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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Imposto de renda: 5 dicas para fugir da malha fina

Especialista faz alerta aos contribuintes que ainda não entregaram a declaração para evitar equívocos e dor de cabeça


O prazo para a declaração do Imposto de Renda 2023 se encerra no dia 30 de maio e muitos brasileiros ainda não fizeram o ajuste de contas com o Governo. Segundo a Receita Federal, mais de 23 milhões de declarações já foram entregues e a estimativa é, até o prazo final, chegar a 39,5 milhões.  

A declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), assim como os tributos a serem pagos nesse processo, deve ser realizada por pessoas que, segundo o Governo Federal, tiveram renda tributável superior a R$ 28.559,70 no ano de 2022. Estão enquadrados na renda tributável, por exemplo, valores recebidos de salários, bônus de empresa, pensão, aposentadoria, valores vindos do exterior, todos os valores recebidos de pessoas jurídicas e até alguns vindos de pessoas físicas.   

A advogada Cecília Pimentel Monteiro, sócia do escritório Leal & Varasquim Advogados e especialista em Direito Tributário, alerta que apesar do prazo estar se esgotando, o processo da declaração deve ser feito com muita cautela para evitar possíveis equívocos e futuras cobranças. “A declaração de imposto de renda deve traduzir a realidade financeira do contribuinte, se ele fez investimentos, empréstimos ou recebeu doações em dinheiro”, orienta.  

Cecília explica que omissão de ganhos é um dos principais fatores que fazem com que os contribuintes caiam da malha fina. Para evitar problemas, a advogada apontou algumas dicas das quais os contribuintes devem ficar atentos.  

 

5 DICAS ANTES DE ENVIAR A DECLARAÇÃO 

  1. Dados dos dependentes: Separe os dados dos dependentes dos dados do contribuinte. É muito importante manter esses dados atualizados e ficar atento a informações que podem mudar de um ano para o outro, como endereços e número de contas bancárias;  

       2. Documentos: Toda a documentação necessária deve estar organizada e separada para facilitar o processo. Na hora da declaração, é importante possuir os documentos de imóveis,         veículos, contas, rendimentos, compra e venda de bens, recibos, despesas médicas, comprovante de previdência social e privada, financiamentos e consórcios. A lista pode ser                    grande e, por isso, a dica é reunir todos esses documentos antes de começar o processo.  

      3. Atenção aos números: Na hora de organizar todos os valores, é necessário atenção especial aos números. Não são raros os casos de pessoas que caem na malha fina por informar        dados errados no site do governo por pura desatenção. 

      4. Guardar os documentos: Após o preenchimento de todos os campos e o envio da declaração, é importante guardar todos os documentos que foram utilizados, assim como o                    comprovante. Assim é possível acompanhar a declaração e comprovar se houver alguma divergência perante a Receita Federal.  

      5. Respeitar o prazo: Os contribuintes que não declararem e/ou não pagarem as taxas referentes ao imposto de renda no prazo estabelecido podem estar sujeitos a multas e restrições        dos documentos. A multa é calculada a partir do valor devido, mas, além disso, o CPF pode aparecer com restrições na Receita Federal, o que pode, inclusive, impedir a abertura e              movimentação de contas bancárias, fazer passaporte ou conseguir empréstimos, por exemplo. 

 

QUEM NÃO PRECISA DECLARAR IMPOSTO DE RENDA 

Esse ano, algumas regras para a isenção mudaram e, segundo o Governo Federal, não precisam fazer a declaração de IRPF: 

- Pessoas que ganham até R$ 2.640 mensais; 

- Pessoas portadoras de doenças crônicas: AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), Alienação Mental, Cardiopatia Grave, Cegueira (inclusive monocular), Contaminação por Radiação, Doença de Paget em estados avançados (Osteíte Deformante), Doença de Parkinson, Esclerose Múltipla, Espondiloartrose Anquilosante, Fibrose Cística, Hanseníase, Nefropatia Grave, Hepatopatia Grave, Neoplasia Maligna, Paralisia Irreversível e Incapacitante, Tuberculose Ativa. 


