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sábado, 5 de fevereiro de 2022

Câncer: a desigualdade de chances de cura da doença

No Brasil, de acordo com o INCA, o câncer é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos

 

"Quando a minha filha caçula, de 3 anos, foi diagnosticada com câncer, eu tive que deixar meus outros seis filhos com a minha mãe. Desempregada, eu não sabia o que fazer. Mas eu consegui ajuda para viajar e o apoio do Instituto Ronald McDonald com hospedagem, alimentação e transporte. Há quase 1 ano a minha pequena faz tratamento e tenho certeza que vai sair dessa”. O depoimento, emocionado, é da Alessandra, mãe da Larissa, hóspedes do Programa Casa Ronald McDonald. 

Moradora da região norte do país, a dona de casa achou que não fosse conseguir realizar o tratamento da sua filha em um centro especializado em oncologia. Mas a história da Alessandra não é a realidade de grande parte da população, que não tem acesso a todos os serviços essenciais de saúde. E para compreender e reconhecer as desigualdades no tratamento do câncer em todo o mundo, o Dia Mundial do Câncer, em 4 de fevereiro, traz o tema “Lacuna no tratamento do câncer”. A data tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre a doença, reforçando o poder do conhecimento na criação de um mundo livre de câncer.  

A campanha mostra que, no mundo, metade da população não tem acesso a todos os serviços essenciais de saúde. Quando o assunto é câncer, pessoas que buscam atendimento encontram uma série de barreiras. Apesar da época de avanços inspiradores na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, ainda há um cenário de desigualdade nas chances de cura. E no Brasil não é diferente. Nacionalmente, o câncer infantil e juvenil é a enfermidade que mais mata na faixa etária de 01 a 19 anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

Ainda segundo o levantamento, enquanto as chances médias de sobrevivência nas regiões Sul do Brasil são de 75% e na região Sudeste são de 70%, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte elas são de 65%, 60% e 50% respectivamente. 

Para mudar essa realidade, há quase 23 anos o Instituto Ronald McDonald atua para propiciar saúde e qualidade de vida a crianças e jovens e aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil. “Queremos construir um futuro mais justo, onde as pessoas tenham vidas mais saudáveis ​​e melhor acesso aos serviços de saúde, possibilitando mais chances de cura no tratamento do câncer infantojuvenil, independente de onde vivam”, afirma Bianca Provedel, Diretora Executiva do Instituto Ronald McDonald. 

No Brasil, o tempo entre a percepção de sintomas e a confirmação diagnóstica do câncer infantojuvenil é longo e por isso muitos pacientes chegam ao tratamento em fase avançada da doença. “Por isso, investimos no Programa Diagnóstico Precoce. Buscamos aumentar as chances de que mais crianças cheguem ao hospital no estágio inicial da doença, aumentando as chances de cura”, afirma Bianca Provedel. 

O programa Diagnóstico Precoce, promovido pelo Instituto Ronald McDonald, capacita profissionais da atenção básica de saúde e outras áreas que lidam diretamente com crianças e adolescentes para identificar os principais sinais e sintomas da doença no seu estágio inicial. “Cada um de nós tem o poder de fazer a diferença, seja ela grande ou pequena, no mundo em que vivemos. Unidos, podemos fazer um progresso real no cenário do câncer infantojuvenil e salvar vidas”, finaliza Bianca Provedel. 

 

Sinais e sintomas 

De acordo com Teresa Fonseca, oncologista pediátrica e membro da comissão científica do Instituto Ronald McDonald, a dificuldade de reconhecer os sinais do câncer infantojuvenil se dá porque os sintomas são parecidos com os de outras doenças da infância. “O mais frequente na criança é a leucemia. Em segundo lugar são os de cabeça e do sistema nervoso central. Em terceiro lugar, os linfomas”, que provocam tumores nos linfonodos, lista a oncologista pediátrica. 

Conheça os principais sintomas do câncer infantil e juvenil:

  • Palidez inexplicada;
  • Perda de peso;
  • Febre prolongada sem causa aparente;
  • Hematomas ou sangramento;
  • Dores nos ossos e nas juntas, com ou sem inchaços;
  • Caroços ou inchaços - especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção
  • Vômitos acompanhados da alteração de visão e equilíbrio;
  • Tosse persistente ou falta de ar;
  • Sudorese noturna;
  • Reflexo branco no olho quando incide uma luz;
  • Olho aumentado de tamanho com mancha roxa;
  • Inchaço abdominal;
  • Dores de cabeça incomuns, persistentes ou graves;
  • Fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento.

 

Atenção, os sinais descritos não significam que a criança ou o adolescente está com câncer, mas que precisa ser consultado por um pediatra para análise e monitoramento.

 

Instituto Ronald McDonald


SBMN apoia Fevereiro Roxo e indica exames promissores para detecção do Alzheimer

Além do Alzheimer, campanha chama a atenção para a Fibromialgia e o Lúpus, doenças distintas, mas que têm em comum o fato de não possuírem cura

 

Fibromialgia, Lúpus e Alzheimer são doenças diferentes, mas que apresentam pelo menos um ponto em comum: são incuráveis. A campanha Fevereiro Roxo foi criada em 2014 como forma de conscientizar a população para a importância do diagnóstico precoce dessas três enfermidades. 

A Fibromialgia - caracterizada por dor no corpo, principalmente na musculatura - é vista em pelo menos 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia. De cada 10 pacientes com Fibromialgia, sete a nove são mulheres. O Lúpus - doença inflamatória e autoimune que afeta múltiplos órgãos e tecidos como pele, articulações, cérebro e rins - também atinge majoritariamente as mulheres. No Brasil, estimativas indicam que existam cerca de 65.000 pessoas com lúpus. Por fim, estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. 

“Nenhum teste pode determinar, com absoluta precisão, se uma pessoa tem a doença de Alzheimer. O diagnóstico é feito determinando a presença de certos sintomas e descartando outras causas de demência. Isso envolve uma avaliação médica cuidadosa, incluindo um histórico médico completo, testes de estado mental, um exame físico e neurológico, exames de sangue e de imagens cerebrais”, pondera a Dra. Cristina Matushita, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). 

