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terça-feira, 4 de maio de 2021

Atenção para os gatilhos que podem disparar a enxaqueca

Ansiedade, stress, tristeza, rotina inadequada de sono são algumas condições que podem disparar crises de enxaqueca, a dor de cabeça latejante que pode perdurar por até 72 horas1. Gatilhos que podem ter sido intensificados durante o período prolongado de pandemia de COVID-19. Determinados tratamentos podem prevenir e espaçar tais crises, segundo Consenso Latino-Americano de Tratamento. 

A enxaqueca é uma doença muito mais comum do que se imagina: segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 20% das mulheres e 5% a 10% da população masculina são afetados por esta, que é uma doença de alto custo pessoal, social e econômico 2. É considerada crônica quando a dor de cabeça se manifesta por mais de 15 dias ao mês1. Geralmente pode ser pior de um dos lados da cabeça e pode vir acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz, barulhos e odores1

"Alguns dos principais gatilhos para a enxaqueca se intensificaram no último ano, com a pandemia de Covid-19. O isolamento prolongado, maior carga de trabalho e incertezas gera um estresse crônico que aumenta a frequência e a intensidade das crises de dor de cabeça. E o uso excessivo de analgésicos sem indicação médica é um importante fator para cronificar a enxaqueca", diz Thais Villa, neurologista chefe do Setor de Cefaleias da UNIFESP 

Segundo a OMS, é a sexta doença mais incapacitante do mundo, e a primeira em adultos abaixo dos 50 anos3.

 

Enxaqueca Crônica

A frequência, duração e sintomas diferem a enxaqueca crônica das dores de cabeça comuns, tais como vômito, náusea, sensibilidade à luz, barulho, determinados odores e movimentos, persistentes por 15 dias no mês, por mais de três meses (no período de um ano)1. É também uma das principais causas de absenteísmo e diminuição da produtividade no trabalho 4,5, impondo um significativo impacto na economia devido aos altos custos para os pacientes e sociedade.

 

Tratamentos

Embora a enxaqueca crônica não tenha cura, é possível controlá-la, espaçando a ocorrência de crises e amenizando a intensidade dos sintomas, com medicamentos adequados a cada caso, sob prescrição médica. Segundo o Consenso Latino-Americano para as Diretrizes de Tratamento de Migrânea Crônica e o Consenso da Sociedade Brasileira de Cefaleia sobre o Tratamento da Migrânea Crônica 3,6, os tratamentos podem ter duas abordagens:

  • Tratamento agudo - para reduzir a frequência e intensidade das crises, melhorar os sintomas das crises, a escolha do medicamento será definida por um médico caso a caso, incluindo tratamento hospitalar em pronto-socorro 3
  • Tratamento preventivo - para prevenir a recorrência das crises 3, podem ser utilizados medicamentos orais, como 6neuromoduladores e betabloqueadores, e medicamentos injetáveis 6,7.  Entre os injetáveis, o objetivo é reduzir a percepção da dor pelo sistema nervoso central 3,6; o medicamento é injetado no trajeto dos nervos que inflamados provocam a dor de cabeça, em pontos específicos da cabeça, do pescoço e na porção mais alta do tronco.

 

Automedicação durante a pandemia: um alerta

O uso indiscriminado de analgésicos pode gerar um efeito rebote, requerendo o

consumo de mais medicamento, com consequente aumento das crises e sua

intensidade. Isso já acontece se utilizados 10 ou mais medicamentos de crise, por um período de mais de três meses. 

"Durante a etapa de distanciamento social e trabalho remoto, muitos pacientes de

enxaqueca crônica trocaram os tratamentos prescritos por medicamentos de fácil

acesso – mas esses medicamentos, em excesso, também podem disparar episódios de enxaqueca", diz Dra. Thais Vila.

 

Hábitos Saudáveis

Como muitos dos gatilho das crises de enxaqueca estão também relacionados aos hábitos de vida, manter uma rotina de alimentação e atividades físicas equilibradas favorece a qualidade de vida de quem sofre com a doença 1.

Para mais informação, acesse www.enxaquecacronica.com.br, portal criado com o objetivo de  fornecer informações sobre a condição, sendo a consulta com o profissional de saúde fundamental e imprescindível para eventual diagnóstico, tratamento e acompanhamento do paciente.

 

 

Referências

 

1 enxaquecacronica.com.br

2 Em https://sbcefaleia.com.br/noticias.php?id=2. Acesso em 5 de março de 2021

3 Giacomozzi AR et al. Consenso Latino-Americano para as Diretrizes de Tratamento de

Migrânea Crônica. Headache Medicine 2012;3(4):150-160.Consenso Latino-Americano para as

Diretrizes de Tratamento da Migrânea Crônica (headachemedicine.com.br)

4 Krymchantowski AV, Moreira Filho PF. [Update on migraine prophylactic treatment]. Arq

Neuropsiquiatr. 1999 Jun;57(2B):513-9.