Empreendedorismo feminino cresce 27% na capital federal, segundo levantamento

Especialista dá dicas para mulheres que querem investir na própria carreira 

 

O empreendedorismo feminino no Brasil tem mostrado um crescimento significativo nos últimos anos. Mulheres estão cada vez mais assumindo o desafio de iniciar e gerenciar seus próprios negócios.  O levantamento Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizado em 2022, aponta que as  mulheres representam 34% dos empreendedores do país. No Distrito Federal, segundo o Sebrae, o número de mulheres à frente do próprio negócio aumentou 27% em 2021.  

 

Os principais segmentos que elas estão à frente são: comércio varejista, serviços pessoais, saúde e educação. Segundo a especialista em empreendedorismo Hayane Calaça, as mulheres empreendedoras trazem inovação, visão e resiliência para os negócios, criando oportunidades e inspirando outras a seguirem seus passos.  “É uma poderosa ferramenta para promover a igualdade de gênero e empoderar mulheres. Quando as mulheres têm a oportunidade de iniciar e liderar seus próprios negócios, elas quebram barreiras, desafiam estereótipos e abrem caminho para um futuro mais inclusivo e equitativo”, afirma Calaça, que está à frente do próprio negócio desde os 18 anos.

 

De acordo com Hayane, para abrir uma empresa, algumas dicas são essenciais. Confira: 

 

1- Identifique suas paixões e habilidades:

Antes de dar os primeiros passos no empreendedorismo, é importante identificar suas paixões e habilidades. Pergunte-se: o que você ama fazer? Quais são suas áreas de especialização? Ao combinar seus interesses com suas habilidades, você estará mais motivada e preparada para enfrentar os desafios que virão pela frente.

 

2. Pesquise o mercado e encontre uma oportunidade:

Realize uma pesquisa de mercado detalhada para identificar oportunidades e nichos promissores. Descubra as necessidades e demandas do seu público-alvo e avalie a concorrência. Isso ajudará você a desenvolver uma proposta única de valor e a encontrar um espaço no mercado para o seu negócio.

 

3. Elabore um plano de negócios sólido:

Um plano de negócios bem elaborado é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento. Nele, você definirá sua visão, missão, objetivos, estratégias de marketing, análise financeira e muito mais. Isso fornecerá uma base sólida para orientar suas decisões e ajudá-la a atrair investidores, se necessário.

 

4. Construa uma rede de apoio:

Buscar apoio e orientação é fundamental para qualquer empreendedor, especialmente para as mulheres. Procure se conectar com outras empreendedoras, participe de grupos e associações do seu setor de interesse. Compartilhe suas experiências, aprenda com os outros e esteja aberta a colaborações. Uma rede de contatos sólida pode abrir portas e fornecer suporte valioso ao longo da sua jornada.

 

5. Desenvolva habilidades de liderança:

Como empreendedora, você será a líder do seu negócio. Invista no desenvolvimento de habilidades de liderança, como comunicação eficaz, tomada de decisões, resolução de problemas e trabalho em equipe. Liderar pelo exemplo e inspirar sua equipe serão habilidades essenciais para o crescimento e sucesso do seu negócio.

 

6. Cuide da sua saúde e bem-estar:

O empreendedorismo pode ser uma jornada exigente e desafiadora. É importante lembrar-se de cuidar de si mesma. Priorize sua saúde física e mental, estabelecendo uma rotina equilibrada, praticando exercícios regulares e reservando tempo para descanso e lazer. Uma mente e um corpo saudáveis são essenciais para enfrentar os desafios do empreendedorismo com resiliência e energia.

 

Desemprego sobe para 8,8% no primeiro trimestre, diz IBGE

A taxa de desocupação entre os homens foi de 7,2%, enquanto entre as mulheres chegou a 10,8%.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados preocupantes sobre o mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2023. Conforme o relatório, a taxa de desemprego atingiu 8,8% no período, demonstrando um aumento em relação a trimestres anteriores. No que diz respeito ao gênero, a taxa de desocupação entre os homens foi de 7,2%, enquanto entre as mulheres chegou a 10,8%. 

 

Já a análise por cor ou raça revelou que a taxa de desocupação ficou abaixo da média nacional para os brancos, com 6,8%. Por outro lado, a taxa para os pretos foi de 11,3% e para os pardos, 10,1%. No aspecto da escolaridade, a pesquisa mostrou que a taxa de desocupação foi mais elevada para pessoas com ensino médio incompleto, atingindo 15,2%. Esses dados sugerem a importância da qualificação educacional e do desenvolvimento de habilidades específicas para aumentar as chances de empregabilidade e de ascensão profissional.