Um dos exames mais promissores é o PET Scan que utiliza um radiotraçador chamado 18F-Florbetaben (Neuraceq). O exame consiste em marcar uma proteína, chamada beta-amilóide, que se acumula no cérebro, formando placas, quando a pessoa tem Alzheimer. 

“Antigamente, para se confirmar o diagnóstico clínico de Doença de Alzheimer, só após o óbito. O paciente apresentava o sintoma, eram realizados os exames clínicos, porém, apenas após o óbito, quando se realizava a autópsia, é que se identificava a presença da proteína no cérebro. Atualmente, a presença destas proteínas pode ser avaliada em vida, através do exame com o novo radiotraçador”, explica a Dra. Cristina Matushita. 

Entende-se por demência um grupo de sintomas associados a declínio na memória, no raciocínio ou em outras habilidades de pensamento. O indivíduo pode se lembrar de acontecimentos antigos e se esquecer de fatos recentes, ocorridos no mesmo dia, por exemplo. “A demência não é uma parte normal do envelhecimento. É causada por danos às células cerebrais que afetam sua capacidade de se comunicar, o que pode afetar o pensamento, o comportamento e os sentimentos. É importante definir qual a causa da demência do paciente a fim de escolher o melhor tratamento e/ou melhor medicação para retardar o avanço da doença”, salienta a Dra. Cristina Matushita. 

Existem muitos tipos diferentes de demência e muitas condições podem causá-la. “A demência mista, por exemplo, é uma condição na qual ocorrem alterações cerebrais de mais de um tipo de demência simultaneamente. Citamos a demência com Corpos de Lewy, a demência frontotemporal, entre outras. Mas a doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, representando cerca de 60 a 80% dos casos de demência. Por isso, a importância do diagnóstico correto e precoce”, finaliza a diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

 

 Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) - tem o objetivo de integrar, promover e estimular o progresso da Medicina Nuclear no Brasil.


  

Câncer: A Importância de Cuidar da Saúde Mental Do Paciente.

 

Momento para refletir sobre as dificuldades no enfrentamento dessa doença e sobre a necessidade de tratamentos e cuidados adequados. Um deles é o acompanhamento psicológico, fundamental para os pacientes com câncer.
 

Por questões de preconceito e estigma, existe uma baixa procura por suporte psíquico desses pacientes. Alguns fatores para isso são: dificuldade dos pacientes em perceber e discutir questões emocionais já que muitas vezes os sintomas físicos são prevalentes; conhecimento insuficiente do tipo de apoio que podem receber e dos possíveis benefícios e medo de ser estigmatizado por procurar apoio psicológico.

Segundo a psicóloga Shana Eleve, tais fatores dificultam a procura de apoio pelos próprios pacientes, o que lhes permitiria enfrentar de uma maneira melhor tal doença. A psicóloga e CEO da Eleve Consulting chama a atenção para esse olhar mais atento aos cuidados necessários com uma pessoa diagnosticada com câncer “Quando o paciente recebe um diagnóstico de câncer é comum pensar: Nossa, minha vida está por um fio!

As dúvidas, as incertezas tudo que vem. O nosso cérebro pode num primeiro momento, ao receber o diagnóstico, pensar o pior. O ser humano tem a capacidade de sempre pensar o pior, sobretudo quando se recebe um diagnóstico desse.” e complementa: “o câncer é um problema de saúde duradouro, onde nosso corpo parece fugir ao nosso ‘controle’ e onde muitas vezes sentimos dor. Tudo isso acaba tomando a mente, muitas vezes com emoções como tristeza, raiva ou frustração. Por isso é tão difícil ser positivo na maior parte do tempo. Para você ser positivo você tem que ter muito equilíbrio em vários componentes da vida, e buscar aprender formas de lidar com a doença” conclui Shana.

A União Internacional para controle do Câncer criou uma campanha para inspirar mudanças e mobilizar ações. A campanha aborda as barreiras que impedem as pessoas em todo o mundo de terem acesso aos cuidados fundamentais para controle do câncer, e, portanto tem como tema a equidade no controle do câncer. O objetivo da campanha é mostrar a importância de termos um mundo com acesso a serviços de câncer melhores e mais justos para todos. E um desses serviços, muito importante, é o acompanhamento psicológico. Alguns profissionais relutam em discutir aspectos emocionais por entenderem sintomas somáticos depressivos como secundários ao câncer. A psicóloga Shana Eleve alerta que em algumas situações, os sintomas depressivos e ansiosos são até considerados reações normais e isso impede o diagnóstico e tratamento corretos aumentando diversos riscos envolvidos. Segundo um estudo internacional relevante com 21 mil pacientes, a taxa de depressão pode variar entre 2% a 56% dos pacientes, enquanto 44% dos pacientes sofrem de algum grau de ansiedade e 23% têm sofrimento significativo.

As maiores prevalências de depressão ocorrem em pacientes com câncer de pulmão (13%), câncer ginecológico (10,9%) e câncer de mama (9,3%). Mulheres mais pobres, jovens e isoladas são as mais afetadas. A depressão ocorre mais no primeiro ano após o diagnóstico.

Segundo Shana Eleve existem pesquisas que apontam fatores que ajudam a manter o equilíbrio depois de um diagnóstico difícil como câncer, entre eles a espiritualidade “Existem vários estudos em relação a pacientes não só de câncer, que são fantásticos sobre o poder da espiritualidade, buscar a fé, seja qual for. Segundo estudos a pessoa que tem uma fé inabalável, não estou falando de religião, mas acreditar, que ela vai passar por isso e vencer, a cura é mais provável. Algumas linhas analisam o câncer como a doença da alma.” exemplifica Shana, que complementa “Outro fator importante são os exercícios físicos. Também é necessário saber como está a parte hormonal, a alimentação e o sono, porque as emoções estão ligadas a isso tudo” analisa Shana. Segundo a psicóloga e CEO da Eleve Consulting, quando se recebe um diagnóstico de uma doença como o câncer, é preciso primeiramente entender e se analisar. “Fazer um check-up de tudo pra saber como a gente está. Como está o organismo em termos de hormônios e vitaminas, e claro, ter um acompanhamento psicológico. No caso do câncer é indispensável saber como o paciente está lidando com a doença e quem é a rede de apoio dele. Toda doença, todo o baque faz você rever a sua vida.

