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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Fronteira emergente de desmatamento no sudoeste do Amazonas registra aumento de incêndios

Área desmatada e queimada no município de Lábrea, no Amazonas. Registro feito em 2021, durante pesquisa de campo 2021 (foto: acervo dos pesquisadores)

 

Uma área de floresta amazônica equivalente a quase duas vezes o território de Luxemburgo foi devastada por fogo no sudoeste do Estado do Amazonas entre 2003 e 2019, incluindo trechos de nove municípios que aparecem entre os piores colocados em indicadores de desenvolvimento sustentável no Brasil. Essa zona também já vinha sendo pressionada pelo desmatamento. O processo se agrava com a extração ilegal de madeira e de outras atividades ligadas à agropecuária ao longo das duas rodovias que cortam o local.

No período, os incêndios atingiram 4.141 quilômetros quadrados (km2) de floresta, sendo 3.999 km2 de vegetação nativa (primária). Ao destrinchar os dados por ano, a área afetada pelo fogo variou de 33 km2, em 2011, até o pico de 681 km2, em 2019. Além disso, um total de 6.484 km2 de pastagem e de plantio queimaram nesses 16 anos.

Os dados são parte de estudo publicado na revista Fire por cientistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com instituições nacionais e internacionais.

De acordo com o trabalho, cujo foco principal é o município de Boca do Acre (AM), a perda da vegetação por desmatamento tende a aumentar a ocorrência de queimadas, resultando em uma transformação da paisagem de floresta para trechos agrícolas e de pastagens, principalmente próximos às rodovias BR-317 e BR-364.

Fatores temporais, como o agravamento da estação seca ou maior frequência de eventos extremos, também influenciaram, tornando propícia a propagação do fogo provocado pelo manejo humano. Normalmente, regiões previamente desmatadas funcionam como combustível para as queimadas devido ao acúmulo de matéria orgânica.

Por outro lado, áreas protegidas, incluindo unidades de conservação e terras indígenas (TIs), funcionaram como uma espécie de barreira para conter a devastação da floresta. Entre 2003 e 2019, 1,3% delas foi queimado, ou seja, 189,13 km2, sendo a maior parte nas TIs Boca do Acre e Apurinã, próximas a rodovias e propriedades rurais.

“Nosso trabalho identifica a extensão e as tendências de ocorrência de queimadas em relação às mudanças na cobertura do solo e do clima, apontando áreas prioritárias para preservação. Também analisamos como são suscetíveis ao fogo os trechos de florestas públicas não destinadas, que são terras do Estado brasileiro aguardando destinação e margeiam propriedades rurais. Isso é preocupante. Os novos desmatamentos estão cada vez mais próximos a áreas protegidas, deixando-as ainda mais vulneráveis”, afirma a engenheira ambiental e sanitarista Débora Dutra, colaboradora do Cemaden. Ela é primeira autora do artigo e bolsista da FAPESP.

Para a pesquisadora do Cemaden Liana Anderson, orientadora de Dutra, além de o estudo fornecer uma avaliação abrangente dos padrões das áreas queimadas, ele permite compreender o processo do fogo no local. “Essa região é chamada de a nova fronteira do desmatamento. Houve uma primeira onda, que foi engolindo a floresta a partir de Mato Grosso, e essa frente avançou. Agora vemos um pouco mais para cima, entrando no Estado do Amazonas. Essa área sofre pressões, mas, por outro lado, as unidades de conservação e terras indígenas têm servido como barreiras, enfatizando a importância delas para a manutenção da floresta e de sua sociobiodiversidade”, completa.

A pesquisa também recebeu apoio da FAPESP por meio de outros dois projetos (20/08916-8 e 20/15230-5).

A região

O município de Boca do Acre e seu vizinho Lábrea são o terceiro e o segundo colocados, respectivamente, com os piores indicadores desenvolvimento sustentável entre as 5.570 cidades brasileiras, ficando atrás apenas de Santana do Araguaia, no Pará. Figuram ainda entre os líderes em desmatamento no Estado.

Para a pesquisa, os cientistas analisaram dados de Boca do Acre e um buffer de 25 km em torno dos limites do município, incluindo partes de Lábrea, Pauini, Acrelândia, Senador Guiomard, Porto Acre, Bujari, Sena Madureira e Manoel Urbano. Engloba sete TIs – Apurinã, Boca do Acre, Camicuã, Igarapé Capana, Inauiní/Teuiní, Peneri/Tacaquiri e Seruini/Mariene – e três unidades de conservação – Reserva Extrativista Arapixi, Mapiá-Inauiní e a Floresta Nacional do Purus.

Foram incluídas, além de dados e imagens de satélites, informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que fornece polígonos representando as propriedades rurais privadas no Brasil. Como na Amazônia é comum a invasão ilegal de terras públicas por grileiros, os pesquisadores fizeram ajustes para evitar a sobreposição de imóveis.

“Um dado muito interessante registrado nessa região é o rápido e contínuo crescimento de áreas afetadas pelo fogo dentro de florestas públicas não destinadas, principalmente a partir de 2012, com a aprovação do Código Florestal. No meu entendimento, existe uma inteligência agindo para identificar exatamente esses locais, que têm pouca ou menor governança, ficando bastante vulneráveis para serem focos de atividades seguramente ilegais, posto que são áreas atualmente aguardando destinação”, diz Anderson.

Uma das principais pesquisadoras brasileiras na área de impactos de extremos climáticos e incêndios na Amazônia, Anderson participou de outros trabalhos publicados no ano passado que trataram do tema.

Um deles, divulgado na revista Nature Ecology & Evolution, apontou que o acumulado de focos de calor na Amazônia brasileira em agosto e setembro de 2022 foi o maior desde 2010. Além do volume recorde, superior a 74 mil focos, o grupo verificou que a causa não resultou de seca extrema, como 12 anos antes, mas de ações humanas recentes de desmatamento (leia mais em: agencia.fapesp.br/40164/).

O uso descontrolado do fogo pelo homem também foi a principal influência, superando as secas, em queimadas registradas entre 2003 e 2020 em toda a Amazônia, englobando não só o trecho brasileiro, mas também os outros oito países em que há floresta. Em média, 32% das áreas queimadas anualmente no bioma foram em terras agrícolas (dominadas por pastagens), seguidas por campos naturais (29%) e áreas de florestas maduras (16%).

