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sexta-feira, 3 de março de 2023

No Dia Mundial da Audição, especialistas alertam para cuidados e as principais causas de perda auditiva

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 217 milhões de pessoas no continente americano possuem algum grau de deficiência auditiva.

 

Nesta sexta-feira, 3 de março, é celebrado o Dia Mundial da Audição, oportunidade para conscientização sobre a perda auditiva, um problema que afeta aproximadamente 7% da população brasileira, ou seja, aproximadamente 15 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Nesta data, que também marca o Dia do Otorrinolaringologista no Brasil, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) chamam atenção para a importância de ter uma boa saúde auditiva, destacando hábitos que preservam a audição, orientando a população sobre os fatores de risco e a necessidade de procurar um especialista em caso de sintomas. 

“Quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de recuperação da audição. Uma perda auditiva não tratada pode desenvolver impactos negativos à vida, como dificuldades de comunicação, o isolamento social, depressão, quedas e outras lesões, além de aumentar o risco de demência”, esclarece o presidente da SBO e membro da ABORL-CCF, Arthur Menino Castilho. 

No Relatório Mundial sobre Audição, a OMS estima que 217 milhões de pessoas no continente americano possuam algum grau de deficiência auditiva, sendo que cerca de 6% desse contingente apresentam perda auditiva em nível moderado ou mais elevado. O levantamento projeta aumento de casos nesses países até 2050, chegando a 332 milhões de pessoas com algum problema na audição nas próximas décadas.
 

As causas

Os problemas auditivos podem surgir por diferentes motivos e variam de acordo com a faixa etária. Em crianças, o diagnóstico é mais decorrente de otites médias, caxumba e rubéola, infecções maternas durante a gestação, questões genéticas e problemas no parto. 

Já nos adolescentes, a perda auditiva começa a se manifestar em decorrência dos sons altos, como o uso incorreto dos fones de ouvido. Segundo a OMS, mais de 1 bilhão de pessoas com idade entre 12 e 35 anos correm o risco de ter a audição comprometida devido à exposição excessiva à música em alto volume e outros sons recreativos. 

“Nos adultos, o problema é identificado de forma ocupacional, ou seja, pessoas que trabalham em fábricas ou locais em que há muito barulho, ou por ocorrências de traumas, perfuração timpânica e causas crônicas, como infecção persistente e o colesteatoma, um tumor benigno”, explica Castilho. 

Nos idosos, o envelhecimento natural do organismo pode impactar a capacidade de ouvir devido à morte de células específicas, um processo que também pode ser acelerado por fatores como diabetes, pressão alta, tabagismo e álcool em excesso.
 

Cuidados e prevenção

Segundo especialistas da ABORL-CCF, em geral, os ouvidos apresentam alguma proteção para sons abaixo de 80 dB. A partir desse parâmetro, o risco de lesão auditiva aumenta exponencialmente. A exposição a 90 dB por quatro horas, por exemplo, já é suficiente para causar perda auditiva. 

Uma orientação é observar se é possível ouvir uma pessoa lhe chamando em voz normal, quando estiver usando os fones de ouvido. Caso contrário, há o risco de a intensidade sonora dos fones estar elevada demais. 

“Evite exposição a sons de alta intensidade. Em circunstâncias de trabalho, é obrigatório o uso de protetores auriculares específicos para som alto. Quando for necessário utilizar fones de ouvido, deixe o volume baixo. Além disso, não os use por períodos muito prolongados, retire-os periodicamente para que haja a ventilação da pele”, explica o especialista. 

Outro cuidado com os ouvidos é jamais introduzir qualquer objeto ou tentar limpar os canais auditivos, pois a boa higienização deve ser feita sem riscos de perfurações. Mais um fator preventivo é a vigilância de uso de medicamentos ototóxicos, pois eles possuem componentes que podem causar danos às células e mecanismos ligados à audição.
 

Tratamento

Existem diversas alternativas de tratamento para perdas auditivas e, em casos de perda auditiva irreversível, há possibilidade de reabilitação da audição, desde aparelhos auditivos convencionais, próteses cirurgicamente implantadas e até implantes cocleares. 

Além de se proteger, em caso de dúvidas em relação à audição, ou notar a presença de sintomas como zumbido ou dor no ouvido, dificuldade em acompanhar uma conversa quando mais de uma pessoa está falando, ou a percepção de sons abafados frequentemente, é fundamental consultar um médico otorrinolaringologista. 

No caso das crianças, é importante ficar atento a qualquer dificuldade de rendimento escolar, atraso de fala, troca de letras, ou dificuldades de atenção, visto que nessa faixa etária a criança não irá se queixar. Atenção redobrada também ao aparecimento de sintomas de dor, secreção ou coceira no ouvido. A ABORL-CCF destaca que quase 60% da perda auditiva pode ser evitada nesse público se o diagnóstico for precoce.
 

ABORL-CCF

 

Obesidade: Endocrinologista responde 5 dúvidas sobre a semaglutida

4 de março é o Dia Mundial da Obesidade

 

Recentemente a Anvisa anunciou a aprovação da semaglutina 2,4 mg para pessoas com obesidade. O endocrinologista e metabologista Dr. André Camara, da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) responde abaixo 5 dúvidas sobre a semaglutida.

 

1.        Do ponto de vista clínico, o que este medicamento oferece de diferente em comparação aos outros medicamentos que existem para tratar a obesidade?

 

A semaglutida é uma droga da classe dos analógos do GLP-1 que tem como efeito diminuir a fome, aumentar a saciedade e controlar a glicemia e deve ser usada sob prescrição e acompanhamento médico em associação com reeducação alimentar, atividade física, sono adequado e controle de stress/ansiedade/depressão. É válido ressaltar que normalmente todos nós sintetizamos o GLP-1 (hormônio endógeno) sob o estímulo após refeições pelas células neuroendócrinas da mucosa intestinal, e assim de forma fisiológica este hormônio atua regulando a fome, a saciedade e a glicemia.

