueca e 46% dor lombar. 

O ortopedista Bruno Fabrizio, especialista em cirurgias de coluna, explica que alterações hormonais podem causar o desconforto. “Durante o ciclo menstrual, os níveis de hormônios, como o estrogênio e a progesterona, flutuam. Essas mudanças podem afetar os tecidos e músculos, levando a sensibilidade e dor em várias partes do corpo, incluindo a coluna”, afirma. 

Retenção de líquido pode colaborar para o desconforto na região. “Algumas mulheres sofrem com retenção antes e durante a menstruação. Isso pode causar inchaço nas articulações e músculos, o que, por sua vez, pode levar ao desconforto na coluna”, explica. 

Fabrizio lembra que durante a menstruação, o útero se contrai para ajudar a eliminar o revestimento uterino. Essas contrações podem causar dor pélvica e irradiar para as costas. 

Pacientes que têm endometriose também podem notar o desconforto. “É uma condição em que o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora dele, muitas vezes nas áreas ao redor, incluindo a coluna vertebral. Isso pode causar dor crônica nas costas que piora durante a menstruação”, enfatiza. 

Algumas mulheres experimentam uma série de sintomas físicos e emocionais antes da menstruação, conhecida como SPM. Isso pode incluir sensibilidade na coluna e dor, de acordo com o ortopedista. 

Postura e atividade física também podem colaborar para o surgimento da dor. “Durante a menstruação, as mudanças hormonais e físicas podem afetar a postura e a forma como as mulheres se movem. Isso pode levar a uma tensão muscular que resulta em dor nas costas”, destaca. 

Bruno recomenda auxílio médico para solucionar a questão. “Se você está enfrentando dores nas costas significativas ou persistentes durante a menstruação, é aconselhável procurar orientação médica. O especialista pode ajudar a determinar a causa e sugerir tratamentos apropriados, como analgésicos, fisioterapia ou terapias hormonais, dependendo do diagnóstico”, finaliza.

 

Bruno Fabrízio - formado pela Faculdade de Medicina de Petrópolis e possui residência em Ortopedia e Traumatologia. É especializado em cirurgia endoscópica da coluna vertebral e procedimentos minimamente invasivos para o tratamento da dor. Foi chefe do serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Municipal Lourenço Jorge 2019-2023 e diretor médico do Hospital do Amparo Feminino entre 2020 e 2022. Atualmente, é diretor médico da Clínica Dr Bruno Fabrizio desde 2007. Para mais informações, acesse o instagram



Novembro Azul alerta para os cuidados com a saúde do homem

Campanha mundial orienta população masculina sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata e de outras doenças


A saúde do homem e a prevenção ao câncer de próstata são o foco do Novembro Azul, campanha mundial que desde 2008 faz parte do calendário oficial de eventos no Brasil. Durante todo o mês, sociedades médicas e profissionais da saúde alertam a população masculina sobre a importância de exames periódicos para a prevenção e detecção precoce do câncer de próstata e de outras doenças.

“Infelizmente por questões culturais, muitos homens ainda resistem a procurar atendimento médico e acabam não fazendo os exames de rotina. Por isso essa campanha é tão importante, para chamar a atenção de toda a sociedade sobre as doenças que atingem a população masculina”, explica o médico urologista Ruimário Coelho, preceptor da residência médica em Urologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e diretor técnico do Uroville – Urologia Avançada.

Segundo a publicação mais recente da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2019, as mulheres procuram mais os serviços médicos do que os homens. Nos 12 meses que antecederam a entrevista mais de 159 milhões de brasileiros haviam se consultado com um médico, o equivalente a 76,2% da população. Nas mulheres essa proporção alcançou 82,3% e, na população masculina, apenas 69,4%.

“Este dado corrobora o que outras pesquisas internacionais já apontavam, que em média as mulheres têm cerca de três vez mais propensão a procurar os serviços de saúde do que os homens. Isso é bastante preocupante porque muitas das doenças que atingem a população masculina não apresentam sintomas, necessitando assim de exames complementares para a detecção e o tratamento precoce”, destaca Ruimário Coelho.

Uma dessas doenças silenciosas é o câncer de próstata, que atinge todos os anos cerca de 72 mil pacientes em todo o Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). "Este é o segundo tipo de câncer mais comum na população masculina, atrás somente do de pele não melanoma, mas muitas vezes o diagnóstico é feito de forma tardia, o que pode comprometer o tratamento e, consequentemente, as chances de cura do paciente", destaca Ruimário Coelho.

Entre os fatores de risco para o câncer de próstata estão a idade (o risco aumenta com o envelhecimento), histórico familiar, sobrepeso e obesidade. A orientação é que todos os homens acima dos 50 anos façam consultas regulares com um urologista e, se tiver casos de câncer de próstata na família, este acompanhamento deve começar aos 40 anos de idade.
 