5 Vincent M et al. Prevalência e custos indiretos das cefaleias em uma empresa brasileira. Arq.

Neuro-Psiquiatr. [online]. 1998;56(4):734-743. [Acesso em 2018 ago 27]. Disponível

em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v56n4/1625.pdf

6 Kowacs F, Roesler CAP, Piovesan ÉJ, et al. Consensus of the Brazilian Headache Society on

the treatment of chronic migraine [published correction appears in Arq Neuropsiquiatr. 2019 Oct

24;77(10):758]. Arq Neuropsiquiatr. 2019;77(7):509-

  1. https://www.scielo.br/pdf/anp/v77n7/0004-282X-anp-77-7-0509.pdf

7 Sacco S, Bendtsen L, Ashina M, Reuter U, Terwindt G, Mitsikostas DD, Martelletti P.

European headache federation guideline on the use of monoclonal antibodies acting on the

calcitonin gene related peptide or its receptor for migraine prevention. J Headache Pain. 2019

Jan 16;20(1):6.

https://thejournalofheadacheandpain.biomedcentral.com/track/pdf/10.1186/s10194-018-0955-y

 

Descubra 5 fatos sobre o uso de lentes de contato durante a pandemia

Especialista destaca quais os cuidados necessários para garantir a saúde e o bem-estar em tempos de COVID-19

 

À medida que a pandemia do novo coronavírus continua a fazer parte do dia a dia de todas as pessoas, o cuidado com a higiene e limpeza de itens pessoais continua a ser essencial e deve ser ainda mais reforçado. As medidas de prevenção adotadas e repassadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) devem ser seguidas corretamente para garantir a segurança e proteção de todos nesse momento, inclusive daqueles que utilizam lentes de contato. De acordo com pesquisa publicada no jornal Contact Lens & Anterior Eye (CORE) no ano passado, os usuários de lentes de contato podem ficar tranquilos enquanto ao seu uso durante a pandemia, desde que seguindo adequadamente as orientações de higiene.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase um em cada cinco brasileiros (19%) possui alguma necessidade de correção visual. Por isso, tanto para usuários de óculos como para usuários de lentes de contato, uma das principais recomendações é manter as mãos sempre limpas e evitar levá-las aos olhos ou qualquer parte do rosto em qualquer circunstância. De acordo com a Dra Débora Espada Sivuchin, oftalmologista da Johnson & Johnson Vision é importante seguir as orientações fornecidas pelas autoridades de saúde pública. “No momento pelo qual passamos é ainda mais importante a atenção e o cuidado com a higiene dos itens de uso pessoal, especialmente as lentes de contato. O nosso objetivo é sempre conscientizar as pessoas com informações relevantes e que ajudem na prevenção e a diminuir a propagação do vírus. E para os usuários de lentes de contato, a rotina não precisa mudar, se as recomendações e cuidados que devem ser mantidos rotineiramente forem seguidos corretamente”.

Confira abaixo algumas dicas de especialistas para ter segurança e conforto no uso das lentes de contato:

  1. Você pode continuar usando as lentes de contato: Não há evidências científicas de que os usuários de lentes de contato tenham um risco mais elevado de contrair COVID-19 em comparação com os usuários de óculos. Consulte o seu oftalmologista e mantenha a rotina de limpeza, higiene e armazenamento das lentes recomendados.
  2. Os bons hábitos de higiene essenciais: A lavagem e a secagem corretas e completas das mãos são essenciais, assim como o cuidado adequado das lentes de contato, garantindo uma boa higiene do estojo das lentes de contato e limpando regularmente os óculos com água e sabão. Esses hábitos podem ajudá-lo a manter-se saudável e longe de problemas de saúde.
  3. Os óculos regulares não oferecem proteção: Nenhuma evidência científica apoia rumores de que os óculos comuns oferecem proteção extra contra o COVID-19, uma posição apoiada pelos Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
  4. Mantenha as mãos longe do rosto: Independente se é usuário de lentes de contato, óculos ou não precise de correção visual, evite tocar o nariz, a boca e os olhos com as mãos não lavadas, como orientado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e CDC.
  5. Se estiver doente, interrompa temporariamente o uso das suas lentes: Os usuários de lentes de contato que estiverem doentes devem interromper o uso das lentes enquanto estiver apresentando sianis e sintomas de COVID-19. Após esse período deve retornar ao seu médico oftalmologista e conforme a suas orientações, pode retomar o uso de lentes de contato, lembrando também de utilizar estojos novos para o armazenamento das lentes.

 


Johnson & Johnson Vision

 www.acuvue.com.br


Dia nacional do uso racional de medicamentos

Em 1998, o Conselho Nacional de Entidades Estudantis de Farmácia instituiu o Dia Nacional pelo Uso Correto de Medicamentos. Também conhecido como Dia da luta dos estudantes de Farmácia pela saúde, a data ganhou grandes proporções e é celebrada como Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. O dia 05 de maio foi a data criada como alerta para a população ficar atenta quanto aos problemas causados para saúde pela automedicação. Ressalta-se que o objetivo é alertar que o uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação são as principais causas do número elevado de intoxicação por remédio.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, entende-se que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.

Qualquer que seja a doença, de longa duração ou passageira, o tratamento deve ser bem entendido pelo paciente, seu familiar ou cuidador, e seguido com rigor até o final, de acordo com a receita e as orientações recebidas e em caso de dúvidas sempre pedir orientação ao farmacêutico de como deve utilizar o medicamento para que possa atender a prescrição do mesmo.

O alívio da dor ou o desaparecimento dos sintomas ou sinais não significa a cura da doença. A interrupção do tratamento antes do prazo informado na receita pode resultar em agravamento da doença.

Evite tomar o medicamento quando estiver deitado. Tomar com um copo cheio de água (aproximadamente 200 mL), nunca com refrigerante, chá, café ou bebida quente. Lembre que nem todo medicamento pode ser tomado com leite, sucos de frutas ou mesmo com alimentos.

