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sexta-feira, 26 de maio de 2023

5 mitos e 5 verdades sobre a dor de cabeça

A dor de cabeça, também chamada tecnicamente de cefaleia, é uma doença que acomete 52% da população mundial, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU, da sigla em inglês).[1] Só no Brasil, estima-se que 15% da população sofra de enxaqueca[2] e 13% - 29,5% de cefaleia tensional[15,2], de acordo com estudos epidemiológicos. Quando essas dores duram mais de três meses, elas passam a ser consideradas crônicas, e afetam ainda mais a qualidade de vida dos pacientes. 

No marco do Dia Nacional de Combate à Cefaleia, comemorado em Maio, a Dra. Luciana Bahia, neurologista especialista em dor crônica e gerente médica da Grünenthal Brasil, empresa farmacêutica líder no tratamento da dor e doenças relacionadas,[3] aponta quais são os mitos e verdades sobre a dor de cabeça:

 

1) A dor de cabeça é um dos principais motivos de consulta médica.

Verdade. Entre as causas mais comuns que levam um paciente com dor a consultar um especialista estão a osteoartrite, dores nas costas e as dores de cabeça.[4] O contato inicial dos pacientes com essas dores geralmente é feito com médicos da atenção primária e medicina interna, e por isso é essencial que os profissionais dessas áreas tenham treinamento adequado para avaliar, diagnosticar, administrar e tratar a dor em tempo hábil, levando em consideração a duração e frequência dos episódios de dores de cabeça do paciente, por exemplo, para que assim o profissional possa saber diferenciar um sintoma de uma dor crônica.

 

2) Mulheres têm mais dores de cabeça do que os homens.

Verdade. De acordo com a American Migraine Foundation, a enxaqueca, um dos tipos mais frequentes de cefaleia, é três vezes mais comum em mulheres do que em homens, e afeta mais de 30% das mulheres ao longo da vida.[5] No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cefaleias tensionais e enxaquecas atingem aproximadamente 20% das mulheres, enquanto o índice do sexo masculino fica entre 5% e 10%.[6] Entre as várias razões para a maior frequência das dores femininas estão as flutuações hormonais, relacionadas aos ciclos menstruais.[7] Algumas condições especificas são mais comuns em homens, como a cefaleia em salvas, mas sua prevalência é bem mais rara comparada as anteriores. 

 

3) A cefaleia pode causar impactos econômicos significativos.

Verdade. É preciso considerar que a dor de cabeça implica em custos diretos (como em tratamentos farmacológicos, as idas e vindas do paciente às consultas médicas e pronto-atendimentos, além da realização de diversos exames, como tomografias) e também indiretos (relacionados à perda de produtividade e faltas no trabalho). De acordo com uma pesquisa de 2020, a carga econômica das cefaleias no Brasil, principalmente devido à enxaqueca, pode custar até R$67,6 bilhões por ano aos cofres públicos, sendo que as cefaleias representam uma das principais causas de absenteísmo por doença.[8]

 

4) A dor de cabeça interfere nas atividades do dia a dia.

Verdade. A enxaqueca é uma das principais causas de incapacidade, e interfere na vida profissional, afetando a performance e até mesmo a progressão da carreira do paciente, nas atividades cotidianas, na realização de atividades físicas, e até mesmo nas relações pessoais e familiares. Ainda de acordo com a American Migraine Foundation, a enxaqueca impacta na educação, carreira e vida social para mais de 90% dos afetados.[5]

 

5) Alimentos podem ser gatilhos para dores de cabeça.

Verdade, mas isso é muito particular de cada paciente. Embora existam alguns alimentos que podem desencadear crises de enxaqueca incluindo álcool,  glutamato monossódico, chocolate e queijo, e até a cafeína, a verdade é que a minoria dos pacientes têm crises de dor de cabeça desencadeada por alimentos. O preenchimento de um diário de cefaleia pode ajudar o paciente a se conhecer melhor, de forma a evitar gatilhos recorrentes, caso eles existam.[9] Pular refeições e fazer jejum prolongado também são fatores desencadeantes comuns das crises de enxaqueca, então é necessário equilíbrio. Vale lembrar que a enxaqueca é uma doença de base genética e que mudanças de hábitos alimentares não devem retardar a busca por atendimento médico e tratamento adequado.

 

6) São necessários vários exames de imagem para realizar o diagnóstico correto da cefaleia.

Mito. Nem sempre os melhores e mais sofisticados exames, como ressonâncias magnéticas, definirão da forma mais adequada o diagnóstico do paciente. O diagnóstico das cefaleias primárias, ou seja, aquelas condições em que a dor de cabeça é a própria doença e não um sintoma de outra condição subjacente, é clínico, por meio da correta avaliação do médico responsável durante a consulta.[10] É possível que, a partir da hipótese diagnóstica do especialista, o paciente tenha que realizar alguns exames, principalmente diante de alguns sinais de alarme, como febre, perda de peso, cefaleia de instalação súbita ou alterações no exame neurológico, mas a atenção às queixas do paciente no consultório são primordiais para a correta identificação do problema e a implementação de um tratamento correto, oportuno e eficaz.

 

7) Não posso realizar atividade física, pois tenho dor de cabeça crônica.

Mito. Embora os pacientes possam sentir mais incômodo ao realizar atividade física durante um episódio de dor de cabeça, o exercício físico realizado de forma rotineira traz inúmeros benefícios aos pacientes com dores crônicas. O exercício físico produz endorfinas, um analgésico natural do nosso corpo, melhora a qualidade do sono e reduz o stress, fatores que possuem grande influência na modulação da dor. Para os pacientes sedentários, a rotina de atividade física deve se estabelecer aos poucos, sempre sob supervisão médica. Atenção para manter-se hidratado durante o exercício, pois a desidratação pode ser um gatilho para crises de enxaqueca. Apenas recomenda-se moderação no exercício naqueles dias de dor.[11]

 

8) Automedicação é o suficiente para tratar minha dor de cabeça.

