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quarta-feira, 28 de abril de 2021

Amor de mãe é diferente do amor de pai? Neuro explica.


Durante a gestação a mulher é bombardeada por hormônios como ocitocina e prolactina, que são responsáveis pelo amor e instinto protetor materno. Além disso, esses neurotransmissores ajudam na produção do leite e na contração muscular uterina, na hora do parto. Sendo assim, é fácil entender que mãe e filho possuem ligação não só física, mas também hormonal.

Mas, e o pai? De onde surge o amor pelo filho?

O neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo, Dr. Fernando Gomes, esclarece que, para o homem, o vínculo com a sua cria é basicamente mental. "O pai se identifica com o filho quando percebe que conseguiu transmitir a sua carga genética adiante." Mas, engana-se quem pensa que não existe amor - no quesito hormonal - do pai para o filho. "Quando o homem se apaixona, é comum que também libere doses homeopáticas de ocitocina, porém não se compara com o nível da mulher", diz o especialista.

O amor do pai pode ser menos físico, porém, é tão intenso quanto o da mãe. O homem possui sentidos mais racionais, e isso o faz supor que sua função é ficar na guarda da família, mantendo-a protegida. Assim, enquanto o instinto maternal está, sobretudo, em alimentar, proteger e agasalhar, o paternal está em resguardar e perpetuar sua carga genética.

"Reconhecer-se no filho é o que todo pai almeja. Perceber que os seus jeitos podem ser perpetuados para a eternidade faz com que ele sinta uma aproximação muito grande com o pequeno, além de fazer com que se sinta capaz de realizá-lo. Além disso, os valores também são importantes para o pai. Vê-los no filho causa uma sensação de dever cumprido", finaliza Dr. Fernando.




Dr Fernando Gomes - Corresponde médico da TV CNN Brasil diariamente no Jornal Novo Dia. Há 10 anos o médico atua como comunicador já tendo passado pela TV Globo por cinco anos como consultor fixo do programa Encontro com Fátima Bernardes, e por um ano na TV Band no programa Aqui na Band apresentando o quadro de saúde "E Agora Doutor". É também autor de 8 livros de neurocirurgia e comportamento humano. Professor Livre Docente de Neurocirurgia, com residência médica em Neurologia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é neurocirurgião em hospitais renomados e também coordena um ambulatório relacionado a doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas. http://www.fernandoneuro.com.br / @drfernandoneuro


Um em cada cinco pacientes recebeu diagnóstico psiquiátrico após contaminação por coronavírus

Deficiências de memória, atenção, alterações de humor e psicose estão entre os problemas detectados


A Covid-19, doença que já infectou mais de 140 milhões de pessoas por todo o mundo, pode deixar sequelas físicas em quem já teve a doença, principalmente em quem desenvolveu quadros mais graves. Cansaço, comprometimento dos pulmões, fraqueza muscular, perda do olfato e/ou paladar por meses e tosse residual são algumas das marcas do vírus.

Mas não para por aí, condições neurológicas e psiquiátricas, decorrentes da doença, também foram apontadas. Um estudo da Universidade de Oxford mostrou que, nos três meses seguintes à infecção, um em cada cinco pacientes recebeu um diagnóstico psiquiátrico. O estudo apontou que os quadros mais comuns foram ansiedade, estresse pós-traumático, insônia e demência.

Ainda segundo o mesmo estudo, a probabilidade entre pessoas que estavam com coronavírus de desenvolverem questões psiquiátricas após o tratamento foi de 5,8%. Enquanto quem estava tratando outro problema de saúde tinha entre 2,5% e 3,4% de chances.

Mariete Duarte, psicóloga da Clínica Maia, conta que das pessoas que se curaram da infecção muitas apresentam sequelas, umas em graus mais leves e outras em níveis mais agudos.

Pesquisas da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde também já mostram que alguns pacientes ficaram com sequelas neurológicas e psiquiátricas pós-coronavírus. "Entre elas podemos citar o declínio cognitivo de longo prazo, deficiências de memória, atenção, velocidade de processamento e funcionamento cerebral, alterações de humor, psicose, disfunção neuromuscular, além de sequelas psicológicas relacionadas ao isolamento social".

Para a psicóloga, entre as sequelas físicas, uma que deve chamar a atenção dos profissionais da saúde mental é a fadiga. "A fadiga é a dificuldade anormal que o corpo do indivíduo enfrenta para continuar funcionando no nível normal de sua capacidade, o que faz com que a pessoa precise de um esforço mental muito grande para conseguir lidar com as atividades do dia a dia, trazendo sofrimento intenso e sentimento de incapacidade".

De acordo com Mariete, mais do que as sequelas já registradas, insegurança, incerteza, o medo do isolamento ou de ficar longe dos familiares, a angústia pela patologia recém-descoberta, o sentimento de impotência de não saber como lidar com a doença, a falta de contato social e a inexistência de um tratamento totalmente eficaz para combater o vírus são fatores que afetam seriamente a saúde emocional dos pacientes.

Sendo assim, muitas vezes, é indispensável que as pessoas que foram diagnosticadas com covid-19, mesmo que à distância, façam acompanhamento psicológico e psiquiátrico.


Afastamento social não é sinônimo de distanciamento emocional

A relação singular entre mãe e filhos pode resistir a qualquer adversidade, inclusive o distanciamento imposto pela pandemia, orienta a neuropsicóloga Leninha Wagner.

 

Em 5 de maio de 1932, o então presidente da República Getúlio Vargas emitiu o decreto nº 21.366. Por meio desse documento, determinou-se o segundo domingo de maio como momento para comemorar os “sentimentos e virtudes” do amor materno. Nascia ali a celebração tão comum que conhecemos que é o “Dia das Mães”. 

A celebração dessa data foi uma conquista realizada por influência do Movimento Feminista Brasileiro que estava em crescimento. Outra conquista importante na época foi o sufrágio universal feminino, decretado também em 1932. Aliás, uma curiosidade: “No idioma francês, as palavras “mar” e “mãe” apresentam-se com a mesma sonoridade: “la mer” e “la mère“, corpo da mãe (la mère) que se oferece como um continente de acolhimento às necessidades físicas, corporais e emocionais do bebê”, explica a neuropsicóloga Leninha Wagner. 

