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quarta-feira, 22 de março de 2023

Acordo entre EUA e Portugal favorece brasileiros com passaporte português

No Brasil, aproximadamente 400 mil pessoas têm cidadania portuguesa.


Os Estados Unidos adicionaram Portugal à lista de países com Tratado de Comércio e Navegação. Até então, o país era o único da Europa que não possuía este tipo de acordo com os estadunidenses.

A medida recentemente anunciada pelo governo dos EUA traz benefícios aos brasileiros, uma vez que os cidadãos portugueses (incluso os que possuem dupla cidadania), podem fazer a solicitação de vistos nas modalidades E1 e E2, a principal para quem deseja investir e morar nos Estados Unidos. Ao todo, aproximadamente 400 mil brasileiros possuem passaporte português e agora terão direito a solicitar os vistos nas modalidades citadas.

Deste modo, a partir desta resolução, investidores com cidadania portuguesa podem solicitar o visto E2 se tiverem a partir de 100 mil dólares para investir. Este visto se estende a cônjuge e filhos que sejam menores de 21 anos.

Segundo a advogada de imigração Andrea Canona, do escritório Andrade Canona em Miami, o congresso americano aproveitou a passagem da extensa legislação orçamentária do fim de 2022 para adicionar Portugal nesse tratado.  “Essa inclusão veio como uma feliz surpresa, já que amplifica oportunidade de vistos para brasileiros que possuem cidadania portuguesa.  Os vistos E1 e E2 para portugueses estarão disponíveis a partir do começo do ano fiscal, em primeiro de outubro deste ano”, informa Canona.

A advogada ainda explica que os vistos E1 e E2 são vistos temporários, que podem durar até 5 anos e serem renovados enquanto houver o investimento e tratado em vigor com os Estados Unidos.

Na perspectiva econômica, Daniel Ickowicz, que atua como diretor de vendas da Elite International Realty, consultoria imobiliária comandada por brasileiros e sediada na Flórida, aponta que esta modalidade de visto é uma porta de entrada para os grandes investidores nos EUA. “O visto E2 é um dos caminhos para quem sonha em viver nos Estados Unidos. São diversos os setores os quais o investidor pode aplicar, entre eles, o imobiliário, que oportuniza venda e aluguel de imóveis em curto, médio e longo prazo. Esse visto faz com que os estrangeiros auxiliem no aquecimento da economia e coloquem os olhares de mais investidores na área, um ciclo que beneficia muitas camadas”, afirma Ickowicz.

Com mais uma possibilidade de entrada dos brasileiros nos EUA, vale ressaltar que o visto E2 funciona como visto de investidor não-imigrante renovável, não como green card.

 

Crise dos bancos tradicionais pode impulsionar o setor cripto


Após um ano de montanha-russa para o valor das criptomoedas em 2022, o inverno cripto parece ter passado e o valor das criptomoedas teve um período de estabilidade. De acordo com a CoinsPaid, o mercado de criptomoedas sinalizou uma saída do "inverno cripto" ao registrar U$2.9 bilhões no volume de transações das criptomoedas nos dois primeiros meses de 2023. A empresa já havia registrado um crescimento anual de 89% em valor de transações e mais de 100% em volumes em 2022 quando comparado ao mesmo período de 2021. Um outro ponto de destaque para o ecossistema de pagamentos criptográficos da Estônia foi o aumento no quadro de funcionários durante o ano passado: houve um crescimento de 65% no staff.

Agora, com a crise do sistema financeiro após a falência do SVB, o cenário cripto parece estar experimentando um dos momentos mais propulsores desde o colapso da FTX.

"Temos boas expectativas para o desenrolar do cenário para o mercado de criptomoedas e acreditamos que estamos entrando em uma nova fase de crescimento e maturidade do mercado como um todo. Acreditamos que os ativos digitais tenham potencial para ganhar destaque em meio aos impactos que o sistema financeiro tradicional tem sofrido - já que a economia digital visa dar mais autonomia aos usuários e as pessoas possam criar um ceticismo em relação aos bancos tradicionais. Todo o ecossistema da CoinsPaid foi desenvolvido para oferecer soluções seguras e intuitivas para os usuários que querem utilizar criptomoedas como forma de pagamento", afirma Max Krupyshev, CEO e co-fundador da CoinsPaid.

O mês de março começou positivo para as criptos com as principais moedas mostrando uma consistente recuperação e, após o socorro do governo americano ao banco SVB, levou o BTC a ter uma alta de aproximadamente 18% (dia 13) e com expectativa que esse novo impulso beneficie também outras moedas. 

Além disso, a CoinsPaid, líder europeia em processamento de criptomoedas, destaca o aumento de 19% no volume de transações globais das stablecoins ano passado, ultrapassando US$ 7,2 trilhões - com investidores olhando para essas moedas como um porto seguro - e o crescimento do Tether (USDT) em aproximadamente 15% no volume de transações dentro de sua plataforma nos dois primeiros meses de 2023 e uma estabilidade no volume de transações para as demais criptomoedas transacionadas pelo ecossistema até o final de fevereiro. 

“Entendemos que o que houve com o SVB levante certos questionamentos sobre o mercado cripto, no entanto, quando observamos o número crescente de possibilidades de uso e o número de pessoas aderindo a criptomoedas, reforça o potencial deste mercado como um todo e traz luz a necessidade da regulamentação. E, apesar do ocorrido com o SVB e também com o Signature, isso deve acelerar o processo regulatório não só para a proteção do sistema financeiro, mas como proteger aqueles que possuem criptomoedas”, comenta Krupyshev.

Além do suporte por parte do governo, as instituições financeiras privadas também devem se atentar à segurança de seus ecossistemas que, com o avanço tecnológico, pode se tornar obsoleta. De acordo com Krupyshev, a CoinsPaid passa por uma auditoria de segurança anual por vários especialistas independentes em segurança o que a posiciona entre uma das empresas mais seguras por conta da avaliação constante - os testes incluem métodos manuais e ferramentas automatizadas.

As recentes crises envolvendo a FTX e SVB reforçam a necessidade das instituições de garantir a segurança de suas operações e credibilidade para seus clientes em meio a um possível contexto de recessão global. Isso remete a situações semelhantes a “bolha da tecnologia” no início dos anos 2000 e a crise do mercado financeiro em 2008, onde tanto o sistema financeiro quanto o de tecnologia passaram por uma situação semelhante pela falta de controle e caráter especulativo.



Qual a relevância dos dados de volume de transações para a América Latina?