Segundo Shana Eleve é indiscutível que o diagnóstico de câncer sempre impacta. Medos, incertezas e desconfortos físicos causados pela doença e seu tratamento passam a ocupar lugar central na vida da pessoa. O sofrimento pode ir desde a percepção da própria vulnerabilidade, tristeza, fantasias e medo até o desconhecido. Pode ser considerado natural da pessoa que vivencia a doença e seu tratamento, mas é necessário um olhar mais atento para que se ter certeza que reações mais intensas não estão levando a um distúrbio psiquiátrico diagnosticável.

Shana Eleve é psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Ela alerta para a necessidade de que todos os profissionais da área de saúde sejam sensibilizados para essa abordagem.

 


Shana Wajntraub - mais conhecida como Shana Eleve, é psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Tedx speaker, speaker coach e curadora dos palestrantes do TEDx Campo Grande, professora da HSM, palestrante da HSM expo em 2021. também palestrou no CBTD em 2020 e 2021 e já impactou mais de 230 mil pessoas em treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera, Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, Vivo, Amil, Magazine Luiza, Camil.

Como ter longevidade com qualidade?

De acordo com IBGE a população idosa do Brasil irá mais que dobrar de tamanho até 2050 e a profissão de cuidadores de idosos cresce por conta desta demanda

 

O brasileiro, a cada ano, tem aumentado a sua longevidade. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, a expectativa de vida subiu para uma média de 76,8 anos. Estudos do órgão ainda informam que em 2050, por exemplo, o Brasil terá 30% de sua população com idade acima dos 60 anos. Os números são marcantes ao ponto de sabermos que, nas próximas duas décadas, o percentual de idosos no Brasil, que hoje é de 13% da população, tende a dobrar. Além disso, a partir de 2047 a população deverá parar de crescer, contribuindo para o processo de envelhecimento populacional – quando os grupos mais velhos ficam em uma proporção maior comparados aos grupos mais jovens da população. 

Com o envelhecimento natural da população, surge cada vez mais a preocupação de viver uma velhice com qualidade, em que a pessoa ainda consiga ser ativa nos próximos 20 a 30 anos vindouros. A terceira idade, inclusive, tem movimentado muito o ramo dos negócios. Seja pela reinserção no mercado de trabalho através da chamada “economia prateada”, ou pelo surgimento de empresas voltadas para a saúde, o bem-estar e, sobretudo, para oferecer lazer para esse público. A exemplo, temos a rede de franquias de cuidadores de pessoas Cuidare Brasil, criada há cinco anos pelo casal Izabelly Miranda, enfermeira e diretora técnica da rede, e Etevaldo de Miranda Jr., CEO da Cuidare. Hoje, a marca conta com cerca de 80 unidades espalhadas por 22 estados brasileiros. 

Segundo Izabelly, a Cuidare surgiu de uma necessidade latente de mão de obra especializada nos cuidados assistenciais aos idosos. De acordo com a enfermeira, “o cuidador de idoso qualificado, dever ter um curso técnico de enfermagem, conhecer os primeiros socorros para o caso de uma emergência, ser muito paciente e gostar do que faz” e, a reunião destas características é fundamental para a qualidade de vida na terceira idade. Ela ainda aponta que, dentre as necessidades mais importantes para um envelhecimento saudável, estão:

 

  • Saúde: a importância do acompanhamento de um geriatra é fundamental para uma velhice saudável;
  • Exercícios Físicos: com acompanhamento de um profissional da área para realizar atividades como caminhada, hidroginástica, pilates, etc., ajudam muito no equilíbrio, na boa condição cardíaca e na resistência respiratória e muscular;
  • Companhia: é fundamental para a saúde mental do idoso ter companhia. Morar sozinho é algo que o idoso deve evitar, pois dificulta muito a longevidade do mesmo, a sua condição mental e suas necessidades físicas. Por isso, ter o carinho e a companhia da família, de um parente ou de um cuidador fará grande diferença.

Por estes motivos que, atualmente, as famílias buscam os cuidadores de empresas específicas nos cuidados assistenciais, uma vez que estas conseguem fornecer ao mercado profissionais com um nível de capacitação cada vez mais elevado, sendo inclusive, uma das profissões que mais crescem no Brasil. Entretanto, é preciso estar atento a quem você contrata para cuidar de um ente querido. Um bom cuidador de idosos, precisa ter características básicas como idoneidade, estabilidade emocional e capacidade de criar vínculos.

- A assistência da Cuidare não está pautada em apenas preparar um cuidador técnico, torna-se fundamental estruturar as intervenções junto a esse cuidador. Os estímulos à autonomia, autocuidado e independência são considerados também bastante relevantes. Outro aspecto essencial na assistência é sempre levar em consideração os anseios morais, características culturais existentes, pois resultará em uma relação de vínculo mais leve e prazerosa – finaliza Izabelly.

www.cuidarebr.com.br


Pesquisa: brasileiros se preocupam com a prevenção do câncer, mas não adotam estilo de vida mais saudável

Essa é a conclusão de pesquisa inédita encomendada pela Sanofi specialty care e divulgada no Dia Mundial de Combate ao Câncer

 

Um levantamento realizado pelo Instituto Ipsos aponta que o câncer é um tema próximo da população brasileira: 92% conhece alguém ou já teve o diagnóstico e 82% têm medo de desenvolver a doença no futuro. Para 68% dos brasileiros, a saúde é uma preocupação em si, mas essa consciência não se reflete plenamente na adoção de comportamentos saudáveis: apenas 39% dizem praticar atividades físicas regularmente, e 37% evitam a exposição solar entre 9h e 16h. 

Encomendada pela Sanofi, a pesquisa “Meu futuro saudável” foi realizada com 1.500 respondentes de todas as regiões do país com o objetivo de avaliar como os brasileiros relacionam os hábitos de saúde com o câncer e de que forma se informam a respeito do tema, com o recorte específico sobre quatro tipos de câncer: de pele, pulmão, mieloma múltiplo e mama; sendo o câncer de mama a patologia mais conhecida nesta amostra, seguida pelos cânceres de pele e pulmão com nível de conhecimento similares. A margem de erro do estudo é de 2,5 pontos percentuais. 

