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quinta-feira, 25 de maio de 2023

28 de Maio - Dia de Luta pela Saúde da Mulher

 Leis e ações que auxiliam na prevenção ao câncer de mama existem, mas ainda são pouco conhecidas, afirma Anadem

 

Para entidade, processo de identificação precoce da doença ainda é falho e iniciativas que dão suporte à fase de diagnóstico precisam ser melhor divulgadas

 

O próximo domingo, 28 de maio, é o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher. A data tem por objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce das doenças que mais acometem o público feminino, como o câncer de mama, endometriose, infecção urinária, câncer no colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade. 

Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Dado o cenário, especialistas da área da saúde vêm reforçando o movimento em prol de políticas públicas com foco na prevenção. 

A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) destaca a necessidade destas iniciativas e lembra que algumas leis amparam a paciente na fase inicial de diagnóstico, mas são pouco conhecidas pela população. “O processo de identificação precoce ainda é muito falho no Brasil. É preciso amplificar essas informações para que elas alcancem quem precisa dessa orientação”, afirma o presidente da Anadem, Raul Canal. 

Entre as diversas leis com o intuito de aprimorar a prevenção do câncer de mama, está a de no 14.335/2022, que ampliou o texto da Lei da Mamografia (11.664/2008). A legislação anterior assegurava os exames mamográficos às mulheres a partir de 40 anos de idade pelo SUS; já a nova lei ampliou esse critério, estendendo o direito a todas as mulheres a partir da puberdade, independentemente da idade. 

A Lei dos 60 dias (nº 12.732/2012) determina que o tratamento oncológico tenha início em até 60 dias a partir da confirmação do diagnóstico. Em 2018, foi elaborado um Projeto de Lei Complementar que prevê que a rede pública tem o prazo de até 30 dias para realizar exames que confirmem o diagnóstico quando a principal hipótese for neoplasia. Assim, há um prazo máximo de 90 dias entre a identificação dos sintomas e o início do tratamento. 

Já a Lei no 14.538 altera as Leis nos 9.656 e 9.797 para assegurar às pacientes a substituição do implante mamário utilizado na reconstrução mamária ou na simetrização da mama contralateral sempre que ocorrerem complicações ou efeitos adversos a ele relacionados, bem como garantir às pacientes um acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado.

 

Projeto Volte a Ser Feliz

O Projeto Volte a Ser Feliz busca, desde 2014, restaurar a autoestima de mulheres que superaram o câncer, por meio da dermopigmentação paramédica. Os procedimentos são realizados gratuitamente e incluem pigmentação de sobrancelhas, reconstrução em 3D de aréola mamária, contorno dos lábios, entre outros. 

A Anadem atua pela conscientização acerca dos direitos da pessoa com câncer, apoia o Projeto Volte a Ser Feliz e também mutirões de reconstrução mamária. “O procedimento visa restaurar não apenas a forma, a aparência e o tamanho da mama após a mastectomia, mas também a autoestima e a confiança da mulher”, explica Raul Canal.

 

Anadem

A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) foi criada em 1998. Enquanto entidade que luta pela categoria e seus direitos, promove o debate sobre questões relacionadas ao exercício da medicina, além de realizar análises e propor soluções em todas as áreas de interesse dos associados, especialmente no campo jurídico.

 

Como celebrar o Dia dos Namorados com mais intimidade e sem tabus

Médico urologista dá dicas para aproveitar a data de maneira ainda mais especial e segura 

 

Apesar do Dia dos Namorados ter um apelo sentimental, com as pessoas demonstrando o quanto estão apaixonadas por meio de diversas atitudes como a troca de presentes, jantares românticos, viagens a dois e elogios mútuos, sabemos que frequentemente o desfecho da comemoração termina em sexo. 

Afinal, é uma ótima oportunidade para tornar a relação mais íntima e satisfatória com criatividade, experimentando novas formas de prazer e conexão. Por mais que os envolvidos já estejam com as soluções prontas para que dê tudo certo, porque há dedicação e empenho de ambas as partes, algumas preocupações podem continuar no ar. 

“Contracepção é uma das preocupações dos praticantes de sexo. Para as mulheres temos os contraceptivos orais, os injetáveis, os implantes intradérmicos, o DIU, o preservativo, a tabelinha e a laqueadura. Para os homens temos o preservativo, o coito interrompido e a vasectomia”, orienta o médico urologista Heleno Diegues Paes. 

É importante lembrar que a prática sexual é uma escolha pessoal e consensual. Ambos os parceiros devem estar confortáveis e respeitar os limites um do outro. Se decidirem experimentar algo novo, o ideal é fazer de forma segura e informada, usando preservativos. 