 

Diante desse cenário desafiador, é importante buscar orientações e conselhos de especialistas para enfrentar o desemprego e para os empreendedores que pretendem contratar. O Mentor de Empresários, André Minucci, oferece valiosas dicas para ambos os grupos. Dicas para pessoas que estão desempregadas:

Atualize seu currículo: Revise seu currículo, destacando suas habilidades, experiências relevantes e resultados alcançados. Além disso, atualize seu perfil nas redes sociais profissionais, como o LinkedIn, e esteja aberto a oportunidade de networking.

 

Desenvolva habilidades e se capacite: Aproveite o período de desemprego para investir em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Faça cursos e adquira novas habilidades que sejam relevantes para o mercado de trabalho atual.

 

Amplie sua rede de contatos: Conecte-se com profissionais da sua área de atuação, participe de eventos, encontros e grupos relacionados à sua área de interesse. O networking pode ser uma excelente fonte de oportunidades de emprego.

 

Esteja aberto a diferentes possibilidades: Considere ampliar suas opções de busca de emprego. Além de se candidatar a vagas tradicionais, esteja aberto a oportunidade de trabalho temporário, freelance ou empreendedorismo. Essas alternativas podem oferecer experiências valiosas e abrir portas para novas oportunidades.

 

Mantenha-se motivado e perseverante: O processo de busca por emprego pode ser desafiador e demorado. Mantenha-se motivado, estabeleça metas realistas e seja perseverante. Utilize seu tempo livre de forma produtiva, buscando aprender e crescer, e mantenha uma mentalidade positiva. 

O aumento do desemprego para 8,8% no primeiro trimestre exige uma postura proativa dos empresários e profissionais que buscam se destacar em meio às adversidades. As orientações de André Minucci, mentor de empresários, oferecem insights valiosos para enfrentar esse cenário desafiador.


Dicas para empreendedores que vão contratar:

 

Planeje suas contratações: Analise cuidadosamente as necessidades da sua empresa e estabeleça um plano estratégico para as contratações. Defina as competências e habilidades necessárias para cada posição e avalie se é mais vantajoso contratar um profissional experiente ou investir em capacitação interna.

 

Busque diversidade: Promova a diversidade em sua equipe, considerando diferentes perfis, origens e perspectivas. A diversidade traz benefícios, como a ampliação da criatividade, inovação e capacidade de adaptação.

 

Realize uma seleção criteriosa: Dedique tempo à seleção dos candidatos, realizando entrevistas bem estruturadas e verificando referências. “Avalie tanto as habilidades técnicas quanto as competências comportamentais dos candidatos para encontrar o ajuste ideal com a cultura da empresa”, diz André.

 

Invista em treinamento e desenvolvimento: Ofereça oportunidades de aprendizado como um treinamento de inteligência emocional aos seus funcionários. Isso não somente ajudará a melhorar o desempenho individual, mas também a reter talentos e promover o crescimento da sua empresa a longo prazo.

 

Estabeleça uma cultura de feedback e reconhecimento: Valorize e reconheça o trabalho dos seus colaboradores. Promova uma cultura de feedback construtivo, fornecendo orientações claras e oportunidades de crescimento. O reconhecimento adequado incentiva o engajamento e a motivação dos funcionários.

 

“Embora o cenário do desemprego seja desafiador, é importante lembrar que existem oportunidades e estratégias que podem ajudar tanto os empreendedores quanto as pessoas desempregadas a lidar com essa situação. Com planejamento, esforço e resiliência, é possível superar as dificuldades e conquistar o sucesso profissional”, finaliza André.

 

minuccirp.com.br
Facebook e Instagram: @minuccirp e @andreminucci


Das telas para as finanças: 7 filmes que vão mudar sua perspectiva sobre dinheiro

Veja, a seguir, uma seleção de histórias que incentivam o cuidado com as finanças e promovem uma relação mais consciente com o dinheiro

 

 

Mais de 70 milhões de brasileiros enfrentam restrições financeiras, de acordo com os dados mais recentes do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas, do Serasa. Reconhecendo a importância da educação financeira, especialistas destacam que aprender a gerir as finanças não precisa ser uma tarefa tediosa ou complicada. Na verdade, filmes podem desempenhar um papel significativo nessa missão, seja na forma de histórias fictícias ou baseadas em eventos reais. 