Dentre os fatores de risco apresentados, o sobrepeso é o que gera maior dúvida sobre sua relação com o câncer: 31% não souberam responder, contra 30% que concordam parcialmente e 24% totalmente com a afirmação de que estar acima do peso é um fator de risco para o desenvolvimento da doença.

Destaca-se ainda o descompasso entre o percentual de pessoas que afirmam se preocupar com a prevenção de doenças, 43%, e dos que não discordam com a afirmação de que “hábitos de prevenção ao câncer são pouco efetivos”: 56%. 

“O envelhecimento da população trará o câncer ainda mais para o centro das políticas públicas no Brasil e no mundo e à população precisamos garantir informação de qualidade sobre prevenção e, diante do câncer, garantir acesso ao diagnóstico precoce e também ao tratamento mais atual e efetivo para o paciente”, afirma Luciana Holtz, presidente do instituto Oncoguia.

  

Impacto social e econômico do câncer deve crescer nos próximos anos 

Outra pesquisa inédita encomendada pela Sanofi, e realizada globalmente pela KPMG, mostra que a incidência de câncer continuará afetando a capacidade dos pacientes de serem economicamente produtivos, impactando a economia dos países. O custo econômico do câncer para China, Estados Unidos e União Europeia (as três regiões estudadas) foi avaliado em 1-2% do PIB em 2020. Até 2040, se os gastos e as políticas atuais permanecerem os mesmos, este custo deverá crescer de 1,37% para 2,78%, apenas na China. Já a União Europeia terá impacto percentual de 2,94% no PIB.  

“Em consonância com a visão da Década do Envelhecimento Saudável das Nações Unidas (2021-2030) precisamos garantir saúde integrada e cuidados de longo prazo para uma população que envelhece e, consequentemente, terá mais câncer. A Sanofi se debruça sobre o tema e, dentre outros, tem como objetivo aumentar a conscientização sobre as implicações socioeconômicas relacionadas ao câncer e ao envelhecimento e encorajar o desenvolvimento de políticas nacionais para enfrentá-lo”, finaliza, Carolina Cavalcante, diretora médica de Oncologia da Sanofi.  

 

 Sanofi


O impacto positivo dos biossimilares nas terapias oncológicas

O desenvolvimento de medicamentos biossimilares tem sido uma solução inovadora na área da saúde, uma vez que vêm oferecendo novas opções de tratamento para os pacientes. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro biossimilar em junho de 2015. Atualmente, essa terapia pode ser utilizada para diversas doenças, inclusive para o tratamento de diferentes tipos de câncer, e traz perspectivas positivas para esses pacientes, ainda mais quando falamos do Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado em 4 de fevereiro. 

A data representa grande importância, considerando que o câncer é a segunda causa de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), as prospecções não são muitos positivas e a estimativa para 2022 é de 625 mil novos casos. Além disso, um estudo da The Economist Intelligence Unit (EIU), publicado em 2020, prevê que nos próximos dez anos, o País registre um crescimento de 42% nos casos de câncer. 

Exatamente por estes motivos, os biossimilares se fazem tão importantes neste momento. São produtos biológicos com custo menor do que os fármacos “tradicionais” (ditos referência), e com segurança e eficácia cientificamente comprovadas. Para seu desenvolvimento e liberação, são considerados dois pontos fundamentais: a qualidade do medicamento, que tem de ser rigorosamente atestada por meio de extensivos estudos de comparação avaliando aspectos clínicos e não clínicos, e a questão econômica. 

Desta forma, esses medicamentos ampliam as opções para os clínicos, financiadores e sistemas de saúde de modo geral, mas mantendo a qualidade do tratamento. Sendo assim, os biossimilares contribuem para ampliar o acesso aos tratamentos oncológicos no Brasil, aportando novas e avançadas tecnologias para as terapias. 

Um exemplo é o tratamento de câncer de mama no Brasil, que vem utilizando biossimilares em combinação com a quimioterapia. O câncer de mama HER2 positivo é responsável por até 20% dos casos deste tipo de neoplasia no País, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Este subtipo de câncer de mama, tem por característica crescer e se disseminar muito rapidamente. Portanto, as terapias com fármacos contra a proteína HER2 (terapias-alvo) para este tipo de tumor revolucionaram o combate à doença, tanto no estágio inicial quanto nos metastáticos. 

O medicamento biológico trastuzumabe tem sido a base deste tratamento nas chamadas terapias conjugadas. No entanto, associá-lo a um segundo anticorpo monoclonal -- ou seja, remédios precisos, de origem biológica e criados para combater de câncer a doenças autoimunes -- numa estratégia conhecida como duplo bloqueio, melhora significativamente os resultados, conforme comprovam os estudos científicos. Como é o caso do Herzuma, droga aprovada pela Anvisa em 2019, e que pode ser indicada em diferentes fases da doença, inclusive após cirurgia, quimioterapia e radioterapia, ou em conjunto com esses tratamentos. 

Da mesma forma, o anticorpo monoclonal Bevacizumabe chegou ao mercado brasileiro em 2020 para o tratamento tanto do câncer de mama, quanto de diversas outras neoplasias, como pulmão, colorretal, células renais, ovários e colo de útero, sempre em terapias conjugadas, que inibem a multiplicação das células tumorais e “poupam” os tecidos saudáveis -- fatores essenciais para o sucesso do tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. 

Assim, oferecer tratamentos com custos menores, sem comprometer a segurança e a eficácia, é uma forma de aprimorar o uso de recursos financeiros na saúde, ampliando a disponibilidade dos medicamentos à população. Dessa forma, todos saem ganhando. As perspectivas são otimistas não somente na oncologia, mas em diferentes áreas da saúde, e considero os biossimilares o futuro-presente da indústria farmacêutica, que só tende a crescer. 