As criptomoedas devem enfrentar alguns desafios nos próximos meses não só pela crise do SVB, mas por isso acelerar debates sobre a regulamentação  nos EUA. Além disso, somado a proposta de regulamentação de criptomoedas em Hong Kong, outros países, especialmente os da América Latina, que nos últimos anos tem tido um forte crescimento na adesão das criptomoedas, também devem se movimentar neste sentido como uma forma de também proteger seu sistema financeiro de uma situação semelhante ao ocorrido com o SVB.


Caminhos do crédito sustentável passam por investimentos em previdência privada

Não é de hoje o consenso em torno do fato de que o aumento na proporção de pessoas idosas e o prolongamento do curso de vida oferecem, por um lado, novas oportunidades e, por outro, novos desafios para as sociedades em termos de políticas públicas. Neste sentido, a Quinta Conferência Regional Intergovernamental

sobre Envelhecimento e Direitos das Pessoas idosas, realizada em dezembro pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), jogou luz sobre o tamanho dessas duas dimensões da questão.


Segundo um estudo realizado pelo órgão, em 2022 viviam na região cerca de 662 milhões de pessoas, sendo que 13,4% (88,6 milhões) têm mais de 60 anos. Em 2030, esta proporção aumentará para 16,5% da população total; em 2050, as pessoas idosas representarão 9 pontos percentuais a mais, até chegar a um quarto (25,1%) da população total.


Uma das preocupações mais importantes relacionadas a estes números é a necessidade de prover fontes de receitas saudáveis para atender às demandas da vida social dessas pessoas ao longo dos anos. Neste sentido, o melhor caminho conduz ao desenvolvimento do chamado crédito sustentável, que está diretamente ligado à utilização de uma reserva investida a longo prazo que se torna um meio factível e viável de viver melhor o presente, sem abrir mão de um futuro próspero.


No Brasil fica cada vez mais latente a necessidade de ampliar os esforços na direção da previdência privada. Só para se ter uma ideia, mesmo administrando um patrimônio que somado chega a R$ 1 trilhão, as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) ainda estão distantes do potencial que poderiam alcançar. Afinal, segundo a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), apenas 3% dos aposentados brasileiros têm a previdência privada como parte do seu sustento.


Sua reduzida inserção na vida dos brasileiros gera desperdícios de oportunidades como, por exemplo, o uso dos fundos de pensão na forma de fontes para a captação de crédito a juros menores. Cerca de 15% do patrimônio administrado pelas EEPCs brasileiras, ou seja, R$ 150 bilhões, podem ser disponibilizados em linhas de crédito para os participantes. Porém, apenas 2,1% (R$ 21 bilhões) estão sendo empregados para esta finalidade atualmente.


Esses recursos poderiam ser usados para financiar automóveis, imóveis (aquisição e reformas), bens de consumo, viagens, faculdades, em condições muito melhores que as ofertadas para este público atualmente, com prazos muito superiores e taxas bem menores do que as cobradas no mercado tradicional. 


Isto seria possível porque o próprio patrimônio do participante acumulado no fundo de previdência serve como garantia do empréstimo. 


O mais recente levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que quatro em cada dez brasileiros adultos (40,10%) estavam negativados em dezembro de 2022. Este percentual equivale a 65,06 milhões de pessoas.  


Quando se observa o tipo de dívida mais comum, se nota que o maior crescimento ocorreu justamente no setor de bancos, que registrou crescimento de 33,68%, seguido das contas de água e luz (11,57%).


Ao falar sobre o assunto após o Mutirão de Negociação e Orientação Financeira, que foi realizado em novembro e alcançou a marca de 2,325 milhões de contratos renegociados pelos bancos, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, declarou que o endividamento, por si só, não é ruim, pois o crédito, especialmente o crédito responsável e sustentável, é o motor da atividade econômica. Mas o endividamento de risco, no qual as pessoas perdem a capacidade de honrar seus compromissos e de viver dignamente, merece toda atenção e precisa ser enfrentado de forma estrutural.


A boa notícia é que este enfrentamento finalmente começa a surgir. As startups ligadas à previdência, por exemplo, chamadas de pensiontechs, seguem sua missão de encontrar gargalos no sistema e oferecer disrupção. As principais oportunidades destes inovadores se dão pelo fato de as entidades fechadas de previdência complementar atuarem num ecossistema altamente regulado, o que gera mais dificuldade para a adoção de uma jornada mais agressiva de transformação digital.


Estas empresas estão iniciando um movimento de implementação de tecnologia e inovação junto aos fundos de pensão que pode destravar, por conta do próprio mercado e sem a necessidade de intervenção governamental, uma oferta de crédito muito mais saudável e sustentável ao consumidor brasileiro. A média das taxas praticadas na oferta de crédito por meio dos fundos de pensão pode ficar ao redor de 1,5% ao mês, enquanto o custo médio do consignado (INSS), considerado o mais barato do mercado, se encontra em torno de 1,9%.


Somente com o total de participantes de planos de previdência complementar fechada que o País possui atualmente, seria possível dar acesso a este tipo de crédito a cerca de 3,8 milhões de pessoas. Elas poderiam fazer empréstimos mais baratos, garantindo sua sustentabilidade financeira agora, sem abrir mão da poupança para a aposentadoria. 


Isso prova que previdência privada é um dos mais óbvios sinônimos de crédito sustentável e sua inserção massificada na economia popular não pode mais esperar.

 

 

Alexandre Teixeira - CEO o co-founder da uFund, pensiontech especializada na transformação digital e modernização do ecossistema das Entidades Fechadas de Previdência Complementar.

 

Os desafios do agronegócio em 2023 e a influência pública no desenvolvimento do setor

 

Como será para o agronegócio brasileiro, especificamente para a região Sul, enfrentar desafios referentes à economia, às políticas públicas e ao clima em 2023, diante das expectativas do novo governo


Durante o início do ano passado, o Sul do país sofreu com a forte estiagem e inúmeros prejuízos provocados pelo período de seca. Frente a uma pesquisa feita pela Agência Brasil, 138,8 mil propriedades do Rio Grande do Sul foram afetadas com a estiagem de janeiro de 2022, deixando mais de 5 mil famílias sem acesso à água e 96 municípios em decreto confirmado de situação de emergência.

As safras de milho e soja de 2022/2023 no estado do Rio Grande do Sul estão sendo acometidas pela estiagem. Segundo dados da Rede Técnica Cooperativa, RTC/CCGL, os prejuízos de quebra de safra, neste mês de janeiro, totalizaram 53%, se comparados à expectativa inicial de produção; no mês passado, os prejuízos alcançaram os 42%. Infelizmente, e até agora, 11% da área destinada à soja ainda não foi semeada e a área semeada, que compreende 15%, ainda não foi emergida, consequência resultante da falta de chuva, com a ausência de solo adequado para a semeadura, desenvolvimento e estabelecimento da cultura.