“Quando os casais de namorados praticam sexo de forma exclusiva entre si, não são necessárias medidas preventivas para evitar doenças transmissíveis. Caso seja um relacionamento aberto a outras pessoas, é necessário o uso de preservativo e a realização de exames periodicamente”. 

O médico lembra que homens devem fazer uma visita médica anual com finalidade de check-up clínico. Se tiver exposição sexual de risco, precisará fazer sorologias para algumas doenças transmissíveis, que deverão ser repetidas de acordo com a frequência da exposição. Além disso, é necessário consultar um urologista sempre que apresentarem alguma queixa, surgimento de lesões ou corrimentos no genital. Além do exame de próstata anual a partir dos 50 anos para todos os homens. 

Alguns homens sofrem com perda da ereção durante o ato sexual. Heleno afirma que o maior vilão nesses momentos é a ansiedade por desempenho, e isso deve ser deixado do lado de fora das quatro paredes. 

“É importante que as pessoas saiam com o intuito de se divertir. Agradem-se mutuamente. O sexo é somente mais uma atividade deste dia no qual irão manifestar carinho e desejo entre si. Agrade a outra pessoa, preocupe-se em fazê-la atingir o orgasmo, sem pressa. Isso pode ser obtido de várias maneiras, não somente pela penetração. Fazer sexo com alguém que você é apaixonado é muito mais prazeroso. Aproveitem esta fase!”.

 

Heleno Paes – formad0 na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada, em Santos, em 1997. Foi para a Amazônia à serviço do Exército e realizou diversos trabalhos junto à população carente local. Após um ano, regressou e foi morar em São Paulo, onde se especializou em cirurgia geral no Hospital Municipal do Tatuapé, depois em Urologia no Hospital Santa Marcelina e, por fim, em Transplante Renal na mesma instituição.


Sem sintomas iniciais, doença caracterizada por aumento da pressão nos olhos pode levar à cegueira

O glaucoma é uma doença ocular séria que requer atenção médica especializada

 

Neste 26 de maio, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma ― uma doença crônica e silenciosa, que afeta o nervo dos olhos e está associada ao aumento da pressão ocular, podendo levar à cegueira.

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), estima-se que no Brasil cerca de 1,5 milhão de pessoas sejam afetadas por essa doença, sendo que este número se refere somente aos diagnósticos confirmados após exames. 

Nos estágios iniciais do glaucoma, muitas vezes não há sintomas perceptíveis, o que torna essa doença perigosa. À medida que o glaucoma avança, os olhos podem apresentar as seguintes características: 

Pressão e desconforto nos olhos, semelhante a uma sensação de aperto ou peso;

Vermelhidão ou irritação devido ao aumento da pressão intraocular. Isso ocorre devido à dilatação dos vasos sanguíneos na superfície ocular;

Visão turva ou embaçada, principalmente durante os estágios avançados. Isso ocorre devido aos danos progressivos no nervo óptico;

Sensibilidade à luz, tornando desconfortável estar exposto a ambientes muito claros ou brilhantes;

Halos (anéis coloridos) ao redor das luzes ocorrem em casos mais avançados de glaucoma. Isso pode afetar a capacidade de ver claramente e dificultar a realização de atividades diárias. 

“Muitas pessoas têm glaucoma e não sabem ainda, pois é uma doença que não apresenta sintomas iniciais. Há possibilidade das pessoas estarem perdendo a visão gradativamente sem perceber, até que chegam em uma fase avançada, o que pode tornar o caso irreversível”, explica o médico oftalmologista Augusto Espindola, que atua na Clínica Censo, em Parauapebas. 

Por isso, as instituições da área da saúde aproveitam a data para destacar a importância de fazer exames regulares para a verificar a saúde dos olhos, principalmente a partir dos 35 anos de idade, quando o risco de desenvolver a doença aumenta significativamente.  

“Se descoberto em fase inicial, o glaucoma pode ser tratado e controlado, mas para chegarmos ao diagnóstico, você não deve esperar pelos possíveis sinais”, alerta o médico. 

Os tratamentos incluem o uso de colírios, medicamentos orais e, em casos mais avançados, procedimentos cirúrgicos.

Se você suspeita de glaucoma ou apresenta sintomas oculares preocupantes, é fundamental consultar um médico oftalmologista para um diagnóstico preciso, precoce e tratamento adequado.

 

O vício em drogas: conseguimos perceber quando alguém está viciado?

Um problema cada vez mais comum, o vício em drogas é um processo de sofrimento para muitas famílias, no entanto, não é irreversível; especialista explica a condição

 

O tempo todo ouvimos, na televisão e nos jornais, sobre o vício em drogas. Seja em filmes que romantizam os casos, como Scarface ou até mesmo nas inúmeras reportagens que vemos diariamente sobre a “Cracolândia” e o tráfico de entorpecentes. No entanto, o lado humano é pouco observado nesses casos, assim como a maneira que o vício nessas substância afeta a vida de cada uma dessas pessoas, que certamente não queriam estar nessa posição. 

