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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Obesidade e diabetes podem ser transmitidas para a criança durante a gravidez, reforça estudo

 Publicado na revista Nature Reviews Endocrinology, artigo de pesquisador do ICB-USP valida essa tese ao explorar o papel de dois hormônios do tecido adiposo. 

 

Obesidade, diabetes e outros desequilíbrios metabólicos durante a gravidez podem causar problemas similares à criança no futuro. É o aponta um estudo publicado na revista Nature Reviews Endocrinology, de autoria do professor José Donato Junior, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), onde coordena o Laboratório de Neuroanatomia Funcional. O trabalho reúne os principais estudos relacionados ao mecanismo de ação de dois hormônios, a leptina e a adiponectina, e seu efeito transgeracional — de uma geração para outra — observado durante a gestação.  

Originadas no tecido adiposo, as substâncias atuam no controle de aspectos metabólicos do organismo. A leptina contribui para a regulação da fome e do peso e seu desequilíbrio pode resultar em hiperfagia — ingestão exagerada de alimentos e a consequente obesidade. Já a adiponectina ajuda a regular a quantidade de glicose no sangue, e, quando escassa, pode favorecer o surgimento de diabetes. Se ocorrerem durante a gestação, esses desequilíbrios podem ser transferidos da mãe para o embrião ou para a criança sobretudo nos primeiros dois anos de vida. 

No caso da adiponectina, o excesso ou falta da substância causam efeitos diversos, seja na mãe ou no feto. “A escassez de adiponectina causa excesso de glicose no sangue, o que pode desencadear o diabetes. Por outro lado, na placenta a escassez aumentaria a captação de nutrientes pelo feto, também comprometendo o seu desenvolvimento”, comenta Donato. 

Em relação à leptina, o pesquisador destaca um experimento, citado no artigo, em que esses mecanismos foram observados.No estudo em questão publicado em junho de 2019, foi produzido um camundongo que não tinha o receptor de leptina funcionando corretamente. Quando o animal chegou à idade adulta, foi injetada uma droga que alterou seu DNA, reativando o receptor. O animal desenvolveu obesidade, causada pela falta de leptina durante o período intrauterino e pós-natal, além de apresentar várias alterações metabólicas, como a redução de gasto energético. 

“Observamos que, no caso do camundongo, se você der uma dieta normal, ele come como um animal normal. Mas se você oferecer uma dieta hipercalórica, com alimentos com alta densidade energética, como frituras, ele se torna hiperfágico, ou seja, come de forma exagerada”, conta.

 

Ciclo vicioso — Alterações que afetam os dois primeiros anos do desenvolvimento de uma criança têm impactos a longo prazo em vários tecidos metabolicamente ativos ou diretamente relacionados ao controle do metabolismo. É um período de desenvolvimento acelerado de vários órgãos, incluindo o sistema nervoso.  

“Os primeiros dois anos são um período crítico”, explica Donato. “Nele, tanto a falta como o excesso de leptina podem predispor o indivíduo a um gosto por hipercalóricos. Isso, somado a um também provável menor gasto de energia, pode ocasionar o acúmulo de gordura no organismo.” 

Para exemplificar, o professor traz o conceito de “fenótipo econômico”. “O termo surgiu quando pesquisadores observaram, nas décadas de 1940 e 1950, que filhos de mães desnutridas apresentavam maior risco de obesidade no futuro, apesar de terem nascido com tamanho menor do que a média”, conta. “A teoria por trás disso é que durante essa fase crítica de desenvolvimento, as células aprendem a trabalhar em um nível de economia alto, e quando há fartura de alimentos ainda economizam energia”. 

Além da mãe, o pai também pode transmitir problemas metabólicos à criança. Isso ocorre por meio de mecanismos chamados epigenéticos, que são modificações na forma como o DNA está organizado — e não na sequência genética em si. “Essas modificações envolvem proteínas e ligações que podem tornar certas áreas do genoma mais propensas a serem transcritas do que outras”, diz o professor.  “Esses estudos, de certa maneira, nos ajudam a entender por que estamos em um ciclo vicioso, no qual quanto mais problemas metabólicos a população tem, maior o risco de a geração seguinte ter também”.

 

Mudança nos hábitos — A linha de estudos também aponta para a importância da prevenção de doenças metabólicas na população. Donato explica que, em casos de mães que tiveram filhos antes e depois de uma cirurgia bariátrica, por exemplo, o procedimento ajudou a reduzir o risco de problemas na segunda criança. Por isso, o reconhecimento de obesidade e diabetes como fatores de risco é, por si só, um importante passo.  

“Hoje em dia, quando vemos uma mulher fumando ou bebendo durante a gravidez, ficamos em alerta quanto aos perigos disso. Fazemos exames pré-natal, usamos vitaminas com ácido fólico”, diz. “Da mesma forma, devemos adotar procedimentos de controle de doenças metabólicas. A partir daí, pode-se pensar no desenvolvimento de fármacos e outros mecanismos de ação”.

 

Alergia ao sol existe, e é mais comum do que se imagina

Problema pode ter origem em fatores genéticos, doenças ou em reação a medicamentos e cosméticos, resultando em coceira, vermelhidão e erupção cutânea; veja como prevenir



As alergias são um problema relativamente comum e podem ser causadas pelos mais diferentes fatores. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 30% da população sofre com alguma versão do problema. Na maioria dos casos, o diagnóstico tem relação com questões respiratórias ou alimentares. No entanto, é possível encontrar razões bem diferentes para desencadear o problema, incluindo até mesmo a luz do sol.

Conhecida como fotossensibilidade, ou simplesmente intolerância solar, o problema é gerado por uma reação do sistema imunológico à incidência dos raios ultravioleta. Ao identificar a luz como ameaça, nosso organismo libera substâncias para combatê-la, que resulta em erupção cutânea, coceira, vermelhidão, descamação, bolhas e inflamação.