 

A semaglutida e outros análogos de GLP-1 apresentam algumas vantagens em comparação com a sibutramina pois apresentam pouca interação medicamentosa (o que faz com que a semaglutida tenha poucas contraindicações) e atua no sistema nervoso central de forma mais específica e seletiva, causando menos efeitos colaterais relacionados à alteração de humor, libido, concentração entre outras funções coginitivas.

 

Em comparação à liraglutida, a semaglutida tem maior facilidade de posologia, diária e semanal respectivamente, o que aumenta a aderência e apresenta perda média de peso maior, entretanto apresenta, no geral, mais efeitos colaterais gastrointestinais como náuseas e vômitos. Por enquanto apenas a apresentação subcutânea de semaglutida está aprovada para perda de peso em pacientes com sobrepeso/obesidade. Porém, já existe via oral (comprimidos), liberada para pessoas com diabetes.

 

Lembrando que cada paciente tem suas particularidades e resposta ao tratamento e eventualmente tem indicação de uma ou outra substância.

 

2.        Para que tipo de perfil de paciente esse medicamento deve ser receitado?

 

Esta medicação está indicada para pacientes com dificuldade de perder peso com reeducação alimentar e atividade física que tenham obesidade (IMC> ou = 30) e/ou sobrepeso com IMC>27 com uma comorbidade associada à obesidade e que não tenha contraindicações à mesma. Outra indicação da semaglutida é tratamento de diabetes mellitus tipo 2.

 

3.        Esse medicamento pode ser usado para combater a obesidade infantil ou é apenas para adultos?

 

Este medicamento é aprovado no mercado brasileiro para ser usado em pacientes a partir de 18 anos, entretanto já foram publicados trabalhos para tratamento de adolescentes com obesidade a partir de 12 anos, inclusive com aprovação do FDA (órgão dos Estados Unidos semelhante à ANVISA) para essa faixa etária.

 

4.        Quais as perspectivas que se abrem para o tratamento da obesidade com a aprovação desta medicação?

 

A semaglutida é uma droga que tem mostrado excelentes resultados (média de 16% do peso perdido, com alguns pacientes perdendo mais do que isso) no médio prazo. De maneira geral, perda de peso maior ou igual a 10% diminui risco de comorbidades associadas à obesidade.

 

5.        Na sua opinião esse medicamento pode diminuir a necessidade de bariátricas em pacientes com obesidade acima de grau 3?

 

A semaglutida isoladamente tem mostrado uma boa perda ponderal próximo ao resultado da cirurgia bariátrica “sleeve” (perda média de 20%) e a cirurgia bariátrica Bypass gástrico (perda média de 30%). Além do resultado isolado da semaglutida, temos que pensar também em possíveis associações com outras medicações que temos no mercado ou com novas substâncias (associação de semaglutida com cagrilintida já está em estudo com resultados promissores), além de outras medicações que estão vindo (Tirzepatida) o que pode fazer essa perda ser mais expressiva ainda, com a possibilidade de diminuir a demanda por cirurgia bariátrica.

 


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Conheça as principais causas da obesidade e veja como combatê-la

A principal causa da obesidade é um desequilíbrio entre a quantidade de energia consumida na alimentação e a quantidade de energia gasta pelo organismo para manutenção das funções vitais e atividades diárias. Isso significa que, quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente, o excesso de energia é armazenado na forma de gordura, levando ao ganho de peso e à obesidade. 

Além disso, hoje se sabe que outros inúmeros fatores podem causar favorecer obesidade como deficiências hormonais onde temos uma queda importante do metabolismo como acontece na menopausa, andropausa e hipotireoidismo, mudanças na flora intestinal, baixa qualidade do sono, favorecendo maior compulsão alimentar, inflamação crônica ou subclinica pois a inflamação do centro da fome no cérebro aumenta também a voracidade por comida, doenças psíquicas não tratadas como ansiedade e até depressão, falta de atividade física, fatores genéticos e ambientais. 

O médico especialista em medicina laboratorial, com pós-graduação em nutrologia pala ABRAN e referência em emagrecimento, Dr. Roberto Franco do Amaral, explica que uma dieta rica em calorias, desbalanceada com excesso de carboidratos refinados como açucares presentes em doces e guloseimas e farinha de trigo refinada e pobre em proteínas, e em micronutrientes é associada à obesidade. Alimentos altamente processados, ricos em açúcares e gorduras saturadas, como fast food, refrigerantes, doces e salgadinhos, são comuns na dieta moderna e podem ser prejudiciais à saúde se consumidos em excesso. Esses alimentos geralmente têm baixo teor de fibras, vitaminas e minerais, são extremamente apetitosos e geram uma sensação de prazer fugaz no organismo, fazendo com que a pessoa coma mais e mais mesmo já estando saciada. 

Além disso, a falta de atividade física é um fator importante na obesidade. O sedentarismo é um problema crescente em todo o mundo, principalmente em países com estilo de vida mais urbanos e industrializados. O estilo de vida moderno muitas vezes envolve longas horas sentado em frente a computadores ou assistindo televisão, o que pode levar a uma redução significativa no gasto energético diário. 

Fatores genéticos e ambientais também podem contribuir para a obesidade. Estudos mostram que algumas pessoas podem ter uma predisposição genética para ganhar peso mais facilmente do que outras. Além disso, fatores ambientais, como a disponibilidade de alimentos pouco saudáveis, a falta de acesso a espaços verdes para atividade física e o estresse crônico, podem contribuir para o aumento do consumo alimentar e a diminuição do gasto energético.

“Existem muitas causas diferentes de obesidade, incluindo uma dieta pouco saudável, falta de atividade física, predisposição genética e fatores ambientais e sociais. A obesidade também pode estar associada e predispor a outras condições de saúde, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, hipertensão arterial, apneia do sono e algumas formas de câncer.” alerta o Dr. Roberto Franco do Amaral. 

A prevenção e o tratamento da obesidade geralmente envolvem mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável e balanceada, aumento da atividade física e redução do estresse. Caso se se tenha insucesso no que chamamos de MEV (mudança do estilo de vida) o tratamento medicamentoso é indicado conforme o índice de massa corporal e presença comorbidades (doenças associadas ao excesso) 

Quando uma pessoa acumula uma quantidade significativa de gordura corporal, a perda de peso pode ser mais difícil por vários motivos. 