A dependência de químicos pode afetar pessoas de qualquer idade, gênero ou classe social, para se ter uma ideia, o Ministério da Saúde registrou no último ano 400 mil atendimentos a pessoas com transtornos devido ao uso de drogas. Porém, muito mais do que números, famílias são perdidas pelo abuso de drogas. Recentemente, ganhou repercussão na mídia a história da técnica de enfermagem Vanessa Sales que, ao tentar ajudar sua filha viciada, também se viciou pela substância conhecida como K9, uma droga sintética que faz com que os usuários fiquem travados como zumbis. 

Segundo a psicóloga e especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, Vanessa Gebrim, o vício em drogas está ligado ao sistema de recompensas do nosso cérebro. “O principal mecanismo que desencadeia o vício é o sistema de recompensa cerebral junto à neuroadaptação. Nosso cérebro sofre alterações anatômicas quando viciado, assim como mudanças em seu funcionamento químico e na comunicação entre os neurônios, que está associada ao aprendizado. Isso é possível graças à plasticidade do cérebro. Assim,  o vício transforma os circuitos neurais, reorganizando-os de forma a atribuir mais valor àquilo que lhe dá prazer”, explica. 

 

A cronologia de um vício  

Para os familiares, amigos e a própria pessoa nessa situação, pode ser difícil reconhecer um vício no início, é comum o discurso de “posso parar quando quiser”, ainda assim alguns fatores indicam que uma pessoa pode estar passando por uma adicção. “Falta de motivação para estudar e trabalhar, mudanças no comportamento, irritabilidade, olhos vermelhos, muito tempo longe de casa ou perda de objetos de valor podem indicar o uso desenfreado de psicoativos”, enumera a psicóloga. 

Os piores efeitos, contudo, estão na pessoa que está passando por esse momento, que vai precisar de uma rede de apoio e ajuda para lidar com as consequências. “o indivíduo apresenta sintomas físicos diante da abstinência da substância química.Por outro lado, a dependência psicológica refere-se a um estado de mal-estar que se manifesta após a pessoa interromper o uso de uma droga. Ou seja, a ausência de determinada substância promove uma reação negativa no cérebro. Quando uma pessoa está sob o efeito da droga acontece uma diminuição da tensão, da ansiedade, elevação da euforia e outras sensações agradáveis. Porém, o cérebro condiciona esses efeitos à presença da substância no organismo”, revela.  

Além disso, a vida social e profissional é afetada profundamente. “Vários são os impactos no desempenho profissional. Os mais comuns são: perda da qualidade de trabalho e diminuição da produtividade e outros impactos na vida  pessoal  e social como o descontrole emocional, menor capacidade de raciocínio e concentração, destruição dos neurônios, que diminuem a capacidade de pensar e realizar atividades, desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como depressão ou esquizofrenia e isolamento da família e sociedade”, diz Vanessa.

 

Reinserção na sociedade  

Para passar por isso, o trajeto é longo, mas possível, é necessário muita força para ficar longe dos estímulos e evitar recaídas. “A dependência química é considerada uma doença crônica, progressiva, sem cura, porém, tratável. Apesar da possibilidade de tratamento, a recaída durante o período de recuperação pode atingir de 40% a 60% dos pacientes. O dependente químico precisa de uma fase terapêutica contínua, a qual proporcionará resultados a longo prazo”, mostra.  

Além de esforço, é essencial que o círculo social também esteja engajado em reverter o quadro, quando mais cedo medidas forem tomadas, melhor. “Os familiares têm o papel de dar apoio, sem julgamentos, e ajudar o paciente na sua reabilitação. No entanto, há casos em que a família pode facilitar o tratamento ou prejudicá-lo — se for conivente com as ideias do dependente de burlar nesse processo, por exemplo. Também é fundamental que as pessoas saibam lidar com a codependência, ou seja, o desenvolvimento dos mesmos sintomas de quem sofre com o vício”, finaliza Vanessa Gebrim.