“As reações de fotossensibilidade na pele podem se manifestar de imediato, em geral, até 30 minutos de exposição ao sol, ou de forma tardia, podendo demorar até dias”, explica o Dr. Mário Abatemarco, farmacêutico e professor de cosmetologia, especialista da Farmácia Artesanal, um dos maiores grupos de franquias de farmácias de manipulação do Brasil. 

Dentre as causas mais comuns para desencadear este tipo de alergia, está a associação com doenças como lúpus e porfirias, que em alguns casos ampliam a sensibilidade cutânea à luz solar. A ingestão ou aplicação de determinadas substâncias na pele, como o uso de medicamentos ou cosméticos, também pode originar o problema. Por fim, ele ainda pode ser herdado geneticamente.

“Várias classes de medicamentos podem tornar a pele mais sensível ao sol, dentre os quais podemos citar os antibióticos tetraciclina e doxiciclina, utilizados no tratamento da acne, alguns ansiolíticos como o alprazolam e o clordiazepóxido, a furosemida, utilizada por muitas pessoas para o tratamento da hipertensão e muitos outros mais”, esclarece Abatemarco. 

O tipo mais comum de fotossensibilidade é chamado erupção polimórfica à luz, que afeta entre 10% e 20% da população, sendo mais comum em mulheres. Os sintomas aparecem algumas horas depois da exposição ao sol e incluem nódulos em áreas vermelhas e inchadas, cuja permanência pode se estender por até uma semana.

Já a urticária solar é um pouco mais rara e surge imediatamente após o contato com raios solares ou determinadas fontes artificiais de luz. De modo geral, as erupções desaparecem após alguns minutos ou horas assim que a pessoa cessa a exposição ao sol. Em casos mais raros, ela pode levar a outros sintomas, como náusea, dor de cabeça e vômito.

 

Quando procurar o médico?

É recomendado recorrer a um dermatologista em caso de reações mais extremadas, que gerem grandes incômodos ou se mantenham de forma persistente. O diagnóstico é essencialmente clínico e será realizado pela observação das lesões ou de alguns testes adicionais com luz ultravioleta para avaliação das reações de fotossensibilidade no consultório médico. 

“Não existem exames específicos para detectar reações de fotossensibilidade. O médico suspeita dessas doenças quando surge uma erupção cutânea apenas nas zonas expostas ao sol. Uma meticulosa análise do histórico médico da pessoa, dos sintomas cutâneos, eventuais doenças, dos medicamentos tomados por via oral ou de substâncias aplicadas na pele (por exemplo, medicamentos ou cosméticos) pode ajudar o médico a definir o tipo e a causa da reação de fotossensibilidade” destaca o especialista da Farmácia Artesanal.  

Se a intolerância solar for confirmada, o médico irá determinar o melhor tratamento de acordo com o tipo de alergia. Na maioria dos casos, manter a pele hidratada e evitar a exposição ao sol, especialmente na janela entre 10h e 16h, bastam para fazer os sintomas desaparecer. O uso de protetor solar e de roupas que cubram o corpo também ajuda a prevenir crises. Porém, dependendo da situação, pode ser necessário recorrer a antialérgicos ou mesmo realizar fototerapia.

 

Dicas de cuidado

As dicas a seguir valem para qualquer pessoa, porém, devem ser seguidas com muito mais rigor para quem sofre com as reações de fotossensibilidade:

- Manter a pele hidratada;

- Usar fotoprotetor FPS 60 ou superior, todos os dias e não apenas quando for à praia, clubes ou passeios ao ar livre;

- Aplicar fotoprotetor em todas as partes do corpo expostas ao sol e não apenas no rosto; 

- Usar acessórios como chapéus, bonés, óculos e roupas com proteção UV. 

 

 

Umidade relativa do ar está baixa. Saiba como cuidar da qualidade do ar em ambientes fechados e preservar a saúde. Saiba o que pode ser feito

De acordo com a Cetesb - Companhia Estadual do Meio Ambiente, a cidade de São Paulo apresenta neste período do ano baixos níveis de umidade relativa do ar externo. Desde o início da semana, os índices se encontram próximos aos 30%, condição de alerta que deve continuar nos próximos dias. A Organização Mundial da Saúde indica como ideal que a umidade relativa do ar esteja na faixa de 40 a 60% , nível de umidade mínimo para o conforto e saúde humana. Sistemas de climatização e umidificadores de ar portáteis podem contribuir para uma melhor qualidade para o ar interno em ambientes fechados nestes dias secos.


A população tem vivido desde a última semana,  dias ensolarados e secos que resultam  em baixos índices de umidade propício para formação de queimadas, além de elevada concentração de material particulado,  o que contribui para má qualidade do ar. A umidade relativa do ar atinge  valores críticos nos horários da tarde, quando os termômetros apresentam momentos de altas temperaturas. As chuvas funcionam como um "lavador de ar" e sua ausência piora muito a qualidade do ar atmosférico. Além disso, a seca é prejudicial à saúde humana, pois ressecam as mucosas respiratórias, barreiras de defesa naturais do corpo humano, provocando alergias, irritações, tosses e até sangramento.

Essa situação é preocupante quando considerada a qualidade do ar em ambientes fechados e o seu impacto na saúde das pessoas, pois a maioria dos ambientes não possuem ventilação mecânica com a necessária renovação do ar, esse é o alerta que o Qualindoor – Departamento Nacional de Qualidade do Ar Interno da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento. Um ambiente precisa ter todo o ar renovado em torno de 10 a 15 minutos, para que eventuais contaminantes dispersos no ar sejam rapidamente removidos.

