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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Papai Noel dos Correios 2021 – Milhares de cartinhas já estão disponíveis para adoção


Começou nesta quinta-feira (11) o Papai Noel dos Correios 2021, uma das campanhas de solidariedade mais admiradas do Brasil. O lançamento oficial da ação foi conduzido pelo presidente dos Correios, Floriano Peixoto, no edifício-sede da empresa em Brasília/DF, e teve as presenças do Papai Noel, de alunos da Escola Classe Kanegae, unidade pública de ensino do Distrito Federal, de padrinhos, madrinhas e entre outras autoridades convidadas.

Neste ano, a campanha terá formato híbrido, ou seja, físico e online. O envio e a adoção das cartas podem ser realizadas pessoalmente - nas agências participantes e nas casas do Papai Noel montadas pelo país-, e também no blog da campanha. Milhares de cartinhas emocionantes escritas por alunos matriculados em escolas públicas, até o 5º ano, e por crianças em situação de vulnerabilidade social, com até 10 anos de idade, estão disponíveis para adoção. Os pedidos dos pequeninos são dos mais variados: bolas, bonecas, calçados e até materiais escolares. A estatal coloca toda a sua expertise em logística e a força de seus empregados para atender às expectativas desses meninos e meninas.

Durante o lançamento, o presidente dos Correios destacou o empenho da estatal em promover a ação, em um momento que a sociedade precisou fortalecer elos de solidariedade. “Ano passado, a campanha teve que ser inteiramente digital em razão da pandemia que impactou profundamente a vida de todos. Entretanto, com a vida retornando aos poucos à normalidade e primando pelos cuidados ainda necessários para preservar a saúde das pessoas, é com muita alegria que anunciamos que a campanha terá formato híbrido. Este ato carrega um simbolismo muito grande, já que encontramo-nos em um momento que retornamos, aos poucos, a encontrar com os nossos familiares e amigos de forma presencial”, disse o gestor.

Em todo o país, mais de 65 mil cartas já foram recebidas até o momento. Após o trabalho de seleção, as cartinhas são disponibilizadas na internet e nos pontos de adoção. Ou seja, padrinhos e madrinhas têm muitas chances para tirar vários sonhos das nossas crianças do papel.


Como enviar uma carta – As cartinhas devem ser manuscritas e, depois, fotografadas ou digitalizadas para envio ao blog. É importante enviar uma imagem nítida para que a mensagem possa ser lida e compreendida pelo Papai Noel. As cartas que atenderem aos critérios estabelecidos pela ação são disponibilizadas para adoção no blog da campanha. Este ano, as crianças também podem deixar as cartinhas nas agências de Correios.



Como adotar – Para adotar, é simples e fácil. Basta se dirigir a uma unidade participante da ação ou acessar o blog da campanha. Na página, é preciso clicar em “Adoção On-line” e seguir os passos. Será necessário escolher a localidade para visualizar as cartinhas disponíveis em cada cidade ou município.


Entrega de presentes – A entrega de presentes deverá ser feita presencialmente, no ponto de entrega mais próximo da localidade indicada no blog. O atendimento presencial será realizado com atenção aos protocolos de segurança – uso de máscaras e distanciamento –, para evitar aglomerações.


Datas, locais e horários de atendimento dos pontos de adoção e de entrega dos presentes podem variar em cada Estado. Todas as informações estão disponíveis no endereço

https://blognoel.correios.com.br/.



Mais de 30 anos de história - A campanha nasceu pela iniciativa de alguns empregados da estatal que, durante a rotina de trabalho, recebiam cartinhas escritas por crianças destinadas ao Papai Noel, mas sem endereço. Sensibilizados, alguns deles resolveram adotar as cartinhas e enviar os primeiros presentes. Com o passar do tempo, a ação foi ganhando proporção na empresa e acabou se transformando em um projeto corporativo dos Correios.

A iniciativa visa incentivar a escrita por meio das cartinhas – propagando, entre as crianças, valores como solidariedade e esperança-, e, sempre que possível, atender aos pedidos de presentes daquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

Os Correios convidam a sociedade a participar da maior campanha natalina do país, que há mais de 32 anos ajuda a fazer o Natal de milhares de crianças mais feliz.

Acompanhe e participe também do Papai Noel dos Correios 2021 nas redes sociais da empresa. Faça parte dessa corrente do bem!


Nova descrição aumenta de sete para 28 o número de espécies conhecidas de gênero de águas-vivas

Nova espécie de água-viva descrita para o Brasil, Aurelia cebimarensis foi nomeada em homenagem ao Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar) e pode ser encontrada na praia onde ficam as instalações do centro, em São Sebastião (foto: Alvaro Migotto)        


Com diâmetro que pode variar entre dez e 46 centímetros – do tamanho de um prato de sobremesa, podendo chegar ao de um disco de vinil – as águas-vivas do gênero Aurelia são transparentes e têm aspecto gelatinoso. Podem ser encontradas em ambientes costeiros no mundo todo e, até recentemente, eram reconhecidas como pertencentes a sete espécies. Mas um estudo que reuniu pesquisadores de Brasil, Argentina e Estados Unidos elevou esse número para 28.

As descrições são essenciais para novas investigações sobre o gênero, um dos mais estudados entre as águas-vivas. A delimitação das espécies também contribui para estratégias de conservação em meio às alterações ambientais causadas pelas mudanças no clima. Os resultados foram divulgados na revista PeerJ.