 

Vanessa Gebrim - Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Tem amplo conhecimento clínico, humanista, positivista e sistêmico e trabalha para provocar mudanças profundas que contribuam para a evolução e o equilíbrio das pessoas. Mais de 20 anos de atendimento a crianças, adolescentes, adultos, casais e idosos, trata transtornos alimentares, depressão, bullying, síndrome do pânico, TOC, ansiedade, transtorno de estresse pós traumático, orientação de pais, distúrbios de aprendizagem, avaliação psicológica, conflitos familiares, luto, entre outros

 

 

Como o estresse afeta a saúde oftalmológica

Freepik


O estresse crônico pode ter efeitos adversos sobre os olhos e a visão. Nessa circunstância, o organismo libera hormônios como o cortisol, que podem levar a alterações nos vasos sanguíneos dos olhos, resultando em pressão ocular elevada e diminuição do fluxo sanguíneo para a retina. Isso pode aumentar o risco de desenvolvimento ou agravamento de condições oculares, como glaucoma, olho seco, degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e retinopatia diabética. 

Segundo o Dr. Marcelo Brito, médico oftalmologista, alguns sinais precoces de que o estresse está afetando a saúde ocular podem incluir visão embaçada, sensibilidade à luz, olhos secos, vermelhidão ocular, coceira e desconforto. Além disso, também pode contribuir para o desenvolvimento de sintomas de tensão ocular, como dores de cabeça, fadiga ocular e dificuldade de concentração visual. 

Recomenda-se buscar ajuda de um médico oftalmologista sempre que houver preocupações com a saúde ocular, especialmente se os sintomas mencionados anteriormente persistirem ou piorarem ao longo do tempo. O oftalmologista poderá realizar um exame ocular completo para avaliar a condição dos olhos e diagnosticar possíveis problemas relacionados ao estresse. 

“O tratamento envolve uma abordagem multifacetada. Além de tratar quaisquer condições oculares subjacentes, é importante gerenciar o estresse de forma global. Recomenda-se adotar práticas de autocuidado, como a prática regular de exercícios físicos, técnicas de relaxamento, como a meditação ou yoga, adotar uma alimentação equilibrada, estabelecer uma rotina de sono adequada e limitar a exposição prolongada a dispositivos eletrônicos”, indica o médico oftalmologista. 

Para finalizar, o Dr. Marcelo Brito compartilha algumas ficas para lidar com o estresse e preservar a saúde: 

Estabelecer uma rotina saudável: Priorize uma rotina regular de sono, alimentação balanceada e atividade física adequada. Esses hábitos saudáveis ajudam a fortalecer o organismo e a lidar melhor com o estresse.

Praticar técnicas de relaxamento: Encontre técnicas de relaxamento que funcionem para você, como meditação, respiração profunda, ioga ou atividades que proporcionem prazer e redução da tensão. 

Estabelecer limites: Aprenda a dizer "não" quando necessário e estabeleça limites claros em relação ao trabalho, vida pessoal e uso de tecnologia. Defina momentos de pausa e reserve tempo para atividades que proporcionem descanso e relaxamento. 

Buscar apoio social: Compartilhar preocupações com amigos, familiares ou profissionais da saúde pode aliviar o peso do estresse. Ter uma rede de apoio sólida é fundamental para lidar com desafios emocionais. 

Praticar hobbies e atividades prazerosas: Encontre tempo para se envolver em atividades que tragam alegria e satisfação, como hobbies, leitura, ouvir música, arte, entre outros. Essas atividades podem ajudar a desviar o foco do estresse e promover bem-estar. 

Procurar ajuda profissional: Se o estresse estiver afetando significativamente sua qualidade de vida e saúde, considere buscar a ajuda de um profissional de saúde mental, como psicólogo ou psiquiatra, para obter orientação e suporte adequados. 

Lembrando sempre que o cuidado com a saúde ocular e o controle do estresse devem ser abordados em conjunto para promover uma visão saudável e uma vida equilibrada

 

Fonte: Marcelo Brito - Médico Oftalmologista

CRM: 18871/RQE:415

Instagram: @dr.marcelobrito

 

Autismo e bullying: quais os sinais de que uma criança autista está sofrendo com comportamentos agressivos?

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Pesquisa mostra que 77% das crianças com autismo relatam ter sofrido bullying no ambiente escolar

 

Crianças e adolescentes no espectro do autismo são algumas das principais vítimas do bullying, violência que pode vir tanto de forma física quanto psicológica (através de palavras de ameaça e provocações). Segundo Bruna Manzolli, terapeuta parceira da Genial Care, “isso é recorrente porque pessoas no espectro, ou neurodivergentes, apresentam comportamentos atípicos, ou seja, atitudes que não são esperadas de acordo com a sociedade típica, e por isso são julgadas”. 

Infelizmente, o bullying ainda é um comportamento agressivo que se faz presente, principalmente, no ambiente escolar, ou até mesmo em pequenos grupos de amigos e atividades extracurriculares. Dados do IBGE mostram que mais de 40% dos estudantes adolescentes admitiram já ter sofrido com a prática de “bullying”, de provocação e de intimidação. Além disso, uma pesquisa canadense indicou que 77% das crianças com autismo relataram ter sofrido bullying no ambiente escolar.