Esse cenário de ar seco e poluído impacta direto na saúde, pois, além das temperaturas mais baixas devido ao outono, levam as pessoas ficarem mais tempos em ambientes fechados, aumentando o risco de contaminação de doenças transmitidas pelo ar. Além disso, muitos ambientes usam a ventilação natural, principalmente janelas abertas, como forma de renovação do ar. Com as baixas temperaturas, essas janelas são fechadas, deixando os ambientes com ar saturado, fator que tem elevado o número de pacientes nos hospitais, em especial crianças, que por diversos motivos, entre eles,  por frequentarem salas de aulas cheias e mal ventiladas, permitindo assim o agravamento da saúde dos pequenos.  

Levando em conta que uma pessoa adulta respira mais de 10 mil litros de ar por dia e cerca de 90% do tempo em locais fechados, vale destacar a importância da qualidade do ar interno nos ambientes, ele precisa estar adequado de forma que não prejudique a saúde das pessoas e a sua produtividade, ocasionadas por transmissão de doenças respiratórias. 

Neste período,  a rinite, doença respiratória não transmissível,  atinge cerca de 30% dos adolescentes, de acordo com dados do ISAAC (Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância). Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) a rinite alérgica é mais comum após os 2 anos de idade e atinge cerca de 26% das crianças. Os sintomas da rinite são coceira frequente no nariz e/ou nos olhos, espirros seguidos (principalmente pela manhã e à noite), coriza (nariz escorrendo) frequente e obstrução nasal. Esses sintomas são frequentes sem a presença de resfriados.

De acordo com os especialistas da ASBAI, o tempo seco ajuda o muco habitual das vias aéreas a ficar mais espesso, desidratado e, com isso, os irritantes e alérgenos em geral ficam mais tempo na mucosa. Isso pode levar um ciclo de respostas - com sintomatologia alérgica mais robusta. Além disso, o muco espesso facilita as infecções por vírus e bactérias que se aproveitam desse ambiente para proliferar.

A ABRAVA destaca ainda que, para garantir uma melhor qualidade do ar em ambientes fechados neste período, os sistemas de climatização usados em conjunto com um umidificador de ar apresentam o benefício de filtragem da poluição externa, com garantias de conforte térmico e segurança a saúde das pessoas. Valendo destacar o equipamento de ar-condicionado deve estar com sua manutenção em dia, e o umidificador de ar abastecido com água fervida para eliminar microrganismos.

Um sistema de climatização mecânico tem diversas funções em um ambiente, entre elas, :

  • Controlar a Temperatura – conforto térmico
  • Manter a Umidade do ar – por meio de umidificação e/ou desumidificação
  • Renovar o ar interno – trocar o ar internomisturando externo e interno, diluindo assim contaminantes
  • Filtrar o ar - melhorando a qualidade do ar interno através de filtragem, removendo assim os poluentes do ar
  • Distribuição do ar – propicia uma melhor homogeneização das condições internas, evitando zona de estagnação (bolsões de ar)

O Qualindoor da ABRAVA recomenda sempre a contratação de profissionais qualificados para a avaliação do ambiente, projeção, instalação e manutenção, de forma que assegura a execução dos serviços prestados de acordo com leis e normativas em benefício de todos.


ABRAVA

Café: será que o queridinho dos brasileiros é prejudicial à saúde?

Presente em grande parte dos lares brasileiros, pode-se dizer que o café é uma paixão nacional. Apreciado em forma de bebida, mas também em preparações como sobremesas, o grão é amplamente consumido no país.

 

De acordo com pesquisa realizada pela empresa Jacobs Douwe Egberts (JDE), o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, atrás apenas da água. Ainda segundo o levantamento, o brasileiro consome, em média, 3 a 4 xícaras por dia. Mas será que esse hábito tão comum por aqui é prejudicial à saúde?

Conforme a nutricionista Francyne Silva Fernandez, que atua na UBS Jardim Caiçara – gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – o consumo moderado do café – cerca de 4 xícaras diárias – é benéfico ao cérebro, estimulando suas atividades intelectuais e aspectos como memória e concentração.

Além disso, a profissional destaca que estudos recentes têm apontado benefícios relacionados à prevenção de doenças como câncer, diabetes tipo 2 e Parkinson devido a substâncias antioxidantes e anticarcinogênicas presentes no alimento.

Em celebração ao Dia Nacional do Café, lembrado em 24 de maio, o CEJAM esclarece algumas questões sobre o tema. Confira!

 

O café prejudica a absorção de nutrientes?

A nutricionista lembra que esse é um assunto amplamente discutido. Um estudo realizado pela Universidade Creighton e Universidade de Miami indicou que a cafeína, em altas doses, pode afetar a absorção da vitamina D.

A profissional explica que o composto tanino (presente na casca do café) é um fator antinutricional, ou seja, é uma substância que influencia na digestão e absorção dos nutrientes. “Diante disso, o melhor é a ingestão longe das principais refeições e com moderação”, recomenda.

 

Com moderação, o café pode ser um bom pré-treino?

Sim! Como dito anteriormente, o café possui efeito estimulante. Essa característica se dá pela presença da cafeína, o que auxilia na concentração e energia antes da atividade física. 

 

Grávidas podem consumir café?

Durante a gestação, o metabolismo da cafeína é mais lento para a mulher e para o feto, resultando numa exposição mais longa a este composto. Assim, a recomendação é a interrupção ou redução da ingestão durante a gravidez. Em caso de dúvidas, o melhor sempre é consultar seu médico.

 

O café pode prejudicar o sono?

Sim, o efeito estimulante da bebida pode ocasionar alguns efeitos adversos relacionados à qualidade do sono. O indicado é consumir pequenas doses no período noturno ou, em caso de sensibilidade, seu consumo deve ser suspenso.

 

O ESTRESSE ACELERA O ENVELHECIMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO

ESTRESSE X SISTEMA IMUNOLÓGICO


O estresse, na forma de eventos traumáticos, tensão no trabalho, estressores cotidianos e discriminação, acelera o envelhecimento do sistema imunológico, aumentando potencialmente o risco de câncer, doenças cardiovasculares e doenças causadas por infecções como o COVID-19, de acordo com um novo estudo da USC.

