Enfermidade
atingiu 48 mil brasileiros em 2016, segundo dados da ONU
O
dia 1º de dezembro foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como
Dia Mundial da Luta Contra a AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida). A
data tem como objetivo levar informação sobre a doença e diminuir o
preconceito. E o Seconci-SP
(Serviço Social da Construção) aproveita este período para esclarecer as
principais dúvidas sobre a enfermidade, que em 2016 atingiu 48 mil brasileiros,
de acordo com a UNAids, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).
O
clínico geral do Seconci-SP, dr. José Alfredo Penteado, explica que a AIDS é
causada pelo vírus Imunodeficiência Humana (HIV), que ataca o sistema
imunológico responsável por defender o organismo de doenças. “Após se instalar
no sangue, o vírus se multiplica atacando principalmente as células linfócitos
CD4. A partir desse processo, surgem os primeiros sintomas como febre ou gripe,
e com o tempo o aparecimento de doenças oportunistas mais graves resultantes da
queda da imunidade ou defesa do organismo”.
O
especialista salienta ainda que o vírus pode passar por um período de incubação
no organismo. Por isso, o fato de o indivíduo ter HIV não significa que ele
possui AIDS, logo há soropositivos que não desenvolvem a doença ou demoram anos
para apresentar os sintomas, porém podem transmitir. Portanto, é sempre
importante realizar o teste com periodicidade e se proteger em todas as
situações.
O
contágio pode ocorrer através de relação sexual vaginal, oral e anal sem uso do
preservativo; materiais não esterilizados que estejam contaminados, e
transmissão vertical, quando a mãe passa a doença para o filho durante a
gestação e amamentação. É obrigatório por lei que toda gestante faça o teste de
HIV logo nas primeiras consultas do pré-natal, e se negativo, repete-se o exame
no terceiro trimestre de gestação. Em caso positivo, são realizados exames de
carga viral para acompanhar a evolução da paciente, que ao medicar-se corretamente,
pode gerar um bebê saudável.
O
diagnóstico pode ser feito por meio de exames laboratoriais (teste fluido oral
e sanguíneo) de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) e Centro de
Referência e Treinamento DST AIDS (CRT). “O exame deve ser feito após 30 dias
da situação de exposição ao vírus, a chamada janela imunológica. Em alguns
casos, o período pode alterar dependendo da reação do organismo, sendo
necessário repetir o exame no intervalo de 3 a 9 meses”, enfatiza o médico.
Penteado
ressalta também que o Seconci-SP dispõe de estrutura laboratorial completa para
a realização dos exames necessários para a detecção da enfermidade e equipe de
orientação. Por esta razão, é muito importante que o trabalhador procure
atendimento caso tenha alguma suspeita.
O
tratamento da AIDS é feito através de 22 medicamentos antirretrovirais que são
divididos em 38 apresentações, fornecidos gratuitamente pelo SUS. Estes
medicamentos combatem o vírus e fortalecem o sistema imune, pois sua cura ainda
não foi descoberta. “A dosagem da medicamentação é escolhida de acordo com o
grau da síndrome, contribuindo para aumentar o tempo de vida do paciente e
diminuir o risco de desenvolver outras doenças, como por exemplo, tuberculose,
pneumonia e câncer”, orienta.
Informações
importantes
O
Ministério da Saúde oferece atendimento gratuito após a exposição ao HIV
através da Profilaxia Pós-Exposição, ou simplesmente PEP, responsável por
utilizar medidas de prevenção contra a multiplicação do vírus. O procedimento é
indicado para pessoas que podem ter sido expostas ao vírus em situações como:
violência sexual, relação desprotegida (sem o uso do preservativo ou ruptura) e
acidente ocupacional (contato direto com objetos perfurocortantes ou com
material biológico contaminados).
A
PEP consiste na ingestão de uma pílula em uma dose diária única até 72 horas
após o contato, mas dependendo da avaliação do médico, poder ser orientada
dosagem diária no período de 28 dias. “O atendimento é garantido pela
Constituição Federal, pela Lei 8080/90 (Lei Orgânica do SUS) e pela Lei
9313/96, que determina a gratuidade da oferta universal de Terapia
Antirretroviral (TARV) para aqueles que preencham os critérios estabelecidos
pelo Ministério da Saúde. Seguir as orientações médicas é essencial para que o
tratamento não apresente falhas. Dessa forma, a probabilidade de reprodução do
vírus é mínima” comenta.
Outra
estratégia de prevenção que envolve o uso de medicamento antirretroviral, é
Profilaxia Pré-exposição (PrEP). O recurso, que obteve seu registro aprovado
pela Anvisa em maio deste ano, diminui de maneira significativa as chances de
contrair o HIV em caso de uma exposição e deve ser usado em conjunto com a
camisinha. A PrEP será oferecida apenas para pessoas mais vulneráveis ao
contágio; poderão ser homens que fazem sexo com homens, gays, população trans,
profissionais do sexo e casais sorodiferentes (quando um já tem o vírus e o
outro não). O comprimido único deve ser ingerido diariamente e não incentiva
relações sem preservativo, apenas poderá será uma alternativa para grupos de
riscos que estão vulneráveis ao contato com o vírus.