Algumas informações são cruciais para o uso racional do medicamento, assim ele poderá fazer o efeito esperado sem gerar nenhuma surpresa causada por uso equivocado, portanto ficar atento que o medicamento que deu certo para algum familiar, amigo ou vizinho não é garantia que dará certo para outra pessoa.

Um exemplo de erro muito comum é não fazer o tratamento pelo tempo indicado parando antes do final do tempo estipulado, além de tomar menor dosagem ou menos vezes do que foi receitado ou até mesmo achar que se tomou a quantidade receitada se sentiu melhor resolver aumentar a dosagem por conta própria correndo risco de toxicidade.

Não abra cápsulas, não quebre ou tente dividir comprimidos. Use sempre seus medicamentos conforme a receita e as orientações do profissional da Saúde.

A melhor maneira de se comemorar o dia nacional do uso racional de medicamentos é só utilizar o medicamento prescrito e com orientação.

 


Amouni Mohmoud Mourad - graduada em farmácia - Habilitação Análises Clínicas; Pós-graduada em Fundamentos da Educação; e Mestre em Análises Clínicas; doutora em Ciências da Saúde. É professora do curso de Farmácia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


Anticorpos neutralizantes, já temos?

A boa notícia é que em 17 de janeiro o Brasil iniciou o processo de vacinação contra a covid-19 e, desde então, temos em torno de 3,2% da população vacinada. Dentre as opções de vacinas, apenas a CoronaVac/Butantã e a AstraZeneca/Oxford foram aprovadas para uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as demais já têm mais de 75% da documentação (Fiocruz, Pfizer) necessária ou estão chegando a essa etapa (Janssen). A pergunta que não quer calar, então, é: depois de quanto tempo de fato vamos estar imunizados?

As vacinas são aliadas na produção de imunidade contra vírus e bactérias, estimulando o organismo a produzir anticorpos contra as doenças causadas por esses patógenos. A presença de anticorpos neutralizantes, por sua vez, informará se o paciente tem a capacidade de neutralizar a entrada do vírus na célula. Esse nome significa que ele “neutraliza” a entrada do vírus no corpo. Por isso a importância do exame que os detectam para quem foi vacinado, já que ele irá revelar se a pessoa produziu anticorpos efetivamente neutralizantes ou não.

A CoronaVac tem a eficácia geral de 50,38%, o que significa que durante o estudo clínico, o grupo que recebeu a vacina, em comparação ao que recebeu placebo, evitou mais da metade dos possíveis casos; daqueles que ainda assim desenvolveram a doença, 78% tiveram sintomas leves e nenhum caso de internação foi registrado (100% de eficácia contra casos graves). A vacina de Oxford (AstraZeneca), por sua vez, apresentou dois resultados diferentes em relação a sua eficácia: 62% quando aplicada em duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra completa. Os cientistas calcularam uma média entre os dados obtidos e chegaram em 70% de média de eficácia. A principal característica dessas vacinas é reduzir a probabilidade de casos graves que necessitem de internação e óbitos, acima da característica de evitar a doença.

A notícia não tão boa é que ainda não temos dados sobre o real resultado de anticorpos neutralizantes produzidos pela população já vacinada, pois o processo ainda é recente. Em torno de 6,7 milhões de brasileiros receberam ao menos uma dose da vacina até agora; apenas 0,95% da população recebeu as duas doses recomendadas.

Uma coisa é certa: o teste de anticorpos neutralizantes será cada vez mais relevante para detectar e/ou monitorar a capacidade neutralizante conferida pelas vacinas, afinal, nenhuma vacina tem ainda 100% de eficácia contra infecção ou reinfecção, esse é o caminho árduo que ainda enfrentaremos este ano.

 


Fabio Moruzzi - diretor Comercial na NL Diagnóstica – nldiagnostica@nbpress.com. 

4 coisas que você tem que saber sobre o Parkinson

 Especialista fala um pouco mais sobre a doença e suas características

 

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva, ou seja, ela vai agravando com o passar do tempo e infelizmente ainda não tem cura, mas tem tratamentos que ajudam a conviver melhor com a doença.  “O Parkinson tem em sua origem na diminuição intensa da produção de dopamina, uma substância química – um neurotransmissor - que auxilia nosso corpo a transmitir mensagens entre as células nervosas”, esclarece Mariana de Carvalho, fisioterapeuta e coordenadora do Núcleo Paraense de Recuperação Motora Cognitiva e Comportamental (NUPA). 

Segundo Mariana, é a dopamina que auxilia na realização dos movimentos voluntários do nosso corpo. É graças a essa substância que isso acontece, e a falta dela na região encefálica faz com que o controle motor do indivíduo seja prejudicado: “Conforme vamos envelhecendo, vamos perdendo algumas das células que produzem a dopamina, o que acontece no Parkinson é que essas pessoas têm esse ritmo de perda muito acelerado e acabam manifestando os sintomas”. Mas o Parkinson não se resume apenas aos tremores que todos conhecemos, por isso, a fisioterapeuta elenca 5 coisas que você deve saber sobre o assunto. 

  1. Nem todo paciente com doença de Parkinson tem tremor.  Conhecida como “tremor em repouso”, essa característica fica mais evidente quando a às mãos do paciente estão paradas. O que muitos não sabem, é que nem todos os pacientes com doença de Parkinson apresentam esse sintoma, em 30% dos casos o tremor não aparece, sendo a lentidão dos movimentos e a rigidez os sintomas mais evidentes.