A pesquisa, publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pode ajudar a explicar as disparidades na saúde relacionada à idade, incluindo o número desigual da pandemia, e identificar possíveis pontos de intervenção.

“À medida que a população mundial de idosos aumenta, é essencial entender as disparidades na saúde relacionada à idade. Alterações relacionadas à idade no sistema imunológico desempenham um papel crítico no declínio da saúde. Este estudo ajuda a esclarecer os mecanismos envolvidos no envelhecimento imunológico acelerado.”

Eric Klopack, principal autor do estudo, pós-doutorando na USC Leonard Davis School of Gerontology 

À medida que as pessoas envelhecem, o sistema imunológico naturalmente começa um rebaixamento dramático, uma condição chamada imunossenescência. Com a idade avançada, o perfil imunológico de uma pessoa enfraquece e inclui muitos glóbulos brancos desgastados circulando e poucos glóbulos brancos frescos e “ingênuos” prontos para enfrentar novos invasores.

O envelhecimento imunológico está associado não apenas ao câncer, mas também a doenças cardiovasculares, aumento do risco de pneumonia, redução da eficácia das vacinas e envelhecimento do sistema orgânico.

Mas o que explica as diferenças drásticas de saúde em adultos da mesma idade? Os pesquisadores da USC decidiram ver se conseguiam descobrir uma conexão entre a exposição vitalícia ao estresse, um contribuinte conhecido para problemas de saúde e diminuição do vigor do sistema imunológico.

Eles consultaram e cruzaram enormes conjuntos de dados do Estudo de Saúde e Aposentadoria da Universidade de Michigan, um estudo longitudinal nacional dos sistemas econômico, de saúde, conjugal, familiar e de apoio público e privado dos americanos mais velhos.

Para calcular a exposição a várias formas de estresse social, os pesquisadores analisaram as respostas de uma amostra nacional de 5.744 adultos com mais de 50 anos.

As amostras de sangue dos participantes foram então analisadas por citometria de fluxo, uma técnica de laboratório que conta e classifica as células sanguíneas à medida que passam uma a uma em um fluxo estreito na frente de um laser.

 

Fonte: https://www.odontologianews.com.br/estresse-sistema-imunologico/?utm_campaign=2405_-_odontologia_-_versao_full_leads_importados_b&utm_medium=email&utm_source=RD+Station


Dia Mundial Sem Tabaco: combater o tabagismo e o alcoolismo são as mais importantes ferramentas para impedir novos casos de câncer de boca

Opinião

 

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No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, é fundamental reforçar duas antigas orientações importantes para promoção da saúde e prevenção de doenças, como o câncer de boca. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer é mais comum em homens acima dos 40 anos, mas pode afetar pessoas de todas as idades.

Quando falamos nestes casos, é fundamental pensar não apenas na região específica do lábio, mas nas áreas que integram essa parte do corpo: língua, assoalho da boca, sulco gengivo labial, mucosa jugal (parte interna das bochechas), palato duro e palato mole.

Os sintomas do câncer de boca incluem feridas na boca que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas na mucosa da boca, dor ao mastigar ou engolir, sangramento na boca, inchaço dos gânglios linfáticos, entre outros.

O fator de risco mais importante ainda é o cigarro. Essa é uma preocupação que deve sempre estar em primeiro lugar. O segundo causador da doença é o alcoolismo. Quando há a associação desses dois fatores, o risco é ainda maior.

Por tudo isso, é fundamental a adoção de hábitos saudáveis como parar de fumar, reduzir o consumo de álcool, manter uma boa higiene bucal e fazer consultas regulares ao dentista. Para combater o câncer de lábio, há uma orientação a mais que é o uso do protetor solar indicado para prevenção.

 

Dr. Marcos André dos Santos - Diretor de Comunicação da AMRIGS

 

Dia Nacional da Adoção: 61% da população pensa em adotar uma criança, diz estudo

Quem tem dificuldades para engravidar liderou as respostas positivas, com 67% das pessoas afirmando que se veem adotando uma criança


Nesta quinta-feira (25), é celebrado o Dia Nacional da Adoção. A efeméride vem conscientizar sobre a importância de oferecer um lar para crianças e adolescentes que não tiveram a chance de crescer junto a uma família. 

Conforme informações do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Brasil existem quase 34 mil crianças e adolescentes abrigados em casas de acolhimento e instituições públicas semelhantes. Destas, cerca de 4 mil estão prontas para a adoção, à espera de pessoas que as amem e cuidem delas, oportunizando crescerem de forma saudável, em um ambiente que as ampare plenamente.  

Noutra perspectiva, muitos casais que têm dificuldades para obter a gestação, ou recebem um diagnóstico de infertilidade, encontram na adoção uma maneira de finalmente concretizar o sonho de constituir uma família. E, pertinente a isso, o último estudo realizado pela Famivita revelou que 61% dos brasileiros e brasileiras cogitam a adoção, sendo ela vista como uma alternativa. Nesse sentido, quem tem dificuldades para engravidar liderou as respostas positivas, com 67% afirmando que a adoção é uma ideia a ser pensada.

Estima-se que haja no país aproximadamente 43 mil casais pretendendo adotar uma criança - número expressivo e bastante superior aos infantes disponíveis para adoção. A questão, porém, segundo profissionais da área, é que a maioria dos candidatos a adotantes faz exigências e demonstra preferências, que por sua vez são parecidas. Por isso, existem muitos candidatos a adotantes concorrendo pela adoção das mesmas crianças. 

Crianças brancas, sem irmãos, sem deficiência física ou cognitiva e com baixa idade costumam ser o perfil mais escolhido. Grande parte dos adotantes prefere adotar crianças com até 2 anos de idade de modo que quanto mais velhas elas forem, menor a chance de adoção. E o que acontece é que, na prática, os infantes com mais de 10 anos têm chances mínimas de serem adotados.