“A proposta inicial era tentar entender o que estava acontecendo com esses animais no litoral brasileiro, mas acabou se expandindo quando tive a possibilidade de analisar animais do mundo inteiro. Ficou claro que a questão era mais complexa, pois demandava entender o contexto global antes de estabelecer as espécies que ocorriam no Brasil”, conta Jonathan Lawley, primeiro autor do estudo, realizado durante seu mestrado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) com bolsa da FAPESP.

Parte do trabalho foi conduzida no Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, também com apoio da FAPESP. Em Washington, Lawley pôde analisar a grande coleção do museu, composta de animais coletados no mundo inteiro.

Além disso, na Smithsonian, ele recebeu exemplares depositados em outras instituições norte-americanas. Em outra viagem, analisou ainda espécimes do Museu de Zoologia da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca. O pesquisador percebeu que a diferenciação era impossível comparando apenas características morfológicas dos animais, muitos sem nenhuma diferença entre si. Análises genéticas mostraram, contudo, que se tratavam de espécies diferentes.

“Estudar águas-vivas não é fácil. Primeiro, porque são animais que possuem apenas uma estrutura dura no corpo. Então, é muito difícil que o corpo dele se mantenha no longo prazo para podermos fazer medidas. Além disso, são animais gelatinosos, que podem encolher até 40% do volume com a preservação, já que contêm muita água. Outro fator importante é que algumas espécies são muito parecidas entre si”, explica André Morandini, professor do IB-USP e vice-diretor do Centro de Biologia Marinha (CEBIMar), também da USP.

O trabalho integra o projeto “Reconhecendo a diversidade de águas-vivas (Medusozoa, Rhopaliophora)”, apoiado pela FAPESP e coordenado por Morandini.

Genética

O estudo contribui para um debate que dura mais de 200 anos sobre quantas espécies compreendem o gênero de águas-vivas Aurelia. A primeira a ser reconhecida pela taxonomia moderna de Carl von Linné (1707-1778) foi Aurelia aurita, descrita pelo próprio Linné em 1758.

Outras descrições vieram, elevando de oito para 13 espécies, com algumas sendo descritas e outras invalidadas. Até o começo dos anos 2000, três eram aceitas como válidas além de A. auritaA. labiata, que tem uma boca característica, que lembra um lábio humano; A. limbata, do Ártico, com bordas amarronzadas, e A. marginalis, que ocorre no Golfo do México e no leste dos Estados Unidos.

Com o uso de ferramentas de genética, foram reconhecidas mais três espécies em 2016, todas no Mediterrâneo: A. coeruleaA. relicta e A. solida. Outras foram delimitadas usando informações de marcadores moleculares, mas não foram descritas formalmente, pois não contavam com dados morfológicos suficientes para serem comparados aos genéticos.

No estudo atual, foram combinadas informações da morfologia e de quatro marcadores moleculares, tanto do DNA mitocondrial quanto do nuclear. Por vezes, a diferença foi de apenas 5% do genoma.

Respondendo à pergunta inicial de Lawley, são três as espécies na costa brasileira, antes identificadas como uma única: A. aurita. Uma ganhou o nome de A. insularia, e pode ser encontrada principalmente em ilhas do Sudeste e Sul do Brasil, como Ilha Grande (RJ), além de Key Largo, na Flórida.

A. mianzani homenageia o pesquisador argentino Hermes W. Mianzan (1957-2014), que coletou alguns dos espécimes que tiveram o DNA sequenciado e que contribuiu significativamente para os estudos de águas-vivas no Atlântico Sudoeste. Pode ser encontrada na Praia do Segredo, em São Sebastião (SP), e na Bahía Samborombón, em Buenos Aires, na Argentina.

A. cebimarensis, por sua vez, ganhou esse nome em homenagem ao Centro de Biologia Marinha da USP, ao qual estão ligados os pesquisadores brasileiros envolvidos no estudo. O exemplar que serve como referência para a descrição foi encontrado na Ponta do Baleeiro, na Praia do Cabelo Gordo, onde o centro está localizado, em São Sebastião. A espécie provavelmente habita a maior parte da costa brasileira.

Outras duas espécies descritas em homenagem a cientistas da área foram A. montyi (referência a William “Monty” Graham, do Instituto de Oceanografia da Flórida) e A. miyakei (um tributo a Hiroshi Miyake, da Universidade Kitasato, no Japão).

A. raraA. aylaA. smithsonianaA. columbia e A. malayensis completam as dez novas espécies agora nomeadas. Três que haviam sido descritas no século 19 e uma no 18, e posteriormente invalidadas, foram revalidadas: A. clausaA. dubiaA. persea e A. hyalina. Sete outras permanecem sem descrição formal, uma vez que só estão disponíveis dados genéticos e não há caracterização morfológica.

“Nosso estudo reconhece a diversidade do gênero e vai ajudar a mostrar, por exemplo, como cada uma delas responde a determinados processos, quais são de uma localidade e quais são espécies introduzidas, entre outras questões”, exemplifica Lawley, que atualmente realiza doutorado na Griffith University, na Austrália.

“Temos em laboratório exemplares que vivem a 30 oC e outros a 10 oC. Agora sabemos que não é a mesma espécie. Um dos desdobramentos desse estudo já em curso é estudar os padrões de reprodução para verificar como as diferentes espécies respondem a variações ambientais e como isso será influenciado por alterações associadas às mudanças climáticas”, afirma Morandini, coautor do World Atlas of Jellyfish, lançado em 2019.

O estudo tem apoio da FAPESP ainda por meio de outro projeto, coordenado por Sérgio Stampar, professor da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (FCL-Unesp), em Assis, e de uma bolsa de pós-doutorado concedida a Maximiliano Maronna,  do IB-USP. Ambos são coautores do trabalho.