Mito. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que metade das pessoas com distúrbios de dor de cabeça se automedicam. Além disso, um grande número de pacientes com cefaleia não são diagnosticados ou tratados: em todo o mundo, apenas 40% das pessoas com enxaqueca ou cefaleia de tensão e apenas 10% das pessoas com cefaleia por uso excessivo de medicamento (CEM) são diagnosticadas profissionalmente.[12] Isso se deve muito provavelmente ao fato de que as cefaleias não são percebidas como problemas graves pelo público, uma vez que acontecem em sua maioria de forma episódica, não causam a morte e não são contagiosas.[13] A dor recorrente que não é tratada adequadamente pode se cronificar e o uso de analgésicos de forma indiscriminada pode implicar em quadros de cefaleia por uso excessivo de analgésicos. Portanto, o tratamento deve ser sempre orientado por um médico.

 

9) Para ser considerada enxaqueca, preciso ter tido uma aura.

Mito. A Sociedade Brasileira de Cefaleia define a aura como uma fase da enxaqueca definida por manifestações neurológicas graduais, incluindo a aura visual, na qual a pessoa enxerga pontos pretos, pontos brilhantes e/ou imagens em ziguezague em seu campo visual, e também sofre outros sintomas como formigamento ou dormência e até dificuldade na fala. Você não precisa ter tido uma aura para obter um diagnóstico de enxaqueca.[14] A dor é uma experiência subjetiva, particular e desagradável e não há garantia de que cada pessoa passará por todos os estágios de um ataque de enxaqueca. Na verdade, a enxaqueca sem aura é mais comum, pois apenas 25 a 30% das pessoas com enxaqueca experimentam a fase de aura de um ataque, de acordo com a American Migraine Foundation.[12] O importante é relatar tudo o que você sente ao seu médico, para que ele te auxilie da melhor maneira possível.

 

10) Devo aceitar que devo viver com dor de cabeça crônica e que ela não tem solução.

Mito. Esse sentimento de impotência é compreensível, ainda mais quando parece que você já tentou de tudo. Porém, não desista, lembre-se de que a sua melhora é um processo. Busque ajuda do seu médico ou especialista em dor de cabeça e siga suas orientações para encontrar o regime de tratamento que funcionará para você. A ciência está em constante desenvolvimento para, por meio de pesquisas, chegar a soluções que atendam às necessidades dos pacientes.[9] Continue fazendo seu tratamento de acordo com a orientação médica e busque sempre a melhora da sua qualidade de vida.

 



Referências

[1] NEVES, Úrsula. Metade da população mundial sofre de cefaleia, aponta estudo norueguês. 2022. Disponível em: https://pebmed.com.br/metade-da-populacao-mundial-sofre-de-cefaleia-aponta-estudo-noruegues/.

[2] Queiroz L, Peres M, Piovesan E, et al. A Nationwide Population-Based Study of Migraine in Brazil. Cephalalgia. 2009;29(6):642-649.

[3] O ranking é baseado nas vendas da corporação (EURO acc. IQVIA fixo – Status 4º trimestre de 2018) na área dos principais opióides, ou seja, buprenorfina, fentanila, hidromorfona, hidrocodona, morfina, oxicodona, petidina, tapentadol, codeína, dextropropoxifeno, di-hidrocodeina, tilidina, tramadol.

[4] Cohen, S. P., Vase, L., & Hooten, W. M. (2021). Chronic pain: an update on burden, best practices, and new advances. The Lancet, 397(10289), 2082-2097. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)00393-7/fulltext

[5] The Facts About Migraine | American Migraine Foundation. 2019. Disponível em: https://americanmigrainefoundation.org/resource-library/migraine-facts/.

[6] Dor de cabeça é mais comum em mulheres. Sabe por quê? 2022. Disponível em: https://exame.com/bussola/dor-de-cabeca-e-mais-comum-em-mulheres-sabe-por-que/.

[7] ‌Ribeiro, R. L., & Carvalho, D. de S. (2000). Cefaléia Associada aos Ciclos Hormonais da Mulher. Revista Neurociências, 8(3), 93–98. https://doi.org/10.34024/rnc.2000.v8.8936

[8] Oliveira AB, Queiroz LP, Sampaio Rocha-Filho P, Sarmento EM, Peres MF. Annual indirect costs secondary to headache disability in Brazil. Cephalalgia. 2020 May;40(6):597-605. doi: 10.1177/0333102419889357. Epub 2019 Nov 22. PMID: 31757169.

[9] Top 10 Migraine Myths | American Migraine Foundation. 2023. Disponível em: https://americanmigrainefoundation.org/resource-library/migraine-myths/.

[10] ABCMED. Mitos e verdades sobre dor de cabeça. 2010. Disponível em: https://www.abc.med.br/p/dor-de-cabeca/57784/mitos-e-verdades-sobre-dor-de-cabeca.htm.

[11] Exercise and Migraine | American Migraine Foundation. 2022. Disponível em: https://americanmigrainefoundation.org/resource-library/exercise-migraine/.

[12] 7 Common Myths About Migraine | American Migraine Foundation. 2023. Disponível em: https://americanmigrainefoundation.org/resource-library/common-myths-about-migraine/.

[13] World Health Organization. Headache disorders. 2016. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/headache-disorders.

[14] Sociedade Brasileira de Cefaléia. 2017. Disponível em: https://sbcefaleia.com.br/noticias.php?id=351#:~:text=A%20aura%20%C3%A9%20definida%20como,a%2060%20minutos%20cada%20aura.