 

        A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros. 

        O bullying pode causar danos graves à saúde emocional e mental, resultando em baixa autoestima, ansiedade, depressão, transtornos alimentares, insônia, entre outros problemas. “Infelizmente, muitas pessoas ainda têm preconceito em relação ao autismo. Isso porque muitas vezes não compreendem ou não tem conhecimento acerca do TEA, e caem em pré-conceitos que estão enraizados há anos. Crianças e adolescentes diagnosticadas com transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, vivenciam vários tipos de desafios na escola. Isso pode ser devido à dificuldade da comunicação e também ao relacionamento com outras crianças”, ressalta Bruna Manzolli. 

        Segundo a especialista, crianças e adolescentes com outros tipos de transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Síndrome de Tourette e Deficiência Intelectual, também estão mais propensas a serem vítimas do bullying; em comparativo com pessoas não neurodiversas. 

É comum que algumas pessoas fiquem com medo de denunciar que estão sofrendo bullying, ou que não consigam se comunicar a respeito da agressão que estão recebendo. Por este motivo, é muito importante observar possíveis sinais.

 

Sinais de que uma pessoa autista é vítima do bullying

Alguns sinais de que alguém pode estar sofrendo bullying incluem:

 

     Mudanças no comportamento ou humor: por exemplo, quando de repente a pessoa que tende a entrar e sair da escola de forma tranquila começa a demonstrar aversão pelo ambiente, com choros e comportamentos não esperados para seu perfil, mudança na socialização com pessoas que se sente confortável, começa a ter comportamentos evitativos, de fuga e se isola ou fica quieta, além do esperado.  isso pode ser um sinal de que algo está errado. Também podem ocorrer mudanças de humor, como irritabilidade, tristeza ou ansiedade;


     Queda no desempenho escolar: o desempenho escolar cair repentinamente pode ser um sinal de que está sofrendo bullying, pois sente muita distração ou incapacidade de se concentrar;


     Lesões físicas inexplicáveis: se alguém apresentar ferimentos inexplicáveis, como hematomas, arranhões ou cortes, isso pode ser um sinal de que ele está sendo agredido;


     Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas: se alguém de repente perder o interesse em atividades que antes adorava, pode ser um sinal de que ele está se sentindo desmotivado ou triste;


     Alterações no padrão de sono ou alimentação: quando surgem problemas de sono ou apetite, isso reflete diretamente em comportamentos de ansiedade e depressão, resultado de traumas gerados pelo bullying.

 

“É importante dizer que esses sinais não garantem necessariamente que a criança ou adolescente com autismo esteja sofrendo bullying, mas podem indicar que algo não está certo. Se os cuidadores suspeitarem de algo, é possível buscar abertura para uma conversa e oferecer apoio. Porém, para algumas pessoas com autismo que possuem dificuldades de socialização, nem sempre é possível avançar para esse lado e outras estratégias precisam ser implementadas”, pontua Bruna Manzolli.


Como ajudar pessoas autistas vítimas de bullying?

Com o bullying geralmente acontece no ambiente escolar, é preciso cobrar um posicionamento da própria unidade de ensino. Se mesmo com conversas e denúncias a escola não está tomando medidas adequadas para proteger a criança e o adolescente, você pode seguir os seguintes passos:

 

     Peça à escola que apresente um plano de ação, com etapas específicas e detalhadas das decisões que a escola irá tomar para resolver o problema e proteger a criança e o adolescente;


     Mantenha registros detalhados de todos os incidentes de bullying que você souber, incluindo a data, hora e local. Compartilhe essas informações com a escola para que eles possam entender a extensão do problema;


     Seja persistente: se você sentir que a escola não está levando o problema a sério, continue a contatar a escola para que haja uma resolução. E-mails ou chamadas telefônicas regulares são importantes para acompanhar o progresso e verificar se o plano de ação está sendo implementado;


     Se a escola não tomar medidas adequadas para resolver o problema, é possível buscar ajuda externa, como um conselheiro escolar, um advogado ou uma organização que lida com questões de bullying.

 

 

Genial Care

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Estudo associa episódios de apneia do sono em bebês a maior risco de hipertensão na vida adulta


Em experimentos com ratos, pesquisadores da Unesp observaram
 que períodos de baixa oxigenação nos primeiros meses de
 vida podem levar à desregulação do sistema nervoso autônomo
simpático, que é responsável por controlar funções como frequência cardíaca
 e pressão arterial. Descoberta aponta caminhos para a busca de novos tratamentos (
foto: freepic.diller/Freepik)




Bebês que passam por períodos de baixa oxigenação nos primeiros meses de vida – decorrentes, por exemplo, de episódios de apneia durante o sono – tendem a desenvolver problemas respiratórios e hipertensão arterial já na fase jovem e ao longo da vida adulta.