O médico Dr. Roberto cita que, em primeiro lugar, o excesso de gordura armazenada no corpo geralmente leva a um aumento da resistência à insulina, inflamação crônica e resistência a leptina o que pode tornar mais difícil para as células do corpo absorver a glicose e metabolizar(queimar) a gordura, além de deixar o indivíduo com mais compulsão e menos saciedade ao comer. Isso pode levar a um ciclo vicioso de maior consumo de alimentos ricos em açúcar e carboidratos, que contribuem para o aumento da gordura corporal. 

Também pode ser difícil para as pessoas manterem um déficit calórico constante, que é necessário para a perda de peso. Isso ocorre porque o corpo pode aumentar o hormônio da fome e diminuir a sensação de saciedade em resposta a uma redução calórica, o que pode levar a desejos alimentares e à ingestão excessiva de alimentos. E é por esse motivo que o déficit calórico não deve ser tão excessivo como em dietas muito radicais, além de priorizar alimentos com maior potencial de saciedade como os ricos em fibras, proteínas e gorduras boas. 

Por fim, a perda de peso sustentável requer mudanças duradouras no estilo de vida, como uma dieta saudável e equilibrada e atividade física regular. Mudanças drásticas na dieta e no exercício podem ser difíceis de sustentar a longo prazo, o que pode levar a um retorno ao ganho de peso após a perda inicial. 

“O médico tem um papel fundamental no diagnóstico, tratamento e prevenção da obesidade. Como a obesidade é uma condição médica complexa, o acompanhamento de um profissional é essencial para o sucesso do tratamento e para a promoção da saúde e qualidade de vida do paciente com o tratamento personalizado para cada caso.” Finaliza o Dr. Roberto Franco do Amaral.

 

 

Roberto Franco do Amaral - Diretor Médico da Clínica Franco do Amaral. Médico clínico geral. Graduação em Medicina pela Universidade Severino Sombra. Residência Médica em Patologia Clínica -- Medicina Laboratorial na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com 1 ano de clínica médica no Hospital do Servido Público Estadual de São Paulo (HSPE -- IAMSPE). Título de Especialista em Patologia Clínica -- Medicina Laboratorial pela Associação Médica Brasileira. Pós graduado em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia. Palestrante e idealizador do curso para médicos Performance Física e Envelhecimento Saudável. Coescritor do livro: Você Precisa Saber -- Tudo sobre a medicina do futuro.

 

As doenças raras não são tão raras assim

Elas acometem mais de 300 milhões de pessoas no mundo

              No Brasil, mais de 13 milhões de pessoas têm doenças raras

 

O Ministério da Saúde considera uma patologia rara quando afeta até 65 pessoas em um grupo de 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 pessoas para cada 2.000 indivíduos. “Importante ressaltar que - muito embora sejam individualmente raras - como um grupo elas acometem um percentual significativo da população, o que resulta em um problema de saúde relevante”, alerta a Dra. Ana Carla Moura Falcão, especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

 

Abaixo, a médica traz informações e ressalta a importância do diagnóstico precoce.

 

- Existem estatísticas de quantas pessoas tenham alguma doença rara no Brasil?

Dra. Ana Carla - O número exato de doenças raras não é conhecido. Estima-se que, mundialmente, existam em torno de seis a oito mil patologias raras, acometendo mais de 300 milhões de pessoas. Esse número representa cerca de 3,5 a 5,9% da população mundial com uma doença rara. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 13 milhões de pessoas possuem uma patologia rara.

 

- É demorado chegar ao diagnóstico de uma doença rara?

Dra. Ana Carla - Sim. As patologias consideradas raras podem apresentar uma grande diversidade de sinais e sintomas, com manifestações relativamente frequentes, que podem simular doenças comuns, e estes variam de doença para doença e de indivíduo para indivíduo com o mesmo diagnóstico, corroborando para o atraso do diagnóstico. A maioria das patologias raras ainda não tem cura, são crônicas, progressivas e estima-se que 70 a 80% delas são ocasionadas por fatores genéticos. As demais são oriundas de causas ambientais, infecciosas, imunológicas, entre outras. Ressaltando a complexidade e a dificuldade diagnóstica dos casos raros.

 

- Se esse diagnóstico fosse mais rápido, precoce, poderia mudar a qualidade de vida do paciente?

Dra. Ana Carla - Sim. A dificuldade e retardo do diagnóstico de uma doença rara estão atrelados a um elevado sofrimento clínico e psicossocial aos afetados, bem como para suas famílias. Um diagnóstico precoce pode mudar este cenário. Como se tratam, em geral, de doenças crônicas, progressivas, degenerativas e com risco de vida, o reconhecimento precoce favorece ao tratamento adequado com impacto na evolução da doença e sua gravidade. Ressalta-se que muitas delas não possuem cura, de modo que o tratamento consiste em acompanhamento clínico, fisioterápico, fonoaudiológico, psicoterápico, entre outros, com o objetivo de aliviar os sintomas ou retardar seu aparecimento. Além da necessidade de terapêutica medicamentosa específica, de acordo com a doença rara. Considerando que cerca de 80% das doenças raras são de origem genética, o aconselhamento genético é fundamental na atenção às famílias e pessoas com essas doenças. Demonstrando, a importância do diagnóstico acurado e precoce das doenças raras.

 

- O que falta para identificar uma doença rara mais cedo possível?

Dra. Ana Carla - O atraso no diagnóstico de pacientes com doenças raras é comum e, muitas vezes, ocasionada pela baixa conscientização e reconhecimento das doenças raras entre os profissionais de saúde. O Brasil adota a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, desde 2014. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimentos para prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de pessoas com doenças raras, além de tratamento dos sintomas. É necessário melhorar o acesso aos serviços de saúde e à informação, habilitar cada vez mais centros e profissionais de saúde para atuação, ampliar o conhecimento sobre as doenças raras, pesquisas e potenciais terapias, reduzir a incapacidade causada por essas doenças e contribuir para a melhora da qualidade de vida das pessoas e familiares que convivem com as doenças raras. Além da organização de política e rede nacional de doenças raras, é muito importante a participação de grupos e organizações de pacientes e familiares, mobilizando de forma coletiva e globalmente a comunidade.

