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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Olimpíadas, coisas e medalhas




O "homo", irmãos do "sapiens", não são apenas estruturas biológicas. A moderna física reconhece a característica do "homo" até mesmo em insignificantes amebas. Até certo tempo, dizer que simples coisas materiais tangenciavam o que conhecemos como mundo biológico seria risível, episódio de manicômio. A física atual mais avançada já vislumbra elétrons reprodutores nas coisas inanimadas. Evidentemente, físicos não são do tipo dos que dão a cara para bater; conhecimentos novos somente depois de muitos estudos, pesquisas e testes. 

O que não podemos justificar é a expressão "homo sapiens" (homens sábios). Talvez possamos admiti-la, se por sabedoria considerarmos compreensão de fenômenos antes impenetráveis, a comunicação, não por gestos, mas por signos que se completam como linguagem, e o raciocínio que se segue a essas virtudes incomuns. 

Se somos homens sábios, como narrar as guerras, os fundamentalismos, o terrorismo, a exploração de um sábio por outro pretensioso e pretendente a ser mais sábio, e, entre muitas outras hipóteses, no plano pessoal, as depressões, os caráteres deficientes, a emoção que supera a razão em muitos momentos, o suicídio, este desconhecido pelos irracionais, que, muito ao contrário, até aos estertores fazem de tudo segundo o instinto da sobrevivência. 

Esses "homo non sapiens" empreendem somente guerras necessárias. Predam e são predados. De todo modo, agem em absoluto compasso com o ritmo da natureza. A alimentação é o que importa. Numa savana generosa, não haveria nenhum conflito. Ou, com o tempo, desapareceriam. O tigre a passear ao lado do lobo nada teria de insólito, numa natureza que tivesse evoluído, sem a presença do "homo sapiens", que a combate. 

Ninguém pretende dizer, com isso, que a "sabedoria" do homem é algo indesejável, ou que, sob muitos aspectos, não tenha contribuído à evolução animal e ao aperfeiçoamento das coisas inanimadas. Há muitos parques no mundo em que os bichos são cuidados como reis, sem agravo à sua liberdade. A madeira tosca tomou forma de mesas esteticamente maravilhosas, pela mão dos homens sábios.  As desconstruções, porém, simultaneamente foram tantas ou maiores, a ponto de não termos certeza de por quanto tempo perdurará o planeta em que habitamos. 

A presença de mínimos elétrons nas coisas inanimadas parece que lhes dão uma capacidade de compreensão peculiar. Primeiro, dependentes dos materiais de que são feitas, sobrevivem por largo tempo ao homem. Atravessam gerações, tão belas quando de seu nascimento. Damos-lhes o nome de "antiguidades", ora por gosto, ora por desgosto. Para muitos, o pós-moderno é que se agrega de valor, salvo quando percebem que o "pós" é feito de valores e desvalores, em relação ao progresso da humanidade, motivo último visto e arrazoado pela axiologia. 

Não sentem dores (pelo menos assim imaginamos), não sofrem, não odeiam e não amam. Nascem e morrem. Não crescem e não vivem, pensamos nós. Mas em seu interior lá estão os eletros, bósons, férmions e condensados de energia. Potenciais que ainda, talvez, ganhem sabedoria num universo que somente se expande. Sabedoria, façamos fé, menos precária que a nossa, profundamente paradoxal. 

Acabamos de ver uma Olimpíada, evento mundial de grandiosidade, paz e conjugação dos espíritos. Mas, como disse nosso poeta, "amanhã será outro dia". Todos perceberão o que fingiram e que deveras sentiram. O tempo é implacável e o passado é apagado, salvo em nossa considerada memória imaterial. A lembrança também compõe nosso presente, assim como o fazem os sonhos em relação ao futuro. Não temos presente, a menos que acreditemos em sua imaterialidade,  no momento que acabou de passar e já se fez passado. 

Salvo acidentes, próprias do acaso (há os que creem que Deus nos fez num momento de distração), medalhas de ouro, prata e bronze sobreviverão por muito tempo a seus heróis.

Certamente foram conduzidas por seus elétrons a peitos merecedores, assim declinando suas vontades ocultas. 

Dessa visão do todo advém a cosmovisão que nos levou a esboçar este escrito: a do respeito ao outro "sapiens", para além de Kant, ao "homo" biológico e às coisas que nos rodeiam, a dizer tudo, imóveis e em silêncio.  



Amadeu Roberto Garrido de Paula - advogado, membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas. 