“Laços de sangue”

Acerca do assunto, especialistas apontam que há uma forte questão cultural envolvida, referente aos chamados "laços de sangue", ou seja, a consanguinidade. Assim, ocorre com certa frequência de os adotantes terem em vista semelhanças físicas, buscando uma espécie de comprovação dessa vinculação biológica, preferindo uma criança ainda bebê e que apresente traços físicos semelhantes aos da família pela qual será adotada. A respeito disso, o estudo feito pela Famivita revelou que para 28% dos participantes, a idade e/ou a aparência da criança seria levada em consideração. Nesse caso, 16% se importariam com a idade, 5% com a aparência, e 7% com ambos os fatores.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre as mulheres, 74% disseram não se importar com a idade e aparência, contra 57% dos homens. Por Estado, os dados coletados mostraram que Tocantins foi a localidade em que mais pessoas revelaram ver a adoção como possibilidade, com 79% das  pessoas respondendo positivamente. No Distrito Federal e em São Paulo, esse número foi de 64% e 61%, respectivamente. Rio de Janeiro aparece no ranking com 56% e Santa Catarina com 70%.

Com tantos elementos e subjetividades atravessando o tema, boa parte dos casais geralmente passa do tratamento da infertilidade para a adoção, após esgotar as opções médicas disponíveis, procurando antes ter certeza que a gravidez biológica está fora do seu alcance. Importante lembrar, nesse sentido, o quanto o caminho da adoção exige um enfoque amplo e um olhar amoroso, encarado não apenas da perspectiva de quem adota, mas do que é melhor para a pessoa adotada.

 

Por ano, 73 mil pacientes do SUS ficam sem radioterapia: problema de solução complexa

Cerca de 70% das pessoas com câncer precisarão passar por radioterapia em algum momento do tratamento


 Em determinadas situações clínicas, a radioterapia pode ser a única forma indicada de tratamento contra o câncer. O problema é que perto de 73 mil pacientes não têm acesso aos procedimentos radioterápicos anualmente no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo relatório da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR). Soma-se à escassez de aceleradores lineares a obsolescência das máquinas e a má distribuição delas pelo território nacional. A combinação de adversidades pode ter causado a morte de 110 mil pessoas entre os anos de 2008 e 2022, conforme levantamento da SBR.

A deficiência do sistema radioterápico ganha proporções alarmantes ao se considerar os números do câncer no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 704 mil novos casos para cada ano do triênio 2023-2025. Fernando Medina, oncologista clínico do Centro de Oncologia Campinas, explica que cerca de 70% desses diagnósticos necessitarão de radioterapia em algum momento do curso da doença, ou seja, 492,8 mil precisarão ser submetidos a sessões, porém, quase 15% deles não terão acesso ao tratamento essencial pelo SUS.

“A radioterapia moderna é altamente precisa, complexa e cada vez mais indicada em situações iniciais da doença. É um dos tratamentos mais antigos contra o câncer, extremamente eficiente”, descreve Fernando Medina. A complexidade do procedimento, entretanto, vem acompanhada do alto custo envolvido na aquisição, instalação e funcionamento dos aceleradores lineares, o que justifica a falta de aparelhos no Brasil, aponta o médico.

Em 2022, o Centro de Oncologia Campinas adquiriu um dos mais modernos acelerados lineares em operação no Brasil, o Infinity, produzido pela empresa sueca Elekta. O custo total da implantação do aparelho foi de cerca de R$ 15 milhões, sendo que o equipamento em si foi adquirido por US$1,5 milhão (cerca de R$ 8,5 milhões).

“Antes mesmo de você ter o equipamento, é preciso pagar 40% de impostos de importação e desembaraço aduaneiro”, relata Fernando Medina. O bunker que abriga o equipamento é uma estrutura robusta de concreto, blindada e também onerosa. A construção é orientada por regras da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão que atua nas áreas de radioproteção e segurança nas aplicações da energia nuclear para fins pacíficos.

Superada a parte burocrática, o início da operacionalização é acompanhado de mais especificidades. “Para operar um aparelho de radioterapia, é preciso contar com técnicos altamente especializados, médicos treinados para fazer esse tipo de atendimento e físicos para estabelecer o planejamento. Você também depende de exames de imagens, como tomografias e ressonância, para iniciar a radioterapia. É um procedimento muito caro e o reembolso do SUS não dá para cobrir os custos. Tudo isso leva os hospitais a não investirem nessa área porque não há retorno”, conclui Medina.

Outro problema que surge da onerosidade do processo é a obsolescência dos aceleradores. “Os equipamentos acabam se tornando ultrapassados porque também é muito caro realizar a manutenção e fazer os upgrades necessários. É fundamental estabelecer contratos para manutenção preventiva e manter as máquinas atualizadas. Quanto mais modernos os aceleradores, mais preciso e eficiente é o tratamento”, confirma.

A falta de investimentos em radioterapia interfere diretamente no resultado dos tratamentos. Novas tecnologias reduzem em até 80% número de sessões para o tratamento do câncer. A precisão de entrega do feixe do Infinity adquirido pelo COC, por exemplo, permite que os tratamentos sejam realizados com uma dose mais alta de radiação. Com isso, há maior controle na eficácia do tratamento, com um menor número de sessões e maior proteção dos tecidos saudáveis que cercam o tumor. O equipamento também realiza radiocirurgia intracraniana de múltiplas lesões em apenas 15 minutos. Por meio de Radioterapia Guiada por imagem 4D, é possível irradiar de forma mais segura anatomias que estão em movimento, como o pulmão.

“É importante observar que a falta de aceleradores lineares no Brasil não é um problema isolado.  Muitos desses equipamentos já estão ultrapassados, o que significa que os resultados nem sempre são os melhores possíveis. A resolução do problema envolve muitas frentes, todas elas ligadas a incentivos maiores para a implantação do serviço, como custos menores de importação e correção das tabelas dos valores pagos pelo SUS”, aponta Medina.