 

- Qual a mensagem que a Sra. gostaria de deixar para o Dia Internacional das Doenças Raras?

Dra. Ana Carla – No dia 28 de fevereiro é comemorado o Dia das Doenças Raras. O objetivo é aumentar a conscientização e gerar mudanças para 300 milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com uma doença rara, suas famílias e cuidadores. É significativo destacar que tanto no dia 28 quanto todos dias, podemos dar voz a causa das doenças raras, com solidariedade e respeito. Doenças raras são individualmente raras, mas, coletivamente, essas condições são comuns. Os Raros são muitos, são Fortes, são Orgulhosos!

 


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Obesidade: dor causa círculo vicioso de limitações que prejudicam perda de peso

Excesso de peso pode causar problemas de coluna e pressão alta

 

“Perdi três anos com as limitações causadas pela dor. Não podia ir ao parque porque não conseguia caminhar muito nem ir ao cinema, pois era incômodo ficar muito tempo sentada. Agora estou recuperando o tempo perdido”, conta a professora Anna Wisoczynski, 41 anos. O motivo da dor era uma hérnia de disco volumosa, que foi agravada por uma vida de sobrepeso. Com os quilos a mais vieram problemas de saúde como pressão alta e a piora da endometriose e hipotireoidismo. 

A professora soube da hérnia de disco no fim de 2019, depois de uma viagem. Começou tratamento com ortopedista, descobriu a necessidade da cirurgia para correção, mas a pandemia da covid-19 dificultou o tratamento, o que fez com que ela ficasse apenas com os remédios nos momentos de crise. Três anos depois, já não conseguia fazer atividades rotineiras, como arrumar a cama ou até mesmo trabalhar. Voltou a procurar um especialista e os exames mostraram que a hérnia já havia dobrado de tamanho. 


Cirurgia minimamente invasiva e reabilitação

O ortopedista do Hospital Marcelino Champagnat, Antonio Krieger, explica que, embora a causa da hérnia de disco seja genética, o sobrepeso é um fator agravante porque aumenta a carga em cima do disco, que já tem uma predisposição para o desgaste. “Pela obesidade, a Anna não conseguia fazer uma reabilitação adequada com fisioterapia e exercícios, porque as dores causavam limitações e isso cria um círculo vicioso. Ela já não tinha qualidade de vida, perdeu o controle da urina e não conseguia ficar muito tempo em pé”, conta Krieger. 

Para remover a hérnia, a professora passou por uma cirurgia minimamente invasiva chamada vídeo-endoscopia, em que é feito apenas um único furo no paciente. “A cirurgia demorou cerca de 40 minutos, entrei com dor no centro cirúrgico e saí andando sem nenhum incômodo. No início, até achava que era devido à anestesia, mas já nos primeiros dias vi que estava sem nenhuma dor para sentar-se, andar e fazer pequenas atividades”, relembra a professora. “A cirurgia melhorou minha saúde física e mental. Hoje já caminho no parque, vou ao cinema e levo uma vida normal. E estou com meu currículo pronto para voltar a dar aulas, que antes não conseguia devido à dor”, afirma. 

 

Dia Mundial da Obesidade

Obesidade é uma doença e precisa ser tratada com acompanhamento profissional  

 Cirurgia bariátrica é uma técnica eficaz para casos mais graves de obesidade, mas a indicação depende da análise clínica e psicológica

 

Na campanha deste ano para o Dia Mundial da Obesidade, em 4/03, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) querem conscientizar a sociedade para ‘um outro jeito de olhar’. É essencial mudar a perspectiva para a doença, entendendo que a obesidade precisa ser olhada com mais empatia. Não basta o portador de obesidade ser convidado a fazer dietas e exercícios, porque na maioria das vezes ele vai precisar do apoio de profissionais. 

A conscientização da população sobre os riscos e como tratar é urgente. Dados da última pesquisa Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, divulgada ano passado, mostram que os números relacionados à obesidade e ao sobrepeso não param de crescer no país. Quase seis em cada 10 brasileiros estavam com sobrepeso em 2021, um aumento de cerca de 2% em relação a 2019. Já o índice de obesidade ficou em 22,35% em 2021, também superior aos anos anteriores e o dobro do registrado há 15 anos. A maioria das pessoas acima do peso é do sexo masculino, mas as mulheres lideram entre os que já são considerados obesos. 

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma doença crônica, a obesidade também é considerada um dos principais problemas de saúde pública atualmente no mundo, em todas as faixas etárias. Isso porque a doença tem potencial de causar e agravar diversas outras como diabetes, inflamações no fígado, hipertensão arterial, problemas respiratórios, além de aumentar o risco de infarto, AVC e de alguns tipos de câncer. 

“Ainda existe muito preconceito e estigma em relação à obesidade e esse paciente precisa justamente do oposto, que é apoio e compreensão, seja de médicos, da família, do seu ciclo social e da sociedade em geral. Por isso, é fundamental abordarmos a obesidade como o que ela é: uma doença que precisa ser tratada com acompanhamento profissional”, lembra o cirurgião bariátrico Cid Pitombo. A qualidade de vida do indivíduo é um fator relevante para o aumento de peso, por isso é considerado um tratamento complexo e requer o envolvimento de várias especialidades. 

A obesidade não deve ser considerada apenas pelo “acúmulo excessivo de gordura” no corpo. É preciso um olhar mais amplo e considerando diferentes fatores que levam ao desenvolvimento da doença, além do perfil genético do indivíduo, como sociais e ambientais, o sedentarismo, alimentos ultraprocessados, consumo excessivo de calorias, distúrbios endócrinos, entre outros. 