A ocorrência desses extremos afeta seriamente o setor agro da região. A colheita de grãos, por exemplo, sofre com a redução de safra quando a estiagem a alcança, tal qual as milhares de toneladas que deveriam ser colhidas. Já com as chuvas, as regiões de colheitas ficam alagadas e o solo encharcado, impossibilitando os produtores de entrarem com suas máquinas nas lavouras. Situações como essas são um imperativo para os representantes brasileiros acordarem com o novo governo tratativas quanto a um auxílio de crédito emergencial, para que os produtores e cerealistas retomem a rotina de safra com normalidade e recuperem sua fonte de renda.

Frente a uma pesquisa realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA, os grãos de soja lideraram as vendas externas em 2022, somando US$46,6 bi em receita, o que sugere 20,8% a mais do que os resultados de 2021, vendendo, principalmente, para a China (31,9% dos embarques), União Europeia (16,1%) e Estados Unidos (6,6%). No entanto, entre janeiro e dezembro de 2022, os maiores aumentos registrados nas exportações foram os da índia (128,3% +), Irã (121,7% +) e Japão (66,3% +).

Estes resultados permitiram ao agro brasileiro fechar 2022 com exportações recordes que somaram US$159,1 bi e um crescimento de 32% frente aos resultados obtidos no ano anterior e o maior superávit já computado, totalizando US$141,8 bi.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, instituição do governo brasileiro que cuida do agronegócio, tem a função de gerir políticas públicas de estímulo e incentivar o agro a regular e normalizar todos os serviços vinculados ao setor.

Como setor essencial, o agronegócio brasileiro é mantido em ascensão, com abastecimento garantido, por meio das especificidades deste ministério, especificamente. O atual governo, através do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, desejam focar este primeiro ano na produção e comercialização de alimentos. Ambos os ministérios conversam com o objetivo de compartilhar orçamento para políticas públicas de apoio à comercialização da produção nacional e ao desenvolvimento da produção dos pequenos e médios produtores.

Como suporte ao agronegócio, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é de vital importância para o setor, pois além de integrar o poder executivo, também é responsável pela segurança alimentar não só do Brasil, como de inúmeros países do mundo. Ainda de acordo com a CNA, o agronegócio, hoje, representa 20% do PIB brasileiro; isso equivale a R$1,55 Tri e significa influência e importância diretas retidas na economia do país. Também é responsável por 10% da exportação de produtos agrícolas a nível mundial, pois foi considerado o maior exportador e produtor de soja em grãos e o terceiro maior exportador e produtor de milho do mundo.


Políticas públicas para o setor do agronegócio

O Brasil mantém no setor do agronegócio a alavanca para o seu desenvolvimento econômico, garantindo o abastecimento do mercado interno, gerando e expandindo ainda mais exportações, empregos, renda, energia e divisas, o que resulta no estímulo de crédito ascendente, e projetando o Brasil à frente da economia.

Quando desafios acontecem, o Ministério interpela as ocorrências diminuindo os entraves que possam dificultar o desenvolvimento do setor. Este é o desafio da Federação, além do embate com o clima, das limitações referentes à manutenção do financiamento, das compras governamentais e do investimento público. São os pontos responsáveis por deixar o agro brasileiro, principalmente da região Sul do país, com um pé atrás com esse novo governo e com um grande receio quanto aos próximos passos que o país dará, em continuidade às exportações e comercialização dos grãos cultivados e colhidos em terras locais.

Há uma maneira de melhorar as relações entre o agronegócio e o governo atual e tem relação direta com o ato de clarear o trabalho em conjunto com as políticas públicas que objetivem deixar as empresas do setor em evidência. Como manobra, esta decisão pode ser considerada inteligente, já que o agro é uma grande parte segmentada da economia brasileira, com aberturas consideráveis ao mercado externo. Outra discussão levantada tem relação à tributação das exportações no setor. Em suma, são as políticas públicas que determinarão o relacionamento do agro, e consequentemente do homem do campo, com o governo. As próximas esperas têm relação direta com a autonomia da política agrícola no país e de como a gestão do agro agregará esses extremos - relações entre governo e lideranças do agro. 

Segundo uma pesquisa feita pela Revista Exame, o setor agro espera um aumento de produção de 10% e um crescimento de 0,6% do PIB nacional, em 2023. Isto deverá ocorrer por meio do incentivo às ações privadas, de investimentos no setor e da economia aquecida. No entanto, o maior desafio para 2023 será acumular esforços com o objetivo de continuar o desenvolvimento do agro tecnologicamente.

Tecnologias funcionais que impactam o mercado agrícola consagram-se como uma vertente importantíssima no setor do agronegócio. A inovação de novas funcionalidades garante a eficiência na produção, melhorando a rastreabilidade, a sustentabilidade e a qualidade de grãos e produtos comercializados.

O futuro do agronegócio é promissor e significativo, o que faz com que a garantia ininterrupta do funcionamento do setor seja uma importância que, sem sombra de dúvida, deve ser mesclada aos interesses do novo governo e aos investimentos tecnológicos no setor.



Cristian Dias -formado em Agronegócio, Head comercial e de negócios na Agroraiz 360.

Nota: questões geopolíticas e outras linhas “polêmicas” não foram levadas em consideração, porque trazem nuances além da capacidade dos autores.


Dia Mundial da Água: preservar para não faltar!

 

Pensando no Dia Mundial da Água, quero destacar as nascentes de águas, popularmente conhecidas como mina d’água, fio d’água ou, ainda, olho d’água. Como elas surgem e como devemos tratá-las, preservá-las? Elas são de fundamental importância para o meio ambiente e para a própria viabilidade da existência humana.

 

As nascentes surgem através dos lençóis freáticos, os quais podem ser definidos como reservas de águas subterrâneas. Esses lençóis se formam através da água da chuva, absorvida pela terra e pelas rochas, isto é, através desse processo formam-se grandes “bolsões d'água”. E é através dos lençóis freáticos que surgem as nascentes de água, podendo surgir de duas maneiras: de forma natural, quando ela brota e segue seu caminho até desaguar nos rios, ou através da extração de água, a qual é realizada de forma mecânica através da colocação de tubulações com bombas para que a água seja retirada do lençol freático.

 

Isto posto, nota-se a importância da preservação das nascentes naturais e, para isso, é de extrema necessidade que tenhamos alguns cuidados para que a fonte de água não venha a secar ou ser contaminada.

 

A água dos lençóis freáticos é pura e sem contaminação, mas para que assim seja mantida, é de grande valia evitarmos o uso de produtos químicos próximo à área das nascentes, pois esses produtos podem penetrar no solo, ocasionando, desta forma, a contaminação da água. Devemos nos atentar, ainda, para os descartes de resíduos eletrônicos, pilhas e semelhantes próximos à área da fonte, bem como à necessidade de realizarmos o descarte adequado de todo resíduo humano, para que possamos evitar a contaminação do solo e, consequentemente, das nascentes.