Além disso, vale ressaltar que os medicamentos acessíveis são essenciais, mas mais importante do que isso, é o olhar para si, sempre atento a prevenção. Por este motivo, neste Dia Mundial de Combate ao Câncer, não deixe de se questionar sobre os cuidados com si mesmo e, se ainda não o tiver feito, realize o “check-up” anual e a respectiva visita médica para mostrar seus exames e programar o seguimento de sua saúde. Cuide-se!


  
Dra. Maria Cristina Figueroa Magalhães - oncologista, professora da disciplina de Oncologia Clínica da PUC-PR e diretora científica da Associação Amigas da Mama (AAMA).


Especialista do CEJAM alerta para importância da mamografia na prevenção ao câncer de mama

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Dados do INCA estimam que, em 2021, cerca de 67 mil mulheres foram diagnosticadas com a doença no Brasil 


Anualmente, durante o Outubro Rosa, há um grande engajamento acerca da prevenção ao câncer de mama. Apesar disso, a doença continua sendo a principal causa de morte específica por câncer entre as mulheres e a segunda dentre todas as causas de mortalidade feminina, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Dia Nacional da Mamografia, lembrado em 5 de fevereiro, o CEJAM -- Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” destaca a importância do exame para detectar, de forma precoce, possíveis alterações na mama. A mamografia tem a função de visualizar a região interna das mamas, ou seja, o tecido mamário.

 

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam que, no Brasil, cerca de 67 mil mulheres foram diagnosticadas coma doença em 2021. Conforme a mastologista Monique Valois, da Unidade Hospitalar Campo Limpo, administrada pelo CEJAM, a taxa de cura do câncer de mama pode chegar a 95%, quando a doença é diagnosticada precocemente. 

A mamografia é indicada a partir dos 40 anos para todas as mulheres, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) como exame de rotina.“Apesar de causar certa dor ou desconforto, já que a mama é colocada em um equipamento que promove sua compressão, o procedimento é simples e rápido”, explica a especialista. 

Existem ainda outros exames capazes de diagnosticar possíveis alterações mamárias, como ultrassonografia e ressonância magnética. Entretanto, a mamografia continua sendo o melhor método para a detecção precoce de um câncer, por exemplo.

 

Prevenção 

Dra. Monique afirma ser necessário que as mulheres tenham total conhecimento de seu corpo, para que percebam eventuais alterações nas mamas e procurem um especialista, se necessário. 

“Uma das melhores formas de verificar possíveis alterações é apalpando os seios, um gesto de autoconhecimento, que deve ser realizado de forma rotineira, durante o banho, a troca de roupa ou em frente ao espelho, independentemente da idade e sempre que a mulher se sentir confortável.”

A especialista explica que, ao contrário do que as pessoas imaginam, a finalidade principal da prática de apalpar os seios não é a detecção precoce do câncer de mama, até porque, quando a mulher nota uma lesão na mama, esta já está com uma dimensão aumentada. 

“Quando o nódulo chega a uma dimensão em que pode ser apalpado, é sinal de que poderia ter sido diagnosticado precocemente, através de uma mamografia ou de outros exames de rotina”, destaca. 

Entre as alterações consideradas suspeitas estão nódulos endurecidos na mama ou nas axilas, vermelhidão, retrações ou alterações na textura da pele e secreções sanguinolentas do mamilo.


Tratamento 

O tratamento da doença é realizado de acordo com o tipo de câncer de mama, podendo variar conforme o tamanho do tumor, a região no qual está localizado e suas características. 

“Os tipos mais agressivos são diagnosticados em estágios mais avançados, normalmente com metástases em pulmão, cérebro, fígado e ossos, podendo levar à morte”, alerta a mastologista. 

Cirurgias, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia são algumas das opções de tratamentos que também estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Dra. Monique afirma que as mulheres devem se colocar como prioridade e procurar o serviço de saúde anualmente para a realização dos exames de rotina, independentemente do histórico na família. 

“Caso surja alguma lesão na mama, não é necessário ter medo. Existe muita vida após o diagnóstico de câncer de mama, e os profissionais de saúde estão disponíveis para ajudar em todas as fases do tratamento”, finaliza a médica.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


Mamografia: especialista alerta sobre importância de homens também realizarem o exame

Neste sábado, 5, se comemora o Dia Nacional da Mamografia, conscientizando sobre a importância da realização deste exame para detectar rapidamente o câncer de mama. Apesar de mais comuns em mulheres, cerca de 1% dos casos de morte por esta doença acomete os homens. 

Conforme o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2019, realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram registrados naquele ano 18.295 mortes por câncer de mama, com 18.068 casos em mulheres e 227 em homens. 

A mastologista Flávia França aponta que, apesar de não existir protocolo de rastreamento de câncer de mama pela mamografia para os homens, é importante que estes procurem um profissional caso percebam alguns sintomas na região da mama. 

“Os homens podem e devem realizar a mamografia caso tenha algum sintoma mamário, como nódulos palpáveis, saída de secreção pela papila mamária ou lesões na pele da mama, papila ou aréola”, alerta Flávia, que também é professora da Medicina UniFTC. 

Além da mamografia, a especialista também destaca outros exames que tanto homens quanto mulheres devem realizar junto a mamografia, para uma maior eficiência na detecção do câncer, principalmente se alguma alteração for identificada. “Pode ser necessário complementar o exame com ultrassonografia mamária ou com biópsias de mama. É importante a avaliação do exame pelo mastologista”. 

Além disso, a mastologista Flávia França acrescenta a importância da mamografia no diagnóstico precoce da doença, ajudando que o paciente passe por cirurgias menos invasivas e com maior possibilidade de cura.

 

Causadores do câncer de mama 

Diversos fatores podem aumentar o risco do aparecimento do câncer de mama, sendo eles externos, hormonais ou genéticos. Segundo levantamento realizado pelo Inca, os fatores externos mais comuns são obesidade e sobrepeso, sedentarismo, consumo de bebida alcoólica, exposição frequente a radiações ionizantes para tratamento (radioterapia) ou exames diagnósticos (tomografia, Raios-X, mamografia, etc) e tabagismo. 

Já os fatores hormonais capazes de aumentar o risco da doença são ter a primeira menstruação antes de 12 anos, primeira gravidez após os 30 anos, parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos, uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona), ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos. 