O diagnóstico eficiente é o primeiro passo para iniciar o atendimento do paciente, com sobrepeso e obesidade. Para isso é preciso contar com profissionais de saúde que estejam preparados para o atendimento, capacitados e sensibilizados para essa temática, compreendendo que o excesso de peso é uma doença, com riscos de morbidade e mortalidade.

Cada doente deve ser cuidado de maneira individual, mas com abordagem multidisciplinar. Na classificação de risco, seguindo o Índice de Massa Corporal (IMC), deve-se considerar as fases do curso da vida (crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes), faixa etária e o acompanhamento do paciente, seja na saúde pública ou privada. É importante considerar a infraestrutura no acolhimento e no atendimento dos pacientes nos estabelecimentos de saúde.

 

Cirurgia bariátrica - A partir do diagnóstico é que as estratégias de tratamento são especificadas já que será observado o perfil do paciente para obter os melhores resultados. Nem todo doente, com sobrepeso ou obesidade, apresenta comorbidades, como hipertensão e diabetes, por isso precisam de acompanhamento diferenciado. Nos casos mais graves, quando o IMC está acima de 40 kg/m², não sendo possível controlar o peso corporal, com a combinação de atividade física e acompanhamento nutricional, a cirurgia bariátrica surge como recurso terapêutico para perda de peso. 

“O paciente candidato à bariátrica precisa ser muito bem avaliado por um médico, já que somente esse profissional pode definir qual é a melhor forma de abordar e tratar cada tipo de obesidade. É fundamental entender as condições clínicas e também psicológicas do paciente para sabermos se a indicação é mesmo a bariátrica e se é o melhor momento para fazê-la”, ressalta Pitombo.

 

Porque a bariátrica não é recomendada para todos os casos severos?

 

De acordo com o médico, nem todo portador de obesidade pode operar. É importante que os obesos entendam que somente a presença de outros problemas não é indicação absoluta para a cirurgia, devendo cada caso ser analisado, levando-se em conta o tempo que está com a doença, a gravidade, a resposta ao tratamento e o IMC do paciente. “A cirurgia é complexa, porém muito segura e rápida, levando em torno de 40 minutos. É uma cirurgia, não se pode banalizar”, esclarece o médico Cid Pitombo. 

Cada paciente é estudado a fundo para ter a certeza de que a bariátrica é a melhor solução. Temos que avaliar a capacidade cardiopulmonar, verificar se não há doença vascular sobretudo dos membros inferiores, tem que haver controle máximo da glicemia e o psicológico tem que estar bem controlado. O paciente precisa estar preparado para as restrições da dieta pós-operatória, por exemplo. Ele tem que estar disposto a mudar bastante seus hábitos alimentares, principalmente no início. Até mesmo a mobilidade influencia. Temos que avaliar em que estado o paciente se encontra. Muitos precisam emagrecer para operar”, ressalta Pitombo.

 

Diabetes - Vale lembrar que a cirurgia bariátrica também já tem sua eficácia reconhecida para o controle do diabetes tipo 2. Isso porque, após o procedimento, o alimento passa a chegar mais rapidamente ao intestino, promovendo a liberação de diversos hormônios, entre eles o GLP1. Esse hormônio age sobre o pâncreas, que, por sua vez, passa a produzir mais insulina, fazendo com que o açúcar no sangue diminua.

 

Conheça os principais tipos de cirurgia bariátrica:  

- Bypass: um dos procedimentos mais realizados no país para tratamento da obesidade mórbida, costuma ser feito por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva. Uma grande parte do estômago é desconectada e, em seguida, a porção restante é ligada ao início do intestino. Nenhuma parte dos órgãos é retirada nessa cirurgia, sendo possível a reversão. Essas alterações levam o paciente a ter menos fome, sentindo-se saciado com pouca ingestão de alimentos. Também diminui a quantidade de calorias absorvidas pelo intestino, levando ao emagrecimento rápido. 

- Banda Gástrica Ajustável: procedimento muito pouco realizado no Brasil, consiste na colocação de um anel que possui um balão, no alto do estômago. Tem por objetivo diminuir a ingestão de alimentos, mas tem pior resultado em perda de peso quando comparada a outros métodos. 

- Sleeve: cirurgia autorizada no país há pouco mais de 10 anos somente, consiste em retirar grande parte do estômago deixando em formato de um tubo. Possui perda de peso e resultado no controle da doença metabólica menores que o Bypass.

 

Entenda porque a cirurgia é apenas o início do tratamento 

Após a alta hospitalar, o paciente segue seu acompanhamento ambulatorial, com a mesma equipe multidisciplinar. É de fundamental importância o cuidado com a dieta -- adaptada a cada técnica cirúrgica utilizada -- e a sua progressão com o passar do tempo. Inicialmente o paciente ingere somente pequenas quantidades de líquidos, com o tempo a dieta evolui com relação à consistência e volume. “O acompanhamento das patologias coexistentes permite a adequação das medicações em uso e a eventual suspensão das mesmas - total ou parcialmente", explica o cirurgião. 

Avaliações laboratoriais periódicas são realizadas a fim de se diagnosticar precocemente os possíveis distúrbios nutricionais associados principalmente às técnicas mistas, e assim tratá-los precocemente. “O apoio psicológico é de fundamental importância. Assim, o paciente inicia uma longa caminhada tendo ao lado vários profissionais que o acompanharão. A cirurgia não é o fim, mas sim o início do tratamento”, alerta Cid Pitombo, cirurgião bariátrico e metabólico. 

Os benefícios à saúde são diversos, como: melhoria da saúde cardiovascular, diminuindo o risco de doença coronariana, acidente vascular cerebral e doença cardíaca periférica, com redução da pressão arterial e dos níveis de colesterol. Remissão a longo prazo para diabetes tipo 2 em obesos; alívio da depressão, eliminar a apneia obstrutiva do sono; alívio da dor nas articulações; melhora a fertilidade e outras condições médicas, como a síndrome metabólica; reduz riscos de complicações na gravidez e de doença da vesícula biliar, entre outros. 