[15] Queiroz LP, Peres MF, Piovesan EJ, Kowacs F, Ciciarelli MC, Souza JA, Zukerman E. A nationwide population-based study of tension-type headache in Brazil. Headache. 2009 Jan;49(1):71-8


No Dia Mundial sem Tabaco é necessário unir esforços na luta por uma vida saudável

Disseminação de informações claras e o alerta sobre o mal que o tabaco causa desempenham um papel crucial na prevenção de doenças 


No Dia Mundial Sem Tabaco, instituído em 31 de maio, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular - Regional São Paulo (SBACV-SP), comprometida com um estilo de vida saudável e o bem-estar da população, reconhece a necessidade de abordar os perigos do tabagismo, a fim de promover uma sociedade livre do fumo e das doenças que ele provoca. Com a responsabilidade de cuidar da saúde vascular, a SBACV-SP destaca a importância da união de diversas especialidades médicas para disseminar informações sobre os danos causados por este vício.

Dentre os malefícios decorrentes do ato de fumar, as alterações cardiovasculares ocupam lugar de destaque. Alguns efeitos prejudiciais do tabagismo envolvem o desenvolvimento de placas gordurosas, cálcio e outras substâncias na superfície interna das paredes arteriais. Com o passar do tempo, o crescimento dessas placas podem entupir ou romper a artérias e migrar por meio dos vasos e, como consequência, gerar complicações graves, como infarto, AVC, trombose e até mesmo a necessidade de amputação de membros.

Conforme o angiologista, cirurgião vascular e diretor da SBACV-SP, Dr. Júlio César Gomes Giusti, a camada interna dos vasos sanguíneos é representada pelo endotélio, que é considerado um órgão regulatório de grande importância na manutenção da integridade vascular e, além de modular o tônus desses vasos, também estabiliza os mecanismos inflamatórios e imunológicos dos mesmos. O tabagismo pode provocar um funcionamento inadequado do endotélio vascular, envolvendo principalmente o óxido nítrico, e desregular o relaxamento e a contração desses vasos. 

Este desequilíbrio desencadeia um processo inicial de aterosclerose, caracterizado pela inflamação e formação de placas de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos. Essa condição é responsável por doenças graves, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, embolia pulmonar, obstrução das artérias das pernas e até mesmo aneurismas. O Dr. Giusti alerta que fumantes têm uma probabilidade muito maior de desenvolver coágulos sanguíneos, especialmente quando relacionados a outros fatores de risco, como obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardíacas.

As gestantes também fazem parte do grupo de risco, uma vez que o uso do cigarro durante a gravidez está associado a um aumento significativo de várias complicações, tais como placenta prévia, ruptura prematura das membranas, descolamento prematuro da placenta, hemorragia pré-parto, parto prematuro, aborto espontâneo, restrição do crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, morte súbita do recém-nascido e comprometimento do desenvolvimento físico da criança. Além disso, o tabagismo durante a gestação pode resultar em má-formação fetal, aborto, mortalidade materna, natimortalidade e mortalidade neonatal (Yamaguchi, 2008).

Para pacientes fumantes que já possuem comorbidades, é fundamental contar com uma abordagem multidisciplinar, que envolve especialistas como angiologistas, cardiologistas, nutricionistas, psicólogos e outras áreas relevantes. Essa equipe de profissionais pode oferecer orientações sobre os distúrbios causados pelo tabaco, já que diversas condições de saúde estão relacionadas a sistemas e órgãos do corpo humano de forma interligada.

Conforme a cardiologista, nutróloga e culinary coach, Dra. Karla Gouvea, o hábito de fumar leva ao aumento de substâncias como epinefrina e norepinefrina, que levam a uma aceleração dos batimentos do coração, da velocidade da passagem do sangue e, ao mesmo tempo, o estreitamento desses vasos dificulta o caminho do fluxo. Todo esse processo está relacionado à hipertensão arterial sistêmica, além de graves complicações.  O tabagismo causa a inflamação do tecido que cobre as artérias pela parte interna, podendo provocar também um desequilíbrio neste processo de tônus pressórico. 

O tabaco representa um grave risco para a saúde de pessoas de todas as idades. Segundo a Dra. Karla, cerca de 40% dos adolescentes experimentam o cigarro, e desse grupo, 8% acabam desenvolvendo o hábito de fumar. A nicotina é altamente viciante, e muitos indivíduos se tornam dependentes após alguns dias ou semanas de uso. Apenas 44% dos jovens conseguem resistir ao cigarro, e possuem uma maior propensão para desenvolver dependência em comparação com os adultos. A falta de uma decisão firme de não fumar e a desinformação sobre as consequências são fatores-chave que levam os jovens a experimentar o cigarro. “É essencial destacar que todo adolescente que usa cigarros, narguilés ou dispositivos de fumo eletrônicos está sujeito a diversos riscos relacionados à saúde” afirma a Dra. Karla.

A médica ainda ressalta que os fumantes passivos, expostos por longos períodos à fumaça do tabaco, absorvem em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que os fumantes ativos. Essa exposição pode resultar em uma série de problemas, desde reações alérgicas como rinite, tosse e conjuntivite, além do agravamento da asma em curto prazo, até doenças graves como câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e outras patologias sérias.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).


Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
www.sbacvsp.com.br

 

Infectologista alerta para riscos de gripe aviária em humanos

Mesmo sem casos confirmados da doença, é necessário tomar alguns cuidados 

 

Passado o estado de emergência da Covid-19 no mundo, o Brasil entra da rota de atenção para outro vírus: o Influenza H5N1, popularmente conhecido como “gripe aviária”. Na última segunda-feira (22), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional após a notificação de casos da doença confirmados em aves no País. 

Mais de 30 pessoas que tiveram contato com as aves doentes realizaram exames e descartaram o contágio. O Ministério da Saúde monitora quatro casos suspeitos da doença, todos os pacientes são moradores do Espírito Santo. 