Ao avaliar o desmatamento e as anomalias de déficit hídrico, o primeiro fator contribuiu mais do que o segundo para os incêndios no período analisado (leia mais em: agencia.fapesp.br/39913/).


Futuro

Maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo, a Amazônia desempenha importante papel na regulação do clima global, incluindo os chamados “rios voadores” – curso de água invisível que circula pela atmosfera. As árvores da floresta fazem uma espécie de “reciclagem” por meio da evapotranspiração, ou seja, a água das chuvas que fica retida nas copas das árvores evapora e permanece na atmosfera em forma de umidade.

Porém, o desmatamento contribui com a alteração desse ciclo das chuvas, provocando a intensificação da estação seca em escala local e aumentando a extensão da vegetação nativa afetada por incêndios florestais. De acordo com as pesquisadoras, se o desmatamento não for contido, a perspectiva para os próximos anos é de aumento da área queimada na região.

O estudo destaca a importância da preservação de unidades de conservação, terras indígenas e vegetação nativa para frear a derrubada da floresta. Há a necessidade de incluir estimativas de risco de incêndio e impacto sob os climas atuais e projetados para o futuro em políticas públicas voltadas para a Amazônia para evitar a perda dos serviços ecossistêmicos.

“As discussões de políticas públicas voltadas para a região precisam incluir questões como o avanço de incêndios, atualizações de planos de manejo do fogo e a proteção às áreas de preservação”, avalia Dutra.

O artigo Fire Dynamics in an Emerging Deforestation Frontier in Southwestern Amazonia, Brazil pode ser lido em: www.mdpi.com/2571-6255/6/1/2.

 


Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/fronteira-emergente-de-desmatamento-no-sudoeste-do-amazonas-registra-aumento-de-incendios/40757/


Confiança do consumidor recua 1,8% em fevereiro, aponta ACSP

IMAGEM: Marcelo Soares/DC

Mesmo com a queda na comparação mensal, o indicador permaneceu acima dos 100 pontos, patamar considerado positivo 


A confiança do consumidor brasileiro, medida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recuou 1,8%, a 106 pontos, na passagem de janeiro para fevereiro. Apesar da queda, o indicador permanece na área considerada positiva, acima dos 100 pontos. Já na comparação com fevereiro de 2022 foi registrada alta de 19,1%.

“Esse recuo na confiança do consumidor, em relação ao mês anterior, pode ser explicado pela desaceleração da atividade econômica, prejudicando a geração de empregos e a renda das famílias”, diz Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

Ele pondera que o resultado não necessariamente configura mudança na tendência de alta da confiança observada desde maio de 2021. Mas, para o economista, a continuidade da evolução do indicador será determinada “pela elaboração de uma regra fiscal com credibilidade suficiente para permitir a redução das expectativas de inflação e, portanto, da taxa básica de juros.”

O indicador da ACSP - o Índice Nacional de Confiança (INC) - mede a percepção das famílias em relação à situação financeira atual e futura, segurança no emprego e disposição para adquirir bens de maior valor. A amostra coletada reúne entrevistados de 1.700 famílias de todas as regiões do país, residentes nas capitais e cidades do interior.

Na comparação mensal, a sondagem apontou diminuição da confiança dos consumidores residentes nas regiões centro-oeste (-5,2%), sul (-2,8%), norte (-5,9%) e sudeste (-3,5%). O nordeste foi a única região a apresentar aumento (1,1%).

Entre as classes socioeconômicas, os entrevistados da classe C se mantiveram estáveis, enquanto os entrevistados das demais classes mostraram redução na confiança.

Segundo a ACSP, quando questionados sobre a situação financeira atual e segurança no emprego, notou-se pessimismo dos entrevistados. Por outro lado, há estabilidade, na comparação com janeiro, em relação às expectativas para a evolução das finanças pessoais e a situação econômica do país e da região de moradia.

De acordo com Ruiz de Gamboa, esse quadro refletiu na menor proporção de entrevistados interessados em comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão, embora a disposição para realizar investimentos tenha registrado aumento.

 

Redação DC
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/confianca-do-consumidor-recua-1-8-em-fevereiro-aponta-acsp


Educação: saiba a importância do ensino do empreendedorismo na escola

O empreendedorismo é um tema que vem ganhando cada vez mais relevância no mundo atual. Em um contexto de mudanças constantes e incertezas, saber identificar oportunidades, criar soluções e inovar é fundamental para se destacar no mercado de trabalho. Diante disso, é importante que as escolas desenvolvam iniciativas que estimulem o pensamento empreendedor em seus alunos.


Quem reforça as afirmações é o diretor Administrativo da Escola Teia Multicultural e CEO da Edtech Asas Educação, Lucas Briquez. Para ele, como empreendedor e educador, o primeiro passo para incentivar essa mentalidade é estimular o senso crítico nos estudantes. "É importante que eles observem a realidade ao seu redor, identifiquem problemas e se coloquem como agentes de transformação, buscando soluções criativas para os desafios que encontram. Isso implica em sair da zona de conforto e assumir uma postura proativa diante das situações", iniciou.

"No entanto, para que os estudantes se sintam motivados a enfrentar esses desafios, é necessário que eles desenvolvam autoconfiança e autoestima. Apenas uma pessoa que acredita em si mesma e em suas habilidades será capaz de idealizar soluções e se dedicar para colocá-las em prática. Portanto, é fundamental que a escola promova atividades que estimulem o desenvolvimento dessas competências nos alunos", emendou.

Outra questão importante apontada por Lucas é a relação entre esforço e recompensa. Segundo ele, é fundamental que os estudantes compreendam desde cedo que para alcançar um objetivo é preciso se esforçar e se dedicar. Dessa forma, reforça Lucas, a escola pode criar atividades e metas para os alunos realizarem, antes de obterem algum tipo de recompensa. Isso ajuda a desenvolver o senso de responsabilidade e disciplina, além de incentivar a busca por resultados.

"Para que a educação empreendedora seja efetiva, é importante que a escola adote uma abordagem prática e colaborativa. Os alunos precisam ser incentivados a trabalhar em equipe, a experimentar soluções e a aprender com seus erros. Além disso, é fundamental que a escola ofereça espaços e recursos que permitam que os estudantes coloquem suas ideias em prática, como laboratórios de inovação e incubadoras de projetos", falou.