Para se ter uma ideia do quanto a radioterapia é essencial ao tratamento do câncer, no ano de 2022, o Centro de Oncologia Campinas realizou cerca de 27 mil sessões de radiação. Como o novo acelerador nuclear do COC iniciou a operação em maio, a projeção para 2023 é e números ainda maiores. A expectativa é de realização de 35 mil sessões, o que significa aumento de 30% na comparação com 2022 e quase 3 mil sessões mensais.

 Sobre o COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.

Recentemente, o COC inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

 

Centro de Oncologia Campinas
Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas.
Telefone: (19) 3787-3400.

 

Conheça a bactéria intestinal que pode ser a principal responsável pelo Parkinson

De acordo com neurocirurgião que atua na área, a descoberta pode contribuir para a luta contra a doença 

 

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, ela pode prejudicar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, provocando rigidez, tremores e dificuldades de movimento e outros sintomas que limitam a independência e a capacidade de realizar tarefas diárias, embora não haja cura conhecida, os avanços na medicina têm permitido um melhor controle dos sintomas.

 

Uma nova descoberta pode mudar a forma como a ciência enxerga o desenvolvimento do Parkinson, de acordo com um novo estudo realizado por um grupo de pesquisadores da universidade de Helsinki, na Finlândia, e publicado na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, um dos causadores da doença de Parkinson poderia ser uma bactéria intestinal.

O estudo coletou amostras de fezes de 10 pacientes com Parkinson e de 10 pessoas saudáveis (seus respectivos parceiros), depois, isolou dessas fezes um grupo de bactérias chamado de Desulfovibrio, então, usou essas bactérias para a alimentação de um verme e avaliou se aconteceria o acúmulo de uma proteína dentro deles: A alfassinucleína, cuja forma defeituosa está relacionada à doença de Parkinson. 

Finalmente, verificou-se que os vermes que se alimentaram das bactérias de pessoas com Parkinson desenvolveram esse acúmulo em maior intensidade do que os vermes que se alimentaram das bactérias de pessoas sem Parkinson, além disso, observaram que os primeiros vermes morreram mais do que os últimos.

Segundo o neurocirurgião especialista em Parkinson, Dr. Bruno Burjaili, pesquisas que buscam compreender melhor o surgimento da doença de Parkinson ajudam a direcionar melhor o desenvolvimento de técnicas que busquem prevenir, diagnosticar e tratar a doença.

Os resultados do estudo sugerem que essa bactéria, nas pessoas que têm doença de Parkinson, pode ser um dos fatores responsáveis pelo acúmulo da proteína defeituosa que já sabemos estar relacionado ao problema, resta sabermos se esses achados serão confirmados e melhor detalhados por outros estudos, para esclarecermos se, na prática, atacar essas bactérias ajudará na luta contra a doença, e como fazer isso” Explica o Dr. Bruno Burjaili. 

 

 

Dr. Bruno Burjaili - Neurocirurgião especializado no tratamento de doenças da cabeça, nervos e coluna vertebral, com experiência em doença de Parkinson, tremores, distonia, dores crônicas e fibromialgia.



Atividade física e alimentação saudável: os melhores remédios para combater a hipertensão

Hospital Sapiranga, reconhecido por seu compromisso com a saúde da comunidade, reforça a importância da conscientização no Dia Mundial da Hipertensão, celebrado em 17 de maio



A Hipertensão Arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que se caracteriza pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Estima-se que cerca de 30% dos brasileiros sejam hipertensos, sendo um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

O médico do Hospital Sapiranga, Anderson Dal Pozo, salienta que a falta de controle adequado da pressão arterial pode levar a complicações graves e até mesmo fatais. Por isso, é fundamental conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do tratamento adequado e da adoção de um estilo de vida saudável.

“É uma doença multifatorial em que fatores genéticos, sociais e ambientais podem influenciar no seu surgimento, sendo assim além de nos preocuparmos com a história familiar e assim procurar identificar a hipertensão de forma precoce (através da aferição regular da mesma) nos indivíduos que apresentem histórico familiar, devemos nos preocupar com os fatores que podem ser modificáveis através das mudanças no estilo de vida como dieta saudável, atividade física regular, controle do peso, controle do estresse, cessação do tabagismo e redução do consumo de bebidas alcoólicas”, afirma.

A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível caracterizada por níveis de pressão persistentemente elevados iguais ou maiores do que 140 – 90mmHg medidas em duas ou mais ocasiões diferentes sem o uso de medicações que reduzam a pressão (anti-hipertensivos).

Ao contrário do que muitos pacientes pensam, a hipertensão costuma ser assintomática, ou seja, os pacientes apresentam a condição e não apresentam sintomas, sendo que os mesmos costumam surgir quando o paciente já apresenta comprometimento em órgãos alvo (coração, cérebro, rins e vasos). É o principal fator de risco modificável para doenças cardiovasculares (infarto e derrame), insuficiência renal crônica e morte prematura e geralmente associada a outras condições como dislipidemia (colesterol e triglicerídeos elevados), intolerância à glicose e diabetes mellitus, obesidade abdominal.

Cuidado com o sal

O sal é um dos grandes vilões e o médico, Anderson Dal Pozo, reforça a importância da população ter hábitos saudáveis na hora da alimentação.

“O sal é um vilão sendo o consumo excessivo um dos principais fatores de risco modificáveis para a hipertensão, sendo que sua ingestão deveria ser restrita a 5g/dia (2g/dia de sódio), porém muitas vezes é difícil este controle uma vez que o sódio está presente em uma série de alimentos, principalmente embutidos, enlatados, temperos prontos e alimentos em conserva e muitas vezes as embalagens não especificam as quantidades presentes”, completa.

