O Conselho Regional de Odontologia de São
Paulo (CROSP) reforça que ao diagnosticar o transtorno, o paciente também deve
consultar o cirurgião-dentista, pois pode desenvolver sintomas bucais como
problemas periodontais e o bruxismo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
Brasil é um dos países com a maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo. A
doença, que afeta cerca de 9,3% da população, causa diversos prejuízos ao
indivíduo como insônia, irritabilidade e inquietação. Além de afetar o
emocional, o distúrbio pode desencadear problemas bucais como o bruxismo
(ranger e apertamento dos
dentes).
Dessa forma, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP) recomenda que, nos casos de ansiedade, o paciente também consulte a(o)
cirurgiã(o)-dentista. A partir do tratamento com uma equipe multidisciplinar,
envolvendo as várias áreas da saúde, é possível ter melhoras significativas dos
sintomas.
Os
principais reflexos na saúde bucal
O bruxismo é uma das consequências bucais mais comuns
entre os pacientes com ansiedade. Sem que percebam, por conta da tensão, eles
acabam criando o hábito de apertar e ranger os dentes. Esse comportamento pode
gerar desgaste e amolecimento dos dentes, problemas ósseos na gengiva, na
articulação da mandíbula (ATM) e dor.
A ansiedade também costuma provocar alteração nos
pequenos vasos sanguíneos que irrigam o periodonto e as mucosas em geral. Como consequência, favorece o
surgimento de problemas periodontais. Além disso, o transtorno pode levar o
indivíduo a negligenciar a higiene bucal. A escovação é o principal hábito de
prevenção à cárie, por exemplo.
“O estresse, comum em
pacientes ansiosos, está relacionado à queda de imunidade, o que favorece o
surgimento de herpes do tipo simples ou zooster (podem acometer nervos faciais), aftas
recorrentes, entre outros distúrbios”, destaca o membro da Câmara Técnica de
Disfunção Temporomandibular (DTM) e Dor Orofacial do CROSP, João Paulo Tanganeli.
Diagnóstico
e tratamento
Para
diagnosticar o bruxismo, a(o) cirurgiã(o)-dentista faz uma entrevista
(anamnese) detalhada com o paciente, analisa o seu histórico médico e realiza
exames clínicos. Constatado o problema, o paciente inicia o tratamento.
“Placas interoclusais, laserterapia,
fisioterapia, aconselhamento sobre hábitos, viscossuplementaçao da ATM
e agulhamento seco
de pontos gatilho podem ser
recomendados no primeiro momento.”, afirma Tanganeli.
Tratamentos mais invasivos também podem ser realizados,
segundo o cirurgião-dentista. “Algumas pessoas podem precisar de cirurgia, mas
mesmo nessas situações, há uma escala de procedimentos dos menos para os mais
invasivos”, finaliza João Paulo.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)