O médico infectologista e diretor da Inspirali, vertical de medicina do Ecossistema Ânima, Dr. Evaldo Stanislau, alerta para os riscos da doença em humanos. De acordo com o médico, a contaminação pode acontecer quando há o contato direto com aves vivas ou mortas contaminadas pelo vírus. Ele ressalta que não há risco de contágio pela ingestão da carne de aves, desde que a origem sejam granjas ou abatedouros onde a carne e os derivados dos animais são processados adequadamente. 

A Influenza H5N1 em humanos apresenta sintomas de uma gripe comum: febre, dor no corpo, mal-estar, tosse e dor de garganta. “Esse é um vírus que causa gripe, portanto, as complicações e sintomas são exatamente os mesmos de uma gripe comum. Pacientes idosos e imunodeprimidos devem ter um cuidado maior, pois, podem apresentar quadros mais graves da doença como pneumonia. No primeiro momento é uma gripe comum, mas pode evoluir e apresentar complicações”, alerta o médico. 

Por enquanto, no Brasil, a doença foi encontrada apenas em aves silvestres e não há confirmação de casos humanos. Os Ministérios da Saúde e da Agricultura e Pecuária monitoram a situação. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) foi observado que o vírus não infecta humanos com facilidade e, quando acontece, geralmente a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada. 

Dr. Evaldo afirma que dificilmente o vírus chegará ao mercado alimentício, pois a cadeia de produção de aves e ovos é protegida por diversos mecanismos de controle. “É improvável que uma ave que seja criada para consumo de carnes ou ovos em escala industrial chegue a ser infectada, pois há um rigor na qualidade. Já as granjas menores com produção para consumo próprio com animais criados em ambientes não controlados podem sofrer com a contaminação. Ainda assim, com o preparo da carne bem cozida o risco no consumo é minimizado. A ameaça de contágio da doença se apresenta no contato com as aves doentes”, afirma. 

Até o momento, os casos da doença registrados em animais no Brasil, aconteceram em aves silvestres. O Ministério da Agricultura e Pecuária pede que, ao encontrar uma ave morta ou com aparência doente, acione imediatamente o serviço veterinário mais próximo e que, em nenhum momento, recolha ou entre em contato com o animal.


Inspirali - atua na gestão de escolas médicas do Ecossistema Ânima


A importância e os riscos da liderança na saúde mental

 

A relação entre trabalho e transtorno mental tem sido cada vez mais frequente em casos no Brasil e no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) 30% da população global possui diagnóstico relacionado às doenças mentais. O Brasil ocupa o 8º lugar em números absolutos. Os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento no trabalho no país.

 

Desde o início da pandemia de COVID-19 os patamares têm se mantido altos no Brasil, com o maior pico registrado em 2020, quando 291 mil trabalhadores foram afastados no país. Em 2021, foram mais de 200 mil pessoas, segundo o INSS.

 

Fazem parte dessas estatísticas patologias como Alzheimer, depressão, ansiedade, transtorno bipolar, esquizofrenia e principalmente a Síndrome de Burnout.

 

O distúrbio emocional causado por exaustão extrema, estresse ou esgotamento físico, resultantes de jornadas de trabalho desgastantes, já atinge 18% dos profissionais brasileiros do meio corporativo, ou simplesmente uma a cada cinco pessoas que trabalham em grandes empresas, conforme a pesquisa divulgada em 2022 pela Gattaz Health & Results.

 

Como o estresse no trabalho muitas vezes está relacionado ao estilo de gestão dessas pessoas em burn-out, vale perguntarmos: até que ponto os líderes são os responsáveis por transtornos mentais no ambiente corporativo?

 

Não são poucos os relatos de trabalhadores estressados por sobrecarga de trabalho, jornadas exaustivas, esgotamento, imposições de metas abusivas, falta de reconhecimento e autonomia no ambiente de trabalho e até casos e queixas trabalhistas de assédio moral.

 

Os traços de personalidade de seus líderes podem representar riscos para o sucesso da empresa, para o futuro de seus projetos. O que ocorre por conta de atitudes descontroladas na relação com seus colaboradores, muitas vezes de forma egoísta, narcisista ou arrogante.

 

O papel do gestor exige a autoconhecimento estratégico para entender e adaptar os próprios comportamentos disfuncionais, ou descarriladores, que surgem durante o estresse, excesso de trabalho, fadiga ou outras situações em que a autogestão tende a ser comprometida.

 

Esses fatores causam perda de autocontrole e provocam sentimentos como insegurança, desconfiança, hostilidade, retraimento social e outras tendências de comportamentos disfuncionais por parte dos gestores.

 

Para não cair nesse ciclo vicioso é obrigação da corporação e de seus líderes garantirem a segurança psicológica de sua equipe. Os colaboradores também precisam fazer parte desse processo.

 

Em muitas empresas, se mensura o nível de engajamento dos colaboradores ou pelo menos o índice de turnover voluntários (pedidos de demissão) e seus motivos. Esta é uma ótima pista para identificar quais gestores são responsáveis pelas áreas com piores resultados.

 

Empregadores e funcionários têm a responsabilidade de se comunicar uns com os outros frequentemente sobre trabalho e bem-estar.

 

Os funcionários precisam informar seus empregadores sobre suas necessidades e os principais problemas que estão ameaçando a sua saúde mental e apontar sugestões de melhorias que afastem esse risco.

 

Da mesma forma, os líderes precisam indicar suas expectativas de trabalho e responder adequadamente às comunicações dos funcionários. A falta de comunicação ou aquela mal-feita pode criar circunstâncias para o esgotamento.

 

Quando gestores entendem o impacto de suas atitudes no bem-estar e engajamento dos funcionários, eles podem tomar medidas para criar um ambiente mais seguro e saudável para a equipe sob sua liderança, criando uma cultura de comunicação de duas vias com segurança psicológica para que todos possam se manifestar livremente, sem medo de represálias com o objetivo final de aumentar o nível de FIB (Felicidade Interna Bruta). 

A melhoria desse índice ou do Engajamento, em última instância, tem um impacto comprovado cientificamente para os resultados da empresa.