 

Para Thaíne Clemente, executiva de Estratégias e Operações da Simplic, fintech de crédito pessoal 100% online, o cinema consegue questionar as relações de consumo e mostram a relevância de manter as contas em dia. "Temos várias histórias que mostram a importância da educação financeira para o bem-estar individual. Saber lidar com o dinheiro, seja para gastar de forma inteligente ou planejar despesas, é fundamental para evitar futuras dívidas. Todos os recursos são válidos nessa jornada de aprendizado", comenta a especialista. 

 

Com o intuito de inspirar mais pessoas a cuidarem do próprio fluxo de caixa, a executiva selecionou sete filmes que abordam a temática. Confira:

 

1- Vivendo com um dólar

O filme retrata a experiência de quatro jovens que viajaram para a Guatemala com a missão de gastar um dólar por dia, sentindo na pele como é viver em situação de extrema pobreza, como 83% dos cidadãos guatemaltecos, segundo pesquisa da ONU realizada em 2017. O filme foi o resultado de uma série de vídeos postados no YouTube que continham relatos da viagem e está disponível para exibição na própria plataforma.

 

2- Até Que a Sorte Nos Separe

A comédia brasileira conta a história de Tino (Leandro Hassum), que ganha na loteria e, após dez anos, descobre que está falido. Para resolver a situação, ele aceita a ajuda de um vizinho que trabalha como consultor financeiro. O filme retrata com bom humor a importância de poupar e economizar. Disponível na Netflix.

 

3- O Homem que Mudou o Jogo

O filme narra a história do treinador de um time de beisebol que trabalha com um baixo orçamento para gerenciar a equipe. Estrelado por Brad Pitt, o longa mostra que, mesmo com um baixo capital para investir, é possível colher bons frutos se houver economia e sabedoria. O filme pode ser comprado no YouTube.

 

4- Quem quer ser um Milionário? 

Além de uma bela história com ensinamentos de resiliência e motivação, esse filme traz muitos aprendizados sobre finanças. Vindo da periferia de Mumbai, na Índia, Jamal Malik tornou-se o finalista de um programa de perguntas e respostas na TV, concorrendo ao prêmio final de 20 milhões de rúpias. A história nos permite refletir que fazer perguntas nem sempre é a chave para algum problema financeiro, mas sim trabalhar melhor nas respostas. Disponível na Netflix.

 

5 - Fome de Poder 

O filme conta a história de ascensão da marca McDonald's, revelando como o ex-vendedor ambulante Ray Kroc conseguiu transformar as lanchonetes dos irmãos Mac Donald na famosa rede de fast-food mundial. Coragem, persistência e inovação são algumas das lições que se pode tirar da obra. Disponível gratuitamente no YouTube.

 

6- A procura da felicidade

Criar objetivos financeiros e se dedicar a eles, apesar das dificuldades, pode ser um dos segredos para construir uma vida mais feliz. Essa é a lição do drama “À Procura da Felicidade”, baseado em fatos reais. Ele relata a história de um homem desempregado que se dedica ao filho e vira corretor de valores por acaso. O personagem segue como um pai amoroso e faz de tudo para que seu filho confie que eles superarão os obstáculos, o que torna a história uma inspiração para enfrentar dificuldades financeiras. Disponível na Netflix.

 

7- A Grande virada

Para quem é empreendedor, esta pode ser uma boa dica. O longa conta a história de três homens que precisam sobreviver em meio a uma redução de custos da empresa em que trabalham. Em meio à trama, os personagens revelam como uma crise econômica pode impactar as estruturas internas de uma companhia e como é importante buscar aperfeiçoamento para acompanhar as mudanças do mercado para ajudar a superar qualquer sinal de crise. Disponível no YouTube.