Por último, o Inca lista fatores genéticos capazes de causar ou agravar o câncer de mama, sendo eles: história familiar de câncer de ovário, casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos e história familiar de câncer de mama em homens.


Reflexos das brincadeiras e atividades ao ar livre na aprendizagem


Sabemos que a criança brinca desde cedo e o brincar envolve múltiplas aprendizagens. O tempo integral de brincar é na educação infantil; à medida que as crianças crescem, as brincadeiras neste teor de ludicidade se modificam e diminuem. 

Brincar é uma atividade humana criadora, na qual a imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de ação, assim como de novas formas de construir relações sociais com outras crianças e adultos. Desta forma, a criança reinterpreta o mundo e produz novos significados, saberes e práticas. 

Brincar fora da sala de aula desenvolve habilidades de correr, pular, subir, expressar-se e comunicar-se com o outro, interagindo, participando, cooperando, representando, argumentando, negociando e apropriando-se de muitas descobertas, como: bichinhos do jardim, diferentes tipos de folhas, pintura, piquenique, cuidados com a horta, contação de histórias, caminhada, pendurar roupas, abrindo lugar para curiosidade. 

Tanto Piaget como Vygotsky nos mostram a importância do jogo simbólico e das brincadeiras na infância, na construção da personalidade e na interação do cognitivo e afetivo. 

Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa e Vygotsky (1978) define o brinquedo como algo que preenche as necessidades da criança, o que significa entendê-lo como algo que motiva para a ação. 

O professor estabelece pontes de oportunidades de observar, falar, analisar expressões e gestos, registrar as hipóteses com anotações significativas, escuta e vê capas que representam super-heróis, bonecas como filhinhas, conduzindo o grupo com estratégias que estimulem atividades criativas e psicomotoras. 

Antes mesmo da pandemia, a Educação Infantil do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré sempre primou por atividades fora da sala de aula. Somos privilegiados pelo espaço e área verde do nosso Colégio, o que possibilita a interação e vivências com a natureza de forma direta. 

Desenvolvemos um currículo apropriado para Educação Infantil, pautado na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) com fundamentos nos campos de experiências e princípios que compreende que a criança seja atendida nos seus direitos de aprendizagem: participar, explorar, brincar, expressar, conhecer-se e conviver. 

É importante que a escola e a família estejam sempre estimulando as crianças com brincadeiras ao ar livre, oferecendo propostas de atividades como: plantar, correr, caminhar, andar de bicicleta, pular corda, caça aos bichinhos com lupa, criando desafios, respeitando o tempo da criança e estimulando o contato e zelo pelo meio ambiente, auxiliando na saúde mental, emocional e física, além de favorecer na relação pais e filhos.


 Ivoneide Ribeiro Martin - Orientadora Pedagógica e Educacional do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré.


Petróleo a US$ 90 é apenas o começo


O petróleo Brent tocou US$ 90 por barril esta semana pela primeira vez em anos.

 

Este último salto foi atribuído às tensões em torno da Ucrânia, mas esta é a razão mais transitória para os aumentos do preço do petróleo. As razões maiores têm a ver com fundamentos. E US$ 90 por barril de Brent pode ser apenas o começo. Muito tem sido escrito recentemente sobre a capacidade ociosa da OPEP e as perspectivas não muito otimistas para ela. Essa capacidade ociosa está em declínio por vários motivos, mas o principal deles parece ser o subinvestimento. Como resultado, o JP Morgan no início deste mês alertou que o Brent poderia subir para US$ 125 por barril, já que a capacidade de produção sobressalente da Opep cai para 4% da capacidade total até o quarto trimestre de 2022.

A Agência Internacional de Energia foi ainda mais longe, alertando que a capacidade ociosa da Opep pode cair pela metade para apenas 2,6 milhões de bpd no segundo semestre do ano. A agência continuou dizendo que "se a demanda continuar crescendo fortemente ou a oferta decepcionar, o baixo nível de estoques e a redução da capacidade ociosa significam que os mercados de petróleo podem enfrentar outro ano volátil em 2022".

Não é apenas a OPEP, no entanto. O maior produtor de petróleo não-OPEP – e maior produtor de petróleo globalmente, os EUA – está bombeando menos do que pode. A pressão dos acionistas sobre as principais empresas petrolíferas nos Estados Unidos aumentou, assim como a insistência de que as empresas se concentrem em tornar suas operações mais verdes em vez de buscar mais petróleo e gás para extrair. Como resultado, os EUA estão bombeando menos petróleo do que poderiam e, muitos argumentariam, deveriam.

Como resultado, o cenário parece pronto para outro ano caro no petróleo, que coincide com um ano caro no geral, à medida que os bancos centrais começam a apertar as políticas monetárias em resposta à inflação teimosa que, como as previsões de demanda de petróleo da AIE desde os primeiros dias do pandemia, provou estar longe da falha transitória que o Fed disse que era no ano passado.

"O mercado de petróleo está caminhando para estoques simultaneamente baixos, baixa capacidade ociosa e ainda baixo investimento", escreveram analistas do Morgan Stanley em nota citada pelo Wall Street Journal nesta semana, resumindo a situação muito bem. Nesse cenário, US$ 90 por barril de Brent pode ser apenas o começo.

De fato, o consenso de Wall Street parece ser que o Brent chegará a US$ 100 até o verão por causa de todas as razões listadas pelo Morgan Stanley e também porque os custos de equilíbrio também estão aumentando, graças às tendências de inflação e escassez de mão de obra, pelo menos nos Estados Unidos. No entanto, o maior impulsionador dos preços continuará sendo a demanda física.

A Agência Internacional de Energia admitiu que a demanda física de petróleo provou ser mais forte do que o esperado anteriormente em seu último Relatório do Mercado de Petróleo. Com base nessa surpreendente reviravolta, a AIE revisou sua previsão de demanda de petróleo para 2022 em 200.000 bpd. E com base em seu histórico, pode muito bem acontecer que mais uma vez subestimou a robustez da demanda. Mesmo com essa estimativa, a demanda por petróleo não apenas retornará aos níveis pré-pandemia, mas os ultrapassará, atingindo 99,7 milhões de bpd até o final do ano.