 

Além dos cuidados citados, para preservar uma nascente deve-se criar uma área de proteção, isto é, nesta área devem ser plantadas árvores, para que as mesmas protejam o solo do excesso de sol. As árvores também funcionam como uma espécie de “esponja” para as nascentes, pois por meio delas ocorre a captação de água da chuva e, através das raízes dessas árvores, ocorre a distribuição de água para o solo, mantendo, portanto, o lençol freático alimentado.

 

Através dos cuidados citados acima, conseguimos ajudar a natureza para que ela realize seu curso natural, sem prejudicar o desenvolvimento das nascentes naturais, mantendo ao nosso alcance um dos bens mais preciosos da natureza, que é a água.

 

A água não é um recurso inesgotável e, por este motivo, precisamos utilizá-la com cautela, para que a mesma não entre em processo de escassez. Por isso: evite lavar calçadas e quintais com mangueiras, basta varrê-los; feche bem as torneiras após o uso, para que não haja vazamentos; desligue o chuveiro quando estiver no processo de ensaboamento, bem como evite banhos demorados; não deixe as crianças brincarem com água, desperdiçando-a; conserte todos os vazamentos de água presentes em sua casa; reaproveite a água da máquina de lavar roupas para lavar quintais e calçadas, se necessário.

 

Precisamos ter consciência de que a água é um recurso natural de extrema importância para o planeta, indispensável para milhares de seres vivos na terra. Consequentemente, faz-se necessário a divulgação de seus benefícios e dos cuidados que devemos ter para protegê-la, de forma que a mesma não venha a faltar, bem como para que possamos utilizá-la de forma racional, tendo, assim, a possibilidade de vivermos em um ambiente saudável e com recursos naturais, sem corrermos risco de escassez.

 

 

Bruno Gonçalves Dias Monteiro - engenheiro e encarregado de produção e qualidade da água na Mineradora Canção Nova


Novo Código Florestal: avanços e falhas em uma década

O ano de 2022 foi repleto de marcos na história do Brasil e do mundo e também o ano em que a Lei de Proteção da Vegetação Nativa, também conhecida como novo "Código Florestal", completou 10 anos da sua aprovação. A lei teve significativo efeito no cenário ambiental e agrário do Brasil. Há muito o que se discutir sobre o saldo da lei nessa primeira década da sua aprovação. Em linhas gerais, a implantação do SICAR (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural) é um dos pontos altos para a questão fundiária e o monitoramento das propriedades rurais. A proposta do CAR é integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.

A espacialização das propriedades rurais via CAR rapidamente se tornou um mecanismo substancial para o monitoramento das cadeias agropecuárias. Esse dado, declarado pelos próprios produtores, complementa os dados fundiários do INCRA, que realiza um trabalho vigoroso para gerar e disponibilizar informações georreferenciadas de limites de imóveis rurais. Os dados do CAR gerados na última década tornaram-se fundamentais para que os diferentes setores consigam localizar as propriedades no espaço e possam fazer análises em massa sobre os territórios em relação à sua adequação ambiental.

Para trabalhar com os dados do CAR, é preciso estar ciente das suas limitações. A sobreposição de várias fazendas é um dos problemas mais comuns. Essas inconsistências têm sido tratadas em nível estadual e municipal por meio da avaliação pelas secretarias competentes. Atualmente, são mais de 631 milhões de hectares cadastrados, dos quais 38% passaram por algum tipo de análise e apenas 2% tiveram a análise de regularidade ambiental concluída. Ainda há muito a ser feito, porém não há dúvidas de que a implantação do CAR foi um importante passo em direção a um monitoramento agrário mais efetivo no Brasil. 

Os cadastros realizados irregularmente também têm sua importância ao apontar tendências nos territórios: imóveis cadastrados em áreas de florestas não destinadas são parte da chamada grilagem 2.0. O mesmo ocorre com cadastros em terras indígenas, que somam mais de 12 milhões de hectares, e em unidades de conservação, que somam mais de 5 milhões de hectares. Esses cadastros podem direcionar ações dos órgãos ambientais quanto à prevenção de invasão de territórios protegidos e grilagem de terras públicas.

Por fim, o CAR é um dos instrumentos que integram o Programa de Regularização Ambiental (PRA). A consolidação de uma base de dados nacional torna factível a regularização ambiental em larga escala e para todos os biomas. Os produtores têm a oportunidade de aderir ao PRA e regularizar as multas e passivos ambientais das suas propriedades. Até o momento, 51% dos imóveis rurais cadastrados solicitaram adesão ao PRA.

Diante disso, é importante destacar que a criação do CAR e de um sistema com capacidade de integrar dados ambientais para um país com proporções continentais foi uma iniciativa arrojada e inovadora, justamente o que os setores ambiental e agrícola precisam.


Flavia Pacheco - Analista de Suporte ao Cliente da EarthDaily Agro


O Brasil e os fluxos migratórios mundiais

No final do século XIX o Brasil necessitava de trabalhadores assalariados para substituir a mão de obra escrava. Dos imigrantes que chegaram ao Brasil, entre 1893 e 1928, 73% não pagavam suas passagens, pois seus deslocamentos eram custeados pelos cafeicultores ou pelos governos dos países interessados. Os países de emigração precisavam se “desvencilhar” de sua superpopulação pobre e analfabeta. Para se ter uma ideia dessa movimentação populacional, entre 1888 e 1939, quatro milhões de imigrantes entraram no Brasil, sendo que os italianos representavam o grupo mais numeroso: 34% de todo o contingente migratório, segundo a ONU Migración.

O governo brasileiro garantia que os imigrantes podiam se estabelecer em qualquer ponto do país e se dedicar a qualquer ramo de agricultura, indústria, comércio, arte ou ocupação útil, desde que não ofendessem a segurança, a saúde e os costumes públicos. Tinham liberdade de crenças e de culto, bem como o gozo de todos os direitos civis atribuídos aos nacionais pela Constituição. Contudo, o medo do governo (Era Vargas) era que os imigrantes pudessem agitar os sindicatos brasileiros em uma época em que o capitalismo mundial havia sofrido um duro golpe com a crise mundial de 1929. Tudo isso aconteceu durante a primeira grande onda migratória mundial, que durou quase 50 anos, de 1888 (ano da abolição da escravatura) até a década de 1930.