 

  1. Pacientes com doença de Parkinson também apresentam sintomas não motores, como alterações no sono e na memória. Como dito acima, os principais sintomas da doença são os tremores, a lentidão motora e a rigidez das articulações. Porém, os pacientes podem apresentar também os chamados sintomas não-motores como alterações no sono, na memória, diminuição do olfato e até alterações intestinais.

 

  1. A doença de Parkinson atinge principalmente idosos, mas pode acometer jovens. A grande maioria dos casos acontece com pessoas acima dos 60 anos, mas dados do governo federal apontam que cerca de 10% dos pacientes com a doença têm menos de 50 anos e 2% menos de 40 anos.

 

  1. O risco de quedas é aumentado em pacientes com doença de Parkinson. Pessoas que sofrem com a doença têm um risco de queda duas vezes maior se comparado com pessoas saudáveis da mesma idade. Tarefas simples do dia a dia como colocar o sapato, por exemplo, podem provocar desequilíbrio, aumentando o risco de quedas.

Infelizmente não existem dados oficiais sobre a doença no Brasil, pesquisas não-oficiais mostram que o país tem hoje cerca de 250 mil portadores da doença e estudos internacionais estimam que esse número dobrará até 2030.

 

 

Núcleo Paraense de Recuperação Motora Cognitiva e Comportamental (NUPA)

Facebook @nupa.belem  e Instagram @nupa.belem


Pediatra explica o que é a dor de crescimento e ensina como lidar com este incômodo

Queixas de dores em membros são comuns em crianças a partir dos três anos de idade; segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, condição afeta cerca de 10% a 20% dos pequenos


Durante o dia, a criança corre, pula e joga bola sem nenhuma dificuldade – e inclusive reclama quando é hora de parar a brincadeira. De noite, porém, surge uma dor intensa e inexplicável, a ponto de levar a criança ao choro e na manhã seguinte a criança está totalmente assintomática e não apresenta nenhuma limitação física. “Relatos como este podem sugerir  Dor de Crescimento, que além do aparecimento noturno ,  normalmente é bilateral e sua localização preferencialmente  nas coxas, canelas, panturrilhas ou atrás dos joelhos”, afirma a Dra. Felícia Szeles, pediatra.

Trata-se de uma condição benigna, de evolução crônica e de curso autolimitado, acometendo de 10% a 20% das crianças . O início das crises geralmente ocorre entre 3-6 anos , podendo afetar meninos e meninas igualmente e é possível detectar história familiar positiva.  Embora não tenha relação com nenhuma fase do crescimento físico, o termo “dor do crescimento” foi consagrado pelo seu uso frequente e, apesar de muito comum e ser benigna, é um diagnóstico de exclusão e sempre deve ser diferenciada de outras causas de dor presentes em doenças mais sérias. 

Segundo a especialista, não há explicação totalmente comprovada sobre as causas dessa dor. “Algumas teorias falam sobre a hipermobilidade articular e fadiga muscular que ocorrem em dias de muita atividade física realizada pelas crianças, que provocariam a dor noturna”, explica. Ela lembra que, quando a dor não é sempre no mesmo local e não vem acompanhada de  febre, emagrecimento, manchas nas pernas, inchaços ou limitação do caminhar, os pais podem ficar tranquilos. “Mas uma consulta com o pediatra é fundamental para afastar outras suspeitas”, alerta Dra. Felícia.

A médica reforça que sempre deve-se descartar problemas de caráter emocional , . "A criança triste sente dor de fato. Motivos são vários como a entrada ou mudança de escola ou até mesmo a chegada de um irmãozinho”, esclarece ela.

Por isso, para amenizar as dores, a pediatra recomenda um tratamento de acolhimento por parte dos pais. “É interessante dar atenção às reclamações e ficar ao lado da criança. Para aliviar o incômodo, os pais podem fazer uma massagem na região. Se for muito forte, os pais podem dar um analgésico simples ou usar uma bolsa de água quente no local”, diz a médica. Outra dica é fazer alongamentos regularmente, o que pode ajudar na prevenção.

A Dra. ainda ressalta que as dores não causam nenhum tipo de deformidade nem restrição de movimentos. “Do mesmo jeito que ela vem, ela vai, mas o mais importante é sempre consultar o pediatra para que ele descarte condições mais graves”, finaliza a especialista. 

 


Dra. Felícia Szeles - Formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC - Campinas), é especialista em Pediatria e Alergia e Imunologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Pediatra nas áreas de Puericultura, Infância e Adolescência, também realiza acompanhamento pediátrico pré-natal em gestante. Como Alergista, atua com foco no atendimento infantil.

 

Câncer não é impeditivo no destino das mulheres que querem engravidar; entenda

Especialista explica a importância da preservação da fertilidade como parte da conduta de cuidados oncológicos


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 625 mil novos casos de câncer em 2021, sendo que pouco mais da metade deles, 316.280, afetarão o gênero feminino. Além disso, o levantamentos globais vêm apontando para o aumento ano a ano dos casos de câncer, sendo o de mama o mais incidente nesta parcela da população e que assumiu em 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde, o topo do ranking das neoplasias malignas mais comuns em todo o mundo - por aqui, mais de 66 mil mulheres receberão o diagnóstico da doença.