O artigo The importance of molecular characters when morphological variability hinders diagnosability: systematics of the moon jellyfish genus Aurelia (Cnidaria: Scyphozoa) pode ser lido em: https://peerj.com/articles/11954/.

 

 

André Julião

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/nova-descricao-aumenta-de-sete-para-28-o-numero-de-especies-conhecidas-de-genero-de-aguas-vivas/37297/

 

73% dos consumidores que pesquisam antes de comprar em supermercados, já utilizam a internet como meio principal (Sites de busca, Marketplaces e Redes Sociais)

Levantamento mostra que 92% dos consumidores fazem compras de supermercado de forma planejada (compras de reposição).

As compras de supermercado estão inseridas na realidade do brasileiro, facilitam sua rotina e trazem conveniência e qualidade. Cada vez mais o consumidor brasileiro está habituado com as compras online, mas a pergunta que fica é: será que o mercado brasileiro está preparado para essa evolução do consumidor? A empresa que estiver em todos os canais será mais relevante na jornada de compra do consumidor omnichannel e terá mais oportunidades de relacionamento e vendas. 

De acordo com o estudo “Jornada de Compra do Consumidor Omnichannel”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com o Instituto Qualibest, 88% dos entrevistados costumam pesquisar antes de comprar algo no supermercado; Desses, 73% dos consumidores que pesquisam antes de comprar em supermercados, já utilizam a internet como meio principal: 41% das pesquisas são feitas em sites de busca, seguido por 17% em Marketplaces, 15% em Redes Sociais. E apenas 20% pesquisam indo direto às lojas físicas. 

Em relação às compras de supermercado, 92% dos consumidores o fazem de forma planejada (compras de reposição). Ainda assim, 30% preferem ir à loja que precisam, mas em um local que tenha outras opções de lojas (shopping centers, ruas de comércio, galerias etc.), o que leva a uma possível compra por impulso. E quando a compra de supermercado é feita por impulso (8%), o principal gatilho são as promoções (57%). “Os números mostram que o consumidor, mesmo em compras planejadas, busca conveniência e pode estar aberto a compras por impulso”, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC. 

“Saber reconhecer esses gatilhos de compra é importante para aumentar o tíquete médio e entregar uma experiência mais relevante para os clientes”, acrescenta. 

Quando a compra de supermercado é online principal meio utilizado são aplicativos da própria loja/ marca (49%). Em seguida, aplicativos de entrega, que possuem igual relevância (48%). Em terceiro, Marketplaces (42%) também é uma das plataformas mais utilizadas pelos consumidores. O estudo ainda aponta que, embora a compra online de supermercado (16% compra semanalmente via smartphone) já faça parte da rotina dos consumidores, sua frequência ainda é bem menor do que nas lojas físicas (59% semanalmente) e apresenta características de compra diferentes. As três principais categorias de produtos adquiridas em lojas físicas são Frutas/Legumes/Verduras (77%), Proteína animal (76%) e Alimentos básicos (76%), enquanto na loja online são Alimentos básicos (58%), Produtos de limpeza (58%) e Itens de mercearia (52%). 

Já a forma de pagamento é semelhante, tanto nas lojas físicas quanto no online: cartão de crédito (42% e 63%) é o meio mais utilizado. O Pix já aparece com relevância de 10% no online e 5% nas lojas físicas. “As compras online cumprem uma jornada de abastecimento de itens com um componente emocional menor. O consumidor continua preferindo ir à loja para comprar frutas, carnes e outros produtos em que a aparência é importante na decisão de compra”, analisa Terra.

 

Metodologia

O estudo entrevistou 441 consumidores em todo o país e teve como objetivo entender a jornada de compra do consumidor brasileiro em supermercados, através de uma leitura de compras tanto no varejo físico quanto no online. Abordando aspectos relacionados ao hábito de compra, pesquisa de produtos, intenção de compras, motivos e frequência de compra.

A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC: 

 

SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo

 www.sbvc.com.br  

 

 Instituto Qualibest

https://www.institutoqualibest.com/


O futuro é digital e é idoso: o que aprendi com minha mãe de 83 anos durante a pandemia

Nunca é tarde demais para encarar o mundo digital. Minha mãe me provou isso aos 83 anos, quando perdeu o medo da tecnologia e decidiu aprender a usar o celular. Um processo difícil e um pouco solitário, porque foi o isolamento da pandemia que a fez perceber como a tecnologia poderia ser uma aliada para diminuir a distância de familiares e amigos. O fato é que a presença digital já não diz respeito apenas aos jovens e adultos. E isso não é só um retrato momentâneo, é também uma tendência que mudará para sempre a forma como a sociedade consome produtos e serviços.

Sim, os 80 são os novos 50. As gerações mais velhas estão encontrando na tecnologia meios para envelhecer melhor. Quando pensamos na covid-19, concluímos que a utilização dessas ferramentas tornou-se essencial ao grupo de risco. Minha mãe mesma está presente em mais redes sociais do que eu. Isso mostra que idosos têm descoberto que o digital pode dispor de ferramentas poderosas para minimizar o distanciamento social, dar autonomia e desenvolver funções mentais. Eles querem estar por dentro do que acontece no mundo, saber tudo sobre política, economia e saúde.

