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domingo, 4 de março de 2018

MULHERADAS



Socorro! Há dias estou verdadeiramente soterrada por informações de empresas e assessorias, aproveitando o Dia Internacional da Mulher, que chegam para dar um plá e vender seus produtos e conceitos, associando-se numa boa às conquistas femininas em alguma atividade. A verdade é que ainda falta muito para recebermos respeito, que é o que mais queremos. Exigimos.


Chegam por todos os lados, aos borbotões, por minuto. Estão expressos em todos os meios de comunicação. Se chegasse um ser de outro planeta, ou se nós mesmas fôssemos levar em conta tudo o quanto nos oferecem esses dias, decretaríamos que a igualdade já chegou, que está tudo bem, ótimo, que as mulheres estão quantitativamente representadas em todas as atividades, que conseguimos tudo o pelo qual tanto lutamos há tantas décadas; séculos, na verdade.

Mas a verdade é que por esses dias as tais empoderadas, liberadas, compreendidas, apoiadas, empedernidas, corajosas e bem sucedidas mulheres terão à sua disposição os mais variados tratamentos estéticos com promoções “imperdíveis”; acessórios, roupas e lingeries “para seduzir” – presta atenção! - em liquidação. Até os bancos tiram casquinha. Kits deslumbrantes, e enquanto escrevo, agora mesmo, chegou oferta especial de bolos e geleias. É o marketing, senhoras, senhoritas, meninas, madames, moças, trans recém-chegadas.

A realidade, que é bom, está muito longe de alcançar um patamar aceitável. Dirigimos aviões, helicópteros, já fomos para o espaço, mas ganhamos muito menos que os homens, e temos menos chances de alçar voo nas empresas. Assassinatos diários de mulheres por seus companheiros nunca mereceram intervenção mais radical: só leis não cumpridas e a promessa de proteção que nunca chega. Ou chega tarde, para o velório, condolências e explicações mal amanhadas.

Veja o governo, ou melhor, os governos, inclusive o daquela que fez tanta questão do “A” em seu aposto. Um cargo aqui, ali, mas neca nas posições-chave. Ela própria só decidia atrelada ao sapo barbudo que por mais que muita gente beije não chegará nunca a príncipe. Esse, o construtor de postes, é outro que parece achar a mulher igual a uma mesa, cadeira, que põe onde quer. Aliás, reparei que agora também pegou o “querida”, “querida isso”, “querida aquilo” quando quer fugir de algum aperto diante de jornalistas mulheres. Deve dizer só para elas, porque não o imagino chamando um repórter de querido. Para ele, deve pegar mal. Cabra arretado, macho.

No momento atual, no Executivo, somos esquecidas, e só vemos aquelas cerimônias que muito se assemelham a enterros, aqueles homens sem cor, vestidos iguais em seus ternos escuros e gravatas coloridas, o item que se permitem para diferenciá-los entre si.

Já no Judiciário, nossa, tem várias de nós, inclusive na presidência do STF, no comando da Procuradoria também. Várias, eu disse; mas que ainda dá para contar com os dedos da mão. No Legislativo federal, 45 deputadas contra 468 homens. De 81 senadores, 12 mulheres. E tome cota. Cota pra isso, para aquilo. Como são generosos.

Falar de mulher não pode ser moda, modinha, coisa de gente politicamente correta. Chegará sim o dia que será real, que será percebido o quanto somos diferentes e como, juntos, todos, homens e mulheres, exatamente com essas nossas diferenças, será mudado o rumo das coisas. Não sei se estarei aqui para ver, como estive quando essa data começou a ser comemorada, exatamente no Dia 8 de março de 1975. 16, quase 17 anos, ali, no MASP, lembro bem. Depois dessa reunião, fotos, vídeos e depoimentos reais emocionantes, minha vida foi desenhada. Luta, independência, consciência, inclusive dos limites a nós, mulheres, impostos.

Violência, dupla jornada, racismo, abusos de toda a sorte, assédios, falta de oportunidades, imposição de obrigações, falta de apoio na saúde, como na ainda escamoteada questão da legalização do aborto, passaram a ser temas e interesses do meu dia a dia. O feminismo que, acreditem, não morde, e é o canal de nossa defesa.

Isso faz 43 anos. Parece que foi ontem, porque mudou, sim, mas pouca coisa de verdade, estamos no começo das conquistas. Será por isso que acham que queremos esses descontos em lojas nessa data?


Marli Gonçalves - jornalista - Para não dizer que não falei de algo bonito para o Dia da Mulher, sugiro flores. Parecem com a gente - repare nos seus gineceus prontos a criar coisas bonitas.


 

 

Uso excessivo de celulares e computadores pode ser fobia



Saiba se você é um nomofóbico             

              
A crescente utilização da internet por meio de dispositivos móveis, intensificados pela facilidade, dinamicidade e praticidade na aquisição e disseminação de informações, compartilhamento de dados, realização de operações financeiras, compra de produtos, serviços e outros, se faz cada vez mais presente na vida cotidiana.