 

Simplic


Estreitar relações com escola pode ser decisivo para processo de aprendizagem

Créditos: Envato
Famílias que mantém proximidade com professores e equipe pedagógica contribuem para melhorar desempenho de crianças e adolescentes nos estudos 

 

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha durante a pandemia demonstrou que, apesar do distanciamento físico entre estudantes e professores, o período favoreceu a aproximação dos pais e responsáveis das escolas frequentadas por crianças e adolescentes. Mais da metade dos entrevistados afirmaram participar mais da vida escolar de seus filhos devido às aulas remotas.

Contribuir na hora de fazer a lição de casa, estar presente em eventos e atividades propostos pela escola, ter uma comunicação aberta com os professores e a equipe pedagógica são apenas algumas formas de praticar essa aproximação. A importância dessas ações já foi amplamente comprovada por uma série de estudos. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), por exemplo, mostram estudantes cujos pais participam da vida escolar estão, em média, 57 pontos à frente dos demais em termos de desempenho. O Pisa avalia estudantes de 15 anos em cerca de 70 países e é atualmente uma das mais importantes avaliações educacionais do mundo.

Para o coordenador do 9.° ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Colégio Positivo - Master, Jonatas Carneiro, é fundamental compreender que a boa interação da tríade “família-aluno-escola” deve ser vista e entendida como algo imprescindível para o contexto escolar atual. “As famílias que não possuem essa convivência precisam ser integradas a essa dinâmica. A interação com as famílias tem se tornado gradativamente mais natural. Isso é importante para romper com o paradigma dos anos 1990, quando, ao receber um contato escolar, o responsável já perguntava “O que houve?”, porque a escola só buscava contato com as famílias em caso de problemas (e vice-versa). Hoje, a dinâmica mudou. Temos a oportunidade de tornar o ambiente escolar ainda mais agradável para aqueles que mais nos interessam: nossas crianças e jovens”, afirma.


Integração fundamental

A integração entre as ações das famílias e da escola não é apenas uma sugestão no Brasil, mas, sim, uma obrigação constitucional. Afinal, a Constituição estabelece que a educação é um direito de todos e um dever do Estado e da família. Não basta, portanto, oferecer uma educação formal de qualidade; é preciso garantir que essa educação tenha continuidade para além dos muros da escola.

De acordo com a coordenadora do 7.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental do do Colégio Positivo - Jardim Ambiental, Andressa Henneberg, quando a família e a escola estão alinhadas com metas e responsabilidades adequadas aos papéis que desempenham, é construída uma rede de apoio forte para ajudar crianças e adolescentes a se desenvolverem nos ambientes escolar, familiar e social. Esse cuidado compartilhado garante que o estudante tenha tudo o que precisa para alcançar o sucesso, mantendo-se estimulado e seguro, pois as ações dos adultos ao seu redor permitem que ele perceba o melhor caminho a seguir. Embora possa parecer complicado, o acompanhamento das responsabilidades estudantis, como tarefas, engajamento, frequência e relacionamentos, é a maneira pela qual a família demonstra o valor que atribui à educação do filho. Ao participar de reuniões com professores e coordenadores, é que a rede de proteção é formada de maneira personalizada”, pontua Andressa.

  

Colégio Positivo

 

Estudantes podem continuar a jornada profissional através do Visto EB-3

É provável que estudantes estrangeiros que estejam prestes a concluir sua educação nos Estados Unidos já estejam pensando nas próximas etapas de suas carreiras. Caso a intenção seja permanecer nos Estados Unidos para prosseguir na carreira, seria ideal explorar a opção de ser patrocinado por uma empresa americana através do visto EB-3.

O visto EB-3 é uma modalidade de imigração baseada em emprego que concede às empresas americanas a possibilidade de contratar trabalhadores estrangeiros para empregos permanentes ou temporários, desde que não haja trabalhadores americanos disponíveis para preencher a vaga. Existem três categorias principais que atendem a esse requisito: trabalhadores qualificados, profissionais com diploma universitário e trabalhadores não qualificados.

Para se qualificar para o visto EB-3, é necessário ter uma oferta de emprego de uma empresa americana disposta a patrociná-lo. Isso implica que a instituição terá que passar pelo processo de certificação trabalhista do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos (DOL) para comprovar que não há trabalhadores americanos qualificados disponíveis para preencher a vaga.