O paciente deve ter compreensão das mudanças. A bariátrica reduz a absorção de alimento e provoca alteração nos hormônios que estão relacionados à fome e à saciedade. “O volume de alimentos que passa a ingerir é menor sim, mas nada tão restritivo. Gradativamente, quem opera vai aumentando a quantidade de comida até o limite considerado normal”, finaliza o médico Cid Pitombo.

 

Cid Pitombo - especialista em tratamentos de obesidade e cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, tendo se tornado referência nacional em seu segmento de atuação, com 30 anos de experiência, sendo 22 com bariátricas. Ao longo de sua carreira, realizou cerca de 5,5 mil cirurgias. Entre elas, 3,5 mil foram pelo Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio de Janeiro entre 2010 e 2020, coordenado pelo médico. É proprietário da Clínica Cid Pitombo, onde realiza atendimento multidisciplinar para tratamento de obesidade, com acompanhamento psicológico e nutricional para cerca de 100 pacientes por mês, de todo o Brasil. Tem mestrado e doutorado em temas ligados à obesidade e é editor do livro Obesity Surgery: Principles and Practice. Mais informações podem ser obtidas pelo site da clínica.

 

Obesidade: dor causa círculo vicioso de limitações que prejudicam perda de peso

Excesso de peso pode causar problemas de coluna e pressão alta

 

“Perdi três anos com as limitações causadas pela dor. Não podia ir ao parque porque não conseguia caminhar muito nem ir ao cinema, pois era incômodo ficar muito tempo sentada. Agora estou recuperando o tempo perdido”, conta a professora Anna Wisoczynski, 41 anos. O motivo da dor era uma hérnia de disco volumosa, que foi agravada por uma vida de sobrepeso. Com os quilos a mais vieram problemas de saúde como pressão alta e a piora da endometriose e hipotireoidismo. 

A professora soube da hérnia de disco no fim de 2019, depois de uma viagem. Começou tratamento com ortopedista, descobriu a necessidade da cirurgia para correção, mas a pandemia da covid-19 dificultou o tratamento, o que fez com que ela ficasse apenas com os remédios nos momentos de crise. Três anos depois, já não conseguia fazer atividades rotineiras, como arrumar a cama ou até mesmo trabalhar. Voltou a procurar um especialista e os exames mostraram que a hérnia já havia dobrado de tamanho. 


Cirurgia minimamente invasiva e reabilitação

O ortopedista do Hospital Marcelino Champagnat, Antonio Krieger, explica que, embora a causa da hérnia de disco seja genética, o sobrepeso é um fator agravante porque aumenta a carga em cima do disco, que já tem uma predisposição para o desgaste. “Pela obesidade, a Anna não conseguia fazer uma reabilitação adequada com fisioterapia e exercícios, porque as dores causavam limitações e isso cria um círculo vicioso. Ela já não tinha qualidade de vida, perdeu o controle da urina e não conseguia ficar muito tempo em pé”, conta Krieger. 

Para remover a hérnia, a professora passou por uma cirurgia minimamente invasiva chamada vídeo-endoscopia, em que é feito apenas um único furo no paciente. “A cirurgia demorou cerca de 40 minutos, entrei com dor no centro cirúrgico e saí andando sem nenhum incômodo. No início, até achava que era devido à anestesia, mas já nos primeiros dias vi que estava sem nenhuma dor para sentar-se, andar e fazer pequenas atividades”, relembra a professora. “A cirurgia melhorou minha saúde física e mental. Hoje já caminho no parque, vou ao cinema e levo uma vida normal. E estou com meu currículo pronto para voltar a dar aulas, que antes não conseguia devido à dor”, afirma. 


Dia da Audição: Data alerta para cuidados preventivos e a importância de tecnologias assistivas

87% da população nacional que possui deficiência auditiva, não faz uso de tecnologias assistivas pela dificuldade de adaptação

 

Desde 2007, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mobiliza anualmente seu Escritório de Prevenção da Cegueira e Surdez para promover um debate mundial focado em compartilhar informações e promover ações de prevenção à perda auditiva e de promoção dos cuidados auditivos. Com base nesta iniciativa, o dia 03 de março ficou marcado como o Dia Mundial da Audição data que, este ano, tem como tema “Cuidados com o ouvido e audição para todos”. A data torna-se ainda mais importante diante da previsão feita pela OMS de que até 2050 o mundo poderá registrar 2,5 bilhões de pessoas surdas. 

Dados levantados pelo Instituto Locomotiva revelam ainda que apenas 9% das pessoas com deficiência auditiva nasceram com essa condição, e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que a metade destes indivíduos começou a ter problemas antes dos 50 anos. Diante deste cenário, é importante saber como cuidar da audição para prevenir a surdez, ou então, prevenir seu agravamento. 

Os cuidados começam no dia a dia, evitando a exposição prolongada a estímulos sonoros que ultrapassem o limite de segurança de 85 decibéis estipulado pela OMS. Para se ter uma base comparativa, o som de uma britadeira, ou de uma motocicleta, por exemplo, atinge 100 decibéis. O momento da higienização, inclusive, precisa de atenção, visto que as hastes flexíveis podem apresentar um risco para a audição por contaminação ou até perfuração dos tímpanos. 

Manter um acompanhamento médico para verificação da saúde em geral e também focada na audição é imprescindível para o diagnóstico precoce e tratamento adequado. Isto porque até doenças como meningite, sarampo, caxumba e infecções crônicas no ouvido podem causar perda auditiva.  E segundo a OMS, uma pessoa sem problemas auditivos consegue ouvir sons de 25 decibéis ou mais baixos. Quando diagnosticada a perda auditiva, o uso de aparelhos auditivos pode ser um aliado na prevenção do agravamento do problema. 

Porém,  o início da utilização de aparelhos auditivos é um processo que leva mais tempo e exige mais etapas do que só adquirir um dispositivo com configurações padronizadas e passar a colocá-lo na orelha, como prega o senso-comum. Antes de começar a utilizar esta tecnologia assistiva diariamente, é preciso que o paciente passe por cinco etapas determinantes para o sucesso de sua adaptação. 