Juntando as duas palavras, Leninha reforça que “amor de mãe é mesmo um sentimento oceânico, que abarca todas as características dos filhos e simplesmente ama e cuida. É um sentimento sem fronteiras, que desconhece barreiras e faz morada na eternidade”. 

Ainda inspirada pelos sentimentos neste dia tão especial, Leninha lembra que “o carinho maternal é fundamental para o desenvolvimento do cérebro do seu filho desde os primeiros dias de vida e essa importância prolonga-se por toda a primeira infância. O amor de mãe colabora para o bom desempenho escolar, lidar melhor com a vida adulta e faz as crianças desenvolverem-se de modo saudável”. 

Além disso, “os laços emocionais influenciam tanto na capacidade de memória, aprendizagem, reflexão, como também nas habilidades interpessoais, emoções, sentimentos. Eles também são responsáveis por modificar positivamente a secreção de moléculas do cérebro, e o desenvolvimento dos neurônios, além de promoverem a regulação do estresse, e até mesmo a capacidade de agir em determinados genes”, destaca a neuropsicóloga. 

Leninha reforça ainda que, por meio de neuroimagens, comprovou-se os benefícios do amor materno para o cérebro: “O hipocampo cresce duas vezes mais rápido em crianças cujas mães demonstram afeto e apoio emocional, em comparação com as que são mais distantes e frias. Além disso, há um período crucial em que o cérebro responde mais ativamente ao apoio materno, provavelmente por conta da maior plasticidade do cérebro dos mais novos. O amor materno é ainda mais importante nos primeiros anos de vida, mas primordial por toda a vida. Os primatas recém-nascidos, incluindo os humanos, necessitam de interações para garantir um desenvolvimento normal. Quando as interações sociais são ausentes na Primeira Infância, seja por privação ou experiências sociais inapropriadas, pode inferir em doenças físicas ou emocionais, incluindo comportamentos antissociais. E por último, os vínculos afetivos fortes e saudáveis ajudam a construir resiliência, que é o conjunto de habilidades necessárias para responder à adversidade e continuar a se desenvolver”, detalha a neuropsicóloga. 

A maternidade, enquanto uma condição biológica, é natural, visto que é da natureza da mulher uma predisposição orgânica para gerar e gestar um bebê. Porém, ela observa que “o amor de mãe é uma construção diária, inicialmente de forma unilateral, sempre dela para o filho, para mais tarde ser uma via de mão dupla, feita de reciprocidade de dar e receber amor, no conjunto de afetos produzidos por este par: mãe e filho”. 

Com a proximidade da data para celebrar esta relação, Leninha deseja “que mesmo diante do afastamento social provocado pela pandemia, para o amor, longe é um lugar que não existe. Que não se desperdice a oportunidade de retribuir o amor recebido da pessoa que nos guardou em semente no ventre, produziu nosso alimento, atendeu às demandas do nosso corpo e soube nutrir nossa alma com amor. Possibilitando assim nossa existência e permanência neste mundo maravilhoso. Feliz Dia das Mães a todas as mulheres que sabem essencialmente amar e ...amar!”, finaliza.

 

 

Crédito - MF Press Global


O que o medo da Covid mudou no dia a dia?

Distanciamento social, higienização e produtos anticovid ajudam a diminuir a preocupaçã

 

O período de incertezas, causado pela pandemia, transformou a realidade e a rotina do mundo todo. A partir disso, um dos sentimentos que permanece, principalmente hoje no Brasil, é o medo: de contrair a doença, além dos impactos sociais e econômicos gerados pela crise.

A pesquisa MentalCovid, conduzido pela FURG em conjunto com a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), mostra o impacto da pandemia na saúde mental da população e revela que o fator que afeta a saúde mental das pessoas durante a pandemia é o medo e a preocupação em pegar o vírus, e não apenas a infecção por si só.

Outro levantamento, da área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril em parceria com o instituto de pesquisas digitais MindMiners, revela que os principais motivos de preocupação do brasileiro em contrair a Covid 19 incluem a superlotação de hospitais, que inviabilizaria o atendimento para todos, além do desemprego e da insegurança de pessoas próximas, como família e amigos.



O que podemos fazer?

A preocupação aumentou por conta da nova variante, que é ainda mais transmissível. Entretanto, há alternativas que podem e devem ser tomadas para evitar o contágio e, assim, ajudar a diminuir o medo de contrair a doença. Tais soluções incluem o uso de máscaras de proteção, distanciamento social e utilização de produtos que inativam o coronavírus em diversos materiais e superfícies, chamados anticovid.

Para contribuir na batalha da maior pandemia do século, a empresa brasileira de nanotecnologia, Nanox, desenvolveu o composto químico denominado micropartícula de prata que é capaz de inativar partículas do vírus em diversas superfícies, o que colabora para reduzir a transmissão do novo vírus por contato.

"Na química, a prata é conhecida há muito tempo como um componente antimicrobiano e, com a chegada da pandemia, intensificamos os estudos e obtivemos sucesso na ação do componente contra o coronavírus", expõe o cofundador e Diretor da Nanox, Daniel Minozzi. Ele também explica como funciona o efeito. "A prata inativa a atividade celular do vírus, o que o torna inócuo em seu contato", esclarece.

A tecnologia é utilizada em diversos materiais que saem de fábrica com proteção anticovid e incluem desde a proteção individual, com o aditivo presente em máscaras de tecidos, além de itens compartilhados: a partir do plástico filme PVC anticovid - normalmente usado em cozinhas para embalar alimentos- é possível que máquinas portáteis de pagamento, corrimão e também botões sensíveis ao toque estejam livres do novo vírus.

Já o plástico polietileno anticovid, também com tecnologia Nanox, protege maçanetas, carrinhos de supermercado e também catracas do novo vírus. Tal plástico também oferece proteção com o tapete adesivo antimicrobiano, adequado para corredores e locais onde há grande circulação de pessoas - supermercados, bancos e outros locais.

Bem como produtos do segmento de construção e decoração: pisos laminados, painéis em MDF, louças sanitárias com micropartículas que inativam o novo coronavírus.