Mas, se para os jovens não é fácil acompanhar tantas atualizações do universo digital, para os idosos essa tarefa se torna ainda mais complicada. Só fui entender a dimensão dessa dificuldade quando acompanhei de perto o contato inicial da minha mãe com a tecnologia. Foi aí que percebi a necessidade de iniciativas, como cursos de capacitação para a terceira idade, começando pelas funções do smartphone, que pudessem diminuir os desafios e as barreiras que surgem na utilização de dispositivos. Enviar uma foto ou um áudio, participar de uma conversa de vídeo ou ainda encaminhar um arquivo são tarefas que se tornaram essenciais, mas não faziam parte da rotina dessas pessoas.

E é sim possível tornar mais fácil o uso de celulares e computadores. O primeiro passo seria as empresas de tecnologia se preocuparem com a experiência do usuário e a interface digital. Fontes e áreas de clique maiores, contraste de cores, atenção ao uso exagerado de elementos e informações claras de uso são alguns poucos exemplos do que precisa ser aplicado para facilitar a utilização de produtos digitais por idosos. Mais do que nunca, as empresas de tecnologia têm o dever de pensar em soluções para ajudar na inserção dos idosos nesse universo.

Estamos caminhando para um futuro cada vez mais digital e idoso. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil, em 2016, tinha a quinta maior população idosa do mundo; em 2030, terá mais velhos do que jovens e, em 2050, a população acima dos 60 anos será o dobro do contingente de crianças e adolescentes com menos de 14 anos. Até lá, a tecnologia já será uma parte intrínseca do nosso dia a dia e não faltarão ferramentas para tornar a vida mais segura. Por isso, a inclusão digital desse grupo mais vulnerável já é iminente e novos hábitos precisarão ser incorporados a partir dessa virada de chave. Terceira idade e tecnologia combinam, sim.

 


Ozires de Oliveira - gerente de Serviços e gestor de Ação e Responsabilidade Social no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI)


Dificuldades em Portugal levam cada vez mais médicos brasileiros para os EUA


Desde 2016, o número de brasileiros que decidiram morar em Portugal vem batendo recordes, e as estatísticas oficiais do governo português afirmam que aproximadamente 184 mil pessoas nascidas no Brasil vivem no país europeu. O aumento de cerca de 40% de brasileiros do que em anos anteriores se deve principalmente às crises econômicas e políticas que se agravaram no Brasil desde 2014.

 

Sem perspectivas de um futuro melhor no Brasil, muitos médicos brasileiros adotaram Portugal como novo lar, principalmente porque o país lusitano enfrenta uma falta sem precedentes de médicos no Sistema público de saúde do país. Há pouco tempo, o governo português revelou que a quantidade de médicos que atuam em Portugal neste momento é suficiente para atender apenas 10% da população.

 

Porém, o que parecia um sonho para estes brasileiros tem se revelado um pesadelo, uma vez que o processo de validação do diploma de medicina para atuar na profissão em Portugal tem se mostrado desafiador, e até mesmo aqueles que atuaram na linha de frente do combate a covid-19 na pandemia, se valendo de licenças temporárias, tem encontrado dificuldades em seguir trabalhando na área ou recebendo bons salários em Portugal.

 

A dificuldade em ter os diplomas reconhecidos em Portugal se deve principalmente a burocracia, que chega a exigir até 3 provas diferentes, além de longas checagens de antecedentes profissionais e criminais que podem levar até 1 ano para serem concluídas. Os altos valores cobrados pelas instituições portuguesas também foram reajustados em anos recentes, especialmente de 2018 para cá, afastando vários candidatos. Como se tudo isso não fosse suficiente, muitos médicos brasileiros acusam empregadores portugueses, tanto do setor privado quanto da rede pública, de discriminação contra profissionais estrangeiros.

 

Enquanto isso, os Estados Unidos vivem um momento completamente oposto. O país já demonstrou estar completamente recuperado da crise sanitária e econômica provocada pela pandemia, e todos os índices apontam para um crescimento recorde nos próximos meses. Para se ter ideia, cerca de 10 milhões de vagas de trabalho vem sendo criadas mensalmente nos EUA, desde julho de 2021, de acordo com dados do Departamento de Trabalho dos EUA (BLS).

 

“Assim como em Portugal, os EUA também sofrem com a falta de médicos e outros profissionais de saúde vitais para o país, como dentistas, enfermeiros e fisioterapeutas. Porém, o mercado de trabalho americano naturalmente oferece muito mais oportunidades, e apesar do processo de validação de diplomas para a América também ser burocrático, existe hoje um entendimento nos EUA de que o país precisa de médicos estrangeiros para dar conta da demanda que existe no já conturbado sistema de saúde pública americano, e por isso o governo americano vem flexibilizando muitas das exigências para que estas pessoas exerçam suas profissões nos Estados Unidos” – Informou Rodrigo Costa, Especialista em Mercado de Trabalho nos EUA.

 

Outro profissional da área de saúde que encontra muitas oportunidades de trabalho nos Estados Unidos são os dentistas. O Brasil, considerado referência na área de odontologia, é um dos países que mais contribuem com a chegada de dentistas na América, mas dentistas brasileiros também precisam passar por um processo de validação de diploma e testes de conhecimento. Foi para atender a este publico que o Dr. Cristian Brutten, odontopediatra brasileiro, fundou a Migtech, empresa que, além da questão do diploma também auxilia na recolocação do dentista do mercado de trabalho americano.

 

“Há uma carência muito grande de profissionais de odontologia na América. Para que se tenha uma ideia, existe hoje uma taxa de 65,7 dentistas por 100 mil habitantes nos EUA. No Brasil, esse número chega a ser mais do que o dobro: 140 dentistas para cada 100 mil habitantes. O dentista brasileiro que deseja trabalhar nos EUA irá encontrar muitas possibilidades, especialmente aqueles com maior qualificação profissional e acadêmica” – destacou o Dr. Cristian.