E é diante deste cenário desafiador para a medicina que uma outra realidade se apresenta: a progressão contínua dos diagnósticos de câncer aumenta também os índices entre pessoas jovens. Estima-se que em torno de 7% dos casos de câncer de mama atinjam mulheres abaixo dos 40 anos no mundo - uma descoberta que para muitas destas mulheres representa um impacto severo que vai além do tumor em si, e impacta diretamente as suas perspectivas de futuras chances de gravidez. A crença, segundo especialistas, não é necessariamente uma realidade e, atualmente, uma nova área médica que busca preservar a fertilidade de pessoas que vivem ou viveram com a doença, cresce no país e no mundo. Trata-se da oncofertilidade.

A especialidade conecta a oncologia à medicina reprodutiva, com o objetivo de preservar a fertilidade de pacientes, como explica Michelle Samora, oncologista do CPO Oncoclínicas. "No Brasil, cerca de 19% dos casos novos de câncer em mulheres ocorrem em pacientes de até 44 anos de idade e 21% até os 49 anos, período considerado fértil para cerca de 90% das mulheres. Na faixa etária de 20 a 39 anos, alguns dos tumores mais incidentes são câncer de mama, colo uterino e ovário, todos os que podem afetar a fertilidade".

Homens também podem sofrer em tratamentos de câncer, por exemplo, na próstata e testículos, mas, em geral, a preocupação e as consequências na fertilidade tendem a ser maiores em relação às mulheres, inclusive por conta da gestação.

"Sabemos que todos os pacientes em idade reprodutiva podem ter a sua fertilidade comprometida, seja pelo tratamento cirúrgico, por tumor de ovário, de testículos ou através da quimioterapia em si. Qualquer tratamento oncológico pode influenciar na incidência de infertilidade do paciente", afirma a médica.



Debate sobre fertilidade não deve ser ignorado

De fato, Michelle Samora conta que alguns tratamentos indicados para combate ao câncer podem afetar de alguma forma a fertilidade, provocando sintomas como menopausa precoce e dificultando a gravidez. No entanto, o maior entrave ainda está no impacto psicológico que este risco gera entre pacientes.

Dra. Michelle explica que 10% das mulheres com menos de 30 anos vão ter infertilidade após o tratamento do tumor. Já acima dos 40 anos, o problema pode afetar cerca de
das pacientes.

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É muito importante salientar que a questão da fertilidade precisa ser conversada antes, durante e após todo o processo de combate ao câncer entre médico e paciente. Além da preservação dos óvulos pré tratamento, vale ressaltar que superado um câncer, as mulheres podem engravidar. Com algumas delas, isso acontecerá naturalmente e outras precisarão recorrer à fertilização em laboratório. De toda forma, a gravidez não aumenta a reincidência ou surgimento de um novo câncer futuro. Este é um dos mitos sobre a doença que precisamos esclarecer", ressalta.

A falta de conhecimento é comum e uma das principais barreiras para as mulheres que buscam ajuda, aponta a Dra. Michelle, já que a oncofertilidade ainda é uma área nova e pouca conhecida dentro da medicina.

"A confiança com os médicos é fundamental nesses casos. Muitas sobreviventes do câncer têm a fertilidade como uma das principais preocupações e são mal informadas, acreditando que não poderão mais engravidar, o que nem sempre é verdade", comenta.



Tipos de Tratamento

Há diversos tipos de tratamentos para preservar a fertilidade. Um deles é a criopreservação de embriões, que consiste na conservação de células por meio de processo de resfriamento e manutenção a cerca de 190°C negativos. Em temperaturas tão baixas, não há atividade metabólica e as células encontram-se em estado de suspensão de suas reações químicas. "O princípio básico da criopreservação é o de manutenção da viabilidade e da função celular após o descongelamento. Neste método, há a criopreservação de embriões", explica a especialista do CPO.

O método citado por Michelle Samora, popularmente chamado de congelamento de embrião, tem se tornado um aliado para as mulheres que foram diagnosticadas com câncer, mas ainda sonham em ser mãe após o tratamento.

Outro caso é a criopreservação de ovócitos, que dará origem ao óvulo feminino. A técnica, conforme explica a especialista, tem a vantagem de eliminar a necessidade de um parceiro ou sêmen de doador, o que promove a autonomia reprodutiva feminina.

Uma outra alternativa, ainda experimental, seria o transplante de tecido ovariano. E há ainda a transposição do ovário, que desloca os ovários do campo de incidência da radioterapia, usualmente acima da cavidade pélvica. Este método é utilizado nos casos, por exemplo, de câncer de colo de útero.

De todos eles, o mais importante, destaca Michelle Samora, é mesmo que a mulher se informe e busque as principais alternativas para as suas condições, com médicos de confiança. "Fundamental é mesmo saber que o câncer não é mais necessariamente um impeditivo no destino das mulheres que querem engravidar".

Mau uso de colírio pode interromper a gravidez

Oftalmologista ensina como instilar o colírio para não afetar a saúde do bebê e da gestante. 

 

A proximidade do dia das mães comemorado no próximo domingo (9) traz um alerta às gestantes do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier. "Colírio não é uma aguinha refrescante. O uso incorreto durante a gravidez pode causar graves problemas ao desenvolvimento do bebê. Dependendo da fórmula pode até provocar contrações uterinas e levar à interrupção da gestação", afirma 

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) 3% dos defeitos congênitos são causados pelo uso de medicamentos ou drogas durante a gravidez. “Até as gotinhas de colírio, aparentemente inofensivas, podem afetar o bebê”, afirma Queiroz Neto. Isso porque, em mulheres grávidas a elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo hepático dos medicamentos que ficam mais concentrado na corrente sanguínea. O problema, afirma, é que o brasileiro não vê colírio como remédio”, comenta 

O oftalmologista ressalta que a gestante deve tomar o dobro de cuidado ao usar colírio. Isso porque, segundo a agência FDA (Food and Drugs Administration) que regulamenta medicamentos nos EUA, nenhum tipo de colírio pode ser considerado sem risco para grávidas porque não são feitos testes com gestantes antes dos lançamentos. “Para evitar que as substâncias entrem na corrente sanguínea da mãe e afetem o bebê a dica é ocluir o canto interno do olho com o polegar sempre que precisar usar colírio”, ensina.