Para comprovar a eficácia, os materiais foram testados e tiveram sua eficiência comprovada através do QuasarBio, referência em ensaios com SARS-Cov-2 que tem laudos protocolados pelo pesquisador Lucio Holanda Gondim de Freitas e o professor, médico e virologista Edson Durigon, especialistas no assunto. Os ensaios foram realizados no laboratório Nível de Biossegurança 3 (NB3) - especializado na manipulação de microrganismos com alto grau de patogenicidade e que oferecem risco à vida humana e ao meio ambiente.

"Hoje, garantimos diversas superfícies protegidas e com mais segurança tanto em ambientes domésticos, como também em espaços de uso comum que recebem grande volume de pessoas como aeroportos, rodoviárias, hospitais e escolas. Isso revela a mudança que a pandemia transformou no dia a dia e a importância da pesquisa brasileira no combate à pandemia", expõe Minozzi.

Aliar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar o contágio, seguindo as normas de distanciamento, higienização e utilizar produtos eficazes contra o vírus contribuem para diminuir o risco do contágio e, assim amenizar o receio de contrair a doença.


Medo e pandemia

Há longo tempo que as doenças psíquicas fazem parte do cotidiano de muitos, e várias especialidades desenvolveram técnicas para ajudar o sujeito a lidar com o sofrimento. Neste último ano, o mundo passou a enfrentar uma situação que afetou a todos, gerando medo coletivo. Convivemos com um vírus nocivo, que, além de ter seu dano individualizado, provocou na humanidade sentimentos e sensações vividos de forma aguda, tornando-se crônicos. Dessa forma, o campo da saúde mental também se tornou alvo de cuidado na pandemia. 

O medo tem função em nossa existência: nos preparar para a ação diante de algo que possa ameaçar nossa sobrevivência. Nos instiga a desenvolver estratégias para a manutenção da vida. Ainda que seja necessário, na condição atual, diante da pandemia do coronavírus, o medo tem passado por fases que extrapolam a condição aguda para a crônica, trazendo danos à saúde física, mental e emocional. 

O sentimento do medo, na pandemia, permeia o sujeito de diversas formas – medo de adoecer, de morrer, perder um ente querido, medo de perder o emprego e, com isso, a garantia de condições básicas à sobrevivência. Situação que gera um forte impacto na saúde mental. Muitos estudos, entrevistas e orientações vêm sendo realizadas com o intuito de auxiliar o sujeito, em sua individualidade e coletividade, a lidar com os sentimentos advindos da pandemia. 

Não existe algo pronto, uma fórmula que vá funcionar para todos, porém estar disponível a acessar recursos de enfrentamento de acordo a crenças de cada um já é um bom começo. É possível ter acesso a materiais publicados e serviços disponibilizados de modo on-line, como psicoterapia, técnicas de relaxamento e meditação. Poder contar com a rede de apoio, como amigos e familiares, mesmo que de forma virtual, será de grande ajuda. Seguir com orientações relacionadas à alimentação, prática de atividade física e higiene do sono também são recursos para buscar certo equilíbrio e, assim, diminuir o impacto nocivo do sentimento do medo em sua fase aguda e crônica.

 


Kethe Oliveira - psicóloga clínica do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC)


Educação empreendedora ajuda os estudantes a se prepararem para a vida pessoal e profissional

 Sebrae celebra acordos com entidades federais, estaduais e municipais para implementar o ensino do empreendedorismo nas escolas


Muito mais do que despertar o espírito empreendedor, a Educação Empreendedora ajuda os estudantes a pensarem em inovação e a se prepararem para a vida pessoal e profissional por meio do desenvolvimento de competências que ajudam na criação de um projeto de vida, que possibilitará aos alunos um maior prazer pela busca do aprendizado   

O gerente de Cultura Empreendedora do Sebrae, Janio Macedo, destaca que a educação no Brasil passou, nos últimos anos, por uma série de reformulações e transformações importantes que geraram grandes desafios, entre elas a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Novo Ensino Médio, que permitiram a inserção da educação empreendedora nas escolas.  “Quando falamos em educação empreendedora não nos referimos ao sentido mais restrito, voltado apenas ao desenvolvimento de um negócio. Estamos falando da geração de conhecimento que permitirá aos estudantes refletirem a respeito do projeto de vida que desenvolverão para o seu futuro”, afirma o gerente.

Para que a educação empreendedora seja incluída nos currículos escolares, o Sebrae realiza uma série de acordos com entidades federais, estaduais e municipais. A instituição também tem realizados parcerias como Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que congrega os secretários estaduais; com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com organizações civis que trabalham esse tema; e  com o Ministério da Educação.  “O Sebrae, sozinho, não consegue levar esse conhecimento a toda rede de ensino básico. Pois estamos falando de quase 46 milhões de estudantes e 2,2 milhões de professores. Para mobilizar toda essa rede, fundamental estimularmos um regime de colaboração, que congregue todos os parceiros que atuam na educação básica. Importante que não nos esqueçamos da relevância das unidades do Sebrae que atuam nos estados, pois eles têm uma grande proximidade  com os secretários de educação, estaduais e municipais, o que é fundamental para a execução dessa importante ação do Sebrae”, destaca.

Entre os acordos mais recentes, está o que foi assinado com o Ministério da Educação, no início de abril, para o desenvolvimento da Jornada de Formação em Empreendedorismo na Educação Formal, que será implementado no âmbito dos conteúdos da BNCC. A iniciativa busca fomentar a cultura empreendedora nas escolas por meio de ações coordenadas com foco em quatro grandes frentes. A expectativa é alcançar mais de 500 mil professores, 4 milhões de estudantes, 100 campi de institutos federais com ações de empreendedorismo e inovação, bem como apoiar 120 projetos para a implementação de práticas de pesquisa aplicada e extensionismo tecnológico para micro e pequenas empresas.



Educação Empreendedora


Desde 2013, quando foi instituído o Programa Educação Empreendedora do Sebrae, a instituição já atendeu 7 milhões de alunos e capacitou cerca de 270 mil professores, com presença em mais de 10 mil instituições de ensino em 4,5 mil municípios. O Sebrae também oferece capacitações online e gratuitas e para ajudar na elaboração de conteúdo que possa ser utilizado pelas escolas, respeitando as especificidades de cada localidade. Entre os cursos lançados recentemente, estão o “Professor do Futuro”, voltado para os educadores; “As dimensões da gestão escolar”, para os gestores e “Socorro: Eu não tenho a menor ideia do que eu quero para a minha vida”, para os estudantes.
 