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) demonstraram, pela primeira vez, que nesses casos o aumento da pressão arterial se dá devido a uma desregulação no sistema nervoso autônomo – que funciona de modo involuntário para controlar a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e a respiração, entre outros fatores. O estudo, publicado na revista Sleep Research Society, foi feito em modelo animal e demonstrou que o aumento da pressão arterial está associado a uma hiperatividade dos neurônios do sistema nervoso simpático (o ramo do sistema nervoso autônomo que é ativado em situações de estresse).

“Descobrimos que ratos que passaram por episódios de hipóxia intermitente no período pós-natal apresentavam maior atividade neuronal na parte final do tronco encefálico [bulbo] durante a vida jovem e adulta. Isso provavelmente se dá devido a uma adaptação do cérebro decorrente do período de baixa oxigenação durante uma fase crítica do desenvolvimento. Entre as adaptações está o aumento da atividade do sistema nervoso autônomo simpático, provavelmente por causa da maior expressão de uma proteína denominada fator induzível por hipóxia [HIF-1α] em neurônios do bulbo”, conta Daniel Zoccal, professor da Faculdade de Odontologia de Araraquara (FOAr-Unesp).

Segundo o pesquisador, a maior expressão da proteína HIF-1α pelos neurônios do bulbo gera uma série de alterações na leitura de outros genes que, dentre várias ações, controlam a atividade celular. Como consequência, os neurônios com maior expressão de HIF-1α apresentaram maior atividade, acarretando em vasos sanguíneos de menor calibre e, portanto, maior pressão arterial. Esse fenômeno corresponde ao que os cientistas chamam de epigenética, ou seja, modificações bioquímicas nas células ocasionadas por estímulos ambientais que promovem a ativação ou o silenciamento de genes sem provocar mudanças no genoma do indivíduo.

Além de demonstrar pela primeira vez os mecanismos envolvidos na relação entre episódios de baixa oxigenação na vida pós-natal e hipertensão na fase jovem e adulta, o trabalho, apoiado pela FAPESP, pode trazer desdobramentos clínicos importantes.

“Embora a hipertensão tenha uma prevalência alta – cerca de 30% da população mundial –, sua origem ainda precisa ser mais bem compreendida. Sabe-se apenas que há um risco associado a fatores como obesidade, sedentarismo, problemas renais e consumo de sal, por exemplo. Com o achado, podemos investigar novos tratamentos”, afirma Zoccal à Agência FAPESP.

A descoberta também joga luz sobre a importância dos primeiros anos de vida do indivíduo para o desenvolvimento de doenças. “É preciso olhar com mais cuidado para a respiração dos bebês até como uma forma de prevenir o desenvolvimento de doença na vida adulta”, diz. Episódios de apneia em recém-nascidos podem ocorrer com mais frequência em prematuros, quando o sistema nervoso central e o sistema respiratório ainda não estão completamente maduros, ou em bebês com hiperplasia de adenoide ou de amídalas, alguma deformidade anatômica ou obesidade.

Para o pesquisador, descrever todo o processo de como se dá a hipertensão arterial pela baixa oxigenação no período pós-natal (até cerca dos dois anos de idade em humanos) pode também auxiliar na busca de tratamento para aqueles pacientes que não respondem bem aos medicamentos anti-hipertensivos – cerca de 20% dos pacientes hipertensos.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que pacientes hipertensos, especialmente os que não respondem a tratamento medicamentosos, têm um aumento da atividade elétrica na interface entre os nervos simpáticos e os vasos sanguíneos. “Os vasos sanguíneos desses indivíduos têm menor calibre, o que resulta no aumento da pressão arterial”, diz.

Baixa oxigenação

No estudo, os pesquisadores induziram a hipóxia em ratos durante os dez primeiros dias de vida. Nesse período, os animais passaram por episódios de hipóxia de curta duração, com a redução do oxigênio de 21% para 6% durante 30 segundos. Isso aconteceu a cada nove minutos, durante o período de sono dos animais.

A simulação gerava seis episódios de apneia do sono por hora, o que equivale a um caso de apneia do sono moderada. “Na clínica, existem casos de apneia severa em que o paciente chega a experiências de 30 ou até 60 episódios por hora”, explica o pesquisador.

Depois de duas semanas, as simulações realizadas ao longo de oito horas por dia cessaram e os animais passaram a respirar normalmente. Quando os animais completaram 40 e 90 dias de vida – o que em humanos seria comparável a 13-16 e 40-50 anos respectivamente –, os pesquisadores avaliaram parâmetros fisiológicos como pressão arterial e frequência cardíaca.