 

Glaucoma

O médico alerta que o tratamento do glaucoma não pode ser interrompido. O problema, comenta, é que no Brasil os colírios mais usados para controlar a doença são os  análogos de prostaglandina. “Estudos mostram que este tipo de colírio  pode induzir à contração da musculatura uterina e levar à interrupção prematura da gestação”, afirma.  Já os betabloqueadores, destaca, podem alterar a frequência cardíaca do feto.  Dos medicamentos para glaucoma o mais seguro é o tartarato de brimonidina que não revelou alterações em fetos de ratos segundo relatório do FDA, mas nem todos os casos da doença atingem bom controle da pressão intraocular só com este colírio”, salienta.

 

Plugue

 O oftalmologista afirma que se a mãe tiver dificuldade de ocluir o canto interno do olho para garantir o tratamento sem afetar o feto, é indicado o implante no canto do olho de um plugue  de colágeno que mantém o colírio circulando só no olho, além de evitar a contaminação e descontinuidade do tratamento. O material é compatível com as estruturas internas do olho. Biodegradável, dissolve e é absorvido sem causar efeitos colaterais.

 

Olho vermelho

Queiroz Neto destaca que o uso de colírio vasoconstritor para deixar os olhos branquinhos reduz a troca de oxigênio e nutrientes entre a mãe e o feto através da placenta. Na gravidez, explica,  os olhos ficam vermelhos porque o aumento da produção do estrogênio provoca a síndrome do olho seco. Para resolver o problema é melhor consultar um especialista que checa a gravidade de problema e a terapia mais adequada. Quando o colírio vasoconstritor cai na corrente sanguínea também contrai os vasos da placenta e a nutrição do feto fica comprometida, explica. Embora esta privação não seja suficiente para que o bebê nasça com alguma deformidade, pode refletir na saúde em algum momento da vida.

Para a futura mãe, ressalta, o uso indiscriminado desse tipo de colírio predispõe à catarata precoce, alterações cardíacas e elevação da pressão arterial. 

 

Prevenção

Queiroz Neto afirma que qualquer colírio usado na gravidez pode afetar a saúde do bebê, inclusive os antibióticos e anti-inflamatório usados no combate à conjuntivite que interferem na imunidade do feto. Por isso, a recomendação do médico é lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, compartilhamento de maquiagem, fronhas e computadores para prevenir a contaminação dos olhos por bactéria ou vírus, especialmente enquanto estivermos vivendo esta pandemia de coronavírus.


Higienização das mãos pode diminuir probabilidade de infecção por COVID-19 em até 36%

 Dia Mundial de Higienização das Mãos reforça a importância desta ação. Segundo infectologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, quando conduzido de maneira adequada, este ato individual funciona como uma vacina universal, sendo um dos meios mais importantes para evitar a propagação de vírus e bactérias.


Visando conscientizar a população, principalmente em meio à pandemia, no dia 05 de maio é celebrado o Dia Mundial de Higienização das Mãos. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde em 2009, porém ganhou destaque no cenário pandêmico devido à crescente preocupação em relação a cuidados higiênicos. A limpeza correta das mãos pode reduzir a incidência de infecções respiratórias entre crianças menores de cinco anos de idade em cerca de 25%, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde. Por mais simples que seja, este ato limita a propagação de bactérias resistentes e, de acordo com o Unicef, se realizada com frequência, a lavagem com água e sabão pode diminuir a probabilidade de infecção por COVID-19 em até 36%.

De acordo com a Dra. Glaucia Fernanda Varkulja, infectologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, quando conduzida adequadamente, a higienização das mãos é, de longe, uma das ações individuais mais importantes para a prevenção de infecções. "Esta atividade sempre foi importante, porém ganhou holofotes durante a pandemia. Não houve uma mudança no protocolo recomendado para esta prática, porém a cultura associada ao ato foi impactada consideravelmente no atual cenário. O álcool em gel, por exemplo, tem ganhado determinado destaque no cotidiano. Pessoas que nunca se preocuparam em levar um frasco com o produto, passaram a carregá-lo", adiciona a Dra. Glaucia.

A proteção contra a transmissão de germes só é garantida mediante a realização de determinados passos, que poderão variar de acordo com a utilização do álcool em gel, ou da água e sabão. "Temos que cobrir todas as superfícies das mãos durante a limpeza: palmas, dorsos, dedos (sem esquecer os polegares) e suas pontas, além das regiões interdigitais (entre os dedos). Se um indivíduo utilizar água e sabão, ou álcool em gel, para fazer uma higienização apenas de ‘palma com palma’, sem se preocupar com as outras superfícies, algumas regiões não serão eficientemente cobertas. Desta forma, a mão continuará atuando como um veículo de transmissão", completa a especialista.