A segunda onda migratória mundial deu-se depois da 2ª Guerra Mundial, entre 1948 e 1963. Uma das características dessa fase foi o deslocamento de massas de refugiados e de migrantes oriundos de países devastados econômica e socialmente por esse conflito. Nessa época, essa temática populacional tinha forte apelo humanitário e os deslocamentos foram dirigidos pelos organismos internacionais, que haviam sido instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Durante essa onda, não era qualquer um que poderia migrar para o Brasil. Era preciso ter uma Carta de Chamada e um Compromisso de Trabalho, caracterizando-se por um processo altamente seletivo. Isso porque o capitalismo mundial dessa época se baseava na industrialização, que era sinônimo de desenvolvimento econômico. Essa fase durou apenas 15 anos, pois os países de emigração tinham voltado a crescer, não sendo mais atraente o processo migratório ultramarino.

A partir de 1985 iniciava-se a terceira onda migratória, que dura até os nossos dias. Trata-se do maior deslocamento de pessoas de todos os tempos, que já envolveu 3,6% da população mundial (281 milhões de pessoas). Essa onda se caracteriza por um fenômeno novo, que é o envolvimento de quase todos os países, seja na qualidade de países de emigração, de imigração ou de trânsito. Antes, os fluxos se dirigiam do Velho Mundo para a América.

Nessa terceira onda, o Brasil tornou-se, ao mesmo tempo, um país de emigração e de imigração. De acordo com os dados estimados para o ano de 2020, 4.215.800 dos brasileiros estavam morando no exterior (2% da população do país), sendo que um grande incremento migratório ocorreu entre 2012 e 2020 (122%), de acordo com o estudo do Ministério das Relações exteriores “Comunidade Brasileira no Exterior. Estimativas referentes ao ano de 2020”.

De forma resumida, pode-se dizer que o Brasil recebia imigrantes nas duas primeiras ondas e que, na terceira, vem sendo notada a saída de muitos nacionais que se dirigem para outras terras em busca de uma vida melhor.

Ainda que a Declaração Universal dos Direitos do Homem tivesse estabelecido, no seu artigo 13, que todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção, verifica-se, contudo, que não estabeleceu a obrigatoriedade de as pessoas serem recebidas por outro Estado nacional. A rigidez das fronteiras tem sido um dos empecilhos ao exercício pleno de um direito universalmente afirmado.

Esse fato evidencia que o mundo global vive um grande paradoxo: proporciona a livre circulação de bens, capitais e serviços, em espaços sem fronteiras, ao passo que os Estados nacionais não garantem a livre-circulação de pessoas e seus direitos. Exige-se fluidez para alguns aspectos e, para outros, exige-se a rigidez territorial.

Ressalva-se, ainda, que especialmente a partir do início do século XXI, a migração vem sendo sinônimo de ilegalidade, conflito e delinquência. Isso vem desencadeando o fechamento de fronteiras, nacionalismo, xenofobia e racismo, golpeando o Terceiro Milênio desde o seu início, principalmente depois dos ataques terroristas às Torres Gêmeas, em Nova York, em setembro de 2001.



Maria Gravina Ogata - Escritora; Geógrafa com Mestrado em Geografia Física, pela Universidade São Paulo; Bacharel em Direito, pela Universidade Federal da Bahia; e Doutora em Ciência Política, pela Universidade Complutense de Madrid. Escreveu o ensaio histórico-social “As bambinas e os samurais brasileiros: uma saga migratória”, publicado pela Literare Books, que mostra como os imigrantes italianos e japoneses fizeram do Brasil a sua terra e como vem aumentando a diáspora dos brasileiros no exterior. 

 

Inscrições abertas para solicitar redução da taxa do Vestibulinho das Etecs

Têm direito ao benefício estudantes com remuneração mensal inferior a dois salários-mínimos ou desempregados

 

Candidato pode pedir benefício para se inscrever no processo seletivo, até as 15 horas do dia 31 de março, pela internet; resultado será divulgado em 18 de abril

 

A partir desta quarta-feira (22), interessados podem solicitar a redução de 50% do valor da inscrição do processo seletivo das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) para o segundo semestre de 2023. O pedido deve ser feito pelo site www.vestibulinhoetec.com.br, até as 15 horas do dia 31 de março. O valor integral da taxa é de R$ 33.

Tem direito ao benefício quem está regularmente matriculado em uma das séries do Ensino Fundamental ou Médio, ou em curso pré-vestibular ou ainda em curso superior de graduação ou pós-graduação e, cumulativamente, recebe remuneração mensal inferior a dois salários-mínimos (R$ 2.604) ou está desempregado.

Para realizar a solicitação, é preciso clicar no menu “Redução”, preencher o “Formulário para redução da taxa” e anexar os documentos comprobatórios: comprovante de escolaridade e de renda ou de aposentadoria ou ainda a declaração de desempregado disponível no Anexo I da Portaria. Os arquivos devem ser anexados digitalizados, com tamanho de até 1MB, nos formatos pdf, png, jpg ou jpeg. Só serão aceitas as inscrições preenchidas corretamente com os documentos enviados dentro do prazo estipulado.

As Etecs disponibilizam computadores e acesso à internet para que a solicitação de redução da taxa do Vestibulinho seja feita. Cabe ao candidato entrar em contato com a unidade para saber datas e horários de atendimento para essa finalidade.

O resultado da solicitação será divulgado em 18 de abril, a partir das 15 horas, exclusivamente pela internet. É necessário aguardar a resposta do pedido para se inscrever no processo seletivo, em um único curso da Etec de sua escolha.

Processo seletivo

As inscrições do Vestibulinho das Etecs para o segundo semestre de 2023 serão realizadas exclusivamente pelo site, a partir do dia 4 de abril até as 15 horas de 8 de maio. O processo seletivo oferece vagas para cursos técnicos, especializações técnicas e vagas remanescentes para o segundo módulo. A prova será aplicada no dia 4 de junho.

 

Centro Paula Souza


Projeto piloto do CEJAM reduz em 35% ao mês consumo de recursos hídricos em hospitais públicos

No Dia Mundial da Água, instituição celebra número e destaca importância de uma gestão sustentável


O CEJAM -Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” celebra o Dia Mundial da Água, lembrado em 22 de março, com resultados de um plano em gestão sustentável de recursos hídricos em hospitais públicos - que atingiu a marca de 35% de economia mensal. Entre fevereiro de 2022 e 2023, foram poupados mais de 12 mil metros cúbicos de água.
 

O Instituto CEJAM elegeu o ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) de número seis (água potável e saneamento), estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), como base para estruturar abastecimento, conservação, consumo e restauração da água e, assim, investir no uso sustentável do elemento à promoção da saúde humana. 

Inicialmente, o plano foi implementado no Hospital Geral de Carapicuíba e posteriormente replicado nos Hospitais Geral de Itapevi e na Santa Casa de São Roque - todos geridos pela Instituição em parceria com o poder público. 