Dia Internacional da Dança: conheça benefícios para além da estética

Para especialistas, dançar pode trazer ganhos diversos, não só para o físico, como para a saúde mental. Saiba também como aliar a uma alimentação saudável pode aumentar essas vantagens

 

Nesta quinta-feira, 29 de abril, é comemorado o Dia Internacional da Dança. A data vem para lembrar a importância da atividade, não só para o bem estar físico. Quem dança afirma que o exercício pode ser uma terapia, mas será que isso é verdade? Felipe Dias, Instrutor de FitDance e Zumba da rede de academias Evolve, explica que através da dança adquirimos consciência corporal, e que ela favorece a criatividade das pessoas e a expressão. E, quando trabalhada em grupo, promove a sociabilidade entre os praticantes.

Ele acrescenta: "ela estimula o nosso cérebro e, com isso, impede a demência pelo envelhecimento cerebral, por proporcionar a perda de peso e gasto maior de energia". A dança, conforme Dias, também previne doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, osteoporose, entre outras.

A psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, APBr, Renata Nayara Figueiredo, complementa que a dança ajuda em diversos pontos, não só na perda de peso, mas ainda, ganho de tônus muscular, equilíbrio, além é claro de melhorar a noção do espaço, do corpo no espaço, pois ela melhora a coordenação motora.

"As danças coreografadas, em pares ou como esporte coletivo, exigem mais funções executivas, ou seja, exigem planejamento, tomada de decisões, adequação do comportamento, análise da eficiência, monitoramento detalhado das ações e também resolução de problemas. Tudo isso ajuda na memória e no funcionamento cerebral como um todo", exemplifica. Além disso, Dra Renata também cita a melhora da autoestima e a liberação de endorfinas, que só trazem benefícios à saúde.



Alimentação


A dança pode ser um exercício físico muito prazeroso, mas se você quer ter ânimo e energia física e mental para essa atividade, precisa dar atenção também à alimentação. Uma vez que se gasta energia, é preciso repô-la. A nutricionista esportiva e professora do CEUB, Michele Amorim, explica que os alimentos responsáveis pela energia são os carboidratos.

Segundo ela, esses nutrientes não precisam necessariamente ser simples para ter energia super-rápida, existem os carboidratos complexos, que são os mais saudáveis, presentes em tubérculos, como a mandioca, e a batata doce, por exemplo. "Todos os alimentos são muito importantes, as proteínas, os carboidratos e os lipídios, mas especificamente para dar energia na dança, os carboidratos ganham destaque", aponta.

Ela continua: "além desses, há também as vitaminas e os minerais, que contribuem para que os alimentos cumpram seus papeis na hora do exercício. Então é preciso incluir na dieta frutas, verduras e legumes".

"A dança não está limitada a idade, tipo físico, domínio corporal. Cada corpo tem sua forma de dançar. O importante é se divertir e ganhar qualidade de vida. Então, MEXA-se!", conclui Felipe Dias, instrutor de dança da rede Evolve.


Como a pandemia mudou a relação com nossas casas?

A imagem que costumávamos ter sobre nossos lares, como um espaço de conforto para descanso e recolhimento, hoje possui um papel e importância muito maior. Com a pandemia e o isolamento social, a relação com nossas casas mudou drasticamente, se tornando, ao mesmo tempo, um lugar para descanso, lazer e trabalho. Tudo junto e misturado.

Muito além de ressignificar cada espaço de nossas casas, passamos a valorizar imensamente nosso espaço – contudo, não há como dizer que essa mudança foi fácil para todos. Afinal, com grande parte da população em home-office, fomos obrigados a olhar para as mesmas paredes, móveis e objetos 24 horas por dia e, até mesmo, conviver o tempo todo com as outras pessoas que moram no mesmo lugar – hábitos que poucos costumavam ter e foram difíceis de se acostumar.

Como forma de aprender a lidar com essas mudanças, a solução encontrada por muitos foi a aposta em reformas que reinventassem e adaptassem as casas, de forma que criasse espaços destinados para cada momento. Somente entre abril à novembro de 2020, foram realizadas 2,8 milhões solicitações de serviços, segundo o GetNinjas. Um aumento de 75% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Dentre essa massiva quantidade de reformas, a principal delas foi a criação de espaços destinados exclusivamente ao trabalho, que oferecessem o mínimo de privacidade e conforto. Sem isso, é impossível ter uma boa concentração ou manter a mesma performance no desempenho de suas tarefas. Além dela, muitas pessoas também investiram em adaptações que tornassem seus lares mais aconchegantes para relaxar após horas sentados na frente do computador.

Uma boa reforma não exige grandes despesas – seja por um sofá novo, uma cadeira de escritório mais confortável ou objetos de decoração agradáveis. O que irá definir essas despesas será o cuidado em escolher as lojas que ofereçam os melhores preços e que, principalmente, tenham uma presença digital.

Por meio das plataformas online, é possível ter em mãos todas as informações necessárias para essa decisão: conhecer todos os produtos que oferece, suas classificações, descrições e, ainda, taxas e prazos de entrega. Empresas que se preocupam em fornecer informações completas a seus clientes e se dispõe a sanar quaisquer dúvidas, são de longe a melhor opção – principalmente durante a pandemia.

Caso não haja dinheiro para realizar uma reforma e adequar os cômodos, crie linhas de divisões imaginárias no ambiente. Não use esse argumento como justificativa para trabalhar sentado no sofá e com a televisão ligada. Existem diversas formas de criar seus espaços de trabalho, descanso e lazer. Só é preciso abusar da criatividade.

A relação das pessoas com suas casas nunca mais será a mesma, mesmo após esse período de isolamento social. O home-office é uma tendência que irá prevalecer em diversas empresas, mesmo que adaptadas para um modelo de trabalho misto. Por isso, teremos que continuar prezando pela adaptação de nossos lares, de forma que tenhamos um espaço apropriado para trabalhar e, em conjunto, um canto de refúgio onde possamos descansar e curtir nossas famílias.