Além da área a ser coberta, a quantidade de produto e tempo utilizado são fatores de extrema relevância para que possamos conduzir esta ação da maneira mais adequada. Segundo a infectologista, o prazo mínimo de fricção para garantir uma higienização completa é de 20 a 30 segundos, quando utilizado o álcool em gel. Já para uma lavagem com água e sabão, este tempo poderá dobrar, devido às etapas adicionais que o produto alcóolico dispensa, como molhar as mãos antes, o enxágue e a secagem. Por ser um poderoso antisséptico, o álcool oferece maior praticidade no cotidiano e, por isso, se tornou um grande aliado no combate à COVID-19. Além disso, o produto pode ser utilizado sempre que as mãos estiverem visivelmente limpas.

Quando este procedimento é realizado com água e sabão, existem alertas específicos em relação ao processo de secagem das mãos. Em primeiro lugar, deve-se dar preferência a utilização de produtos descartáveis, como o papel toalha. Produtos de caráter têxtil, como a flanela ou pano, não são recomendados devido a sua função reutilizável, que pode levar à contaminação das mãos por microrganismos. Outro fator indispensável para esta etapa é o cuidado no contato com outros objetos e equipamentos dentro do ambiente onde a higienização foi feita. Nestes lugares, devemos evitar o contato com a torneira, ou até mesmo, a maçaneta da porta, pois a sujeira nestas superfícies pode anular os esforços feitos para garantir uma higienização correta.

Vale notar que não há vestimenta ou equipamento que possa substituir a eficácia desta ação, incluindo as luvas descartáveis, popularmente consideradas um símbolo dos cuidados sanitários. "Não ajuda. No ambiente hospitalar, percebe-se que este equipamento pode acabar atuando como uma barreira para a higiene das mãos. Após colocar as luvas, o indivíduo fica com uma falsa sensação de proteção e passa a conduzir suas atividades diárias como se não precisasse higienizar as mãos. Este fenômeno pode contribuir para a propagação de doenças infecciosas, principalmente no serviço de saúde. Temos que tomar cuidado para não banalizar o uso das luvas", comenta a Dra. Varkulja.

Mesmo que o crescente interesse público pela higienização das mãos possa ser um efeito colateral do cenário pandêmico, a manutenção desta prática é essencial para prevenirmos uma situação similar no futuro. "Acredito que seja uma mudança de cultura que tenha vindo para ficar. Quando se trata de práticas de higiene no cotidiano, podemos, às vezes, ter uma memória curta. Por isso, eu realmente espero que este conceito de autocuidado relacionado à limpeza das mãos permaneça. O procedimento funciona como uma vacina universal, pois contribui diretamente para uma quebra na cadeia de transmissão de microrganismos, o que evita a propagação de doenças", finaliza a especialista.

 


Hospital Santa Catarina


Mês de Conscientização da Fibromialgia: doença afeta saúde física e mental, mas pode ser controlada

Além de conviver com dores crônicas e fadiga, o paciente preciso driblar o preconceito de quem acha que suas queixas são "imaginárias"


Não é à toa que, no dia 12 de maio, foi instituída uma data específica para a conscientização da Fibromialgia, doença caracterizada por queixas de dores musculoesquelética difusas e persistentes. Estima-se que a doença acometa em torno de 4% da população mundial, incidindo principalmente em mulheres, entre 35 e 44 anos, e sedentárias. Os homens, no entanto, também podem ter a condição. No Brasil, cerca de 4,8 milhões de pessoas possuem Fibromialgia, mas apenas 2,5% dos pacientes recebem tratamento adequado.

Quem possui fibromialgia costuma sentir dores musculares fortes em diferentes regiões do corpo, além de fadiga crônica, sensação de formigamento nas mãos e nos pés, enxaqueca, rigidez muscular, dor após qualquer esforço físico e anormalidades no sono. Pesquisas também indicam os efeitos à saúde mental da doença, inclusive questões acentuadas durante a pandemia e o isolamento social.

"Muitas vezes desacreditados por se queixar de dor sem outros sintomas aparentes, o paciente sofre preconceito de familiares amigos ou por colegas de trabalho. Um gatilho para quadros depressivos, ansiedade, deficiência de memória e desatenção. Estudos clínicos, inclusive, apontam o aumento de estresse na vida dessas pessoas, inclusive se multiplicando na pandemia", alerta o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião, médico da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Hospital Israelita Albert Einstein.
"Uma vez que os sintomas são similares aos de outras doenças, como tendinite, ou à prática inadequada e intensa de exercícios, a fibromialgia nem sempre é diagnosticada e tratada como o esperado", complementa o neurocirurgião.

O médico explica, ainda, que consultar neurocirurgião funcional ou um neurologista pode ser valioso para o tratamento. "A fibromialgia é uma doença que envolve, entre outras coisas, uma alteração nos centros do cérebro de percepção dolorosa. O paciente possui, portanto, uma sensação aumentada à dor. Embora hoje a fibromialgia seja tratada por especialidades como reumatologia e medicina da dor, ela é, também, um problema de origem neurológica", conclui.

Embora ainda não tenha cura, há tratamentos promissores para controlar os sintomas da fibromialgia. Alongamentos, exercícios físicos de baixa intensidade e o uso de medicações apropriadas, como os analgésicos, por exemplo, são opções eficazes, bem como a acupuntura. Mas o ideal é procurar ajuda médica para obter um tratamento personalizado e condizente com as necessidades de cada paciente.


05 de maio - Dia Mundial de Higiene das Mãos

Especialista do Sabará Hospital Infantil esclarece as principais fakes news sobre higienização das mãos como prevenção do COVID-19


Com a pandemia, higienizar as mãos com frequência para evitar a contaminação pelo Sars-Cov-2 está se tornando um hábito.