Conforme Everton Tumilheiro, especialista em Saúde Pública e supervisor de responsabilidade ambiental do Instituto CEJAM, as intervenções foram tecnológicas e humanas e sem qualquer investimento inicial dos hospitais.

“Foi estabelecido um planejamento estratégico para a redução de custo e consumo de água. Nós contamos com uma equipe técnica que atuou na medição, implantação, monitoramento, manutenção e correção de curso, maximizando o potencial de economia das estruturas”, explica.
 

A analista ambiental do Instituto CEJAM Raquel Quirino destaca que, mesmo com a redução do consumo, não houve qualquer impacto negativo na prestação de serviço. “A garantia da qualidade do serviço se mantém em consonância com os padrões de biossegurança e controle de infecções, conciliada com a economia dos recursos hídricos.” 

As modificações estruturais foram simples e geraram grande economia, como, por exemplo, a instalação de economizadores em todos os pontos de consumo (torneiras e chuveiros), garantindo significativa redução de vazão. Outra ação empregada foi a implantação de mecanismos específicos nas descargas de vasos sanitários, especialmente na troca de sistemas de acionamento. 

Um ponto complementar que potencializou a redução do consumo foi a implementação do sistema de reuso da água oriunda das instalações de prestação de serviços em hemodiálise, que era desprezada diretamente no esgoto. A água desmineralizada passou a ser armazenada em um reservatório e reutilizada no Centro Médico de Esterilização, especificamente para resfriamento de maquinário e, posteriormente, no resfriamento da central de vácuo. 

“A economicidade de recursos hídricos proporciona maior resiliência ao hospital, além de impactos financeiros consideráveis que permitem maior ecoeficiência na gestão dos recursos, especialmente públicos. Ela também fortalece preceitos nobres de gestão ambiental e social, repercutindo em melhores práticas a todos os envolvidos, fomentando e incorporando a sustentabilidade”, finaliza Everton.



Sobre o Instituto CEJAM

O Instituto CEJAM é uma organização sem fins lucrativos criado pela Instituição em fevereiro de 2010 para desenvolver, coordenar e orientar programas, projetos e campanhas socioambientais nos municípios de atuação do CEJAM.

Alinhadas aos ODS da ONU, as ações do Instituto fortalecem a visão, missão e valores do CEJAM.

Dia Mundial da Água: uso consciente avança, mas o futuro requer mais

Cerca de 71% da superfície da Terra é coberta por água. Desse total, 2,5% são de água doce – a água que consumimos. Os outros 97,5% são constituídos por mares e oceanos do planeta, na forma de água salgada – ainda imprópria para consumo. A Semana Internacional da Água traz uma reflexão sobre o bem natural mais precioso para nós, seres humanos, e para toda a espécie viva em todo planeta Terra. 

Sem água, não haveria nenhuma condição habitável no planeta. Mas, afinal, como ela surgiu? Há muitas teorias sobre esse assunto, desde bíblicas, espaciais e científicas. Pegando esse último ponto de vista, o que poderia explicar esse fenômeno, a origem da água na Terra está relacionada à formação do sistema solar. A explosão do Big Bang originou os primeiros átomos de hidrogênio. Após milhões de anos, nuvens de hidrogênio e hélio dispersas no cosmo foram se adensando, dando origem às estrelas. 

Devido ao processo de urbanização, expansão da indústria, agronegócio e economia, até 2030, o uso da água terá um crescimento de 24% sobre o volume atual, aponta o estudo Conjuntura dos Recursos Hídricos, de 2018, feito pela Agência Nacional de Águas (ANA). O estudo ainda quantificou o uso da água por atividade, e constatou-se que no agronegócio utiliza-se o maior volume, sendo a irrigação 52% mais 8% para a criação de animais. O abastecimento humano urbano representou 23,8%, acompanhado pela indústria (9,1%), usinas termoelétricas (3,8%), abastecimento rural (1,7%) e mineração (1,6%). 

O Dia Mundial da Água foi criado em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de incentivar seu consumo consciente. De acordo com a entidade, cada pessoa necessita de 3,3 mil litros de água por mês – equivalente a 110 litros de água por dia para atender às necessidades de consumo e higiene. Porém, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros/dia, sendo a maior parte gasta no banheiro – em banhos, descargas e torneira. 

As campanhas para reduzir o desperdício visam atingir principalmente a população, conscientizando-os, assim, a tomar banhos mais curtos, fechar a torneira ao lavar a louça e ao escovar os dentes, e lavar o carro com balde ou mesmo a aderir a lavagem ecológica, entre outras. Porém, as medidas se estendem, igualmente, ao âmbito corporativo, pois, dependendo do segmento de uma indústria, o consumo de

água é enorme. Nesse sentido, destacam-se as empresas que estão inseridas no conceito de sustentabilidade, que visam, entre outras ações, o uso racional de água. 

No entanto, só evitar o desperdício e se policiar quanto ao consumo desnecessário não é o bastante. Apesar dessas atitudes dependerem de cada um, ou seja, da população como um todo, as esferas governamentais devem contribuir (e muito) com medidas que aumentem o armazenamento de água, como obras de armazenamento das chuvas, transposições de rios, assim como programas de despoluição de águas e efluentes. 

O tratamento de efluente industrial tem um papel fundamental na recuperação de águas impróprias para consumo. O procedimento consiste em tratar e adequar às normas e regulamentações vigentes para despejo em rios ou transformar em água de reuso para diversos fins. Assim, esse processo pode ser feito de diversas formas, dependendo das características iniciais do efluente e dos requisitos desejados ao fim que se quer para ele. 

Para tanto, todas as indústrias deveriam estar inseridas nesse contexto. A água de reuso para fins industriais é sustentável e confere à empresa maturidade ambiental. Tal contribuição é replicada não só para a organização em si, mas para todo o ecossistema. A escassez desse um bem primário para a população geraria conflitos incalculáveis. As ações para um consumo inteligente dessa riqueza visa garantir o abastecimento para as futuras gerações e a preservação do meio ambiente. 

 

Francisco Carlos Oliver - engenheiro e diretor técnico e comercial da Fluid Feeder, empresa 100% nacional e certificada pelo ISO 9001:2015, que atua no fornecimento de equipamentos para tratamento de água e efluentes, com soluções de alta tecnologia para medição, transferência e dosagem de produtos químicos sólidos, líquidos e gasosos. fluidfeeder.com.br

 

 

Mulheres no mercado de trabalho: momento é de ações práticas

A ampliação da participação feminina no mercado de trabalho é um assunto cada vez mais presente dentro das empresas e na sociedade como um todo. Em particular, em setores como mineração e siderurgia, ambientes ainda predominantemente masculinos, há um grande movimento para alcançar um equilíbrio entre os gêneros em todos os tipos de funções, com metas e tratados globais em prol desse objetivo. Já são observados avanços ao longo dos últimos anos, porém de forma lenta. Isso porque a realidade no ambiente das organizações tem mostrado que promover a diversidade vai muito além de simplesmente reconhecer que as diferenças existem e trabalhar a cultura e a conscientização sobre esse aspecto. Agora é preciso dar um passo adiante nas ações: adaptar procedimentos e estruturas empresariais, de acordo com as demandas das colaboradoras, e garantir o desenvolvimento da mulher e seu empoderamento, aliados ao autoconhecimento e autocuidado, a fim de buscar o pleno potencial de cada pessoa.