 

Logicamente, além do diploma, é preciso possuir o status imigratório correto para trabalhar nos Estados Unidos. Seja para trabalhar temporariamente ou em definitivo, é fundamental estar em dia com as autoridades de imigração do país.

 

O primeiro passo para qualquer profissional brasileiro que deseje morar nos EUA é conhecer quais são suas possibilidades de vistos e green cards. Existem muitos vistos americanos que concede o direito a residir e trabalhar legalmente na América não somente com base em empregos ou investimento, mas também com base no histórico profissional e acadêmico da pessoa” – Pontou o Dr. Felipe Alexandre, advogado brasileiro/americano de imigração e também proprietário da AG Immigration, escritório americano responsável pelos processos de green card de centenas de brasileiros.

 

“Embora muitas pessoas no Brasil pensem em se mudar para Portugal, 9 a cada 10 brasileiros normalmente escolhem os Estados Unidos quando decidem começar uma nova vida no exterior, tanto pelas oportunidades profissionais quanto pessoais que o país oferece. Para médicos, esta decisão é ainda mais fácil ainda, pois claramente conseguir a chance de atuar como médico na América é bem maior e menos complicada, além de financeiramente muito mais recompensador do que em Portugal” – concluiu Felipe Alexandre.

 



Rodrigo Costa – CEO da AG Immigration. Possui vasta experiência profissional em negócios, tecnologia, marketing e profundo entendimento do mercado americano. Ele é especialista em mercado de trabalho e investimentos nos Estados Unidos

 

AG Immigration 

https://agimmigration.law/


Consumo familiar é um dos vilões do desperdício de alimentos; veja dicas de como ser um consumidor consciente

CEO da FOOD TO SAVE aponta caminhos para implementar hábitos que podem melhorar sua rotina

Uma pesquisa realizada pela Nielsen, empresa global de informação, dados e medição germano-americana, apontou que 42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir o impacto no meio ambiente. Mas, ainda assim, o desperdício em casa continua sendo um grande vilão do consumo consciente, ou seja, o mau gerenciamento de compra de produtos ainda é grande no Brasil. Pelo menos é o que revela o relatório da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), de 2018, segundo o qual cada brasileiro desperdiça, em média, 41,6 kg de comida por ano. E o pior: durante a pandemia, a geração de resíduo domiciliar cresceu mais de 10%, alcançando um patamar entre 15 e 20%

Atenta ao cenário e buscando uma solução para o problema, a Food To Save aposta num modelo em que resgata produtos excedentes de estabelecimentos parceiros. A startup acredita na importância de contribuir com o meio ambiente adotando pequenos hábitos no dia a dia. "Nós não queremos só que os consumidores comprem a sacola. Nosso objetivo é que as pessoas saibam que estão fazendo parte de uma corrente importante, que beneficia o planeta e a sociedade. Além disso, é importante que elas pensem duas vezes antes de comprar apenas por impulso e jogar os alimentos no lixo", enfatiza o CEO e cofundador da FOOD TO SAVE, Lucas Infante.

Com venda de "sacolas surpresa" de alimentos com 70% de desconto, a foodtech fornece outra chance aos produtos próximos da validade ou que não podem ser reaproveitados no dia seguinte, como os perecíveis, por exemplo. Ao todo, são mais de 100 estabelecimentos cadastrados na Capital Paulista e no Grande ABC. As sacolas são adquiridas no site ou aplicativo da empresa e podem ser entregues via delivery ou retiradas diretamente nos locais escolhidos.

Segundo Infante, essa é apenas uma ponta da cadeia. "Estamos trabalhando para reduzir o desperdício de estabelecimentos em geral, mas essa é uma cultura que nós queremos levar para dentro da casa dos nossos foodsavers, como carinhosamente chamamos os clientes", completa.

O empreendedor elencou 4 dicas que podem ajudar a acabar de vez com o desperdício em casa. Confira:

1 - Planeje suas compras

Crie o hábito de fazer listas de compras antes de ir ao supermercado. Dessa forma você garante que comprará apenas o essencial e não por impulso ao ver os produtos na prateleira. Chegando em casa, o risco de desperdício desses alimentos é muito mais baixo, já que você sabe quais são os itens que você vai consumir na sua rotina.


2 - Conserve os alimentos de forma correta
Deixar os alimentos em locais limpos e temperaturas adequadas é essencial para que eles não estraguem e acabem tendo o lixo como destino. É importante destacar que cada produto tem o seu modo de armazenamento, que preserva a sua qualidade.

3 - Prepare apenas a quantidade de comida necessária
Os brasileiros estão acostumados a preparar uma mesa farta, com diversos tipos de pratos, e, muitas vezes, grande parte acaba sendo jogada fora. Pense socialmente e no meio ambiente como um todo, e cozinhe apenas o que a sua família pode consumir naquela refeição. Ah, isso vale na hora de fazer o prato também!

4 - Reaproveite tudo o que puder
Congelar os alimentos em embalagens apropriadas, como plástico ou vidro, é uma das formas corretas de armazenar a comida para reaproveitá-la em outro momento. A internet também nos ajuda muito para outra tática: procurar receitas para deixar seu alimento com uma nova cara; isso vale para cascas, sementes e até arroz e feijão já temperados.