Introjetados na sociedade contemporânea, os celulares, smartphones e computadores tornaram-se “necessários” na sociedade, que até em alguns casos podem ser comparados a ingestão de alimentos.

Conforme dados da consultoria IDC Brasil, estima-se que, neste ano, mais de 30% das operações financeiras sejam realizadas por meio de soluções móveis, aplicativos que possibilitam a realização de pagamentos e diversos serviços bancários, além da compra de presentes, dentre outras ações.

Conhecida como “Nomofobia”, a fobia ou medo de permanecer isolado e desconectado do mundo virtual é um dos grandes males da sociedade atual.

Os sintomas da abstinência do uso de aparatos tecnológicos e internet no convívio social é tão grave que em até alguns casos, podem ser comparados com a abstinência de drogas como álcool e o cigarro.

Para o professor e psicólogo da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Breno Rosostolato, é necessário e urgente discutir com profundidade o problema da dependência desses aparelhos, uma vez que o uso desses dispositivos fazem parte de um fenômeno social cada vez mais comum e rotineiro na relação das pessoas com a informatização.

O perigo é tão iminente que algumas correntes psicológicas cogitam que o vício do uso de dispositivos móveis e da internet podem ter uma correlação com a Síndrome do Pânico. “A pessoa acometida pela síndrome não consegue sair de casa sem o aparelho, com medo de passar mal na rua e não ter um contato imediato para ajuda. Convence-se que o aparelho é imprescindível e indispensável para se sentir segura” – alerta.

De acordo com Rosostolato, embora o uso da tecnologia seja importante e essencial na contemporaneidade, fundamental é entender o cerne da questão, que pode estar associada ao prazer.

“O uso indiscriminado e demasiado de aparelhos conectados a internet pode estar associado a banalização do prazer, que em algum momento, irá causar problemas e dificuldade na vida da pessoa viciada”. 

O especialista ainda destaca que se o indivíduo não têm controle de suas ações, acessa a internet constantemente, verifica mensagens, e-mails, redes sociais e outras funções com frequência, chega atrasado em compromissos, não realiza as refeições em horários habituais, perdendo o controle dos próprios horários, ou mesmo não conclui atividades simples do dia a dia devido ao uso do celular, talvez sejam indícios e alertas de dependência, pois conforme explica, o vício é ritualístico, ou seja, a pessoa está condicionada a usar o aparelho para sentir-se bem, fazendo da ação uma rotina e um hábito.

“A repetição desse comportamento transforma-se em um movimento automático, concretizando e sedimentando o estado de dependência”, afirma.

Em consequência da preocupante situação, o psicólogo salienta que é imprescindível que as pessoas e familiares que percebam algum indício de Nomofobia em um indivíduo, procurem atendimento clínico profissional, a fim de não comprometer seu cotidiano e os relacionamentos sociais. 



Esportes radicais podem potencializar os riscos de sofrer um AVC?



Neurocirurgião esclarece que, assim como verificar a situação cardíaca e física, é importante incluir o exame vascular do encéfalo como pré-requisito antes de praticar algumas modalidades esportivas radicais

É senso comum que a prática esportiva é um forte aliado da saúde. No entanto, o que muitas pessoas desconhecem é que, sem acompanhamento médico, exagerar na atividade, assim como praticar exercícios ou modalidades mais intensas, exige mais do organismo e, consequentemente, pode trazer graves riscos, como, por exemplo, deixar o corpo suscetível a um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

"É comprovado que durante a prática esportiva o corpo humano apresenta picos de pressão. Com isso, caso o organismo não esteja preparado para absorver estas alterações e a pessoa já tenha alguma dilatação aneurismática (que se formam com base em alguma fragilidade dos vasos internos do cérebro), existe uma maior probabilidade de ele se romper, o que pode resultar em uma hemorragia cerebral", explica o doutor Osmar Moraes, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina (SP).

O médico ressalta, todavia, que não há estudos que mostrem que a prática de esportes radicais traga maiores riscos que outras modalidades. "O que deve ser observado por todas as pessoas que praticam atividades físicas é incluir, além dos exames cardíacos e físicos, uma avaliação clinica e eventualmente um exame vascular do cérebro antes de realizar alguns esportes que exijam mais do corpo humano. Este cuidado pode atenuar muitos riscos e dar a chancela que o organismo precisa para praticar qualquer exercício".

Eventualmente, ocorrem alguns casos de problemas cerebrais, como rotura aneurismática ou AVC, em jovens esportistas. Com isso, muitos se questionam se os atletas mais novos - sejam de fins de semana ou profissionais - estão mais suscetíveis a problemas nessa região do corpo.

Doutor Moraes esclarece que não há estudos que corroborem esta afirmação, no entanto, há vários fatores que podem favorecer o enfraquecimento de uma parede arterial e, consequentemente, aumentar os riscos: "ter hábitos prejudiciais ao corpo humano, como o consumo excessivo de álcool, o fumo, a hipertensão, além de não tratar infecções sanguíneas, podem ser fatores determinantes para potencializar os riscos de sofrer um AVC".


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