Assim como algumas pessoas ainda insistem em não usar máscaras ou usarem de maneira errada, tem muita gente que ainda não sabe a forma correta de limpar as mãos (seja lavando com água e sabão ou usando o álcool), além daquelas que insistem em acreditar em fake news das mais variadas para fugir da maneira certa. E, se o adulto insiste em não realizar essa tarefa simples corretamente, como será que as crianças estão agindo na hora de manter as mãos limpas?

O gerente médico e infectologista Dr. Francisco Ivanildo de Oliveira, do Sabará Hospital Infantil, explica que higienizar as mãos não evita apenas a contaminação do COVID-19, mas vários tipos de bactérias e vírus que possam estar alojadas em qualquer objeto.

“A higiene das mãos deve ser uma prioridade para a saúde de qualquer pessoa, principalmente para as crianças. Por meio das mãos, os vírus e bactérias podem entrar em contato com áreas importantes do rosto como boca, olhos, nariz, chegando às mucosas, podendo ocasionar doenças como infecções de garganta, conjuntivite, resfriados, diarreia e problemas mais graves com a Covid”, explica Dr. Francisco.

Para ajudar pais e responsáveis Dr. Francisco Oliveira desmistifica as fakes news e ensina como pais e responsáveis devem ensinar as crianças a higienização das mãos.

 

É exagero higienizar as mãos com água e sabão com frequência.

Fake. Associada ao distanciamento social e uso de máscaras, manter as mãos sempre limpas é considerada um dos principais métodos para evitar a contaminação pelo COVID-19 e outros tipos de infecções. Essa lavagem deve acontecer sempre que se usa transporte coletivo, em qualquer lugar onde circulam muitas pessoas, antes do preparo de alimentos e das refeições, depois de usar o banheiro, depois de chegar da escola ou descer do transporte escolar, antes e depois de entrar em contato com pessoas doentes, após espirrar ou tossir.

 

Só preciso limpar as mãos quando chegar em casa ou quando as mãos estiverem visivelmente sujas

Fake. Enquanto estiver na rua é importante higienizar as mãos com álcool em gel com frequência para que não seja infectado pelo Coronavírus ou outros microrganismos, mesmo se a mão não estiver com sujeira aparente.

 

Álcool em gel não é eficiente para a higienização das mãos

Fake. Circula nas redes sociais um vídeo de um homem que informa que o álcool gel não é uma forma eficiente de higienizar a mão contra o vírus SARS-Cov-2. O Ministério da Saúde informou, em nota, que o álcool em gel 70% ou líquido é sim um dos métodos mais eficazes de prevenção contra o Coronavírus e contra outros microrganismos

 

Substituir o álcool em gel 70% pelo vinagre é a melhor opção para retirada completa do vírus nas mãos.

Fake. Essa troca é perigosa. O Ministério da Saúde informa que o uso do vinagre para combater o vírus não é recomendado. O Conselho Federal de Química (CFQ) informou, em nota, que o vinagre é um “produto relativamente ineficaz na destruição de microrganismos”, uma vez que sua composição é a base de ácido acético, um ácido considerado fraco que é pouco eficaz na desnaturação de proteínas. O vírus é revestido com uma camada de gordura que dissolve e, consequentemente é eliminado, em contato com sabão ou álcool. 

 

Receita caseira de álcool gel funciona.
Fake. As receitas caseiras de álcool gel não possuem eficácia e ainda facilitam a proliferação dos microrganismos.

 

Higienizar as mãos com outros produtos de limpeza (como cândida ou desinfetantes) podem deixá-las mais limpas.

Fake. O uso dos desinfetantes de superfície nas mãos não é indicado, pois pode causar reações indesejáveis na pele, prejudicando a saúde. 

O infectologista explica que não é apenas lavar as mãos com água e sabão, mas é necessário fazer isso de forma correta. “Nem sempre as crianças têm muita paciência na hora de lavar as mãos. Mas é importante ensinar que 20 segundos podem evitar muitas doenças, (inclusive a COVID-19), explica Dr. Francisco que dá dicas de como higienizar corretamente as mãos. 

1. Retire qualquer acessório que esteja nas mãos (anéis, pulseira, relógio) e molhe as mãos com água corrente;

2. Aplique uma quantidade de sabão suficiente para cobrir a superfície das mãos;

3. Friccione as palmas das mãos entre si e, a seguir, uma mão na outra, utilizando a palma da mão direita para lavar o dorso da mão esquerda e vice-versa;

4. Entrelace as mãos, esfregando os espaços entre os dedos. Friccione o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, com movimento de vai e vem;

5. Esfregue bem o polegar com a palma da mão oposta, fazendo movimentos circulares. Friccione as pontas dos dedos e as unhas na palma da mão oposta, fazendo movimentos circulares;

6. Enxague as mãos com água corrente;

7. Por fim, seque-as com papel descartável ou uma toalha limpa, se estiver em casa. Nos espaços públicos, utilize o papel toalha para fechar a torneira, se houver necessidade de contato manual. Todo o processo deve durar em torno de 40 a 60 segundos. 

A mesma sequência de movimentos deve ser feita com o álcool em gel, exceto a secagem com papel. 

Lembre-se: além das medidas de segurança como utilizar máscara, manter distância de pelo menos um metro e meio entre pessoas na rua e e evitar aglomerações, a higienização das mãos é uma das formas mais eficazes para evitarmos a contaminação.


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