 

Roberto Santos - Sócio-diretor da Ateliê RH



OMS afirma que cerca de 830 mulheres morrem todos os dias no mundo por causas relacionadas à gravidez e ao parto

No Dia Nacional da Luta pela Redução da Mortalidade Materna, a diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, e a gerente de enfermagem da Casa Angela, enfermeira obstetra, Ioná Araújo de Souza abordam cuidados essenciais durante a gestação

 

O Dia Nacional da Luta pela Redução da Mortalidade Materna e Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, celebrado em 28 de maio, traz uma reflexão sobre a importância de cuidados adequados durante a gestação e a necessidade de reduzir os índices de mortalidade materna no planeta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 830 mulheres morrem todos os dias no mundo por causas relacionadas à gravidez e ao parto. 

Para a diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, a mortalidade materna está relacionada ao cuidado e à  assistência na gestação e no nascimento. Reduzir os indíces de mortalidade materna se tornou um desafio ainda maior nos últimos anos. O Sistema Único de Saúde tem o papel de garantir a assistência de forma universal à todas as famílias,  principalmente durante a gestação que é um período que requer cuidados especiais, com exames, consultas, cuidados nutricionais sistemáticos previstos na assistência pré-natal. É preciso fortalecer a atenção primária, em especial a Estratégia Saúde da Família que consegue chegar às pessoas mais vulneráveis. A forma mais eficaz para  se reduzir a mortalidade materna e de se evitar possíveis complicações é garantir o acesso universal a serviços de saúde com qualidade à todas as gestantes e mães. “Sabemos que esse é um desafio a ser enfrentado por todos, com a união de esforços de  gestores públicos e sociedade, apoiando e assistindo essas mães e suas famílias”, afirma. 

Segundo a enfermeira obstetra e gerente de enfermagem da Casa Angela – Centro de Parto Humanizado, Ioná Araújo de Souza, a mortalidade materna é definida pela OMS como a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, sem estar relacionada à causas acidentais ou incidentais. “São causas de morte normalmente evitáveis se a mulher realiza o pré-natal e possui assistência obstétrica adequada no parto e pós-parto. Abordar esse tema nos leva não só enquanto profissionais, mas também como sociedade, a parar e questionar, por que, com toda a tecnologia disponível, ainda ocorrem mortes de mulheres por falta de assistência qualificada e em nível de saúde pública. É preciso lançar esforços e planejamento para a mitigação dessa tragédia evitável que causa a desestruturação de toda a família e, principalmente, dos filhos”, ressalta. 

A gerente de enfermagem conta que os principais indicadores de acompanhamento para mortalidade são: Morte Materna (MM) – Morte durante a gestação ou até 42 dias após o término, devido a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez, sem causas acidentais ou incidentais. Quando em decorrência a doenças da gestação, parto ou pós-parto é classificada como direta. Caso for resultante de doenças pré-gestacionais ou que desenvolveram durante a gestação, que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez, é considerada indireta; Neas Miss Materna (NMM) – Quando a mulher quase chegou a óbito, mas, sobrevive a uma complicação grave ocorrida durante a gravidez, parto ou até 42 dias após o término da gestação; Razão de Near Miss (RNM) – Número de casos near miss (quase morte da mãe no momento do parto) por mil nascidos vivos. Estima o volume de cuidado e recursos necessários em um serviço. 

Dados do Ministério da Saúde, mapeados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro, revelam que em 2021, a razão de mortalidade materna no Brasil alcançou 107.53 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. De acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a meta 3.1 visa reduzir a razão de mortalidade materna do Brasil para no máximo 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030. “Para atingir esse propósito, há estratégias a serem adotadas, como a importância de todas as mulheres independente da cor, classe social e escolhas, terem acesso ao profissional de saúde e serviço de saúde quando em situação de vulnerabilidade (gestação não intencional, desejo de realização de aborto, insegurança alimentar, violência doméstica, entre outros); dar acesso e promover o planejamento sexual e reprodutivo de todas as mulheres; capacitar profissionais para a condução assertiva das comorbidades associadas à gestação e estímulo pela via de parto normal, quando for a melhor opção; capacitar profissionais e oferecer condições laborais para a condução do trabalho de parto e parto de acordo com as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal; Inserção de profissionais obstetrizes e enfermeiras obstetras na atenção ao parto em centros de referências, com a intenção de promover o parto normal fisiológico e evitar cesárias desnecessárias; além da abertura de Casas de Parto que funcionem como fator protetivo para mulheres e bebês em gestação de baixo risco, promovendo autonomia da mulher, com baixos índices de cesárea, infecções e mortalidade materna e neonatal”, pontua.

Conforme a enfermeira obstetra, as doenças que possuem maior associação com maus desfechos maternos são a pré-eclâmpsia e complicações – diabetes, obesidade e outras enfermidades crônicas prévias mal controladas durante o período. “Também há exposição às complicações do parto, hemorragias pós-parto graves e infecções puerperais, que podem levar as mulheres ao óbito”, explica. 

Dada a relevância, dos cuidados nos Primeiros Mil Dias de Vida, que engloba a gestação, o nascimento e os dois primeiros anos de vida, este é um tema prioritário para o Instituto Opy. A saúde da criança começa com os cuidados com a saúde física e mental da gestante, com um pré-natal de qualidade e a garantia de uma boa assistência no nascimento. “Para contribuir com esse tema, fazemos incidência política para aprimoramento das leis e para garantir a plena implementação das políticas de saúde. Identificamos também soluções e tecnologias já existentes, que possam contribuir para a melhoria dos serviços de atenção básica”, relata Heloisa.

 

Dentre as ações preventivas está a realização do pré-natal, oportunidade para identificar mudanças importantes no estilo de vida, além de auxiliar no desenvolvimento do autocuidado e na promoção a saúde. “É durante o pré-natal que o profissional orienta sobre as vias de parto, os riscos e benefícios de cada uma das opções, podendo diminuir ou controlar agravos de saúde”, alerta Ioná. 