Em ambas as idades, os ratos que passaram por períodos de hipóxia intermitente na fase pós-natal apresentaram um aumento consistente da pressão arterial – entre 10 e 20 milímetros de mercúrio (mmHg ) acima do grupo-controle. De acordo com os resultados, a média da pressão arterial em ratos jovens foi de 84±7 mmHg no grupo-controle, enquanto no grupo que passou por hipóxia intermitente foi de 95±5 mmHg. Já a média para os animais adultos ficou em 103±10 mmHg para o grupo-controle e 121±9 mmHg para o grupo que passou por episódios de baixa oxigenação. Vale destacar que os índices de pressão arterial tanto em roedores quanto em humanos são semelhantes.

“No estudo, não avaliamos quando os animais se tornam hipertensos, apenas verificamos que na fase jovem os ratos já apresentavam alterações relacionadas à pressão arterial e, na fase adulta, estavam hipertensos”, explica o pesquisador.

Depois de concluir que a hipóxia intermitente gerava aumento de pressão arterial nos animais, os pesquisadores foram investigar a contribuição do sistema nervoso simpático nesse processo.

Vale lembrar que o sistema nervoso autônomo é dividido em duas partes: o sistema simpático e o parassimpático. De forma geral, o sistema simpático é responsável pelas alterações no organismo em situações de alerta, preparando o organismo para enfrentar ou fugir de uma ameaça. Envolve, portanto, maior gasto de energia. Cabe a esse ramo aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, liberar adrenalina, dilatar os brônquios, dilatar as pupilas, aumentar a transpiração. Já o sistema nervoso parassimpático normaliza o funcionamento dos órgãos internos depois da situação de alerta.

Ao colocar eletrodos em contato com os nervos simpáticos dos ratos jovens, os pesquisadores observaram que os animais que passaram por hipóxia intermitente apresentavam uma quantidade maior de impulsos elétricos trafegando pelos nervos simpáticos em comparação com os animais que não passaram por episódios de baixa oxigenação. Em roedores adultos, foi utilizada uma abordagem farmacológica que obteve o mesmo resultado do estudo com ratos jovens.

“Utilizamos uma droga que inibe as ações do sistema nervoso simpático e, dependendo da resposta de queda da pressão arterial, foi possível inferir que a atividade simpática estava aumentada”, diz.

Os pesquisadores da Unesp também analisaram a atividade dos neurônios do bulbo, uma região do cérebro que controla as funções vegetativas do corpo, como batimento cardíaco, respiração e a atividade simpática para os vasos sanguíneos.

“Focamos nossa análise na superfície ventral do bulbo, região essencial para gerar a atividade simpática e manter a pressão arterial em valores normais [em humanos cerca de 12/8 mmHg]. E observamos que, entre os animais que tinham passado por hipóxia intermitente pós-natal, existe uma maior taxa de disparo dos neurônios nessa região. Isso mostrou uma disfunção nesse grupamento do bulbo, causada pela exposição à hipóxia intermitente que mantém a atividade simpática aumentada, elevando a pressão arterial”, explica.

Os pesquisadores também observaram que, além de apresentarem maior atividade, os neurônios do sistema nervoso simpático expressavam mais a proteína HIF-1α. “Essa descoberta permitiu que associássemos todo esse processo a uma possível causa epigenética", conta.

Zoccal ressalta que a proteína HIF-1α foi objeto de estudo dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2019. Os laureados descobriram que, quando os níveis de oxigênio estão baixos, a quantidade desse fator aumenta e induz adaptações celulares que garantem a sobrevivência das células e do organismo durante condições de hipóxia. Por outro lado, a concentração de HIF-1α diminui quando os níveis de oxigênio estão normais.

O estudo focou nos efeitos da hipóxia intermitente pós-natal sobre a pressão arterial decorrentes de uma disfunção no sistema nervoso simpático. No entanto, sabe-se que alterações nesse sistema podem acarretar outras modificações. Isso porque a atividade simpática controla muitas funções do organismo, entre elas a temperatura corporal e, consequentemente, o metabolismo.

“Em outro estudo que publicamos, usando o mesmo modelo experimental, notamos que os animais que passam pela hipóxia apresentavam menor peso que o do grupo-controle, o que pode ser uma consequência do aumento da atividade simpática. Também observamos que esses animais passaram a apresentar irregularidades respiratórias, com um padrão fora do comum de aceleração e desaceleração da respiração em repouso. Portanto, além de hipertensos, vimos que os animais podem apresentar problemas respiratórios e prováveis alterações metabólicas”, conclui.