Quando identificada a hipertensão o paciente deve passar por uma avaliação inicial visando a identificação de comprometimentos em outros órgãos ou a presença de outras comorbidades com dislipidemia e diabetes. Em concomitância o paciente deve ser orientado sobre as mudanças de estilo de vida e início de medicações conforme os níveis de pressão ou a presença de complicações nos órgãos alvo.

“É importante ter em mente que a hipertensão aumenta de prevalência à medida que envelhecemos, porém não devemos esquecer que crianças e adolescentes podem apresentar o problema também, sendo assim preconiza-se a medida da pressão arterial pelo menos 1 vez ao ano em crianças a partir dos 3 anos de idade ou com maior regularidade em grupos de risco como obesos, diabéticos, uso de corticoide entre outros. A aferição deve ser feita com manguito adequado para o braço e tendo em mente que os valores tidos como normais não são os mesmos dos adultos e obedecem a critérios que levam em conta a idade, sexo e percentil de altura”, finaliza o médico.

 

Marcelo Matusiak

 

Alerta: Uso indevido de medicamentos do momento e seus efeitos na saúde bucal

Somente nesta semana, mais de 5 casos foram registrados envolvendo o uso inadequado de medicamentos sem avaliação e acompanhamento médico. A automedicação é um problema crescente em todo o mundo, especialmente quando se trata de medicamentos para emagrecer, para se concentrar ou para dormir melhor.

Infelizmente, essa prática pode trazer consequências graves para a saúde, afetando não só o bem-estar geral, mas também a saúde bucal e o hálito.

De acordo com a cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde, o uso indiscriminado de medicamentos pode causar diversos efeitos colaterais, como secura bucal, saburra lingual e mau hálito forte, que podem afetar o convívio social e a autoestima. É importante ressaltar que esses sintomas são apenas a ponta do iceberg, já que o uso indevido de medicamentos pode levar a problemas mais graves, como intoxicação, dependência química e até mesmo morte.

Por isso, é fundamental que as pessoas busquem ajuda médica antes de iniciar qualquer tratamento com medicamentos, especialmente aqueles que prometem resultados rápidos e milagrosos. O acompanhamento médico é essencial para avaliar a real necessidade do uso de medicamentos, prescrever a dosagem correta e monitorar os efeitos colaterais.

Nesse contexto, o papel do dentista também é fundamental. Muitos pacientes não associam a saúde bucal com o uso de medicamentos, mas é importante lembrar que a ingestão de substâncias químicas pode afetar a cavidade oral, causando secura bucal, saburra lingual e mau hálito forte.

A razão pela qual os medicamentos causam boca seca é que eles podem interferir na produção de saliva no organismo. A saliva é um líquido secreto pelas glândulas salivares, que ajuda a umedecer e lubrificar a boca, facilitando a fala, a mastigação e a deglutição. Além disso, a saliva contém enzimas que ajudam a neutralizar os ácidos produzidos pelas bactérias na boca, prevenindo a cárie dentária e outras doenças.

Para a Dra. Bruna Conde é fundamental que o paciente se sinta à vontade para contar todos os detalhes na consulta com o dentista e que este tenha tempo para conversar com o paciente e olhar além da boca, para entender o histórico de cada paciente e tratá-lo de forma multidisciplinar, considerando todos os aspectos que podem afetar a saúde bucal.

“A saúde bucal é parte integrante da saúde geral do paciente. Por isso, é importante que o dentista esteja atento não apenas aos sintomas bucais, mas também a outros aspectos, como o uso de medicamentos. Eu colho o histórico de cada paciente de forma individual, me atualizo nas tendências do mercado e trabalho de forma multidisciplinar para ajudar meu paciente por completo.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 


Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038

 

Disfunções da tireoide podem levar a sintomas psiquiátricos

Ansiedade e síndrome do pânico estão entre os relatos

25/05 – Dia Internacional da Tireoide

 

O hipotireoidismo e o hipertireoidismo, além de causarem diversas disfunções no organismo, podem também afetar a saúde psíquica. A endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato explica que as duas doenças quando não diagnosticadas e tratadas ou se o paciente estiver usando a dosagem errada da medicação, podem levar à depressão, crise de pânico, estresse, irritabilidade e ansiedade.

 

“Nos casos em que a medicação não é suficiente, está indicada a cirurgia para a retirada da glândula tireoide e o radioiodo, tratamento com iodo radioativo, que destrói a glândula”, explica Dra. Lorena.

 

Hipotireoidismo - torna o metabolismo e o raciocínio mais lentos, causando sonolência, falta de ânimo, cansaço, discreto ganho de peso e inchaço. O tratamento é feito com a reposição do hormônio tireoidiano chamado levotiroxina, medicação de baixo custo, disponível em todas as farmácias e que não provoca efeitos colaterais.

 

Hipertireoidismo - está associado a aceleração do metabolismo, causando irritabilidade, perda de peso significativa, insônia e palpitação. O tratamento é feito com medicamentos chamados antitireoidianos, que têm como objetivo diminuir a produção do hormônio da tireoide.

 

Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
https://endocrino.com/ e www.amato.com.br
https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/


Alimentação: praticidade x qualidade de vida

Nutricionista do CEJAM destaca alguns pontos de atenção à preparação da marmita

 

Cuidados na preparação, montagem, transporte e acondicionamento dos alimentos estão entre os principais pontos de atenção a serem observados para quem é adepto à marmita.

Nesse sentido, a nutricionista Solange Schenfeld, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Calú, gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, destaca a importância de priorizar a qualidade de vida à praticidade.

“Por vezes, pensamos que a praticidade é a melhor escolha ao fazer consumo de alimentos industrializados, que são os processados ou ultraprocessados. Entretanto, o impacto na saúde é tremendo e acaba resultando no surgimento ou agravo das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que requerem investimento de tempo em consultas médicas e tratamentos medicamentosos”, explica a especialista.