Passo a passo: como funciona a FOOD TO SAVE

Os pedidos podem ser feitos diretamente no site da foodtech ou pelo aplicativo, disponível para Android e IOS. Basta inserir o CEP do local em que se encontra e visualizar os estabelecimentos mais próximos que possuem sacolas disponíveis no dia. O cliente pode optar por receber a sacola em seu endereço ou retirá-la diretamente no estabelecimento escolhido. De acordo com o que estiver disponível, a plataforma mostra o valor que deverá ser pago e o tipo de produto que irá na sacola surpresa, podendo o cliente escolher entre doce, salgada e mista.




FOOD TO SAVE - foodtech sustentável que nasceu para revolucionar o desperdício de alimentos no Brasil.


Opinião: intercooperação mostra ao Brasil o caminho do sucesso

“A dificuldade é um severo instrutor.” A frase do filósofo irlandês Edmund Burke, que se referiu à Revolução Francesa, pode parecer banal e até um pouco “batida” para a realidade imediatista e tecnológica do século XXI. Mas, se a pandemia nos deu boas e duras lições, o aforismo de Burke nunca esteve tão atual para o momento de reavaliação de nossas vidas pessoais e profissionais.

A maior crise sanitária e humanitária de nossa geração trouxe barreiras para a Era da Comunicação sem limites e empecilhos nunca antes vividos por indivíduos que - por comodidade ou inaptidão - decidiram se enclausurar e não buscar no “outro” a solução para seus problemas. Nisso, a intercooperação já nos mostrava, há décadas, o caminho para o sucesso, com seu modelo organizacional baseado em pessoas e na ajuda mútua, que trabalham em torno dos interesses em comum.

Vejamos o exemplo das cooperativas paranaenses Frísia, Capal e Castrolanda. Separadamente, as três não possuíam tamanho nem produção em escala para conseguir resultados nacionalmente. Com a criação da Unium, marca institucional que representa a intercooperação das companhias, hoje, unidas, as três são o segundo maior produtor de leite do país, com crescimento de 3,3% na produção em plena pandemia, totalizando 1,3 bilhão de litros de leite inseridos no mercado.

Mas, quais são os motivos desses números expressivos? Além da forte industrialização que surgiu com o nascimento da Unium em 2017, outros fatores também ajudaram no sucesso do projeto. O investimento em tecnologias, espaço maior no mercado, produtividade e valor agregado maior, assim como a qualidade já reconhecida dos produtos e uma estrutura de governança própria, constituída por um comitê misto, que auxilia na tomada de decisões e na unidade da gestão. Não foi fácil chegar até aqui, mas o caminho estava traçado desde a concepção. 

Cada cooperativa faz o seu trabalho de casa ao oferecer insumos, serviços e lojas agropecuárias para seus associados. Mas a parte industrial é feita em conjunto, sem que a identidade de cada cooperativa seja perdida ao longo do caminho. Além disso, outros projetos em segmentos estratégicos da Unium também têm ganhado espaço e, muito em breve, devem auxiliar econômica e socialmente a região em que estão inseridos, ao gerar empregos e oportunidades nos Campos Gerais paranaenses.

Esses e muitos outros que não cabem em um artigo, são apenas alguns dos aprendizados que o setor de intercooperação pode oferecer à sociedade como um todo. Temos os exemplos e os caminhos para mostrar que a união faz, sim, a força, sem nenhum medo de cair no lugar-comum. Se a pandemia nos trouxe adversidades, conseguir superá-la nos mostrou que o caminho que percorremos até aqui foi acertado, mesmo com algumas pedras encontradas pela estrada.



Auke Dijkstra Neto - gerente de Marketing da Unium


quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Vacinação e cuidados com a limpeza de ambientes podem prevenir a pneumonia, alerta especialista do Hospital Pequeno Príncipe

 12 de novembro é o dia escolhido pela Organização Mundial da Saúde para conscientizar sobre os riscos da doença


Febre persistente por mais de 72 horas, tosse, apatia e dor torácica são alguns dos sintomas que podem acender um alerta e indicar pneumonia. “A bactéria ou vírus pode atingir o que chamamos de parênquima pulmonar, ou seja, o pulmão. Quando o órgão infecciona, a doença se manifesta”, explica Paulo Cesar Kussek, médico responsável pelo Serviço de Pneumologia do Hospital Pequeno Príncipe. “Se esses quadros de febre e excesso de secreção persistirem, é importante buscar atendimento especializado”, destaca.

Crianças de todas as idades podem desenvolver pneumonia, mas as menores são mais suscetíveis. “Já existe vacina para prevenção da doença: na rede pública, temos a Pneumo 10; e na particular, a Prevenar 13, indicadas para serem aplicadas no primeiro ano de vida”, diz o especialista. Além desses imunizantes, é importante manter os outros do calendário vacinal em dia. O médico menciona que eles auxiliam a melhorar o sistema imunológico por via cruzada. “Manter os ambientes limpos, ventilados e sem excesso de umidade são atitudes aliadas à prevenção”, informa.

 

Paulo Kussek, médico responsável pelo Serviço de Pneumologia do Hospital Pequeno Príncipe, destaca a importância do diagnóstico precoce para tratar a pneumonia - Foto: Camila Hampf

 

Outras doenças respiratórias também podem evoluir para pneumonia. E a doença precisa ser tratada com antibióticos para curar. “Complicações podem acontecer; apesar de existir vacina, a pneumonia mata milhares de crianças com até 5 anos. Por isso, diagnosticar precocemente pode fazer toda a diferença”, alerta o pneumologista. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde, a pneumonia foi responsável pela morte de 802 mil crianças, em 2018, em todo o mundo. E, seguindo as tendências atuais, dados divulgados em 2020 pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontam que 6,3 milhões de crianças podem perder a vida em função da doença até 2030.