"Diante de um cenário cada vez mais competitivo e desafiador, é importante que as escolas inovadoras adotem uma abordagem empreendedora em sua educação. Ao desenvolver a mentalidade empreendedora nos estudantes, a escola está preparando-os para enfrentar os desafios do mundo real, estimulando a criatividade, a inovação e o protagonismo", finaliza o profissional.

 

Mobilização de mercado imobiliário ajuda vítimas das chuvas no litoral norte

Voltada a residenciais para o segmento econômico, a Longitude Incorporadora contribui para a causa solidária que arrecadou até agora R$ 650 mil


A construção civil, um dos setores mais importantes da economia nacional, responsável pela geração de milhares de empregos no País, mobiliza-se para auxiliar as vítimas da catástrofe causada pelas fortes chuvas no Litoral Norte de São Paulo. Em parceria com a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias), a Longitude Incorporadora arrecadou até agora R$ 650 mil, que serão destinados à ONG Gerando Falcões. A campanha solidária prossegue e ainda é possível doar qualquer quantia para ajudar quem mais precisa.

Desde o início da pandemia, o setor da construção civil responde pela criação de cerca de meio milhão de empregos com carteira assinada, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Da mesma forma que a Covid-19 exigiu a reação do setor, no sentido de gerar trabalho e mover a economia nacional, uma catástrofe da magnitude da que ocorreu no Litoral Norte chama à nossa responsabilidade solidária”, afirma Guilherme Bonini, diretor executivo da Longitude Incorporadora.

As fortes chuvas que provocaram deslizamentos, fizeram dezenas de vítimas e deixaram milhares de desabrigados no Litoral Norte, durante o feriado de carnaval, mobilizaram a Abrainc e suas associadas, com a participação da Longitude, a iniciar uma ampla campanha solidária. Até o momento, foram arrecadados R$ 650 mil em doações que serão destinadas à ONG Gerando Falcões, ecossistema de desenvolvimento social que atua por meio da estratégia de rede em periferias e favelas de todo o Brasil.

A Longitude Incorporadora está presente em Hortolândia, Sumaré, Monte Mor, municípios da Região Metropolitana de Campinas, e em Sorocaba. “Está em nosso DNA destinar recursos a causas sociais em todas as cidades em que a Longitude tem seus empreendimentos residenciais voltados ao segmento econômico”, afirma Bonini. “Muito do que geramos no Interior é destinado, neste momento, a quem mais precisa no Litoral”, completa.

O diretor executivo da Longitude Incorporadora ressalta que a campanha iniciada com a Abrainc continua. “Toda a ajuda é bem-vinda e qualquer valor faz a diferença”, destaca.

As doações podem ser feitas via Pix: 18.098.682/0001-82 (CNPJ da Abrainc).


O ESG como pilar da Construção Civil

O setor da construção civil é, sem dúvida nenhuma, um dos mais relevantes para a economia brasileira. De acordo com dados do CAGED, em dezembro de 2022 foi responsável por mais de 2,5 milhões de empregos com carteira assinada, além de atender a necessidade de outros sem número de brasileiros em relação à casa própria e ao desenvolvimento de construções para o comércio e indústria de outros produtos e serviços. Representa, ainda, 6,2% do PIB nacional e 34% do setor industrial.

E esses grandes números são um indicativo, também, do tamanho do impacto que a construção civil pode causar em termos socioambientais. Reconhecer e tratar esses impactos são essenciais para o desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo e importante para a expansão do próprio setor em termos de resultados financeiros e de ganho reputacional perante seus clientes, empregados e a comunidade em geral. É por isso que, assim como outros negócios, as empresas da construção civil devem se voltar para a pauta ESG (Environmental, Social and Governance) e tê-la como verdadeiro pilar para o seu crescimento.

Em termos ambientais, podemos destacar como maiores impactos gerados pela construção civil o consumo de recursos naturais para a produção de insumos, os efeitos sobre o solo e vegetação da área da construção, além da geração de resíduos, o aumento do consumo de energia e o desperdício do uso da água.

Também podemos identificar impactos em termos sociais. O impacto positivo é, sem dúvida, a enorme geração de empregos como já apontado acima. Porém, merece atenção a qualidade desses empregos. Primeiro em termos de remuneração adequada, depois em termos de segurança para seus empregados, principalmente aqueles que trabalham diretamente nas obras e, também, o fato de ser um ambiente majoritariamente masculino e preconceituoso.

Muitos acreditam que esses impactos são inerentes do setor, mas isso não significa que devem ser ignorados e não mereçam atenção e cuidado para sua mitigação.

Algumas das ações que podem ser adotadas, entre muitas outras, são:


1 – Procurar gerenciar melhor o uso dos materiais na obra, quantificando melhor a sua quantidade necessária e utilizando materiais reutilizáveis, como por exemplo escoras metálicas ao invés de escoras em madeira, além de dar o destino correto aos resíduos que não poderão ser de modo algum reutilizados.


2 – Buscar o melhor gerenciamento, também, do uso dos recursos de energia elétrica e da água, com a adoção de medidas simples como garantir só ligar o maquinário quando estiver efetivamente em uso e fazer a captação da água da chuva durante a obra para, por exemplo, a limpeza do canteiro.


3 – Plantar junto à obra ou em lugar próximo a mesma a mesma quantidade de árvores que tiveram que ser abatidas para a sua realização.


4 – Cuidar dos seus colaboradores, realizando atividades que garantam um bom clima organizacional, segurança no trabalho e saúde física e mental, de modo a melhorar o nível de satisfação em relação ao ambiente de trabalho, com os reflexos que isso pode causar em relação à maior produtividade, diminuição de absenteísmo e de turnover.


5 – Desenvolver programas buscando a inclusão e diversidade nas equipes, afinal times mais diversos trazem diferentes perspectivas, são mais criativos e por isso geram melhores resultados.


Mas para que tudo isso seja implementado de forma efetiva, com uma visão de resultados para o longo prazo, é essencial a adoção de boas práticas de governança corporativa, como, por exemplo, medidas para garantir o alinhamento de interesses entre os próprios sócios (p.ex. Acordo de Sócios) e, também, entres estes e a sua gestão (p.ex. Políticas Internas), com a orientação formal e o monitoramento acerca dos princípios e valores que devem pautar a tomada de decisões no dia a dia no negócio e das ações adotadas.