Neste texto, você confere quais são essas etapas, além de dicas de quem mais entende do assunto, a fonoaudióloga e audiologista Luciene Machado, que atua na rede Audição de TODOS e destaca: “óculos são dispositivos que, assim como aparelhos auditivos, ajudam a amenizar os efeitos da perda de um sentido. Se os óculos são tão difundidos, como podemos verificar hoje em dia,  por que com os aparelhos seria diferente?”.

 

Fase 01: Audiometria de alta precisão

Todos aqueles que sentem que estão passando por um processo de perda auditiva e decidem buscar ajuda, precisam procurar um profissional da área, seja ele audiologista, fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista, capaz de realizar um exame chamado de “Audiometria”. Na Audiometria, o profissional identifica o grau da perda auditiva, traça as particularidades dessa perda e indica o tipo de aparelho correto para que o paciente possa voltar a escutar.

 

Fase 02: Personalização do aparelho

Depois que o paciente estiver com o aparelho indicado em mãos, faz-se necessária ainda a personalização de como as ondas sonoras serão captadas pelo dispositivo, tendo em vista que o processo de perda auditiva possui caráter único e individual, de modo semelhante a impressões digitais, e por isso, cada aparelho precisa de uma configuração particular e minuciosa. 

 

Fase 03: Acompanhamento e limpeza frequentes

O cumprimento das duas primeiras etapas elencadas prepara o paciente para dar início ao uso dos aparelhos diariamente. No entanto, a fonoaudióloga e audiologista Luciene Machado ressalta a importância de que o paciente mantenha um acompanhamento  frequente com profissionais capacitados, para que o aparelho seja calibrado da forma mais apurada possível e passe por um processo de limpeza periódico que contribui para o aumento da vida útil do dispositivo. 

Preços altos e a demora no atendimento, no entanto, muitas vezes afugentam aqueles que precisam passar por estas três fases, fazendo com que eles frequentemente optem por alternativas com configurações padronizadas que são comercializadas em e-commerces por preços mais baixos. Em grande parte dos casos, no entanto, os aparelhos padronizados não vão resolver os problemas dos pacientes, mas sim fazer com que eles passem a integrar uma parcela de 87% da população brasileira que está consciente sobre sua perda auditiva, porém não quer fazer uso do aparelho, devido à dificuldade de adaptação. 

De acordo com a fonoaudióloga e audiologista Luciene Machado, que atua na rede Audição de TODOS, a compra de produtos sem fiscalização, além de não possuir qualquer garantia de funcionamento, também pode representar um risco à saúde auditiva do usuário. “Todo e qualquer aparelho auditivo vendido por revendas autorizadas são fiscalizados pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia, bem como é exigido o acompanhamento do paciente pelo profissional fonoaudiólogo. Além disso, todos os aparelhos auditivos comercializados no Brasil devem ser aprovados pelo Inmetro e pela Anvisa, de modo que sejam seguros e confiáveis”, pontua Luciene. 

Atenta à situação de rivalização entre os preços acessíveis e a qualidade, no mercado nacional, a Audição de TODOS, se lançou neste segmento oferecendo preços até 50% abaixo do que a média praticada no Brasil e opções de parcelamento, além de audiometria e personalização gratuitas, o que garante um recurso totalmente seguro e eficaz por um preço tão competitivo como os sem fiscalização. Inaugurada em 2022, a Audição de TODOS atua com a venda de aparelhos com qualidade aprovada pelo Inmetro e pela Anvisa, além do suporte oferecido aos pacientes, através de consultas com agendamento flexível, realizadas por profissionais especializados em saúde auditiva.


Saúde da mulher: 4 bilhões de motivos para investir na saúde delas

 

Em novembro de 2022, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que atingimos a inacreditável cifra de 8 bilhões de habitantes. O número é impressionante e reflete as melhorias na saúde, nutrição, higiene e avanços na medicina que permitiram um aumento notável na longevidade humana, mas que infelizmente ainda não estão disponíveis para todos. Apesar de algumas colocações alarmistas de superpopulação, na verdade, a taxa de crescimento populacional está diminuindo à medida que as taxas de fertilidade decrescem em muitas áreas do mundo, em consequência das mudanças sociais e econômicas.

Dados recentes revelam que, à medida que as mulheres buscam mais educação e têm acesso ao planejamento reprodutivo, acabam por adiar a gestação e, quando decidem engravidar, o número de filhos é reduzido. A queda de natalidade é uma questão que afeta inúmeros países e resulta na desaceleração do crescimento populacional mesmo naqueles mais populosos, como China e Índia. Segundo o IBGE, em 2022 a taxa era de 1,65 nascimentos por mulher. A realidade não é muito diferente nos demais países da América Latina e Europa, por exemplo.

O impacto esperado na economia, na sociedade e em nosso modo de vida como um todo deve ser tremendo à medida que a população envelhece e as taxas de fertilidade diminuem. Em contrapartida, a Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que a infertilidade é um problema de saúde mundial que acomete entre 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas no mundo, o que representa 15% da população total do planeta.  Uma parcela significativa dessas pessoas infelizmente permanece sem acesso ao diagnóstico e tratamento adequados. Além disso, o adiamento da maternidade, uma tendência registrada em todos os cantos do globo, promete agravar a situação, já que há uma queda significativa da fertilidade feminina após os 35 anos de idade. Portanto, a necessidade de se concentrar em fornecer cuidados reprodutivos adequados para todos não pode ser subestimada.

Pelo exposto acima, fica claro que muito do nosso futuro depende da saúde e das decisões tomadas pelas quase quatro bilhões de mulheres que povoam nosso planeta. Segundo o Banco Mundial, 49,7% da população mundial é feminina e compreende a maioria dos habitantes em grande parte dos países, exceto na Índia e na China, onde os homens superam em muito as mulheres.

Quando se consideram os grupos etários, a proporção entre homens e mulheres é mais elevada entre os 15 e os 19 anos, mas, acima dos 50 anos, as mulheres ultrapassam os homens. O papel da força de trabalho feminina é extremamente importante e, sem sombra de dúvida, impulsiona o crescimento econômico.