Em tal situação, os preços mais altos do petróleo são quase certos, pois há muito pouco – exceto outra rodada de bloqueios que é altamente improvável. A questão, então, é quão alto o petróleo pode subir antes de começar a cair?

A resposta é complicada. As empresas petrolíferas dos EUA ainda estão em dívida com seus acionistas, que parecem estar levando a sério as previsões de que o petróleo não tem futuro a longo prazo. Elas têm espaço limitado para fazer o que querem. As empresas estarão perfurando à medida que o WTI continua subindo. E a OPEP também estará perfurando, mas pode optar por manter os controles sobre a produção em vez de mudar para "bombear à vontade", principalmente porque apenas alguns membros da OPEP realmente têm a capacidade de bombear à vontade.

Preços excessivamente altos tendem a desestimular o consumo, independentemente da mercadoria cujos preços estão ficando excessivamente altos. No entanto, há uma ressalva, e é que a commodity deve ter uma alternativa viável para desestimular o consumo quando os preços sobem muito. A julgar pelo pesadelo do outono e inverno da Europa deste ano, as alternativas aos combustíveis fósseis ainda não estão à altura. Isso basicamente significa que o impacto dos altos preços do petróleo na demanda será lento para se manifestar e lento para empurrar os preços para baixo.

Onde isso deixa o mundo? A resposta curta é "Não em um bom lugar." Os preços mais altos do petróleo elevarão os preços de todo o resto, e essa é a última coisa que você deseja - se você é um governo - quando já está lutando contra a inflação. Pode muito bem ser que a pandemia termine definitivamente este ano, mas as consequências reais dela podem estar apenas começando a aparecer.


Irina SlavLido 

https://aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/7413-petroleo-a-us-90-e-apenas-o-comeco

 

Fonte: https://oilprice.com/Energy/Oil-Prices/90-Oil-Is-Only-The-Beginning.html


Justiça Federal suspende consulta pública marcada para o dia 7 de fevereiro sobre desestatização do Porto de São Sebastião

 Para magistrado, é necessária atuação diligente de órgãos federais, estudos ambientais, bem como oferta dos dados ao público interessado 

 

O juiz federal Gustavo Catunda Mendes, da 1ª Vara Federal de Caraguatatuba/SP, suspendeu a consulta pública que estava prevista para ocorrer na próxima segunda-feira, dia 7 de fevereiro, acerca do projeto de desestatização do Porto de São Sebastião/SP. A decisão foi proferida hoje (4/2) em ação movida por entidades que representam a mão de obra portuária. 

Os autores apontaram precariedade e inércia do Ministério da Infraestrutura e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) no cumprimento das condições mínimas e atendimento às cautelas necessárias para a realização da consulta. Além disso, alegaram reflexos importantes na comunidade local, o que justifica as preocupações dos trabalhadores portuários e seu órgão de representação, notadamente o Sindicato dos Estivadores de São Sebastião. 

Também destacaram que houve irregularidade no procedimento administrativo adotado pelo Poder Executivo e descumprimento da decisão proferida pela Antaq que, em resumo, determinou ajustes na documentação da “conta vinculada” existente para percepção de valores destinados à modernização do Porto de São Sebastião, imprescindível para a comunidade local, para que posteriormente fosse agendada a consulta pública. 

Em sua decisão, Gustavo Catunda Mendes lembrou que o deferimento da tutela de urgência está condicionado ao preenchimento de dois requisitos: a probabilidade do direito invocado (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora). “No presente caso, neste juízo de cognição sumária, está consubstanciada a probabilidade do direito invocado”. 

O juiz ressaltou que, conforme alegado pelos autores, é necessária uma atuação diligente dos órgãos federais envolvidos no processo para que haja uma consulta pública satisfatória, com as devidas cautelas e informações técnicas, inclusive acerca da mencionada conta vinculada, planos de carga e estudos ambientais, bem como oferta dos dados ao público interessado. 

“A segurança jurídica, bem como a prudência e a cautela necessárias recomendam que, previamente à efetiva realização da consulta pública, seja oportunizado o exercício do contraditório e ampla defesa através da prestação de informações técnicas pelo Ministério da Infraestrutura e Antaq, sobretudo acerca do pleno atendimento às ressalvas e prévios ajustes nas documentações referentes à exclusão da denominada conta vinculada e demais requisitos suscitados pelos autores”, afirmou Gustavo Catunda Mendes. 

Quanto ao requisito de dano irreparável ou de difícil reparação, o juiz entendeu que também restou demonstrado no processo. “Os trâmites de ordem administrativa e técnica, seja o pleno acesso pelo público em geral, mão de obra portuária e entes interessados às minutas e documentos técnicos, bem como participação através de contribuições, subsídios e sugestões, devem ocorrer com antecedência segura e razoável perante os órgãos do Poder Executivo Federal”. 

Para o magistrado, as cautelas de ajustes prévios na documentação e observância de prazo razoável para a realização da consulta pública, bem como sua devida publicidade, não ocorreram. “Houve publicação do acórdão da Antaq e aviso de audiência em 16 e 17/12/2021, ou seja, às vésperas do início do recesso e férias coletivas de instituições e entidades públicas e privadas, ao apagar das luzes da virada de ano em plena pandemia da Covid-19 e há pouco mais de 30 dias antecedentes à realização da consulta pública definida para ocorrer em 7/2/2022”. 

Além disso, ao analisar a Deliberação Antaq nº 18, de 28/1/22, Gustavo Catunda Mendes concluiu que houve “grave limitação de tempo” para a realização da audiência (apenas 3 horas), bem como para inscrições de interessados em fazer manifestação (das 9 às 14 horas do dia 7 de fevereiro de 2022), “o que gera sérios riscos de se atender muito mais à formalidade de sua realização, do que ao cumprimento efetivo de seu propósito de ser um ambiente aberto de debates, esclarecimento de dúvidas e apresentação de proposições relacionadas à relevante desestatização do Porto de São Sebastião”. 