Solange ressalta que o refino moderno retira dos alimentos nutrientes e micronutrientes de alto nível de importância para o organismo e traz o aumento de calorias, adicionadas às gorduras, sal e açúcares. “Podemos estar superalimentados, mas estamos subnutridos”, afirma.

Sobretudo no preparo de marmitas, a atenção precisa ser redobrada. A profissional recomenda a elaboração caseira à compra de marmitas prontas, devido ao conhecimento da procedência dos alimentos, garantindo a qualidade da refeição com ingredientes naturais, orgânicos, frescos e sustentáveis (uso de talos, folhas, sementes e cascas).

Além disso, há a higienização ou desinfecção adequada dos utensílios utilizados no processo e no manuseio dos legumes, folhosos e frutas, assim como a questão dos temperos utilizados, sendo comum em restaurantes o uso de aditivos industrializados e excesso de sal.

O tempo e a temperatura também devem ser observados, evitando o favorecimento do crescimento microbiano. “É possível fazer a marmita no momento do preparo do jantar ou tirar uma tarde para cozinhar e congelar as porções”, sugere.

Entre as técnicas que preservam os nutrientes dos alimentos, a nutricionista do CEJAM pondera que, no caso da salada, ela deve ser sempre fresca, higienizada e sem excesso de umidade (água).

Quando se trata de legumes e verduras, é indicado a técnica de branqueamento, para conservação da cor, crocância e nutrientes do alimento. “É preciso primeiro ferver a água para adicioná-los. Deixe-os cozinhar por alguns minutos (escaldá-los) e depois imediatamente mergulhe-os em água bem gelada, pois é esse choque que os manterão conservados.”

Em relação às proteínas, a nutri indica que o melhor é optar por carnes magras e priorizar a frequência de carnes brancas (frango sem pele e peixes). Ela orienta que as preparações devem ser grelhadas, cozidas, refogadas ou assadas. Outro ponto importante para esse alimento é o descongelamento, que não deve ser feito em temperatura ambiente. O correto é descongelar na geladeira para, então, iniciar o preparo.

O recipiente também é um ponto de atenção, pois os potes de plástico, mesmo sendo livres de bisfenol A, podem correr o risco de conter substâncias tóxicas que fazem mal à saúde. “Muitas pessoas utilizam vasilhas de plástico, mas o pote de vidro é muito melhor, considerando os aspectos de higienização, facilidade e sustentabilidade”, afirma.  

Outra dica é não colocar a marmita ainda quente no congelador, porque ela cria cristais de gelo que também impactam na qualidade da comida.

“Primeiramente, o pote deve ser colocado na geladeira para esfriar, antes de ser levado ao freezer, onde pode ser preservado por até 90 dias. Se houver peixes e frutos do mar, a validade do congelamento é reduzida a 30 dias. O transporte deve ser realizado em bolsa térmica, acrescidos de gelo, e devem ser acondicionados sob refrigeração (geladeira) até o momento do consumo”, pontua.

Estudos atuais indicam que o uso de marmita é uma tendência crescente e vem ganhando mercado entre os consumidores, independentemente da classe social. “Outro fator importante a ser considerado é a economia, pois, investir em produções caseiras, reduz os custos individuais e familiares”, finaliza a especialista.

 

CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


90% dos nódulos de tireoide são benignos, mas requerem acompanhamento


O Dia Internacional da Tireoide, lembrado sempre em 25 de maio, chama a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças tireoidianas. A tireoide é uma glândula localizada na região do pescoço, responsável por produzir os hormônios tiroxina (também chamado de tetraiodotironina – T4) e tri-iodotironina (T3). Ambos auxiliam na manutenção da pressão sanguínea, do ritmo cardíaco, do tônus muscular e das funções sexuais. 

Nódulos na tireoide são bastante comuns e cerca de 90% desses nódulos são benignos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além disso, os cânceres de tireoide têm comportamento de maior benignidade e o sucesso do tratamento pode chegar a 97% dos casos. 

As pessoas mais predispostas a terem nódulos tireoidianos são os idosos, as mulheres e pacientes que tenham hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto. Regiões com carência de iodo e história de exposição prévia à radiação também aumentariam a formação de nódulos. 

Embora ainda não se conheça todos os mecanismos que levam à formação dos nódulos, as principais causas seriam bócio colóide (células normais da tireoide), cistos simples, tireoidites (inflamação na glândula levando à formação de nódulos) e neoplasias.

Algumas características necessitam de uma cautela maior: nódulo com crescimento muito rápido, história de irradiação (radioterapia) prévia na região cervical (pescoço) e rouquidão súbita. 

Vale frisar que o nódulo é uma alteração de “estrutura”, não influencia na função da tireoide. Algumas pessoas fazem certa confusão com isto, questionando como podem ter nódulo se o exame de sangue nunca acusou nada. Embora indivíduos com hipotireoidismo tenham maior chance de ter nódulo, a maioria das pessoas com nódulos tem função da tireoide normal. 

Não há indicação de medicamento para nódulo tireoidiano, a não ser que o paciente também apresente hipotireoidismo (redução dos níveis hormonais). Nestes casos, pode até ocorrer redução do tamanho do nódulo com o tratamento e normalização do TSH (hormônio que estimula a tireoide), mas não há evidência científica para prescrição de medicação para indivíduos que não tenham alteração da função da glândula. 

A maioria dos nódulos não precisa ser puncionada, mas requer acompanhamento semestral ou anual com imagem. Atualmente, seguimos algumas diretrizes internacionais e nacionais (SBEM-Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) para se indicar ou não a punção. Embora a menor parte dos nódulos (5-10%) seja por neoplasia (câncer de tireoide), a avaliação e o seguimento especializado são fundamentais.

 

Claudia Chang - doutora e pós-doutora em Endocrinologia e Metabologia pela USP, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e coordenadora e professora da pós-graduação em Endocrinologia do Instituto Superior de Medicina (ISMD).



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