A Casa Angela é liderada por uma equipe de enfermeiras obstetras e obstetrizes e atende entre 35 e 40 partos naturais por mês. Em 2022, 383 partos foram realizamos e neste ano estima-se que mais de 420 partos sejam concretizados. Além da assistência durante a gestação e o parto, o Centro de Parto Humanizado realiza o acompanhamento até os oito meses de vida da criança, com orientações sobre desenvolvimento infantil, aspectos motores, intelectuais e sociais, além de introdução alimentar, importância da amamentação, afeto, cultura de paz e respeitos às crianças.

  

Instituto Opy de Saúde


Dia Internacional da Dignidade Menstrual: 1 em cada 4 brasileiros faltam em compromissos cotidianos devido a questões com a menstruação


Pesquisa revela outros dados preocupantes sobre o tema, que ainda é considerado um tabu 

 

No Brasil, 713 mil mulheres vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em suas residências e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. É o que diz o estudo “Pobreza Menstrual no Brasil”, realizado pelo UNFPA - Fundo de População das Nações Unidas, agência de desenvolvimento internacional da ONU, que trata de questões populacionais, e o UNICEF. 

Desde 2014, o dia 28 de maio é dedicado mundialmente à sensibilização e conscientização para a Gestão e Higiene Menstrual. Esta data foi criada com o objetivo de promover a educação menstrual para toda a sociedade e mostrar a importância de atitudes positivas relacionada à menstruação. 

Em pesquisa realizada em 2022, focada no futuro do bem-estar, a Essity, líder global em higiene e saúde, entrevistou mais de 15 mil pessoas em 15 países, entre eles o Brasil, para entender melhor sobre o comportamento dos consumidores e suas visões sobre alguns temas desses setores. Nela, constatou-se que, entre os brasileiros, quase 1 em cada 4 pessoas declararam ter perdido um dia de escola ou trabalho por conta de seu ciclo menstrual. Isso significa que 24% dos entrevistados faltam nesses compromissos, deixando o Brasil em primeiro neste ranking, ficando à frente de países mais populosos, como China (21%) e Índia (17%). 

Além disso, 16% dos brasileiros evitam falar sobre o tema da menstruação, ficando atrás apenas dos indianos (19%) e dos norte-americanos (17%). 

A Libresse®, uma das marcas líderes mundiais de proteção feminina, presente em mais de 100 países e parte do portfólio da Essity, reforça seu compromisso de erradicar tabus e preconceitos em torno da menstruação, fornecendo acesso e soluções de saúde para mulheres, como calcinhas laváveis, coletores menstruais, absorventes, adesivos térmicos, entre outros produtos. 

 

“Desenvolvemos pesquisas frequentes para estarmos sempre atentos ao que pensam nossos consumidores sobre saúde e bem-estar. Frequentemente, nos deparamos com dados que nos assustam no que diz respeito a temas ainda considerados tabus, como a menstruação. Isso mostra que estamos indo na direção certa com o nosso propósito, de romper barreiras pelo bem-estar, e trazer à tona essas discussões, dados e conteúdo relacionado. É um compromisso que temos com a sociedade”, afirma André Aguiar, Diretor Comercial de Bens de Consumo da Essity Brasil.

 

Sobre a pesquisa

Acesse Estudo Global de Saúde e Higiene 2022 – O Futuro do Bem-estar realizado de 13 a 16 de setembro de 2022, reúne informações levantadas com 15 mil pessoas de 15 países. No Brasil, a amostra conta com 2 mil entrevistados.

 

Essity
www.essity.com


A importância dos exames preventivos: Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher

Mamografias e ultrassons são ferramentas essenciais na luta contra o câncer feminino e outras doenças 


O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, mundialmente celebrado no dia 28 de maio, é uma data que visa conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde feminina e promover ações para garantir o bem-estar e a prevenção de doenças. Entre os cuidados fundamentais que as mulheres devem ter, destaca-se a realização regular de exames como a mamografia, papanicolau e o ultrassom transvaginal, devido à alta incidência de cânceres de mama e colo de útero dois dos tipos mais comuns que afetam o sexo feminino.  

Os cânceres e outras doenças identificadas pelos exames são condições de saúde sérias que podem ter um impacto significativo na vida das mulheres. No entanto, quando detectados em estágios iniciais, as chances de tratamento bem-sucedido aumentam consideravelmente, além de terem um melhor prognóstico.   

De acordo com a Vivian Milani, médica radiologista com especialização em mama e membro do conselho da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), a mamografia é capaz de detectar pequenas lesões e calcificações, frente a dois cenários de exames: o diagnóstico e o rastreamento, mesmo antes que se tornem palpáveis e apresentem sintomas. 

Esse exame de rastreamento é especialmente importante para mulheres acima dos 40 anos, mas em casos de fatores de risco, como histórico familiar ou mutações genéticas, pode ser recomendado a partir dos 35 anos.  

O ultrassom transvaginal é outro grande aliado para a saúde ginecológica, permitindo uma avaliação detalhada do útero, dos ovários e das estruturas adjacentes. Além de auxiliar na detecção precoce de cânceres uterinos, esse exame é capaz de identificar outras condições, como miomas e cistos ovarianos, que podem afetar a saúde reprodutiva e hormonal das mulheres.  

Os exames preventivos ajudam a detectar possíveis riscos à saúde da mulher. A mamografia, por exemplo, se destaca por reduzir o risco de morte por câncer de mama, diagnosticando a doença antes mesmo da mulher notar alguma alteração. No entanto, fazer o exame não previne a doença, mas previne o descobrimento da doença em estágios avançados, por isso é indicado que os exames sejam realizados sob orientação médica sendo, preferencialmente, estabelecida uma rotina de exames preventivos, principalmente após os 40 anos de idade. Dessa forma, optar por fazer a mamografia além de ser indicado pelos especialistas é um autocuidado da mulher consigo”, explica médica Vivian Milani.  