Dr Ruimário Coelho - formado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo, com residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Heliópolis (São Paulo - SP), residência médica em Urologia pela Universidade Federal do Paraná, Fellowship em Andrologia e Infertilidade Masculina, pelo Instituto H Ellis/ Projeto ALFA, com certificação em cirurgia robótica pelo Instituto Falke. É diretor técnico do Uroville - Urologia Avançada, preceptor da residência médica de Urologia do Hospital de Clínicas da UFPR, coordenador do curso de Enucleação Endoscópica da Próstata do Scolla Centro de Treinamento, membro da Endourological Society e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, atuando principalmente com foco em Doenças da Próstata e Endourologia.



Endometriose: ignorar cólicas menstruais pode ter consequências graves para as mulheres

Médico especialista alerta para a normalização das dores e recomenda a procura por exames específicos para detectar a doença o quanto antes
 

A saúde vaginal de pessoas que menstruam ainda é considerada tabu, e esse estigma se estende até os consultórios médicos. Metade das mulheres cis relatam que a dor durante o período menstrual é o sintoma que mais as incomoda, segundo levantamento do Datafolha. Além disso, 55% delas afirmam que preferiam não menstruar.

Essas dores chegam a ser tão intensas ao ponto de interromper suas rotinas. Apesar dos dados e das queixas das pacientes, muitos ginecologistas continuam não considerando os desconfortos como algo passível de investigação médica, prescrevendo apenas o uso de anticoncepcionais e analgésicos para controlar a dor. 

As cólicas menstruais são um dos principais indícios da endometriose. Para o médico especialista Patrick Bellelis, “é comum que sintomas como as cólicas sejam normalizados nesse período, mas não devem ser. Há mulheres com dores severas durante a menstruação e isso pode ter diferentes significados”. Sem o tratamento adequado, a doença pode atingir formas graves, como a endometriose profunda. 

A relativização das queixas de pessoas com útero retarda o diagnóstico. É comum a descoberta tardia da doença, que geralmente é feita somente após tentativas frustradas de engravidar, quando são solicitados exames para detectar infertilidade. Estudos apontam que a endometriose pode levar até dez anos para ter um diagnóstico comprovado. 

“Precisamos dar visibilidade ao assunto, conscientizar profissionais de saúde e orientar cada vez mais mulheres a observarem seu corpo, porque o diagnóstico precoce é capaz de prevenir sequelas e permitir um tratamento que pode garantir o controle da doença e a qualidade de vida”, conclui Bellelis.

 


Clínica Bellelis - Ginecologia
 
Patrick Bellelis - Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (IRCAD), do Hospital de Câncer de Barretos.



ELEMENTOS BETA: O QUE SÃO E POR QUE A SUA EMPRESA DEVERIA SE IMPORTAR COM ELES

 As coisas estão de ponta-cabeça e esta é uma dura realidade, principalmente quando se trata de Brasil. Do lado de fora da firma, a taxa de juros continua nas alturas. O preço dos alimentos? Está mais elevado do que um arranha-céu. O valor da gasolina? Voando pela abóbada celeste. E a energia elétrica? Esta já ultrapassou a camada de ozônio, reinando absoluta no espaço sideral.

Com tanta conta para pagar, como fica a cabeça de quem está no mercado de trabalho? De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, 209.124 mil pessoas foram afastadas de seu ofício por conta de transtornos mentais. No maior número relatado desde o início da série histórica, uma coisa é fato: os trabalhadores não estão bem e precisam de socorro.

Mas será que dá para perceber quando um funcionário está no seu limite? Para o psicanalista britânico Wilfred Bion, pioneiro no estudo e aplicação de dinâmicas psicológicas em grupo, nem sempre o colaborador sabe que está apresentando sintomas de algum desequilíbrio emocional, uma vez que muitas destas manifestações são tão intensas que nem sequer foram elaboradas.

São os chamados elementos beta. Na visão do especialista, o bebê quando nasce não possui as suas faculdades psíquicas desenvolvidas para lidar com a elevação dos acontecimentos. Deste modo, se determinada situação for sentida como nociva para si, ele tenderá a jogar toda a carga emocional no ambiente externo, seja por meio do golfo, da saliva, da urina ou, ainda, das fezes.

Dependente quase que exclusivamente da mãe para suportar as coisas que sente, decodificar o que elas querem dizer e devolvê-las para si no formato de uma linguagem inconsciente que seja capaz de expressar apoio, amparo e segurança absoluta, o pequeno ser humano vai, aos poucos, ganhando tenacidade mental até que possua autonomia suficiente para pensar e sentir sozinho.