Por fim, o magistrado acolheu o pedido dos autores e suspendeu a consulta pública. Determinou, ainda, que a União Federal dê continuidade “de forma efetiva, pública e aberta a todos interessados dos objetivos de obter contribuições, subsídios e sugestões para o aprimoramento dos documentos técnicos e jurídicos, bem como dar acesso às minutas jurídicas e documentos técnicos, através dos canais eletrônicos disponibilizados pelo Ministério da Infraestrutura e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), por prazo indeterminado e até ulterior ordem deste juízo federal, sob devida advertência dos ônus legais em caso de eventual descumprimento, inclusive improbidade administrativa e crime de desobediência dos agentes responsáveis”. (RAN) 


Ação nº 5000016-97.2022.4.03.6135 - acesse a íntegra da decisão aqui 

Assessoria de Comunicação Social do TRF3 


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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

No Dia Mundial do Câncer, saiba o que fazer para evitá-lo e conheça as terapias que estão revolucionando o combate à doença

O câncer ainda é uma doença marcada pelo preconceito, e boa parte disso acontece por conta da desinformação. Mas, hoje, além das abordagens tradicionais, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia, já há existem tratamentos inovadores, como a terapia-alvo e a imunoterapia. Ambas são capazes de oferecer muita eficácia e menos efeitos colaterais. Com as novas tecnologias, a sobrevida cresceu significativamente. E as chances de cura total, principalmente quando há diagnósticos precoces, não param de aumentar. Isso não quer dizer, no entanto, que devemos nos descuidar. “Os hábitos têm um papel importante no surgimento de diversos tipos de câncer. É preciso ter uma alimentação saudável, com ingestão de legumes, frutas e verduras, pouca carne e zero embutidos. Não fumar, evitar a obesidade e bebidas alcóolicas em excesso são atitudes que também ajudam na prevenção”, diz o médico Frederico Muller, chefe do Setor de Oncologia do Hospital Marcos Moraes, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro. 

Ao contrário do que muita gente pensa, diz ele, a hereditariedade não é responsável pela maior parte dos cânceres. “Ela provoca apenas de 5 a 9% dos casos. O restante é decorrente do estilo de vida”, diz o oncologista, que, no Dia Mundial do Câncer, celebrado neste dia 4 de fevereiro, tira algumas das principais dúvidas sobre o assunto. Confira:
 

1) diagnóstico de câncer ainda assusta muitos pacientes. Há alguma forma de prevenção eficaz?

A boa alimentação e a prática de exercícios físicos com regularidade são fundamentais, mas muita gente ainda ignora a importância destes hábitos. Em 2017, uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostrou que 32,2% dos entrevistados em São Paulo não consideravam que a alimentação inadequada poderia causar câncer. Essa concepção precisa mudar.

O câncer de pele, que é muito prevalente, também pode ser evitado com algumas medidas simples, como uso de protetor solar e boné e a redução do tempo de exposição ao sol. Além disso, é necessário não descuidar dos exames regulares. Durante a pandemia, muitos pacientes deixaram de lado as visitas ao médico, e o resultado é que, no retorno aos consultórios, tumores que poderiam ter sido tratados precocemente, já estavam mais avançados.

Por isso, é fundamental fazer, entre outros, o PapaNicolau, que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Outra providência para as mulheres é agendar mamografia e, no casos dos homens, não deixar de consultar o urologista.
 

2) Quais os tipos de câncer mais comuns no Brasil?

De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2022 devem ser diagnosticados cerca de 625 mil novos casos da doença no Brasil. Os com maior incidência são os de pele, mama, próstata, cólon e reto e pulmão. 

O câncer de próstata, por exemplo, deve atingir 65.840 homens. O preconceito e a desinformação acabam afastando muitos pacientes do exame de toque, que é fundamental para o urologista identificar o tamanho do órgão, sua textura e até mesmo a presença de nódulos.  

No caso dos cânceres de pele e de mamas, o auto-exame é um aliado importante. Nódulos nos seios, secreção, aspecto de casca de laranja são alguns dos sinais de alerta.  

Nas doenças de pele, deve-se observar pintas que mudam de formato, que são assimétricas, que crescem de uma hora para outra. A “regra do ABCDE” pode ajudar a identificar lesões que precisem ser avaliadas por um médico: O ‘a' se refere à assimetria, o ‘b' mostra a importância de se observar as bordas, que não podem estar irregulares”, o 'c' é um indicativo de cor, quanto mais tonalidades numa mancha, pior. Já o 'd' é de diâmetro, e sugere que novas pintas com mais de 5 mm sejam examinadas. E, por último, a letra 'e' é de evolução. O paciente precisa saber se aquela pinta que sempre teve, mudou de aparência.  

Já o câncer de pulmão, que tem uma das mais altas taxas de letalidade, geralmente, não apresenta sintomas quando em estágio inicial. O maior cuidado que se pode ter para evitá-lo é não fumar, já que o tabagismo está associado a 85% dos casos.
 

 3) Quais as principais terapias hoje no combate ao câncer?  

Além da cirurgia, quimioterapia e radioterapia, hoje contamos com dois avanços importantes, a imunoterapia e a terapia-alvo. A primeira é um tratamento que induz o combate das células cancerígenas pelo próprio sistema imunológico do organismo. Os medicamentos estimulam a atuação dos linfócitos (nossos “soldados”), fazendo com que eles reconheçam o tumor como um corpo estranho e comecem a atacá-lo. Ela representa hoje uma revolução no tratamento porque, nos casos em que é eficaz, traz respostas duradouras do organismo no combate à doença. Além disso, apresenta menos efeitos colaterais do que a quimioterapia. Os pacientes tratados com o método em geral não apresentam queda de cabelo, náuseas, vômitos e a fraqueza característica após os tratamentos quimioterápicos. Mas podem evoluir para efeitos relacionados a autoimunidade, como hepatite ou hipotireoidismo. 

Já as terapias-alvo atuam em mutações genéticas específicas que ajudam um tumor a crescer e a se multiplicar. Elas podem agir de maneiras diferentes: bloqueando ou desligando os sinais que indicam para as células cancerosas que elas devem se dividir, impedindo sua sobrevivência ou até mesmo depositando substâncias letais dentro das células cancerosas. A terapia-alvo é desenvolvida de forma individual e tem dado respostas muito boas.


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