Os benefícios de uma simples conversa



Conversar com os idosos é uma das melhores formas de estímulo intelectual e demonstração de afeto
Dois pontos que são fundamentais para promover uma melhor qualidade de vida na terceira idade são estimular o intelecto e a afetividade. Uma simples atividade, mas que contribui imensamente para isso, é o bom e velho diálogo. Conversar com os idosos, ouvir as suas histórias e pedir conselhos, além de ser uma demonstração de interesse e afeto, estimula a memória, a linguagem e a interação. E se você for esperto, ainda aprende um bocado.

O que a gente já imaginava (que vamos ficando mais sábios com o tempo) foi comprovado em pesquisa realizada por um time de pesquisadores da Universidade do Texas e da Universidade A&M, também do Texas, nos Estados Unidos. De acordo com o estudo, homens e mulheres com pelo menos 60 anos são mais capacitados para tomar decisões com impactos em longo prazo do que adultos com 20, 30 anos, que pensam com imediatismo.

Cerca de 50 homens e mulheres com idades entre 67 e 82 anos e outro grupo com idade entre 20 e 36 foram convidados a dizer como armazenariam oxigênio em uma missão virtual em Marte. Eles puderam escolher entre uma opção que aumentou as recompensas num ensaio futuro e uma que diminuiu essa recompensa em longo prazo, mas trouxe maiores benefícios imediatos. Em cada caso os participantes mais velhos superaram os demais por descobrirem qual opção levaria aos melhores resultados. Interessante, não?

E para ajudar a manter essa capacidade de raciocínio diferenciada que os idosos possuem, é preciso incentivo. Estimular o aprendizado, como por exemplo, com o uso das novas tecnologias de comunicação.  “Além de aprendermos muito com a sabedoria de quem já viveu mais do que nós, estimular que os idosos conversem, contem suas histórias, exercitem a fala, a linguagem e a memória facilita muito a interação deles com a vida cotidiana e o mundo ao seu redor”, afirma Marcia Sena, especialista em qualidade de vida na terceira idade da Senior Concierge.

Não se trata apenas de fazer perguntas ou de ouvir o que eles têm a dizer. É preciso interagir e também apresentar coisas novas. Principalmente se o idoso residir sozinho e precisar de cuidados, é importante que ele seja acompanhado de uma pessoa capacitada e atenta a essas necessidades. “Não pode ser qualquer cuidador, uma pessoa que só observa e medica. Tem que ser alguém com essa capacidade de interação e de escuta”, explica a especialista.

Márcia faz questão de ressaltar que os benefícios desta interação não se restringem aos idosos, pelo contrário, quem souber tirar proveito de toda a sabedoria que eles possuem, incluindo a capacidade de tomar decisões mencionada na pesquisa, vai perceber que nunca é em vão conversar com um idoso, mas na verdade, uma oportunidade de aprendizado muito valiosa.


Márcia Sena - especialista em qualidade de vida na terceira idade da Senior Concierge. Possui MBA em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica. Criou a Senior Concierge a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estão envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia de pessoas da melhor idade no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia, segurança contra males súbitos e serviço de acompanhantes. www.seniorconcierge.com.br

Lei da Alienação Parental completa seis anos



Antecipando-me ao aniversário da Lei da Alienação Parental, a qual completará neste próximo mês de Agosto de 2016 seus seis anos de existência entre nós, população Brasileira e em especial aos operadores do Direito.

Ao longo destes anos (me dedico à matéria muito antes da lei ser sancionada), houve pouquíssima evolução em relação ao que assistimos no dia a dia em nosso poder Judiciário.

Tem momentos que me pergunto, os julgadores e os representantes do Ministério Público não se dão conta da importância que é atentar para este assunto.

Há inúmeras crianças, adolescentes que sofrem a alienação parental por parte de um de seus genitores e muitas vezes por parentes próximos como avós, tios, entre outros.

Estas crianças em especial, estão sofrendo uma espécie de lavagem cerebral, onde lhes estão sendo extraídas a boas memorias e sendo gravadas falsas memorias, em especial contra o genitor que esta sendo alienado, resultando assim, estas falsas memorias, em perda de convívio familiar, ao afastamento daquele genitor alienado.

Ainda hoje, sem medo de errar, a grande maioria dos alienadores são mães que possuem a guarda unilateral de seus filhos, até porque, ainda temos aquele paradigma de nossos julgadores e representantes do Ministério Público “quem sabe criar filhos é a mãe”.

São cinco anos que foi sancionada a lei, cinco anos na vida de cada ser humano é um longo tempo, um jovem em cinco anos completa o seu curso de direito, engenharia, ou outro curso universitário; muda-se a vida de inúmeras pessoas.