 


Wanderson Leite - CEO da Prospecta Obras. Formado em administração de empresas pelo Mackenzie, ele também é fundador das empresas ProAtiva, app de treinamentos corporativos digitais, e ASAS VR, startup que leva realidade virtual para as empresas.

www.prospectaobras.com.br 


Sexo 4.0: pandemia e inteligência artificial impulsionam a revolução sexual

pixabay

Profissionais que lidam com sexualidade humana afirmam que comportamento sexual passa por transformações inéditas que levam desde o aumento da assexualidade, quanto a buscas por novas formas de sexo


O que Alexa, Siri, Google Assistente e pandemia têm a ver com sexo? Tudo. É o que profissionais e pesquisadores de sexualidade humana do mundo todo estão constatando em atendimentos e estudos voltados a entender os efeitos do distanciamento social sobre o comportamento humano. Na visão dos especialistas, assim como o home office já era uma tendência que foi acentuada pela necessidade do distanciamento social, a revolução sexual em curso também foi acelerada, consolidando tendências como a busca por formas artificiais de prazer que farão parte do novo normal daqui por diante.

Para dar conta dessa revolução, disparou a produção de artigos e a busca por atendimento especializado em sexologia. “Como tudo em nossa sociedade da ansiedade vira sintoma para diagnóstico, a procura pelos consultórios médico-psicológicos ou por aconselhamento em instituições sociais aumentou. A problematização sintomática da libido é inicialmente uma busca de saída rápida e fácil pela via da medicação – em alta em tempos de indústria farmacológica –, mas, em seguida, vem um mal-estar pela consciência dos efeitos colaterais dos remédios, dentre os quais, sempre a diminuição da própria libido”, alerta Ocir de Paula Andreata, pós-doutor e doutor em Teologia, psicólogo especialista em Sexualidade Humana e coordenador da pós-graduação em Sexualidade Humana da Universidade Positivo (UP).

O especialista chama atenção para a diminuição e a inibição do desejo, que antes já eram as principais queixas nos consultórios, mas que com a pandemia pioraram. “Motivação do desejo sexual pela fantasia é algo que não pode acabar. É preocupante o desinteresse que tem feito crescer a assexualidade, ou seja, a morte do desejo, que é o grande elemento que move a sexualidade, desde a estrutura biológica do impulso afetivo até a conexão com relações sociais de prazer sexual”, pondera.

Na avaliação dele, o que é considerado involução, são formas abusivas e esvaziadoras que minam a confiança e sem alimentação afetiva da alma. Já a adesão à tendência mundial, muito anterior à pandemia, do chamado sexo “tinder-pornô” de prazer livre sem vínculo afetivo, pode ser classificada como um comportamento que reflete o contexto tecnológico e de valores das gerações que caminham para relações mais fluídas, complexas e desapegadas de grandes definições. “O pornográfico se tornou o paradigma do sexo, a facilidade de encontro feito por aplicativos virou símbolo de relações fugazes apenas para o prazer-orgásmico, e os relatos de mulheres e homens são de um vazio na contínua busca por um sexo que seja também amor”, revela.


Solteiros X casados

De acordo com a própria experiência como profissional da área e relatos de colegas e ex-alunos que viram lotar as agendas de atendimento durante a pandemia, o especialista afirma que o sexo parece ter diminuído para os casados e compromissados e que esteja “mais diversificado” para solteiros de livres relacionamentos. “A libido diminuiu e se recolheu em relações estáveis a ponto de levar a separações e aumento da violência doméstica. Por outro lado, em solteiros de todas as idades, especialmente os de meia-idade, aumentou a busca por contatos diversificados de parceiros e novas formas de prazer sexual via redes de comunicação, que deixam as relações mais horizontais, e de aplicativos de contato, que facilitam interações e encontros com finalidade exclusivamente sexual para o prazer”, aponta. 

Tal situação acompanha o que já foi descrito em algumas pesquisas no mundo. Durante o primeiro mês da pandemia, o Instituto Kinsey, junto à Universidade de Indiana, nos EUA, fez uma pesquisa on-line sobre a situação do sexo na pandemia, com 1.559 pessoas adultas. Na pesquisa, quase metade da amostra relatou um declínio na vida sexual, mas um em cada cinco participantes relatou expandir seu repertório sexual incorporando novas atividades. Os acréscimos mais comuns foram conversas eróticas on-line por aplicativos, experimentar novas posições sexuais e compartilhar fantasias eróticas.


Ressignificação da sexualidade

Andreata considera que a pandemia serviu para trazer à tona problemas relacionais já existentes, questões indefinidas de gênero e subjetividades inquietas por outras formas de prazer e amor. “Nota-se um aumento da ansiedade por retorno aos encontros sexuais fáceis do tinder-pornô. Mas observa-se também certa vontade de algum novo aumento do desejo que tanto inove as relações de prazer quanto retorne ao afeto sustentador”. Nesse sentido, ele acredita que a revolução sexual deve caminhar no sentido de uma ressignificação da sexualidade. “Acima de tudo, é o sujeito desta atual modernidade que está em crise e não necessariamente a identidade ou os modos de gozo, os quais, aliás, quanto mais comuns e populares, mais banalizam a experiência sublime do sexo”, ressalta.


Sobre o curso de Sexualidade Humana

O curso de Pós-Graduação em Sexualidade Humana: Clínica e Educação é, há sete anos, um ambiente de pesquisas, formação e fomento de projetos na área da sexualidade humana em suas mais diversas modalidades de acontecimento. O corpo docente, formado por cerca de quinze professores, doutores e mestres, profissionais e pesquisadores da sexualidade em suas áreas médica, psicológica, fisioterápica, educacional, antropológica, relacional, organizacional e bioética, têm entre si algumas percepções compartilhadas. O curso reúne a experiência prática, pesquisas, estatísticas de dados e leitura analítica. Em 2020, foi o curso que registrou maior aumento na procura na Universidade Positivo, com 42% de crescimento no número de alunos.


5 dicas para amenizar a ansiedade nos relacionamentos online

 Apostar em hobbies e cuidar da saúde mental são importantes para enfrentar o momento de incertezas


Já estamos há mais de um ano enfrentando o distanciamento social e não temos previsão de quando as restrições serão amenizadas. A ansiedade causada pelo momento de incertezas afeta a todos de alguma forma.