Apesar desses números, as mulheres continuam negligenciadas quando se trata de ciência e pesquisa. Mesmo em países como os Estados Unidos, onde as mulheres representam mais de 50% da força de trabalho, controlam 60% da riqueza produzida no país e são responsáveis por 85% das decisões de consumo, a situação é preocupante.

Não há dúvidas sobre os impactos de gênero na saúde e na doença e, portanto, estudos que considerem tais diferenças são urgentemente necessários. Há pesquisas que mostram respostas diferentes à uma droga para o tratamento da hipertensão, enquanto outros revelam o efeito dos hormônios ovarianos sobre a imunidade, por exemplo. Além disso, a maioria dos estudos clínicos que são fundamentais para identificar novos tratamentos inclui uma minoria de mulheres. Por outro lado, os investimentos na saúde da mulher permanecem baixos, compreendendo menos de 2% dos atuais projetos da indústria farmacêutica.

Condições femininas benignas como endometriose, miomas, sangramento uterino anormal ou menopausa recebem pouca atenção, apesar do enorme efeito adverso que podem ter na qualidade de vida das mulheres e de suas famílias caso não sejam tratadas adequadamente. Ciente dos números e preocupada com a questão, a OMS estabeleceu seis prioridades para a saúde da mulher que incluem a saúde sexual e reprodutiva para todos, bem como a redução de doenças não transmissíveis.

O conceito de saúde da mulher, entretanto, deve abranger não apenas a saúde sexual e reprodutiva, mas também um espectro mais amplo que inclua a saúde mental, materna e menstrual, bem como a prevenção do câncer e das doenças crônicas, como obesidade. Esforços para reduzir a desigualdade de gênero na saúde e mudar esse cenário devem ser uma prioridade na agenda dos governos, universidades, entidades médicas e demais organizações da sociedade civil, pois os investimentos na saúde da mulher retornarão em termos de melhoria da qualidade de vida e saúde, além de crescimento econômico, o que traz benefícios para todos. A saúde das gerações futuras também pode estar em risco quando a saúde feminina é negligenciada. Como o ambiente intrauterino é um fator vital na definição da saúde futura do indivíduo, cuidar da saúde da mulher principalmente durante o período pré-concepcional é de suma importância.

O Dia 8 de Março foi escolhido para comemorar o Dia Internacional da Mulher, data para homenagear mundialmente todas as conquistas incríveis que as mulheres alcançaram e chamar atenção para as muitas batalhas que ainda permanecem. Em meio a homenagens, desfiles e discursos inflamados, o tempo urge enquanto milhões adoecem e padecem sem o devido cuidado. Embora não haja dúvida de que houve avanços que devem ser comemorados, já passou da hora de realmente oferecer a toda e qualquer mulher o cuidado e o respeito que todas merecem.

 

Márcia Mendonça Carneiro - Diretora científica da clínica Origen BH e professora titular do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da UFMG

 

Especialista esclarece as principais dúvidas em relação ao ProUni

Neste ano, o processo seletivo vai até 03 de março, inscrições podem ser feitas pelo site

 

O Programa Universidade para Todos, popularmente conhecido como ProUni, um dos processos que seleciona estudantes para instituições particulares oferecendo bolsas de estudo, integral e parcial (50% da mensalidade), gera uma série de dúvidas nos estudantes, porque para ser beneficiado é necessário atender a critérios de triagem.  

Paulo Victor Scherrer, diretor de Growth na Gama Ensino e professor de Biologia na  Gama Pré-Vestibular, curso preparatório, com aulas online ao vivo, esclarece as dúvidas mais comuns em relação ao processo seletivo. 


  1. Quem pode se inscrever

Podem se inscrever pessoas que estudaram em escolas públicas e em escolas particulares, de acordo com a ordem de prioridade definida pelo programa. Veja abaixo: 

I - professor da rede pública de ensino, exclusivamente para os cursos de licenciatura e pedagogia destinados à formação do magistério da educação básica, se for o caso e se houver inscritos nessa situação;

II - estudante que tenha cursado o ensino médio integralmente em escola da rede pública;

III - estudante que tenha cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, na condição de bolsista integral da respectiva instituição;

IV - estudante que tenha cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, na condição de bolsista parcial da respectiva instituição ou sem a condição de bolsista;

V - estudante que tenha cursado o ensino médio integralmente em instituição privada, na condição de bolsista integral da respectiva instituição; e

VI - estudante que tenha cursado o ensino médio integralmente em instituição privada, na condição de bolsista parcial da respectiva instituição ou sem a condição de bolsista.


  1. Critérios de seleção para bolsas

O ProUni oferece dois tipos de bolsas: integral e parcial (50% da mensalidade) e possui um critério de renda. Para concorrer a bolsas de 100%, o candidato deve ter uma renda familiar de no máximo 1.5 salário mínimo por pessoa. Já para aplicar para bolsas de 50%, a pessoa deve ter uma renda familiar de até três salários por integrante da residência. 


  1. Pode participar do prouni sendo participante do SiSU

Para aplicar para o ProUni, o interessado precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2021 ou 2022. Participantes do SiSU podem participar dos dois processos, mas não podem manter as duas matrículas ao mesmo tempo. Caso a pessoa já tenha se matriculado em uma Universidade pelo SiSU, precisa cancelar a inscrição antes de se matricular na instituição vinculada ao ProUni.

De acordo com Paulo Victor Scherrer, é importante que o candidato tenha segurança de qual curso vai aplicar para concorrer a bolsa. “É uma possibilidade que amplia o acesso a universidades no país, então é fundamental que a pessoa esteja ciente de todas as normas de inscrição”, aponta.

O programa é destinado a candidatos brasileiros sem diploma de curso superior, que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022 ou 2021, com no mínimo 450 pontos na média das notas e nota na redação que não seja zero. As inscrições serão feitas em uma etapa apenas pelo site. Serão requisitados o CPF, o número de inscrição no Enem do ano anterior e a senha cadastrada no site do Enem.

 

 

Gama Pré-Vestibular  

gamaprevest.com 

 

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