Por hipótese, uma criança que aos cinco anos de idade, vitima do divorcio dos pais, é inicializada na prática da alienação parental. Hoje esta criança com 10 anos de idade, certamente já deve estar apresentando os sintomas da Síndrome da Alienação Parental, ou seja, esta criança já se encontra na fase de doença psíquica e com efeitos drásticos, não bastando, muitas vezes, apenas um tratamento por terapia, mas por medicação.

Richard Gardner, professor especialista na psiquiatria infantil da Universidade de Columbia-NY, durante 40 anos se dedicou ao estudo da Síndrome da Alienação Parental, constatando em mais de 40 livros publicados e mais de 250 artigos científicos, que a Síndrome da Alienação Parental se instala na criança após a separação  (divórcio) dos pais e disputas em relação a guarda dos filhos, disputas estas que traz em seu bojo a frustração pela falência do matrimonio, onde uma parte acusa a outra de inúmeros atos que por vezes foram superados e que retornam a inflamação da disputa, de forma a demonstrarem que estão disputando fortunas, mas na verdade, disputam egos feridos.

Estas disputas sempre atingem, como uma bala perdida, aqueles que não possuem qualquer participação na falência do casamento, os filhos, aliás, a única coisa que restou dos bons momentos do casal, afinal, estes filhos são frutos de momentos de amor entre eles, e sem que percebam, estão destruindo este ser que seria o melhor representante de ambos.

 Pergunto-me muitas vezes, será que estas mães ou pais, sabem o mal que estão fazendo aos seus filhos?

Aquele Genitor que acredita estar sendo alienado deve antes de qualquer coisa, responder algumas destas perguntas:

1)      Meu filho(a) apresenta algumas desta características:

a)       Extrema ansiedade ou demonstração de depressão?

b)      Há momentos em nosso relacionamento que demonstra algum transtorno de identidade? de imagem? desespero por alguma atitude sem razão? demonstra sentir-se culpado de algo? em alguns momentos busca o isolamento? Demonstra querer agradar pai e mãe e assim, não externar o real sentimento que tem?

2)      Caso não consiga sentir o suficiente de seu filho (a) para responder as perguntas, devido à idade tenra, quem sabe pode responder a seguintes:

a)       O Genitor que mantém a guarda promove campanha de desqualificar o genitor alienado no exercício da paternidade?

b)      Há dificuldades do Genitor alienado em exercer a autoridade parental?

c)       Há dificuldades criadas para o convívio do Genitor alienado com a criança/adolescente? Exemplos: hoje não dá, pois tem uma festinha. Hoje não dá porque vai dormir na casa de amiguinhos. Não deu tempo de te avisar.

d)      Dificulta o exercício do direito regulamentado para a convivência familiar?

e)      Omite, de forma deliberada, informações pessoais relevantes da criança/adolescentes, inclusive escolares, médicas, atividades na escola para a convivência familiar, etc...

f)        Entre outros, há fatos mais relevantes, como a mudança de endereço para lugar distante e assim criar dificuldades ao Genitor alienado conviver com a criança/adolescente.
Havendo respostas positivas a estas perguntas, em mais de 70%, sem duvidas há indícios da prática da alienação parental, e quem sabe, até da instalação da Síndrome da Alienação Parental.

Aconselhamos a este Genitor que procure um operador do direito para que possa exercer o seu direito de convivência familiar e assim ir amenizando o impacto da alienação parental praticada, bem como, buscar guarida junto ao poder judiciário para que sejam realizadas analises psicossociais da criança/adolescentes, genitores, de tal sorte a poder evitar danos psiquiátricos ainda maiores a este ser em formação.

A própria lei da alienação parental possui em seu art. 6º prevê as sanções ao Genitor alienador, que vai desde advertir o Alienador de sua conduta, ampliação de convivência do Genitor Alienado com o menor, multas ao Alienador e em geral que este Alienador seja acompanhado por profissionais de tal sorte a tratar desvios psicológicos e biopsicossociais.
Assim, apesar de ter me estendido mais do que pretendia, ainda aproveito para requerer ao todos os Magistrados, representantes do MP e Advogados que atuam na área da família, que sejam permeáveis aos apelos de pais alienados, não só por eles, mas em especial pelas vitimas da prática da alienação parental, ou seja, os filhos.



Paulo Eduardo Akiyama - formado em economia e em direito 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados, atua com ênfase no direito empresarial e direito de família. 


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