Nesse sentido, pactos e compromissos definidos pelo segmento mineral brasileiro na Agenda ESG (Environmental, Social and Governance), por exemplo, têm caráter fundamental como norteadores das políticas corporativas, principalmente em uma atividade na qual a participação feminina se limita, em média, a 15% do total de trabalhadores. Eles apontam uma direção para essa transformação tão importante para todos, mas é necessário engajar e envolver as pessoas diariamente. A diversidade não pode ser tratada apenas como um objetivo a ser alcançado a curto ou longo prazo pelas empresas, mas como uma jornada para construir um ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo, acolhedor e respeitoso. Assim, as diferenças devem ser equalizadas, por meio de ações de desenvolvimento e formação, além da criação de um espaço que as acolha e as transforme em potencial. Isso requer que todos os envolvidos entendam o seu papel de agentes da mudança.

Por parte das organizações, chegou a hora de partir para a implementação de ações mais palpáveis em prol da equidade, para legitimar e consolidar, de fato, a cultura da diversidade e inclusão. Mas como ampliar o quadro de mulheres e, principalmente, retê-las? Avaliando a realidade do ambiente de trabalho – físico e cultural – e as adaptações necessárias para absorver essas profissionais, ouvindo as colaboradoras, desenvolvendo procedimentos de acolhimento das mães, ofertando mentorias e outros métodos de promoção do empoderamento e da saúde física, mental e emocional. Ou seja, no mínimo, “arrumando a casa” para receber as pessoas.

Na prática, algumas iniciativas começam a ser observadas na indústria, a fim de reduzir barreiras que, tradicionalmente, são enfrentadas pelas mulheres e, efetivamente, impedem a equidade de gênero. A revisão de processos de aumento salarial e promoção para mulheres que cumprem licença-maternidade, por exemplo, é um grande e importante passo. Essa pausa na carreira para a maternidade não deve desfavorecer nem invalidar entregas, competência e potencial demonstrados anteriormente. Outra situação é a construção de banheiros e vestiários femininos nas áreas fabris e de áreas reservadas para lactantes. Parece básico, mas ainda é uma dificuldade para as mulheres, quando são pioneiras em lugares antes ocupados apenas pelo gênero masculino.

Outro aspecto importante é garantir que as profissionais tenham oportunidades iguais para alcançarem visibilidade e liderança dentro das empresas, sem que isso seja justificado ou esteja apenas vinculado às metas internas. Para isso, além do apoio aos desafios da maternidade, valem as qualificações, treinamentos, processos de mentorias e coaching direcionados, a fim de contribuir para a evolução individual da colaboradora. Aqui, o empoderamento merece destaque. Cabe também a nós, mulheres, procurarmos formas de nos fortalecer e de nos posicionar para enfrentar os obstáculos que persistem, sendo protagonistas da nossa própria carreira e das mudanças que queremos ver. Então, o autocuidado e o autoconhecimento são peças-chave e podem ser aprimorados com apoio institucional.

Portanto, traçando um percurso em conjunto, empresas e profissionais, dentro e fora das organizações, é possível acelerar o processo de diversidade de gêneros no mundo corporativo e promover um tratamento justo entre homens e mulheres, diante de suas diferenças e necessidades. Não é um caminho fácil. É fundamental que todos entendam que diversidade e inclusão são conceitos diferentes, mas que andam juntos e de mãos dadas com a equidade. E o Mês da Mulher nos convida a essas reflexões e a agir em prol de um futuro melhor, lembrando que não é uma jornada exclusiva das mulheres. Se não tivermos todos nesse movimento, genuinamente, a mudança se arrastará por mais décadas e décadas. Então, aproveite para pensar: o que você tem feito, dentro da organização e de suas atribuições, para avançar no processo de inclusão? E, você, mulher, tem se sentido parte dessa transformação?

 

 Jeise Moreira - diretora de Pessoas & Cultura, Saúde e Comunicação da RHI Magnesita


Dia Mundial da Água: contaminação por plástico é a ponta visível do iceberg


Acelerando mudanças. Esse é o tema da conferência da ONU em homenagem ao Dia Mundial da Água, celebrado no próximo 22 de março. E a mensagem não poderia ser mais atual: a contaminação de nascentes, oceanos e rios vêm crescendo nas últimas décadas de todas as formas e derivados de plástico são um dos principais vilões. E o problema vai muito além das garrafas pet que podem ser vistas boiando nas praias. As partículas invisíveis aos olhos também contaminam animais, solo e agricultura e, consequentemente, os alimentos ingeridos pela população.

 

Um diagnóstico feito pelo programa Lixo Fora D’Água, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostrou que os resíduos plásticos correspondem a 48,5% dos materiais que vazam para o mar. E não é apenas aqui: estudo da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, aponta que as terras agrícolas europeias se tornaram o maior reservatório global de microplásticos, com cerca de 31 a 42 mil toneladas - correspondentes a 86 a 710 trilhões de partículas de microplásticos.

 

E isso tudo chega em nosso organismo: em um ano, pessoas ingerem, em média, de 74 mil a 121 mil partículas de microplástico. E esse é um dos motivos para que, na conferência do Dia Mundial da Água deste ano, a ONU tenha feito um chamado para que todas as pessoas, comunidades e famílias se unam na luta para diminuir a poluição de plástico pelo mundo.

 

Políticas e ações de reciclagem contribuem para a melhora, mas segundo Luiz Penna, diretor de sustentabilidade da associação turística Associação de Hotéis Roteiros de Charme, a redução do consumo de plástico é essencial para que essa realidade mude. “É importante fazermos gestão do que já existe, mas temos que reduzir ao máximo nosso consumo e isso significa mudar nossos hábitos no dia a dia, exigir que governos refaçam suas políticas e que empresas mudem sua forma, por exemplo, de embalar produtos. A pandemia atrasou um pouco alguns processos por conta das medidas de higienização e descarte, mas temos que retomar o assunto com urgência”, afirma.