Considerando a base dados da FIDI, que conta com 80 unidades de saúde nos estados de São Paulo, Goiás e Manaus, nos últimos 5 meses (janeiro a maio de 2023), foram realizadas, aproximadamente, 78,1 mil mamografias, que representa um crescimento de 15% se comparado com o mesmo período de 2022. Já os exames de ultrassom transvaginal foram 50 mil, mesmo patamar de 2022.  

O total de exames realizados em 2022 foram: 176.839 mamografias e 127.806 ultrassons transvaginais, alta de 30% e 15% respectivamente ao comparar com 2021 - segundo ano da pandemia marcado pelo avanço da vacinação.  

Esses dados evidenciam uma curva crescente na busca por exames preventivos após o período da pandemia, em que muitas pessoas deixaram de realizar exames de rotina devido às restrições e preocupações relacionadas à saúde, observa-se um aumento expressivo na procura por exames. Essa tendência reflete o entendimento de que a saúde não pode ser negligenciada e a importância de retomar os cuidados preventivos para preservar o bem-estar feminino, mantendo uma vida equilibrada com uma rotina de exames preventivos que podem detectar alterações iniciais.  

No Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, é fundamental reconhecer os avanços na busca por exames preventivos. Com o apoio de profissionais de saúde e a busca regular por esses exames, as mulheres podem fortalecer sua saúde e bem-estar, garantindo uma melhor qualidade de vida. Neste dia e em todos os dias, deve-se reforçar a importância de cuidar da saúde feminina e incentivar todas as mulheres a fazerem dos exames preventivos uma prioridade. 


FIDI - Fundação privada sem fins lucrativos que reinveste 100% de seus recursos em assistência médica à população brasileira, por meio do desenvolvimento de soluções de diagnóstico por imagem, realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão médico-científica, ações sociais e filantrópicas.
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Hipertensão é a principal causa de morte na gestaçã


Doença foi responsável por quase um quarto do total de óbitos maternos registrados ano passado no país



No Dia Nacional de Combate à Redução da Mortalidade Materna, celebrado neste domingo (28), especialista alerta sobre os cuidados com a hipertensão, principal causa de óbito materno.

Dados do Observatório Obstétrico Brasileiro apontam que casos de hipertensão e eclâmpsia foram responsáveis por 23,4% dos 1.252 óbitos registrados preliminarmente em 2022.

Ainda de acordo com a instituição, o Brasil registrou um aumento de 94% na razão de mortalidade materna no Brasil, entre 2019 e 2021, período da pandemia da Covid-19.

A doença é caracterizada pelo aumento de pressão decorrente do processo gestacional. “Estudos indicam que a causa está ligada a substâncias produzidas pela placenta, portanto, a patologia se desenvolve no período gestacional, principalmente no último trimestre”, explica Felipe Clemente Colbert Camara, Ginecologista e Obstetra da Equipe de Alto Risco do Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano.

Com quase seis anos de funcionamento, a unidade já realizou mais de 4,8 mil partos, e não registrou nenhum óbito materno.

“É uma marca da qual nos orgulhamos muito e que só é possível graças a uma equipe multiprofissional altamente capacitada e protocolos bem estabelecidos”, destaca Michele Batista, diretora Geral do São Luiz São Caetano.

Com 37 mil metros quadrados, 294 leitos, e estrutura completa para atendimentos de gestações de alto risco, a unidade levou para a região do ABC paulista um alto padrão de atendimento, com qualidade e excelência na Rede D’Or São Luiz.



Importância do pré-natal

Na mãe, a hipertensão pode ocasionar alterações no fígado, rins e sistema nervoso central. “Os casos mais complexos resultam na eclâmpsia, processo convulsivo que pode gerar dano cerebral”, alerta o especialista.

Já para o bebê, entre as principais consequências estão prematuridade (e todos os seus desdobramentos), baixo peso e risco de morte.

“Hoje, a hipertensão, ou pré-eclâmpsia, pode ser identificada durante as consultas de pré-natal. Isso permite a adoção de medidas de controle e uso de medicamentos que evitam o agravamento do caso”, enfatiza Felipe.

O pré-natal é fundamental para detectar doenças pré-existentes e acompanhar o desenvolvimento do bebê, identificando precocemente alterações. A realização de consultas e exames periódicos auxilia a gestante a manter uma gravidez saudável, proporcionando melhores condições de parto.

“Ao controlar o fator de risco, diminuímos consideravelmente os riscos. Não podemos esquecer também de que uma equipe qualificada e com protocolos bem definidos para agir em situações de emergência é essencial, principalmente em gestações de alto risco”, complementa o obstetra.


Dia Mundial sem Tabaco: preocupação global com a onda dos cigarros eletrônicos

Professor de Direito do CEUB sugere combater as fakenews e conscientizar a sociedade

 

Após décadas de sucessivas quedas no número de consumidores de tabaco no Brasil, o país voltou a assistir a um crescimento no percentual de fumantes no período da pandemia de Covid-19. Segundo estudo da Fiocruz, o consumo de tabaco cresceu 34%, resultado de quadros de depressão, ansiedade e insônia, além da introdução de novos modos de consumo como o cigarro eletrônico e o nargile. Essa realidade demanda um amplo debate neste 31 de maio, data em que se comemora o Dia Mundial sem Tabaco.

Estudos científicos mostram que produtos como cigarro, cachimbo, charutos, entre outros, possuem mais de 4.700 substâncias tóxicas, entre elas a nicotina, que leva à dependência química. Essas substâncias inaladas pelo fumante estão relacionadas a mais de 50 diferentes enfermidades, entre elas vários tipos de câncer, como os de pulmão, laringe, estômago, pâncreas, fígado, além de doenças respiratórias e cardiovasculares.