O recomeço das atividades, como volta às aulas, o contato com outras pessoas e o aumento na circulação também têm influenciado para o maior surgimento de casos de doenças respiratórias. “Antes da pandemia, a maior parte dos diagnósticos aconteciam entre março e abril. Agora, com a retomada das aulas presenciais e a mudança de estação acontecendo ao mesmo tempo, os atendimentos aumentaram de forma expressiva”, revela o médico. Também é preciso estar atento a pneumonias recorrentes. “Se isso acontecer com frequência, é sinal que existe outra doença por trás”, conclui.


Câncer de Cristiana Lôbo: Mieloma é raro e geralmente descoberto em estágio avançado

 Doença é considerada altamente letal quando descoberta tardiamente; Especialista alerta para sintomas iniciais como cansaço e dor óssea, que muitas vezes são confundidos como sinais comuns de envelhecimento


A jornalista da Globo News, Cristiana Lôbo, de 63 anos, faleceu nesta quinta-feira, 11 de novembro, por causa de um Mieloma. Mesmo em tratamento há alguns anos, ela teve complicações após uma pneumonia e acabou não resistindo. Cristiana deixa o marido, Murilo, os dois filhos, Gustavo e Bárbara, e dois netos, Antônio e Miguel.

Apesar de considerado raro, o Mieloma Múltiplo é o segundo câncer hematológico mais frequente entre a população mundial. No Brasil, estima-se que a cada ano sejam diagnosticados cerca de 7 mil novos casos. De acordo com a Dra. Mariana Oliveira, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo, esse tumor maligno é mais comum em pessoas acima de 60 anos. Geralmente, os sintomas iniciais costumam ser: cansaço, fraqueza e dor óssea, o que muitas vezes pode ser confundido com sinais de envelhecimento.

"O diagnóstico, por conta disso, acaba sendo feito após complicações mais severas, como fraturas nos ossos, surgimento de infecções, anemia e perda da função renal", explica a especialista. Por ter causas desconhecidas, Mariana comenta que não existem formas comprovadas de prevenção do mieloma, por isso a atenção a qualquer alteração na saúde é uma das principais recomendações para que o diagnóstico aconteça ainda na fase inicial da doença.

"Nosso corpo dá sinais quando algo não vai bem e por isso é sempre importante salientar que mudanças que afetam nossa rotina e bem estar devem ser investigadas. A detecção precoce do câncer é essencial para o sucesso das condutas terapêuticas", reforça.


Prevenção de mieloma múltiplo

Como alternativa para prevenir a doença, a Dra. Mariana Oliveira explica que é importante evitar a exposição a substâncias que aumentem o risco do desenvolvimento de mieloma múltiplo.

fundamental manter uma dieta saudável e o controle de peso, evitando assim a obesidade e possíveis consequências inflamatórias no organismo. Esse é um fato que pode afastar o risco de mieloma múltiplo", explica.


Diagnóstico e tratamento do Mieloma

O diagnóstico pode ser feito a partir de exame de sangue (hemograma e eletroforese de proteína serica), radiografia, tomografia e/ou ressonância magnética. Dependendo do quadro clínico de cada paciente, pode ser necessária uma biópsia da medula óssea, feita a partir da retirada de um fragmento do osso da bacia para análise em laboratório e um mielograma.

O tratamento de mieloma múltiplo deve ser iniciado tão logo os pacientes manifestem sintomas. "A quimioterapia é o tratamento mais comum, mas há ainda alternativas com o uso de terapia alvo (medicamentos inibidores que atacam as células doentes diretamente) e ainda a terapia celular, que consiste em usar as próprias células de defesa do paciente, modificadas em laboratório, para reconhecerem o ‘inimigo’ e se tornarem capazes de combater esses alvos específicos", explica a Dra. Mariana Oliveira. Em caso de recidivas - volta do mieloma múltiplo depois do tratamento - podem entrar na abordagem medicamentos imunomoduladores,anticorpos monoclonais e outras quimioterapias.

Já quanto ao transplante autólogo de células-tronco periféricas, o tratamento pode ser indicado para os pacientes com menos de 65 anos e os resistentes à quimioterapia. É feita uma quimioterapia pré-transplante com a administração de um agente alquilante, que vai eliminar as células neoplásicas/anormais seguida pela infusão de células tronco (medula óssea) do próprio paciente.

Por fim, deve haver atenção ao tratamento de suporte, ou seja, de sintomas físicos que possam prejudicar a qualidade de vida e a saúde do paciente. Ele pode auxiliar a manter os ossos fortalecidos, reduzindo a dor óssea, a hipercalcemia e a incidência de fraturas.


Novembro é o mês da conscientização sobre Hipertensão Pulmonar e pacientes lutam pela incorporação de terapia do SUS

Novembro é o mês da conscientização sobre a Hipertensão Pulmonar, uma doença grave, crônica e que pode levar à morte. E neste novembro, as pessoas que têm hipertensão pulmonar pedem ainda mais atenção da sociedade e do Estado. Temos a oportunidade de nos unir e de reivindicar que elas tenham acesso a tratamento adequado e melhores condições de vida.

Atualmente, aqueles pacientes que são acometidos pela hipertensão pulmonar tromboembólica crônica, a HPTEC, um dos tipos de Hipertensão Pulmonar, não possuem nenhuma opção medicamentosa para o seu tratamento no SUS. Quando são diagnosticados e encaminhados para o tratamento com medicamento, são largados à própria sorte.