Com isso a empresa estará adotando medidas efetivas pautadas pelo ESG e dessa forma garantindo o seu desenvolvimento de forma sustentável. Afinal o tempo de buscar obter ganhos a qualquer custo está ultrapassado. As empresas devem assumir a responsabilidade pelos impactos que geram perante a sociedade como um todo e agir para mitigá-los.


Monica Bressan - especialista em governança corporativa, compliance, ISO 37001, ISO 31000, contratos e finanças. Consultora, palestrante e professora. Formada em Direito e em Administração de Empresas, com especialização em Direito Tributário e Mestre em Finanças Corporativas. Com certificação ISO 31000 Lead Risk Manager (Gestão de Riscos) e ISO 37001 Provisional Auditor (Antissuborno). Membro da Comissão de Compliance da OAB/SP. Com mais de 20 anos de experiência organizacional e jurídica.
www.ledonnectd.com.br.


Como combater o desengajamento? Conheça o conceito de Flow

Você já vivenciou alguma realidade profissional em que não sentia conexão com o trabalho, ou até mesmo, estava totalmente apático, à margem ou entediado? 

Esta é a realidade da maioria esmagadora dos profissionais. 

Por um lado, essas pessoas estão totalmente infelizes em suas carreiras, por outro, líderes enfrentam um desafio tremendo com times desmotivados e improdutivos. 

Esses sintomas, tanto a nível pessoal, como gerencial, representam uma das maiores crises do comportamento humano na atualidade:

 

O Desengajamento 

A falta de engajamento vem devastando carreiras e organizações e, na maioria das vezes, indivíduos não sabem como lidar isso. 

Líderes não sabem exatamente como motivar e desafiar seus times, como consequência, a rotatividade se torna alta, ao mesmo tempo que a produtividade, e resultados, se torna cada vez menor. 

Fora isso, carreiras que poderiam ser brilhantes, são despedaçadas. 

Francamente, viver desengajado ou ter um time desengajado não é uma realidade saudável e muito menos aceitável, não é mesmo? 

Vamos olhar agora o outro lado da moeda, o estado de Flow ou engajamento.

 

O que é o estado de flow e engajamento 

O principal pesquisador da teoria do Flow foi o professor de psicologia Mihaly Csikszentmihaly, ele comenta que podemos perceber as seguintes características quando atingimos esse estado: 

• Sabemos que, o que precisa ser feito é possível, ainda que difícil.

• A sensação de tempo desaparece.

• Você se sente parte de algo maior do que vocês mesmo. 

Pense por um momento, em quais situações de sua vida pessoal ou profissional você se identifica com o estado de flow ou engajamento. 

Muitos relatam um projeto desafiador que foi realizado, ou uma fase em que as coisas simplesmente, fluíram.

 

Como atingir o Flow? 

O flow ocorre quando dois elementos se encaixam perfeitamente. 

Se você conseguiu identificar uma situação pessoal, vai se familiarizar com esses elementos: 


1. A atividade é Intrinsicamente Motivadora 

O primeiro elemento indica que, para entrar em Flow, precisamos realmente gostar e querer realizar a atividade ou profissão. 

Não existe engajamento de fora para dentro, é necessário encontrar significado para o que fazemos e trazer motivação de dentro para fora. 

Isso envolve questões como, objetivos pessoais, o significado que atrelamos às atividades, valores que são satisfeitos ao se executar e, principalmente, a utilização de nossas forças e talentos em nossas funções.

 

2. Relação entre Desafio e Competência 

O segundo elemento mostra a necessidade do nível do desafio estar a altura da nossa competência para resolve-lo. 

Ou seja, à medida que nossas habilidades e competência aumentam, nos sentimos entusiasmados e no controle para lidar com os desafios. 

Em resumo, se formos já bastante habilidosos ou competentes, podemos aumentar o nível do desafio para entrar em flow. 

Já se o desafio nos preocupa ou traz ansiedade, é importante que busquemos de imediato nos desenvolver para estar à altura dele, e assim, voltar ao estado de flow. 

Neste ponto, quero promover a seguinte reflexão em você leitor: 

Em sua realidade atual, onde você se encaixa na relação entre desafios e habilidades?

 

Por que atingir o Flow? 

Independente de onde você se encaixe na relação de desafios e habilidades, buscar o flow faz parte da busca por uma vida mais significativa. 

Pessoas que vivem em flow apresentam:

 

1. Mais envolvimento e fluidez em suas atividades profissionais, pois estão verdadeiramente engajadas. 

2. Maior foco e produtividade, pois se desafiam constantemente e estão intrinsicamente motivados. 

3. Sentem emoções positivas, como a alegria, ao exercer suas funções. 

4. Possuem a sensação de expansão e pleno desenvolvimento de seu potencial. 

Vamos pensar juntos, é possível competir com alguém com essas características? 

Pois é! Não a toa que pessoas engajadas são capazes de atingir muito mais resultados do que as demais.

 

Conclusão 

A diferença de performance e realização pessoal entre uma pessoa em flow e outra desengajada é simplesmente avassaladora para ser negligenciada. 

Uma boa notícia é que os elementos que promovem o flow e o engajamento estão totalmente sob nosso controle. 

Eles envolvem uma motivação genuína (intrínseca) e a medida certa entre a dificuldade do desafio que nos submetemos e o grau de nossas habilidades. 

Com isso, espero que tenha se inspirado a se engajar plenamente em suas atividades, isso para que você se torne cada vez mais competente, motivado, e para que conquiste muito mais resultados em sua vida pessoal e profissional. 

 


Valdez Monterazo - Coach Executivo, especializado em negócios, liderança e psicologia positiva. Tem cases de sucesso e promove resultados em diversos segmentos de pequenas e médias empresas. https://valdezmonterazo.com.br


7 Maneiras de atualizar os espaços de trabalho

O futuro do trabalho continua caminhando em direção ao modelo remoto e/ou híbrido, representando uma grande evolução para muitas organizações. Por isso, em seus planejamentos estratégicos, as empresas estão focadas nesta nova maneira de se trabalhar e suas necessidades únicas para garantir um local de trabalho estável e promissor. 