Para os solteiros a sensação de solidão pode ser ainda maior. Porém, o Bumble, o primeiro e único aplicativo de relacionamento do mundo onde as mulheres dão o primeiro passo, notou um aumento no uso das ferramentas dentro do app, o que mostra que as pessoas estão, mais do que nunca, buscando conexões significativas.

"Percebemos um aumento nos níveis de engajamento dentro do aplicativo com os recursos de encontros online - como chamada de voz e de vídeo -, e tivemos um aumento de quase 70% no uso de chamadas de vídeo depois que o estado de emergência foi declarado na primavera passada nos Estados Unidos. Como chegamos a mais de um ano com restrições e distanciamento social, é emocionante ver um forte senso de esperança e otimismo em nossa comunidade ao usar ferramentas digitais como o Bumble para continuarem conectados", diz Whitney Wolfe Herd, CEO e fundadora do Bumble.

Para ajudar seus usuários a lidarem com a ansiedade dentro e fora do aplicativo, o Bumble compartilhou algumas dicas:



Lembre-se que você não é o único passando por isso


O mundo inteiro está sentindo os efeitos do momento que estamos vivendo. As chances de a pessoa com quem você está se conectando estar passando pelas mesmas aflições que você, são grandes. Pode até ser uma boa opção conversar com sua conexão sobre os sentimentos de exaustão e insegurança do período. Compartilhar sentimentos pode fazer com que vocês fiquem mais próximos.



Cuide da sua saúde mental


Insira atividades em sua rotina focando no autocuidado. Meditar, ter uma lista com afirmações positivas ou até escutar uma música que te deixe animado pode ajudar. Apostar nos hobbies também é uma ótima opção, como cozinhar, dançar ou qualquer outra atividade que melhore o humor.



Seja gentil consigo mesmo


Estamos vivendo uma realidade completamente diferente, então não seja tão duro consigo mesmo. Quando der o primeiro passo no Bumble, não tenha medo de ser você mesmo - principalmente quando estiver conhecendo melhor sua conexão. Seja gentil com você e com o outro que tudo vai transcorrer de forma mais tranquila.



Dê um tempo, se precisar


Seja honesto com seus sentimentos, principalmente quando se trata de relacionamentos. É importante reconhecer as emoções e analisá-las. Se estiver se sentindo triste, inseguro ou cansado, permita-se sentir tudo isso. Estar ciente destes sentimentos vai fazer com que você não se sobrecarregue. O Bumble entende a importância de se desconectar e por isso criou o modo "Nâo Perturbe". Desta forma, o perfil fica inativo, porém o usuário não perde nenhuma conexão, podendo retomar quando quiser.



Não se pressione


Conhecer pessoas e se conectar deve ser leve e divertido. Relacionamentos devem somar às nossas vidas e não torná-las mais difíceis ou estressantes. Se a jornada não estiver mais te trazendo alegria, se permita dar um tempo, para que, quando voltar para o aplicativo, você esteja mais confiante.

Se você se sentir ansioso durante sua jornada dentro do Bumble, o aplicativo traz diversos textos com temas sobre saúde mental. Para acessar, basta entrar no seu perfil e clicar no ícone da ferramenta "Segurança e Bem-estar" ou acessar o link safety.bumble.com.

Para saber mais baixe o app na loja de aplicativos do seu celular.


Palavra de especialista: como o isolamento social pode afetar a saúde mental dos idosos

 Psiquiatra explica como evitar que o distanciamento e a falta de contato físico desencadeiem problemas psicológicos


A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças de certa forma abruptas em nossas vidas. O home office foi aplicado na rotina da maioria dos trabalhadores, professores e alunos tiveram que se adaptar ao ensino remoto e as pessoas precisam se isolar dentro de casa, muitas vezes sozinhas.

O isolamento talvez seja a parte mais difícil de todo esse processo, principalmente para os idosos, grupo de risco na pandemia. Sem ter contato com familiares e, na maioria das vezes, aposentadas, as pessoas com mais de 65 anos se tornaram mais vulneráveis não só ao vírus, mas aos problemas psicológicos.

Para a psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), Renata Nayara Figueiredo, o isolamento e o distanciamento social impostos pela pandemia apenas intensificaram o sentimento de solidão. "Muitos idosos já estavam sem contato social por viverem em casas de repouso ou até por não trabalharem mais", complementa.

Renata ressalta que o estresse psicológico pode ter um impacto na saúde física das pessoas na terceira idade, que também precisam de atenção. "Ao mesmo tempo em que protege o idoso da Covid-19, o isolamento pode contribuir para redução da resposta imunológica do corpo, ao colocá-lo sob uma condição estressante, aumentando assim o risco de doenças vasculares", explica.

A psiquiatra ainda alerta para um risco maior de dependências químicas, transtornos psicológicos e tentativas de suicídio nesse grupo. "A incerteza com o futuro e o aumento de tempo ocioso, podem desencadear o crescimento no consumo de álcool, falta de motivação, depressão, transtorno de ansiedade e pensamentos suicidas", lista. Ela informa que "a cada duas tentativas de suicídio em idosos, uma evolui para óbito", taxa extremamente maior que na população geral.



Adaptando a rotina


Para melhorar e evitar esses quadros psicológicos, a médica psiquiatra fala que é de suma importância que a família sempre esteja atenta ao comportamento do idoso, e pede para que os parentes tentem diferentes formas de continuar a interação com os mais velhos. "Ligar todos os dias, nem que seja por 10 minutos, já ajuda. Às vezes pode ser preciso ir atrás de um cuidador, para que se tenha uma melhor visão da saúde da pessoa", diz.

Por mais que a rotina não seja a mesma, a especialista recomenda que a família ajude os idosos a adaptarem o seu dia a dia. "Continuar com uma alimentação saudável, realizar atividades físicas, mesmo que dentro de casa, fazer videochamadas com todos da família, são formas de manter a saúde física e mental mesmo sem contato físico", pontua. Interromper outros tratamentos médicos não pode ser uma opção, e a psiquiatra fala para os familiares recorrerem à telemedicina.

Dra Renata, por fim, lista uma série de queixas que devem ter um cuidado, como: falta de apetite, dores no corpo, dificuldade para dormir, irritabilidade, insônia, falta de memória, preocupações com a morte e sensação que é um fardo para os outros. "Esses sinais precisam de atenção, e é recomendável procurar um psiquiatra e um psicólogo, para uma melhor avaliação", conclui.