Está em consulta pública a avaliação da incorporação no SUS do medicamento Riociguate para tratamento da HPTEC. O Ministério da Saúde quer ouvir o que a sociedade tem a dizer sobre esse assunto. Pacientes, familiares, cuidadores, profissionais da saúde, associações de pacientes, interessados no tema, todos temos o direito de contribuir para que os pacientes de HPTEC tenham, enfim, acesso à única terapia disponível para o tratamento da doença no país.

Pela terceira vez, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), o órgão do Ministério da Saúde responsável por avaliar e recomendar a incorporação ou não de medicamentos no SUS, nega o direito ao tratamento adequado às pessoas que vivem com HPTEC. Para esta consulta pública que está aberta, nº 90/2021, o parecer inicial da Conitec é pela não incorporação do Riociguate. Precisamos reverter essa decisão e fazer valer o direito à saúde dessas pessoas.


Pessoas que têm uma doença incapacitante

Dados da pesquisa "Vivendo com hipertensão pulmonar: a perspectiva dos pacientes", realizada pela ABRAF, apontam que mais da metade dos pacientes (56%) estão impossibilitados de integrar o mercado de trabalho por causa da doença. Muitos dos pacientes (63%) apresentam dificuldade até para realizar atividades simples do dia a dia, como tomar banho ou se vestir. Mais de 80% das pessoas declaram se sentir cansadas a maior parte do tempo. E tudo isso afeta a vida social e emocional dos pacientes: segundo a nossa pesquisa, 59% deixam de sair de casa devido às barreiras impostas pela doença.

Ora, quem tem hipertensão pulmonar convive com falta de ar aos pequenos esforços. Quem tem hipertensão pulmonar convive com sentimento de solidão. Quem tem hipertensão pulmonar convive com medo de não ter tratamento adequado, de sentir a doença progredir e tirar cada vez mais o fôlego de vida.

Este texto é um chamado para ação. Neste mês de conscientização da hipertensão pulmonar, temos a chance de ajudar essas pessoas que convivem com uma doença tão grave e não têm acesso a tratamento adequado. Até o dia 23, está disponível a consulta pública no site da Conitec. As consultas públicas são uma forma de exercermos a nossa participação social no SUS. Todos nós temos direito a participar da construção das políticas públicas de saúde e podemos contribuir para que os pacientes de hipertensão pulmonar tromboembólica crônica ganhem fôlego e tratamento. Vamos juntos nessa mobilização? Acesse o link da consulta pública, preencha o Formulário Experiência ou Opinião e vote pela incorporação do medicamento no SUS:

 


Flávia Lima - Presidente da ABRAF. jornalista, especialista em Saúde Coletiva pela Fiocruz Brasília e presidente da ABRAF.


Mais comum em idosos, Sarcopenia também pode atingir jovens

Condição que acaba diminuindo a massa muscular pode facilitar quedas e fraturas


Com o aumento da idade, a massa muscular tende a diminuir. Consequentemente, a força nos músculos também pode cair. Essa condição chama-se Sarcopenia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, em 2017, cerca de 15% dos brasileiros tinham sarcopenia a partir dos 60 anos de idade. Os dados também mostram que, a partir dos 80 anos, o número triplicou, chegando a 46% da população.

De acordo com o médico ortopedista Vinícius de Brito Rodrigues, membro da Sociedade Brasileira do Quadril, a perda de massa magra faz parte do processo de envelhecimento do corpo humano e pode começar a partir dos 30 anos de idade, com a diminuição de 1% a 2% ao ano. Entretanto, é possível que essa perda seja acelerada por doenças como diabetes, câncer, desnutrição, inflamações, alterações hormonais, medicamentos e infecções. Desta forma, pode haver o aparecimento desta síndrome.

De acordo com a especialista em sarcopenia, Kelem de Negreiros Cabral, médica geriatra do Hospital Sírio-Libanês, apesar de ser muito mais comum em idosos, esta condição também pode afetar outras faixas-etárias. ‘‘A sarcopenia pode atingir pessoas com idades diferentes, não sendo exclusiva da terceira idade’’, afirma a médica. "Por esse motivo, é importante sempre estar atento a possibilidade de o indivíduo apresentar sarcopenia que, se diagnosticada precocemente, pode ser tratada, evitando uma evolução para formas graves. Portanto o acompanhamento médico geriátrico regular é muito importante", complementa a especialista.


Quadril

Um dos locais atingidos pela sarcopenia, que acaba contribuindo diretamente para a redução de movimentos, é a musculatura do quadril. Segundo Rodrigues, um dos prejuízos que a articulação pode ter por conta da condição, são as quedas. ‘‘Com a perda de massa magra e o enfraquecimento muscular da pelve, o paciente pode apresentar dor articular por alteração biomecânica e sofrer quedas associadas à fratura do quadril’’, afirma o médico e alerta: ‘‘Isso pode gerar um aumento da taxa de mortalidade desses indivíduos’’, conclui.

De acordo com o médico, não há cura, mas há como prevenir a sarcopenia. ‘‘A prevenção se dá pela manutenção de prática de atividade física que leve ao fortalecimento muscular como musculação ou pilates’’, diz o doutor Vinícius. ‘‘Além disso devemos ter atenção com a nossa qualidade nutricional’’, completa.

Para a doutora Kelem, o importante é sempre ficar atento aos sinais. ‘‘O primeiro passo é um diagnóstico médico adequado da sarcopenia e de quais são as possíveis origens para o problema’’, diz. ‘‘A partir daí é iniciado um plano de cuidado terapêutico individualizado", afirma.


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