A MillerKnoll consultou especialistas ao redor do mundo sobre qual é a prioridade que organizações devem ter na hora de melhorar a experiência do colaborador em 2023? A resposta, em sua maioria, destaca a questão da integração: 

  • Nem todos os escritórios têm o mesmo propósito, nem oferecem as mesmas experiências, mesmo dentro da mesma empresa. O escritório não é, e nem aspira ser, uma solução única de espaço. As empresas devem priorizar a distribuição de suas equipes de acordo com suas necessidades únicas para criar uma experiência de trabalho para a qual os funcionários desejam retornar. 
  • A Covid-19 nos permitiu repensar onde trabalhamos. Para muitos, o trabalho se tornou híbrido. Em 2023, organizações estão expandindo seus conceitos de melhores ambientes de trabalho e explorando flexibilidade em horários, cargos, estilos de liderança e modelos colaborativos para construir confiança e responsabilidade em todos os colaboradores. 
  • As organizações devem ainda ser mais atenciosas às necessidades ligadas à saúde e bem estar dos seus funcionários e no mesmo nível que se atenta a eficiência e qualidade. Isso pode exigir um repensar completo da organização, trabalho e experiências relacionadas. 
  • Ambientes de trabalho devem ser adaptados, flexibilizados e essas mudanças precisam ser tão atrativas para funcionários que trabalham de forma presencial constantemente quanto para aqueles que passam um dia da semana no escritório. Não se trata sobre velhos costumes, nem vantagens e comodidades, mas sobre um espaço físico que atende ao propósito da empresa. 
  • O potencial humano é notável quando as pessoas trabalham em sua capacidade máxima, mas isso só é possível quando sua saúde mental e bem-estar são devidamente tratados. A pandemia expôs várias fraquezas quando se trata de cuidar de ambos. Assim, a importância da assistência social no trabalho, a consolidação de redes de colegas e a criação de ambiente seguros funcionais serão essenciais para 2023.  
  • Focar em uma experiência mais equitativa e inclusiva levará a um engajamento maior dos colaboradores e ajudará a atingir melhores resultados. Entender melhor a diversidade de colaboradores tem levado empresas a incorporarem diferentes tipos de espaços e usarem layouts mais neuro-divergentes.  
  • Investimento em novas tecnologias de colaboração promovem um melhor ambiente de trabalho tanto para trabalhadores presenciais como remotos. 
  • Em 2023, fazer perguntas deve estar no centro das tomadas de decisão: O que é mais importante no dia-a-dia de trabalho? Por quê? Fazer perguntas e procurar e atingir as respostas de maneira consistente, é uma ótima forma de testar novos produtos, ideias, tecnologias e ambientes.

Abertura de cursos de Medicina não deve sofrer limitação pelo Estado

Enquanto direito de todos e dever do Estado, o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde deve estar sempre presente nos programas e políticas de governo, como forma de cumprimento do texto constitucional e de garantia desse direito fundamental.

Mesmo com os esforços despendidos, inclusive com a criação do Programa Mais Médicos, nosso país ainda ocupa as últimas posições quando o tema é a quantidade de médicos formados anualmente para alcançar a universalização do acesso à saúde preconizada pela Constituição Federal. A Associação Médica Brasileira (AMB), em estudo denominado Demografia Médica 2018 – O Perfil do Médico Brasileiro e a Desigualdade no Acesso à Assistência asseverou que em 2018 o Brasil contava com 452.801, o que representava uma razão de 2,18 médicos para cada mil habitantes.

Por isso, é indesejável o ímpeto governamental em impedir que a iniciativa privada, interessada em investir na formação de médicos, submeta-se ao crivo da autoridade competente para obtenção (ou não) da autorização para tanto, prejudicando o acesso da população a mais serviços, e aos estudantes restringindo as possibilidades de se tornarem médicos se assim quiserem.

Além de relevante ao interesse público, o tema é polêmico. Tanto que, atualmente, o assunto está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). A Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP) ingressou com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC n. 81), pedindo que o STF declare constitucional o artigo 3º da Lei dos Mais Médicos. O objetivo da ANUP é impedir que as instituições interessadas possam protocolar diretamente no Ministério da Educação (MEC) o pedido de submissão ao processo de avaliação para oferta do referido curso.

Também há uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI n. 7187), de iniciativa do Conselho dos Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), que por sua vez busca a declaração de inconstitucionalidade do Art. 3º da Lei nº 12.871/2012, especialmente no que tange à limitação da abertura de novos cursos superiores de Medicina por meio de Editais de Chamamento Público. Ambas as ações estão sendo julgadas em conjunto, tendo o ministro Gilmar Mendes como relator, e uma audiência pública já foi realizada.

Foi a partir de 2013, com a Lei 12.871, conhecida como Lei dos Mais Médicos, que houve uma controversa mudança no entendimento sobre os cursos de Medicina. Com o início da vigência da referida Lei, as instituições interessadas em ofertar tal curso superior não poderiam fazê-lo por meio do pedido de submissão ao processo de avaliação pelo MEC, tal como já acontecia e continuou a acontecer para os demais cursos. A partir da Lei dos “Mais Médicos” fora criada a figura do edital de chamamento público, por meio do qual as instituições interessadas concorreriam para a oferta do curso de Medicina nos municípios previamente selecionados pelas autoridades competentes. Dessa forma, o Estado passou a decidir em quais regiões do país poderia ser aberto novo curso de Medicina, impedindo completamente, por conseguinte, a possibilidade das instituições privadas se submeterem ao processo de avaliação para oferta em quaisquer outras regiões.

Desde então, foram realizados apenas dois chamamentos públicos de instituições privadas interessadas em concorrer à autorização de oferta de novos cursos de medicina.

Porém, em 5 de abril de 2018, surgiu a Portaria 328 do MEC, conhecida no setor como “Portaria da Moratória”, que suspendeu por cinco anos o protocolo de qualquer aumento de vaga e, também, de novos editais de chamamento público para autorização dos cursos de Medicina.

A partir de então, na prática, nenhum curso de Medicina poderia ser aberto no Brasil. Ironicamente, essa impossibilidade se desenhou a partir da Lei dos “Mais” Médicos. Isso porque, segundo entendimento então extraído do art. 3º da Lei dos Mais Médicos, em nosso sentir, equivocado, não se poderia mais protocolar diretamente o pedido de submissão ao processo de autorização do curso no MEC, porque só poderiam ser abertos cursos por meio de editais de chamamento público e, por outro lado, a Portaria 328/2018 suspendeu todos os editais, não remanescendo, portanto, nenhuma alternativa para as instituições interessadas se submeterem ao processo de avaliação para autorização do curso.