Sendo assim, quando tudo ocorre bem nesta etapa do psicodesenvolvimento infantil, que vai do nascimento à faixa dos 1,5 anos de idade, pode-se dizer que a criança já consegue trabalhar com elementos alfa. Ou seja, tendo aprendido com a sua genitora que uma onda pode ser uma marola, ela poderá usar o raciocínio para perceber o mundo com um senso maior de realidade.

Entretanto, se houve falha na passagem da função beta para a função alfa, ainda na infância, ou, se a envergadura dos fatores externos de um indivíduo adulto exigir além do que esta última consegue suportar, ele poderá entrar em processo de fragmentação, passando a se comportar novamente como um bebê que vive em um mundo repleto sensações e fantasias extremadas.

É neste ponto que muitos profissionais brasileiros se encontram. Com a função alfa operando no limite da capacidade, porque o desafio diário, seja ele corporativo ou pessoal, está cada vez mais exigente, eles não têm outra alternativa senão a produção de sintomas. Compete a você, gestor, identificar os sinais, entender o que eles querem dizer e partir para a ação. Vamos lá?

O primeiro indício de que um trabalhador está entrando em beta é observar os seus olhos. Se ao redor deles houver uma tonalidade vermelho escuro, parecendo que a região está mais vascularizada que o normal, atenção. Isto indica que os seus conteúdos psíquicos voltaram a operar em nível ocular, logo, o liderado precisará de ajuda para não entrar em surto psicótico.

Acabou de passar uma instrução para uma atividade de alta importância, mas o liderado não memorizou quase nada do que foi dito? Fique esperto. A memória, aspecto importante para a construção do pensamento alfa, fica ligeiramente prejudicada quando se está em beta. Se este for o caso, certifique-se de passar instruções por escrito enquanto durar a crise do funcionário.

A pessoa tinha um vocabulário rico e fluente, mas passou a se expressar de forma simples, como se faltassem palavras? Outra interferência de beta. Disruptivas em essência, as emoções beta podem destruir a forma como a psique entrelaçou a sua cadeia de significantes, gerando falhas simbólico-linguísticas. Caberá a você ter paciência para realfabetizar as dores do seu liderado.

Precisou se deslocar até o outro departamento para uma reunião, porém, no caminho, percebeu que o seu subordinado só faltou tropeçar nos próprios pés? Não é labirintite, não. A inteligência espacial é uma das expertises que apenas a função alfa consegue processar devido à quantidade de estímulos captados em sua altitude. Logo, se fulano cambalear, prepare rápido o tratamento.

Por fim, se as ocorrências acima não estiverem presentes, mas os indicadores de performance do seu time estiverem despencando lá do pico da montanha corporativa, não espere para agir. Volte as atenções para sua equipe, peça para falar com cada um individualmente e se prepare para suportar o que eles têm a dizer. Afinal, para toda meta, sempre existirá um elemento beta.

 

Renan Cola -psicanalista, Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Marketing e Gestão Comercial pela Universidade Vila Velha (UVV), em Psicanálise pelo instituto IBCP Psicanálise e em Gestão Empresarial e Gestão de Pessoas pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), o psicanalista possui 17+ anos de experiência utilizando a psicologia profunda aplicada à mercadologia para construir estratégias de marca para empresas de todo o Brasil, dos pequenos aos grandes negócios. Ao longo da carreira, escreveu artigos para veículos comunicacionais de ampla abrangência, como: Psique, Mistérios da Mente, Estado de Minas, O Tempo, Hoje em Dia, Diário do Nordeste, Administradores, Empresas & Negócios e Novo Varejo.



Filhos de mulheres vítimas de feminicídio terão direito a pensão do governo

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Lei destinada às famílias carentes foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União e abrange crimes retroativos


Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública demonstra que as mais de 1.300 mulheres vítimas de feminicídio em 2021 deixaram cerca de 2.300 órfãos. Para atender essas crianças e adolescentes, foi publicada nesta quarta-feira (1) no Diário Oficial da União (DOU) a Lei 14.717 que concede uma pensão especial aos dependentes de baixa renda menores de 18 anos de vítimas de feminicídio.  

De iniciativa da Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS), o projeto de lei 976/2022 foi aprovado no senado no dia 3 de outubro e sancionado nesta terça-feira (31) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto estabelece que o benefício será concedido aos órfãos cuja renda familiar mensal per capita seja de até 25% do salário-mínimo. A pensão instituída, no valor de um salário-mínimo, será dividida entre os filhos, biológicos e adotivos, ou dependentes da vítima. 

O advogado previdenciarista Jefferson Maleski, que integra o escritório Celso Cândido de Souza Advogados, dá detalhes sobre a nova lei. “Irá auxiliar crianças que não são assistidas pela Previdência Social. São famílias onde a mãe não era assegurada, pois nesse caso poderia pedir a pensão por morte, e o pai também não era, pois nesse caso poderia solicitar o auxílio reclusão”, explica o especialista. 