O artigo Sympathetic dysregulation induced by postnatal intermittent hypoxia pode ser lido em: https://academic.oup.com/sleep/advance-article-abstract/doi/10.1093/sleep/zsad055/7067763?redirectedFrom=fulltext.

E o estudo Postnatal intermittent hypoxia enhances phrenic and reduces vagal upper airway motor activities in rats by epigenetic mechanisms está disponível em: https://physoc.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1113/EP087928.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-associa-episodios-de-apneia-do-sono-em-bebes-a-maior-risco-de-hipertensao-na-vida-adulta/41466/


Associado a estresse e ansiedade, Bruxismo atinge 30% da população mundial e deve ser tratado com atenção

Hábito ranger, apertar e bater os dentes pode causar disfunções de articulação temporomandibular, comprometendo a mastigação e a fala. Especialista do Hospital Paulista alerta sobre os sintomas e explica quais são os tratamentos


A disfunção da articulação temporomandibular, ou DTM, é um conjunto de alterações que atinge a nossa articulação temporomandibular, musculatura e estruturas associadas. Esta alteração está presente na população mundial e pode se manifestar com dores de cabeça, estalos ao abrir e fechar a boca, dor na região dos ouvidos, musculatura da face, zumbido – e até mesmo travamentos na mandíbula, por exemplo.  

Bastante associada a situações de estresse e ansiedade, essa disfunção envolve a articulação temporomandibular (ATM), que conecta o osso mandibular ao osso temporal do crânio - localizado próximo aos ouvidos e responsável pela abertura e fechamento da boca, mastigação e fonação.  

O bruxismo, por sua vez, é caracterizado por atividades do músculo da mastigação, sendo controlado pelo sistema nervoso central, ou seja, independente da nossa vontade. Ele se manifesta pelo hábito de ranger, apertar, bater os dentes, por exemplo, e pode levar uma disfunção de ATM. “Importante ressaltar que Bruxismo não é DTM”, destaca a Dra. Juliana Mussi, cirurgiã bucomaxilofacial do Hospital Paulista - especializado no tratamento desse tipo de disfunção.  

Ela explica que embora seja muito associado ao período de sono, o Bruxismo também pode acontecer durante a vigília, ou seja, quando estamos acordados. “No caso da vigília, ele está diretamente relacionado com períodos de estresse, ansiedade e concentração. Já no caso do bruxismo do sono, o estresse, em especial, pode afetar o nosso descanso, fazendo com que ele fique mais superficial e com microdispertares, aumentando assim chance de incidência desse transtorno involuntário”.  

Dados da OMS apontam que 30% da população mundial sofre de Bruxismo.  

O transtorno é caracterizado por atividades do músculo da mastigação, que ocorrem de forma involuntária. "O hábito de ranger, apertar, bater os dentes pode ocasionar a disfunção da nossa articulação temporomandibular, musculatura e estruturas associadas. Além de muita dor em regiões da face e ouvidos, a DTM ainda pode comprometer a fala e a mastigação, caso não tratada", alerta. 

 

Mulheres propensas  

As mulheres, segundo a médica, são as que mais recorrem ao tratamento especializado. “A estimativa é que 80% do público que atendemos seja de mulheres. Isso pode ser explicado por estudos que apontam o estrogênio (hormônio sexual feminino) como um possível fator de alteração do metabolismo ósseo e da cartilagem da articulação temporomandibular, bem como do mecanismo regulador da dor”, observa.  

Quanto ao diagnóstico, ela explica que se dá por meio de avaliação clínica, onde é verificada a articulação e a musculatura e através de exames de imagens, como por exemplo ressonância magnética.  

Os tratamentos para DTM são divididos em dois grupos: o clínico e o cirúrgico. O primeiro, segundo Mussi, é o indicado para a grande maioria dos pacientes. “Ele pode envolver ações como fisioterapia, agulhamento seco, acupuntura, uso da placa de mordida, laserterapia e o envolvimento de uma equipe multidisciplinar para avaliação dos aspectos psicológicos por exemplo. Em alguns casos, ainda de acordo com a especialista, também é feito o uso de medicamentos para dores agudas e crônicas.  

Quanto aos procedimentos cirúrgicos, Mussi explica que, dependendo do quadro clínico, é possível aplicar soluções menos invasivas. É o caso das infiltrações de substâncias dentro da articulação e a artroscopia.  “Trata-se deum procedimento minimamente invasivo e sem cortes, que permite investigar o interior de uma articulação com uma microcâmera, fazer o diagnóstico e realizar o procedimento necessário para melhora da condição articular”, explica.  

Já nos mais graves, segundo ela, a opção é pelas chamadas ‘cirurgias abertas’, que são mais invasivas e ocorrem quando há necessidade de acessar a articulação. 

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia 


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