Alguns juízes e desembargadores passaram a reconhecer judicialmente o direito das instituições de ensino se submeterem ao processo administrativo de avaliação do pedido de abertura de novos cursos de Medicina junto ao MEC, tal como já ocorre com os cursos de Direito, Odontologia, Psicologia e Enfermagem. Na visão desses magistrados, é perfeitamente possível, e até mesmo desejável, que coexistam as duas vias de submissão dos interessados à análise de qualidade para oferta do curso de Medicina, seja por chamamento público ou pelo rito ordinário.

É inegável que a educação, em qualquer nível (fundamental, médio ou superior), ou em qualquer área (Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem, Administração, Engenharia etc.), deve sempre perseguir o ensino de qualidade. No entanto, não nos parece razoável defender o raciocínio de que o poder público não teria condições de regular, com o uso de medidas de avaliação e normatização adequadas, a qualidade dos cursos ofertados no país.

 

Diego Weis Júnior - advogado-sócio do escritório Moreira Garcia Advogados, contador, com MBA em Gestão Tributária e já atuou o segmento educacional.


5 previsões do mercado de supply chain para 2023

capacidade de transporte decrescem e o consumo muda de bens para serviços, novos desafios e oportunidades surgem à frente. À medida que as pressões de custo aumentavam, as organizações precisavam ser criativas para ampliar o foco na otimização de gastos, enquanto garantem a resiliência e a continuidade dos negócios. Ao virarmos a página de 2022, gostaria de fazer cinco previsões para o mercado de supply chain e o que esperar em 2023.


1 - Um começo difícil com sinais positivos no caminho: à medida que as empresas sofrem pressões inflacionárias em todas as partes do mundo e a desaceleração da demanda dos clientes, é esperado que o primeiro semestre seja difícil. As organizações serão pressionadas a reduzir custos e fazer mais com menos. No caso do Brasil, estamos vivendo essa mesma pressão com uma certa insegurança em alguns setores e euforia em outros. Esse cenário controverso, na minha opinião vai caracterizar um primeiro semestre de consolidação das mudanças implementadas em 2022 e com um segundo olhar paralelo na evolução do cenário interno de inflação e crescimento da economia.

Olhando para o ambiente externo, pegando exemplos de outros países, enquanto os Estados Unidos e a União Europeia estiverem sofrendo essa pressão inflacionária e desaceleração, a China terá uma folga. A economia da China em 2022 cresceu a um nível historicamente baixo de 3%, devido à política de zero COVID e à desaceleração dos volumes de exportação. No entanto, com o relaxamento da política zero COVID, o crescimento do PIB está previsto em 5%. Espera-se que os aumentos agressivos das taxas de juros praticadas pelo Federal Reserve diminuam ao longo do ano, melhorando a previsibilidade e ajudando a lidar com as crescentes preocupações com os custos. Além disso, o meu lado otimista quer acreditar que a agressão da Rússia à Ucrânia não será prolongada, dado o preço que está sendo cobrado dos cidadãos de ambas as nações.

Todos esses fatores juntos (internos e externos), colocam o segundo semestre de 2023 sob uma luz mais positiva.


2 - Os gastos com a cadeia de suprimentos diminuirão, enquanto a construção de resiliência continuará em foco: os custos de supply chain amplamente classificados em despesas operacionais, capital de giro, investimentos de capital e gastos com MRO (manutenção, reparo e operações) estarão sob análise. No entanto, as organizações visarão estrategicamente reduzir o risco de suas cadeias de suprimentos, adicionando a possibilidade de opções e reduzindo pontos únicos de falha.

Com as interrupções sofridas nos últimos anos, os diretores financeiros agora estão mais cientes do papel da cadeia de suprimentos para garantir a continuidade dos negócios. Eles terão uma mente mais aberta e ponderada sobre os investimentos em resiliência, mesmo com restrições de orçamentos, desde que exista um caso de negócios válido detalhando como essa resiliência reduzirá o risco geral.


3 - As soluções tecnológicas comprovadas ganharão terreno à medida que o hype for filtrado: a tecnologia da cadeia de suprimentos que oferece hype, mas não é apoiada por recursos sólidos e comprovados, será filtrada. Enquanto isso, a tecnologia que resolve os problemas práticos e mais urgentes enfrentados pelas empresas fortalecerá seu domínio, especialmente enquanto as empresas procuram investir mais em soluções que ajudem a otimizar os gastos com negócios enquanto criam resiliência. As soluções baseadas na entrega de eficiências e economia de custos ganharão terreno. À medida que os orçamentos são pressionados, as organizações serão muito mais cuidadosas para direcionar cirurgicamente os investimentos que oferecem benefícios mensuráveis.


4 - A colaboração humano x inteligência artificial ganha impulso: conforme as organizações procuram fazer mais com menos e tornar sua força de trabalho mais produtiva, elas continuarão a priorizar a inteligência artificial que auxilia os humanos cognitiva e fisicamente. Acelerar o investimento em robôs inteligentes em armazéns que levam mercadorias para as pessoas, reduzirá o trabalho repetitivo. Os sistemas de suporte à decisão auxiliarão os humanos com insights no momento da decisão.

Quanto ao tema da colaboração humano x inteligência artificial, seria negligência não abordar o tema da Inteligência Artificial Generativa (IA). Essa aplicação muito específica da IA, em que um conteúdo totalmente novo é gerado baseado em solicitações humanas, entrou na arena do consumidor convencional. Isso é mostrado pela recente empolgação em torno das tecnologias OpenAI, como ChatGPT e Dall-E. Espero, no entanto, que o uso seja limitado ao setor de negócios ao longo deste ano, exceto por alguns nichos, como criação de conteúdo em marketing, em que essas tecnologias podem ajudar os humanos. De qualquer forma, espera-se que os líderes acompanhem a evolução dessas tecnologias até o final de 2023.


5 - As prioridades ESG continuam no topo da agenda executiva e do conselho. O ESG continua crítico quanto ao ativismo de acionistas e funcionários, regulamentação mais rigorosa e preferências do consumidor. No entanto, em um mundo inflacionário, não se pode presumir que os consumidores pagarão mais por ofertas sustentáveis. Ao invés disso, as organizações priorizarão melhorias de sustentabilidade que também gerarão economia de custos. Felizmente, na cadeia de suprimentos, existem algumas oportunidades que podem atender a ambos os objetivos: como otimizar rotas de transporte, simplificar estoques e mudar para tipos de transportes mais sustentáveis.