Ele ainda complementa. “Vai abarcar crianças totalmente desassistidas, pois perdem a mãe e o pai e acabam sendo criadas por parentes. Se essa família for carente, não tiver condições de criar a criança, ela receberá essa pensão especial paga pelo governo”, diz destacando que a família não pode receber outros benefícios. “O único que não é vetado pela lei é o benefício de prestação continuada (BPC), esse pode ser acumulado pela criança”, conta. 

Jefferson Maleski ressalta ainda que a lei abrange casos retroativos. “O dependente não receberá retroativamente, mas vale para crimes que aconteceram antes da aprovação da lei. E não é preciso ter o processo já transitado em julgado, pode ser um processo apenas com indícios de feminicídio. Se no final ficar provado que não houve um feminicídio, cessa o pagamento e a criança não precisa devolver o valor”, salienta. 

Contudo, o advogado reforça que falta a definição de alguns detalhes. “Como a lei foi recém sancionada, ainda faltam serem definidos alguns procedimentos técnicos para regulamentar, como por exemplo, em qual órgão o benefício será solicitado e quais os documentos que deverão ser apresentados. Outra questão que precisa ser regulamentada é quem seria considerado ‘dependente’ da vítima e que poderia solicitar a pensão além dos filhos: o dependente previdenciário? o dependente financeiro? ou o dependente que aparece na declaração de imposto de renda?”, ressalta.

 

Jefferson Maleski - Advogado da banca Celso Cândido de Souza Advogados, é bacharel em Direito pela UniEVANGÉLICA. Especialista em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais e em Direito Previdenciário e Prática Previdenciária. Mestrando em Educação Profissional e Tecnológica. Professor universitário. Palestrante pela Escola Superior de Advocacia (ESA) da OAB/GO. Advogado previdenciarista. Perito e calculista judicial. Juiz do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB/GO

 

Detran-SP traz dez dicas importantes para quem vai viajar no Feriado de Finados

Um dos pilares da nova gestão da autarquia é priorizar a vida; portanto, siga as regras de trânsito nas viagens durante o feriado

 

Com a chegada do feriado de Finados, que começa nesta quinta, dia 2, aumenta o número de motoristas circulando com seus veículos pelas praias do litoral e cidades do interior do Estado de São Paulo.

 

Pensando em um trajeto seguro para todos os condutores, sempre tendo em vista o objetivo de coordenar a convivência pacífica no trânsito, o Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran-SP) lista dez dicas e orientações importantes para que todos curtam suas viagens do feriado de uma maneira tranquila e sem esquecer da segurança viária.

 

1)   Faça a revisão do seu veículo antes de pegar a estrada;

 

2)   Não esqueça os documentos. Tanto os documentos do veículo, quanto os de todos os ocupantes, incluindo crianças e adolescentes. Isso inclui a sua CNH. Dirigir com documento vencido implica em multa de R$ 293,47;

 

3)   Use cinto de segurança. Todos os ocupantes do veículo devem utilizá-lo. Se houver crianças menores de dez anos, é obrigatório o uso de equipamento de segurança (bebê conforto, cadeirinha…). Valor da multa sem cinto de segurança R$ 195,23. E da sem cadeirinha é de R$293,47;

 

4)   Fique atento às sinalizações de trânsito e respeite sempre os limites de velocidade. As multas são de R$ 195,23, quando o excesso é de 20% a 50% acima do limite permitido. Ao exceder a velocidade máxima permitida em mais de 50% a multa é de é de R$ 880,41;

 

5)   Mantenha uma distância segura do veículo à sua frente, a fim de evitar colisões;

 

6)   É importante levar água e alimentos durante a viagem, para caso aconteça alguma situação inesperada, como sinistros ou congestionamento;

 

7)   Em caso de chuva, ligue os limpadores de para-brisa, aumente a distância do veículo à sua frente e diminua a velocidade;

 

8)   Dirija sempre com os faróis acesos, mesmo durante o dia! Acionar os faróis aumenta a visibilidade aos pedestres e demais condutores;

 

9)   Bebida e direção não combinam. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do motorista, podendo gerar sinistros. Motoristas flagrados embriagados ou que se recusam ao teste do bafômetro recebem multa de quase R$ 3 mil e respondem a processo de suspensão da CNH. Quem apresenta mais de 0,33 miligramas de álcool por litro expelido no sangue, também responde na Justiça por crime de trânsito;

 

10) Descanso é essencial. O descanso antes da viagem é fundamental para que o motorista faça uma viagem tranquila e segura, principalmente em trechos de longa distância. Uma noite de sono bem dormida faz com que o motorista esteja atento durante todo o trajeto.


Viaje com segurança, siga as regras de trânsito e respeite a vida! 


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