O mestre em Saúde Pública e professor do curso de Direito do CEUB Neulânio Oliveira, comenta que organizações como a Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia acompanham com preocupação o crescimento do consumo entre os jovens, principalmente em decorrência da onda do uso dos cigarros eletrônicos. “Conscientização é a palavra-chave. As pessoas precisam ter o real conhecimento sobre as substâncias tóxicas que estão inalando todas as vezes que usam os cigarros eletrônicos. É preciso enfrentar o fenômeno das fakenews”, alerta Neulânio.

O professor lembra que os cigarros eletrônicos também prejudica as pessoas que estão no mesmo ambiente dos fumantes. “A fumaça desses cigarros gera o que nós chamamos de fumantes passivos, assim como os cigarros convencionais. Uma pessoa asmática, por exemplo, pode sofrer repercussões ao inalar o vapor expelido por esses aparelhos eletrônicos”, comenta.

O Brasil tem, segundo Neulânio Oliveira, um programa que vem sendo desenvolvido com sucesso desde a década de 80. “O Programa Nacional de Controle do Tabagismo se destaca como uma articulação que tem como prioridades a educação, a comunicação, o treinamento e a conscientização do público, tendo em vista não apenas a redução do consumo, como o atendimento às pessoas que desejam deixar de fazer uso dessa substância”, lembra o professor.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o tabaco cause a morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Apenas no Brasil, o hábito de consumir cigarros e outras variantes gerariam mais de 160 mil mortes evitáveis anualmente. Isso faz do tabagismo a maior causa prevenível de adoecimento e mortes precoces. Para quem quer abandonar o hábito, Neulânio aponta a existência de uma série de alternativas, desde grupos de apoio a medicamentos e tratamentos que possibilitam a redução gradativa do uso até a superação do vício.


Confira dicas do Instituto Nacional do Câncer


Se você quer tentar parar de fumar sozinho, comece escolhendo uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Esse dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial, e para aumentar suas chances de sucesso, não tenha cigarros por perto. Programe algo que goste de fazer para se distrair e relaxar.

Você pode escolher duas formas para parar de fumar:

1) A parada imediata. Esta deve ser sempre a primeira opção. Você escolhe a data e, nesse dia, deixa de fumar.

2) A parada gradual, processo que deve levar até duas semanas. Você pode utilizar este método de duas formas:

- Reduzindo o número de cigarros. Para isso, é só contar o número de cigarros fumados por dia e passar a fumar um número menor a cada dia. Adiando a hora em que começa a fumar o primeiro cigarro do dia. Você vai adiando o primeiro cigarro por um número de horas predeterminado a cada dia até chegar o dia em que você não fumará nenhum cigarro.

 

 

Alergia, gripe e sinusite: apesar de apresentarem sintomas parecidos, as condições são distintas e merecem atenção quanto ao diagnóstico


Segundo a Organização Mundial da Alergia (WAO), mais de 30% da população mundial sofre de rinite alérgica. A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial aponta que cerca de 20% da população mundial apresenta quadros de sinusite. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 650 mil pessoas morrem por ano por infecções gripais. Frente a esses números, entender a diferença entre esses quadros é fundamental, uma vez que são condições muito parecidas. 

A médica otorrinolaringologista e especialista em saúde da família, Caroline Beal, reforça que entender a diferença entre essas três condições é importante para que se busque o tratamento adequado. “Tanto a rinite alergia, como a gripe e a sinusite são condições comuns ao sistema respiratório, que podem causar um grande desconforto e ter um impacto negativo na qualidade de vida de inúmeras pessoas. No entanto, embora as três condições tenham sintomas semelhantes, existem algumas características específicas que podem ajudar no diagnóstico de cada uma dessas condições”, conta.

Caroline explica que é importante ressaltar que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas no geral a gripe é uma condição mais perigosa e que merece atenção redobrada. “ A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza, com alto risco de contaminação que, geralmente, apresenta febre. A sinusite é uma inflamação que acontece nas vias nasais e nos seios paranasais, podendo ser desencadeada por agentes infecciosos como vírus, bactéria ou fungos, quanto por fatores alérgicos. Já a rinite alérgica, forma mais comum de rinite, tem uma causa relacionada à inalação de alérgenos em indivíduos sensibilizados”, explica. 

 

Diferenças entre alergia, gripe e sinusite

Rinite alérgica 

  • Causa: Reação do sistema imunológico a substâncias alergênicas, como pólen, poeira, ácaros, pelos de animais, entre outros.
  • Sintomas comuns: Coceira nos olhos, nariz ou garganta; espirros frequentes; coriza nasal clara e aquosa; olhos vermelhos e lacrimejantes; coceira na pele; urticária; falta de febre.
  • Duração: Os sintomas podem persistir enquanto o alérgeno estiver presente no ambiente ou em contato com a pessoa alérgica.

Gripe (influenza)

  • Causa: Infecção viral causada pelos vírus influenza.
  • Sintomas comuns: Febre alta (geralmente acima de 38°C); dores musculares; fadiga; tosse seca; dor de garganta; congestionamento nasal; dor de cabeça; calafrios.
  • Duração: Os sintomas costumam aparecer abruptamente e geralmente duram de alguns dias a uma semana ou mais. A gripe pode causar complicações graves, especialmente em pessoas com sistema imunológico debilitado.

Sinusite

  • Causa: Inflamação que acomete vias nasais e seios paranasais, geralmente resultante de agentes infecciosos ou fatores alérgenos. 
  • Sintomas comuns: Dor facial, especialmente na região dos seios da face; pressão ou sensação de peso na face; congestão nasal; coriza espessa e amarelada ou esverdeada; dor de cabeça; tosse.
  • Duração: Pode variar de aguda (curta duração) a crônica (persistente).

 

Caroline Beal - Médica otorrinolaringologista e especialista em saúde da família.


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