Ainda que essas previsões não sejam exaustivas, espero que forneçam algum contexto sobre o que esperar em 2023. Com o crescente desejo de obter visibilidade do mercado de supply chain de ponta a ponta, de modo geral vejo a colaboração multifuncional na cadeia de suprimentos, compras e finanças ganhando força e investimentos digitais direcionados à realização dessa colaboração. A cadeia de suprimentos é, e será cada vez mais, um esporte de equipe.


Ivan Jancikic - Regional Vice President, Engagement Management & CSP LATAM da Coupa Software

 

É vantajoso levar seu produto para os EUA?

Quando me perguntam: É possível levar meu produto brasileiro para os Estados Unidos? Percebo o quanto o país realmente é a maior receita de e-commerce do mundo. Os EUA, possuem mais de 259 milhões de usuários registrados em plataformas de varejo digitais, de acordo com informações da Digital Market Outlook, levantado pela Statista. 

Essa conexão business entre o mercado brasileiro e o americano não é impossível, precisa de planejamento, mas meu conselho é: não tenha medo de se aventurar em novas realizações. Em pleno 2023, existem empresas exatamente com o propósito de levar produtos e serviços brasileiros para o exterior, estas cuidam da logística, armazenamento, contabilidade e até mesmo promovem mentorias sobre o assunto. 

Os números indicam que os brasileiros descobriram que podem sim investir em solo internacional, visto que em 2021, o patrimônio nacional aplicado fora do país bateu um recorde, alcançando US$ 558 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Mas, Paulo, esse investimento é realmente vantajoso? Com toda certeza, sim! O mercado internacional possui bem menos restrições do que o brasileiro, além de ter uma maior cartela de opções de investimentos e acesso a todo tipo de produto. É uma forma de se expor a outras oportunidades.

A robustez do mercado financeiro dos EUA - historicamente menos volátil que o brasileiro - , tende a trazer mais liquidez, deixando que os investidores realizem suas operações mais facilmente. Além disso, o investimento no exterior permite: a diversificação da carteira de investimentos; a diluição de riscos do mercado brasileiro; a aquisição de ativos das maiores companhias americanas e o acesso ao dólar que, tradicionalmente, oferece mais proteção do que a moeda brasileira em momentos de crise.   

Os riscos são maiores do que as alegrias? Não. Claro que todo investimento tem a incerteza do mercado financeiro e a estabilidade ou não das condições financeiras do país onde foi investido. Para os brasileiros um dos maiores riscos é em curto prazo, pois pode acontecer uma variação das taxas de câmbio, ainda assim, é um risco muito improvável, pela maior estabilidade do dólar frente ao real.

O ideal é procurar apoio de quem já está estabelecido no mercado americano. Uma mentoria encurta caminhos e abre muitas portas para que quem chega nesse gigantesco país, em todos os sentidos, levaria algum tempo para vislumbrar.

 

Paulo Kazak - fundador e CEO do grupo Be Factory, que hoje, após onze anos de operação, está presente em 72 países e reúne as empresas Be Factory Laboratory, Seven Tech e landê; e as marcas de cosméticos e produtos multifuncionais Sweet Professional, S professional, My Crown, Hi hair Care, Colorir Hair Colors e pureza.pet. A companhia possui uma fábrica localizada em São Paulo e três filiais no exterior nos Estados Unidos, Espanha e Itália. Além disso, o empresário é certificado em duas renomadas associações de liderança de empresários dos EUA, a AMA e o AWS.

 

Brasil tem potencial de liderar o combate no aquecimento global com políticas de armazenamento de carbono, dizem especialistas

Soluções tecnológicas de descarbonização incluem também está ligada à bioenergia e têm potencial para serem mais efetivas que soluções de reflorestamento


O Brasil iniciou o ano de 2023 com decretos e medidas que sinalizam novas políticas ambientais e que visam colocar o Brasil como uma figura ativa e protagonista nas discussões ambientais internacionais. Segundo Isabela Morbach e Nathália Weber, fundadoras da CCS Brasil, uma organização sem fins econômicos criada com a missão de promover a cooperação entre academia, governo, financiadores, indústria e sociedade para o desenvolvimento das atividades de Captura e Armazenamento de Carbono no Brasil para fortalecer um futuro sustentável.

Para as especialistas o ano deve ter na agenda medidas como a reativação do Fundo Amazônia e Fundo Nacional do Meio Ambiente, a criação de um Ministério dos Povos Originários, entre outras políticas públicas que retomam a preocupação do país em relação ao combate às mudanças climáticas e de proteção à biodiversidade. “O país tem potencial para liderar ações fundamentais de redução das emissões de gases de efeito estufa em escala global. Seja por meio da capacidade de fixação de CO2 em florestas e áreas de reflorestamento, pela capacidade de geração de energias limpas e sustentáveis ou por meio da implementação de soluções tecnológicas para a transição para uma economia de baixo carbono”, dizem.

Para elas, as tecnologias de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS), são, por exemplo, ferramentas capazes de captar as emissões de carbono vindas de indústrias e remover moléculas que já estão na atmosfera. Essa remoção é conhecida como uma solução de “carbono negativa” ou de “emissões líquidas negativas” (Carbon Dioxide Removal, CDR na sigla em inglês). Além da captura direta de ar, também pode estar ligado à produção de bioenergia (como bioetanol, biogás e biomassa). “As soluções tecnológicas de descarbonização, nas quais o CCS se enquadra, são de grande importância às soluções baseadas na natureza (como florestamento e reflorestamento) e podem se destacar nas estratégias que visam reduzir o aumento da temperatura na Terra nas últimas décadas”, avalia Morbach.

De acordo com um estudo da Universidade de Oxford de janeiro de 2023, as soluções baseadas em tecnologias capazes de remover carbono (em inglês, CDR) possuem papel importante para a descarbonização e para a contenção do aquecimento global e como elas podem ser alternativas importantes para acelerar o cumprimento das metas internacionais que têm se tornado cada vez mais defasadas por conta da falta de esforços de governos pelo mundo. Além disso, as projeções incluem soluções que possam reduzir, entre 2020 e 2100, entre 650 e 250 bilhões de toneladas de CO2.