Psicoterapia


Milena Silva, doutora em psicologia do desenvolvimento humano e professora do CEUB destaca que a psicoterapia de idosos é muito importante, por dois motivos. Segundo ela, o primeiro serve para proteger a população idosa que começa a sentir o declínio do envelhecimento natural, isso vai demandar algumas mudanças significativas como, por exemplo, saída do emprego, provavelmente uma mudança de local na família, mudança nas relações sociais, porque o idoso sai de alguns espaços muito importantes para ele, como trabalho e também das perdas que são muito comuns nesta fase.

"O idoso precisa ser reorganizado, se reconectar com a sua identidade. E agora dentro de um novo contexto, de uma nova demanda de vida", afirma a especialista. Ela continua: "a psicoterapia possibilita trabalhar de maneira geral, temáticas como autonomia, saúde física e mental, socialização e entre outras questões".

Em resumo, a psicóloga explica que é reforçado para o idoso a importância das relações afetivas, sejam sexuais, com familiares e amigos.


Pesquisadores usam engenharia genética para investigar mecanismos envolvidos em transtornos psiquiátricos

Grupo cria vírus capaz de atuar em áreas específicas de cérebros adultos, ajudando a elucidar o papel de neurônios-chave no córtex pré-frontal. Técnica foi testada em camundongos (interneurônio preenchido com biocitina, em verde, com marcações positivas para trkB.DN, em laranja, e parvalbumina, em azul; esses resultados permitem saber que houve o registro de interneurônios inibitórios que expressam os receptores trkB.DN inseridos pelo vetor viral; imagem: Nicolas Guyon)

 

Com ferramentas de engenharia genética, pesquisadores criaram um vírus capaz de entrar em neurônios específicos e inserir no córtex pré-frontal um novo código genético que induz à produção de proteínas modificadas. Em testes com camundongos, a alteração dessas proteínas se mostrou suficiente para modificar a atividade cerebral, indicando um potencial biomarcador para o diagnóstico de transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia e autismo.

Conhecido como o “executivo do cérebro”, o córtex pré-frontal é a região que gerencia as ações cognitivas e está envolvido na tomada de decisões do ser humano. Estudos anteriores realizados em tecidos dessa região do cérebro de pacientes com esquizofrenia já encontraram alterações, principalmente, em duas proteínas: a BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) e a trkB (tropomiosina quinase B).

A relação entre BDNF e trkB é importante durante a fase de desenvolvimento cerebral. Quando uma dessas proteínas se liga à outra, inicia-se uma cascata de sinalizações intracelulares essenciais para a maturação e o crescimento neuronal. Desequilíbrios nesse tipo de sinalização podem estar associados à manifestação de alguns transtornos.

Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto, e do Instituto Karolinska, em Estocolmo, criou um vírus que consegue carregar o código genético para produzir uma forma mutante de trkB. Com essa modificação da proteína, ao se ligar à BDNF, ocorre um bloqueio do início da cascata de sinalizações intracelulares, reproduzindo assim características observadas em tecidos cerebrais de pacientes diagnosticados com esquizofrenia.

Na pesquisa, realizada com apoio da FAPESP e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o grupo atuou sobre um tipo de neurônio: os interneurônios inibitórios que expressam parvalbumina (PV). São eles que atuam como “maestros” no cérebro, ou seja, organizam as atividades excitatórias e inibitórias no córtex, gerando ritmos de alta frequência (oscilações gama, entre 30 e 80 hertz). Se houver disfunção dos interneurônios PV, o processamento entre a informação gerada pela região cortical do cérebro e o comportamento cognitivo é prejudicado. Pacientes com transtornos psiquiátricos apresentam alterações nessas oscilações, possivelmente relacionadas à integridade dos interneurônios PV.

Considerado uma máquina complexa, o cérebro humano conta com grupos de neurônios e interneurônios que se comunicam por meio de correntes elétricas. Elas ativam e inibem outros neurônios ao seu redor, além de circuitos em áreas cerebrais distantes. A atividade organizada desses diferentes circuitos dá origem à consciência, sentimentos e comportamentos.

“Usando uma nova estratégia viral para a expressão de trkB negativo dominante (trkB.DN) em um tipo celular específico e de forma espacialmente restrita, mostramos que a sinalização de BDNF/trkB é essencial para a integridade e manutenção de interneurônios PV pré-frontais em camundongos adultos”, escrevem os autores no artigo publicado em fevereiro pela revista científica The Journal of Neuroscience.

O estudo foi realizado com a introdução do vírus em tecido cerebral de camundongos transgênicos adultos, utilizando a tecnologia de recombinação Cre-Lox, uma técnica de engenharia genética que permite inserir ou apagar sequências-alvo no DNA. Depois, o grupo registrou a atividade elétrica no córtex pré-frontal dos camundongos.

Foram encontradas alterações no equilíbrio das atividades excitatórias e inibitórias, assim como mudanças nas ondas cerebrais e na atividade neuronal, resultando em um comportamento mais agressivo e de ansiedade nos animais.

O professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Cleiton Lopes Aguiar, um dos coordenadores do estudo juntamente com a professora Marie Carlén, do Instituto Karolinska, explica que, ao utilizar essa técnica, foi possível manipular circuitos específicos do córtex de forma inovadora.

“Os resultados indicam que a manipulação de BDNF/trkB em adultos é capaz de alterar não apenas a atividade cerebral, mas também comportamentos complexos dependentes do córtex pré-frontal. Isso mostra que a sinalização BDNF/trkB é necessária tanto no processo de desenvolvimento como para a manutenção de redes neurais maduras”, afirma Aguiar.

Um dos coautores da pesquisa, Leonardo Rakauskas Zacharias, do Laboratório de Investigação em Epilepsia, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), destaca que essa nova técnica permite o estudo do cérebro já desenvolvido, depois de adulto.


O papel dos interneurônios

Na mesma edição do The Journal of Neuroscience, o grupo publicou outro artigo que trata da sincronia de interneurônios inibitórios que expressam a parvalbumina.