 

Ações em parcerias

 

Pioneira em práticas políticas de sustentabilidade, a associação foi criada em 1992, durante a Conferência do Rio, a Eco 92, e tem como compromisso reunir em seu guia apenas hotéis engajados em políticas de sustentabilidade e preservação, o que inclui, é claro, gestão, redução, reciclagem e diminuição de plásticos no meio ambiente. 

 

Desde o início de 2020 (antes da pandemia), associação uniu forças ao programa Global Tourism Plastic Initiative, das Nações Unidas, para reduzir o uso de plástico no turismo e enfatizar junto aos seus hotéis as práticas de gerenciamento sustentável do plástico, para que se tornem prioridade entre as outras práticas de sustentabilidade já difundidas pela Roteiros de Charme. Exemplo de iniciativa de seus associados aconteceu no mês de fevereiro em Maragogi, em Alagoas, um dos destinos litorâneos mais visitados no país.

 

Em parceria com a prefeitura da cidade, a Pousada Camurim Grande, associada ao guia, se uniu à iniciativa Voz dos Oceanos, liderada pela Família Schurmann, que percorre o mundo combatendo a poluição plástica nos oceanos. Ainda este ano, uma das ações realizadas na praia urbana do município, chamada “Mutirão de Limpeza Voz dos Oceanos” que, com a participação de voluntários da Associação Coração Valente, realizaram uma ação de conscientização e coleta de lixo.

 

"A preservação da qualidade da água é uma prioridade humanitária e, além de ações de conscientização, de coleta e gestão de lixo, reflorestamento de áreas degradadas também é importante para restaurar mangues e nascentes, que é uma das ações que temos aqui em nosso hotel. Eventos como esse que fizemos, em parceria com o Voz nos Oceanos é fundamental, pois alerta e constrói uma conscientização das populações locais em todo o globo e são as pessoas que podem e devem cobrar ao poder público medidas de preservação do meio ambiente", comenta Cristiana Freire, sócia-diretora do hotel.

 

Outros programas de boas práticas de conservação de energia e água, redução e reciclagem de resíduos, gestão responsável de efluentes e redução de emissões nas instalações são parte das políticas da Roteiros. A associação tem em seu Programa de Sustentabilidade, nascido sob a inspiração de seu Código de Ética e Conduta Ambiental, diretrizes voltadas para uma atuação de seus associados em seus destinos turísticos como protagonistas de iniciativas conjuntas com empreendedores locais e moradores.

 

“O futuro do turismo depende da sustentabilidade, tanto para destinos diretamente conectados à natureza, mas também para aqueles urbanos. Em qualquer situação a chave para a sustentabilidade reside na capacidade de entendimento e organização entre atores privados, públicos e sociais interessados no desenvolvimento do setor. Desta forma, os empreendimentos da área precisam não só cobrar políticas de melhoria, mas também ser participativos no processo, com as condições efetivas”, finaliza Penna.


Concursos públicos: 5 dicas de estudos para ir bem nas provas

Com mercado aquecido e novos editais divulgados com frequência, especialista do Estratégia traz dicas de estudos para concurseiros garantirem uma oportunidade na carreira pública


O mercado de concursos públicos está aquecido e esse ano deve seguir a tendência de alta na oferta de editais. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 estipulou cerca de R$16 bilhões para orçamentos de editais de concursos públicos, gerando ao menos 58.867 novas vagas na esfera federal, além dos concursos estaduais, que somam 45.127 oportunidades no Brasil todo.

Para Victor Tanaka, especialista em concursos públicos do Estratégia - grupo de aprendizagem referência em cursos online preparatórios para concursos públicos com taxa média de 70% de aprovação - o momento é oportuno para quem deseja seguir carreira pública. “O último ano marcou a retomada dos concursos públicos, que deve seguir em alta neste ano”, comenta. “Alguns editais importantes serão anunciados nos próximos meses, o que deve chamar ainda mais a atenção de profissionais interessados em seguir a carreira pública”, continua.

“É importante manter a disciplina, o planejamento e a dedicação nos estudos durante esse momento de preparação para as provas. Dessa forma, o candidato aumenta as chances de aprovação no edital”, comenta.

Para ajudar as pessoas a buscarem a aprovação nos concursos, o especialista listou algumas dicas de estudos para serem seguidas no dia a dia. Confira:


1 - Planejamento

Planejar os estudos é fundamental. A ideia do ciclo de estudos, com a alternância de matérias, é extremamente benéfica para a fixação do conteúdo. Estar atento também à criação de uma rotina diária, com o acompanhamento de conteúdo estudado e quantidade de exercícios resolvidos por dia, além do desempenho neles, é importantíssimo e ajudará o concurseiro a ter um foco durante a sua preparação. O planejamento de estudos precisa ser dinâmico, deve evoluir e estar sujeito a ajustes e melhorias constantes.


2 - Constância

É importante manter o conhecimento fresco na cabeça. Para isso, é fundamental que o concurseiro tenha contato semanal com todas as disciplinas que estarão na prova. Nas disciplinas que possui mais facilidade, pode alocar uma carga menor. Por outro lado, nas matérias que envolvam maior complexidade ou que possuam um peso maior na prova, certamente precisará de uma alocação mais relevante de carga horária.


3 - Faça pausas

Dedicar-se aos estudos e estar bem preparado para a realização da prova são fatores que levam o concurseiro até a aprovação no concurso, mas é fundamental intercalar a maratona de estudos com pausas. Um recurso bastante conhecido e funcional é a “Técnica Pomodoro”, que consiste em blocos de estudos seguidos de pausas. Ela pode ser, inclusive, customizada. Por exemplo: pode-se estudar 50 minutos, seguidos de 10 minutos de descanso. Lembrando que não existe uma regra única. Cada pessoa precisa saber adaptar as pausas de maneira saudável à sua rotina de estudos.


4 - Teoria x Prática

Sobre a questão de divisão entre teoria e prática, existem, muitas vezes, três fases de estudos: a primeira é a criação da base, consolidando a teoria e tendo os exercícios como forma de reforçar todo o conteúdo.

Em um segundo momento, quando existir um equilíbrio maior entre teoria e prática, é considerável ter um tempo maior praticando exercícios e revisando a teoria já estudada, com o acréscimo de eventuais matérias novas ao ciclo. 

E, em um terceiro momento, quando o aluno já está bem avançado, basicamente o processo será focado em revisão do conteúdo e resolução de muitos exercícios.


5 - Exames de aptidão física

No caso dos certames públicos que têm exames de aptidão física como parte do processo, a recomendação é iniciar a preparação durante os estudos para o concurso. Até por isso, o planejamento - tanto de cronograma de estudos, quanto de preparação física - é extremamente importante. Ou seja, não inicie os exercícios físicos somente após concluir os estudos da parte objetiva e discursiva.

 

Estratégia
www.estrategiaconcursos.com.br

 

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