“Vale ressaltar, ainda, a área de energia, onde a descarbonização também é estratégica. A Agência Internacional de Energia projeta que as operações de projetos de CCS devem se expandir de 40 milhões de toneladas de captura de CO2 por ano (capacidade avaliada em 2020) para 1,6 bilhão em 2030 e, então, para 7,6 bilhões em 2050. Desse montante, é esperado que 95% do total de CO2 seja armazenado de forma permanente em reservatórios geológicos”, ressalta Weber.

Segundo a especialista, o país tem se posicionado bem para desenvolver e implementar essas tecnologias, seja na neutralização das emissões de setores específicos, seja na remoção de carbono da atmosfera. Somado a isso, o Brasil possui grandes concentrações de concentrações de fontes de emissões de CO2 a serem capturadas, o que facilita a construção de clusters e hubs de CCS, reduzindo custos e otimizando a logística. “Para que haja a regulamentação da exploração dessas atividades no país, também está tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei nº 1425/2022. O projeto ainda aguarda relatório da Comissão de Infraestrutura. Uma audiência pública realizada sobre o assunto também trouxe avanços para o debate sobre o setor”, complementa Morbach.

Para as fundadoras da CCS Brasil, não se pode deixar de lembrar que a experiência da indústria de óleo e gás brasileira que pode ser uma aliada importante em relação ao aproveitamento do subsolo para as atividades de armazenamento permanente de CO2, dada a sua expertise na exploração de reservatórios geológicos. Além disso, no agronegócio também há possibilidades muito interessantes como no processo de produção do etanol (conhecido como BECCS), no aproveitamento da biomassa para geração de energia termoelétrica, a expansão do uso do biogás e a produção de bioetanol.

“É preciso divulgar oportunidades, promover integrações, expandir conhecimentos, fomentar a cooperação e captar investimentos para esse mercado, além de buscar a regulamentação do setor. Essa é uma janela importante para a sustentabilidade, mas também para o desenvolvimento econômico do país e que não pode ser desperdiçada”, finalizam.

 

CCS Brasil

 

LGPD vs. Inteligência Artificial: A proteção dos dados pessoais em tempos de chatbots avançados

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no Brasil em setembro de 2020 com o objetivo de garantir a privacidade e proteção dos dados pessoais dos indivíduos. Já a inteligência artificial (IA) é uma tecnologia cada vez mais utilizada em diferentes setores, desde a indústria até o atendimento ao cliente.

No entanto, a utilização da inteligência artificial levanta questões importantes sobre a privacidade dos dados pessoais. Isso ocorre porque a IA pode coletar, processar e armazenar uma grande quantidade de informações sobre os usuários, incluindo seus dados pessoais, como nome, endereço, e-mail, número de telefone, entre outros.

Por exemplo, em uma plataforma de atendimento ao cliente, a inteligência artificial pode ser programada para coletar informações dos usuários para melhorar as respostas fornecidas. No entanto, essas informações podem incluir dados pessoais que, se não forem protegidos, podem ser usados para fins mal-intencionados, como a invasão de privacidade, roubo de identidade, entre outros.

A LGPD estabelece diretrizes para o tratamento de dados pessoais, incluindo a coleta, processamento, armazenamento e compartilhamento dessas informações. A lei exige que as empresas obtenham o consentimento explícito dos usuários antes de coletar seus dados pessoais e forneçam informações claras sobre como esses dados serão usados. Além disso, a LGPD prevê penalidades para empresas que não cumprem essas diretrizes, incluindo multas e sanções.

No caso da inteligência artificial, a LGPD também exige que as empresas implementem medidas de segurança para proteger os dados pessoais coletados. Isso inclui a adoção de criptografia, o uso de senhas seguras e a implementação de protocolos de segurança adequados para prevenir o acesso não autorizado.

Portanto, a utilização da inteligência artificial deve estar em conformidade com a LGPD, para que a privacidade dos dados pessoais seja protegida. As empresas devem implementar medidas de segurança adequadas para garantir que os dados pessoais coletados sejam protegidos e usados apenas para fins legítimos.

A LGPD é essencial para garantir a proteção da privacidade dos dados pessoais dos usuários, especialmente em um mundo em que a inteligência artificial é cada vez mais usada. É importante que as empresas adotem medidas de segurança adequadas para proteger os dados pessoais coletados e cumpram as diretrizes estabelecidas pela LGPD, a fim de evitar sanções e proteger a privacidade dos usuários.

É importante destacar que a OpenAI, empresa criadora do ChatGPT, estabelece em suas diretrizes que todo o conteúdo inserido pelos usuários no chatbot pode ser utilizado para aprimorar a inteligência artificial. Isso inclui dados pessoais, informações sensíveis e qualquer outra informação fornecida pelos usuários em uma conversa com o ChatGPT, por exemplo, podemos pedir para a inteligência artificial estruturar uma lista de e-mails, com isso ao fornecer estes endereços eletrônicos, estamos compartilhando os dados que tivemos acesso com a base de dados da OpenAI e consequentemente estes dados podem ser utilizados como resposta para terceiros.

Dessa forma, é possível que os dados pessoais inseridos no ChatGPT sejam utilizados como resposta para terceiros, o que pode representar uma violação à LGPD. É importante lembrar que a LGPD estabelece regras claras para a coleta, armazenamento, processamento e compartilhamento de dados pessoais, visando a proteção da privacidade e dos direitos dos usuários.

Nesse sentido, é fundamental que as empresas que utilizam inteligência artificial, como a OpenAI, adotem medidas de segurança e privacidade adequadas para proteger os dados pessoais dos usuários. Além disso, é importante que as empresas sejam transparentes em relação ao uso dos dados e forneçam informações claras aos usuários sobre como seus dados serão coletados, processados e compartilhados.

Por fim, é essencial que as empresas que utilizam inteligência artificial estejam em conformidade com a LGPD e outras leis de proteção de dados aplicáveis. Isso é importante não apenas para evitar sanções, mas também para proteger a privacidade e os direitos dos usuários, garantindo que a tecnologia seja utilizada de maneira responsável e ética.


Philipe Monteiro Cardoso - advogado, autor, palestrante e sócio fundador da Cardoso Advogados Associados. É pós graduado em Direito Civil , LGPD, e criador do sistema de ensino Direito em Curso e Adequar LGPD.
https://cardosoadv.com.br/
@cadv.ph


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