“As oscilações cerebrais são fundamentais para a coordenação da atividade entre neurônios e estruturas. As oscilações gama [30-80 Hz] têm recebido atenção especial por sua associação com processos perceptuais e cognitivos. (...) Mostramos como a inibição deficiente de PV pode levar a disparos excitatórios aumentados e assíncronos, contaminando os registros de potenciais de campo locais e se manifestando como aumento de potência gama. Portanto, a potência gama aumentada nem sempre reflete um ritmo oscilatório genuíno”, escrevem os autores.

Segundo Nicolas Gustavo Guyon, um dos pesquisadores do grupo ligado ao Instituto Karolinska, ao estudar as oscilações, eles detectaram que os interneurônios inibitórios nos camundongos geneticamente modificados não são capazes de responder a todos os estímulos excitatórios gerados por outros neurônios, o que leva a uma atividade dessincronizada.

Para Aguiar, o que une os dois artigos é a tentativa de desvendar o papel dos "maestros" (interneurônios) no córtex pré-frontal e entender como o cérebro organiza o balanço entre excitação e inibição. “Estamos tentando entender o cérebro normal para chegar a uma melhor compreensão de transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia. Mostramos que, se houver alteração de alguns aspectos específicos nesses animais normais, eles apresentam sintomas que podem ser pistas iniciais para elucidar os transtornos”, afirma.

Segundo relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), embora os transtornos sejam responsáveis por mais de um terço do total de incapacidades nas Américas, os investimentos em programas de saúde mental ainda ficam abaixo do necessário. Estão incluídos nesse dado casos de transtornos mentais e depressivos, entre eles demência e esquizofrenia, que atingem cerca de 23 milhões de pessoas no mundo, sendo 1,5 milhão de brasileiros.

Zacharias destaca que o trabalho do grupo, fruto de mais de sete anos de pesquisa, pode contribuir no futuro com o desenvolvimento de potenciais tratamentos. “Trabalhamos com ciência básica para entender os mecanismos do cérebro. Isso serve como um tijolinho para compreender os transtornos psiquiátricos”, diz o pesquisador da USP.

O artigo Adult trkB signaling in parvalbumin interneurons is essential to prefrontal network dynamics pode ser lido em: www.jneurosci.org/content/early/2021/02/10/JNEUROSCI.1848-20.2021. E o estudo Network asynchrony underlying increased broadband gamma power está disponível em: www.jneurosci.org/content/early/2021/02/10/JNEUROSCI.2250-20.2021.

 


Luciana Constantino

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/pesquisadores-usam-engenharia-genetica-para-investigar-mecanismos-envolvidos-em-transtornos-psiquiatricos/35728/ 


Lei da Reconstrução Mamária completa oito anos e sofre com o impacto da pandemia; lei é conquista da FEMAMA

A Covid-19 diminuiu a possibilidade de cirurgias eletivas serem feitas; apesar de ser direito garantido, somente 27,6% das mulheres têm conhecimento da lei


No último sábado, dia 24 de abril, a Lei da Reconstrução Mamária, que prevê o direito a cirurgia reparadora após a retirada total ou parcial da mama devido ao tratamento de câncer, completou oito anos de vigência. A Lei nº 12.802, de 2013, declara que a paciente tem direito a realizar o procedimento através do Sistema Único de Saúde (SUS) imediatamente após a retirada da mama com câncer, na mesma cirurgia, se houver condições clínicas, ou assim que a paciente apresentar os requisitos necessários. Mas, ao fazer aniversário, a lei também sofreu com o impacto da pandemia da Covid-19.

A lei é uma conquista da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) e suas associadas para contemplar esse procedimento imediato, sempre que possível por meio de alteração na Lei nº 9.797/1999, que determinava que pacientes mastectomizadas tinham direito à cirurgia reparadora na rede pública de saúde, porém sem prazo especificado.

“Imediata ou não, a cirurgia de reconstrução é um direito de toda paciente de câncer de mama que passou por mastectomia durante o tratamento da doença. Esse direito deve ser exigido junto ao SUS e aos planos de saúde e discutido com o médico antes da realização da cirurgia ou a qualquer momento após o procedimento de retirada do tumor, no caso de uma reconstrução tardia. A cirurgia devolve para a mulher a imagem corporal e a autoestima”, comenta a Dra. Maira Caleffi, mastologista e presidente voluntária da FEMAMA.

 

Desconhecimento e dificuldades impostas pela pandemia

Mesmo considerando que fazer a reconstrução mamária é uma decisão unicamente da paciente, há um desconhecimento dessa possibilidade garantida por lei, de maneira geral. De acordo com pesquisa da FEMAMA realizada em 2018 em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, a Johnson & Johnson Medical Devices e o instituto Ideafix, somente 27,6% das mulheres que passaram pela mastectomia afirmaram conhecer bem a Lei da Reconstrução Mamária.

Dessas que conhecem a lei, 71,9% optaram por passar pelo procedimento, enquanto entre as que nunca tinham ouvido falar da legislação, essa taxa ficou em 38,9%. O DataSUS aponta que a proporção é de apenas uma cirurgia de reconstrução a cada 7,5 mastectomias realizadas, em média, nos últimos anos.

A chegada do Covid-19 ao Brasil, em 2020, adicionou uma variante problemática a essa equação pois diminuiu a possibilidade de cirurgias eletivas, aumentou dificuldades já antigas e ampliou a desigualdade no acesso. Ao passo que há pacientes do sistema privado de saúde conseguindo fazer a reconstrução imediatamente após a mastectomia como a “cereja do bolo” do seu tratamento, há outras no SUS em que essa possibilidade nem é oferecida, afetando sua autoestima e, muitas vezes, fazendo com que a mulher nem consiga se olhar no espelho. “A reconstrução mamária imediata não pode ser considerada uma cirurgia eletiva, e sim parte do tratamento do câncer de mama, nem em tempos de pandemia por coronavírus”, reafirma a presidente da Femama.

Esse acompanhamento e orientação médica são muito importantes. Reforçando seu compromisso de lutar pelos direitos e acesso de pacientes com câncer e comemorando os oito anos da Lei da Reconstrução Mamária, a FEMAMA realizou, no último 22 de abril, uma live em seu canal para trazer luz ao assunto e falar de outros direitos mais recentes, como a Lei 13.770/2018, que permite também realizar o procedimento de simetrização da outra mama e a reconstrução do complexo aréolo-mamilar.

 


FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama

femama.org.br


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