Caso a instituição obtenha a certificação trabalhista, ela poderá apresentar uma petição ao Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) em nome do candidato à vaga. O processo de petição do EB-3 pode levar vários meses para ser concluído, e o tempo de espera pode ser ainda maior se houver um grande volume de petições pendentes. No entanto, se a pessoa estiver disposta a pagar uma taxa adicional, pode optar pelo processo premium, que garante uma resposta do USCIS em até 15 dias úteis.

Após a aprovação da petição EB-3, a próxima etapa é solicitar o visto de imigrante em um consulado americano no país de origem. Se aprovado, o imigrante poderá viajar para os Estados Unidos e começar a trabalhar para a empresa que patrocinou seu visto.

Embora o processo para obter um visto EB-3 possa ser demorado e complicado, pode ser uma opção viável para estudantes estrangeiros que desejam permanecer nos Estados Unidos após a conclusão de seus estudos. Se você está interessado em explorar essa opção, é recomendável contar com a ajuda de um advogado de imigração experiente que possa orientá-lo sobre as melhores práticas e ajudá-lo a navegar pelo processo com mais eficiência.

 

Y. Kris Lee - sócia-gerente e advogada americana da LeeToledo PLLC, licenciada nos Estados Unidos, no Distrito de Columbia e no Estado de Nova York. Com mais de 30 anos de prática jurídica, Kris se especializou em aconselhar e representar peticionários perante o USCIS, além de tratar de questões jurídicas de clientes perante outras agências governamentais ou tribunais federais.


LeeToledo PLLC
https://leetoledolaw.com/

 

Você sabe conviver em condomínio? Aprenda tudo sobre convivência em condomínio para uma experiência tranquila e harmoniosa

 

Viver em condomínio pode trazer muitas vantagens, mas também pode ser um desafio. Afinal, é preciso lidar com diferentes personalidades e hábitos, além de respeitar as regras estabelecidas no regimento interno. Por isso, é importante que todos os moradores estejam cientes das dicas e cuidados necessários para uma convivência harmoniosa. 

O advogado especialista em direito condominial Dr. Issei Yuki Júnior explica que regimento interno é um documento fundamental para a convivência em condomínio. Ele é elaborado pelos próprios moradores e tem como objetivo estabelecer as normas de convívio entre os condôminos, como horários para obras e mudanças, uso das áreas comuns, possibilidade ou não de ter animais de estimação, entre outras questões. É importante que todos os moradores leiam e respeitem o regimento interno para evitar conflitos desnecessários. 

Para garantir uma convivência tranquila em condomínio, é importante seguir algumas dicas simples, que podem fazer toda a diferença. A primeira delas é ser educado e cumprimentar os vizinhos e funcionários do condomínio. Pode parecer uma dica simples, mas que fará toda a diferença no convívio, um simples bom dia pode ajudar a criar um clima mais amistoso entre os moradores. 

Outra questão importante é o barulho. É preciso estar atento ao barulho do seu pet, especialmente em horários de descanso. Caso seu animal suje a área comum, não se esqueça de limpar. Além disso, é fundamental informar as regras do condomínio para as crianças, que sempre devem estar acompanhadas de um adulto responsável nas áreas comuns.

"Respeitar a lei do silêncio também é fundamental para uma convivência tranquila em condomínio. Evite fazer barulho após as 22 horas e, mesmo durante o horário permitido, é importante utilizar o bom senso para não incomodar os vizinhos. Em caso de conflitos, a melhor saída é sempre uma conversa amigável. Tente entender o ponto de vista do outro morador e busque uma solução que seja satisfatória para ambas as partes." Destaca Issei Yuki Júnior. 

Além dessas dicas, é importante que todos os moradores estejam engajados em manter a limpeza e conservação das áreas comuns. Cada um pode fazer a sua parte, como não deixar lixo no chão e não danificar os equipamentos do condomínio. Também é importante que todos respeitem as normas de segurança, como não obstruir as saídas de emergência e não estacionar em locais proibidos. 

"Conviver em condomínio exige atenção, respeito e bom senso por parte de todos os moradores. Com essas dicas simples, é possível garantir uma convivência tranquila e harmoniosa em seu condomínio. Lembre-se de que a convivência em condomínio envolve respeito e tolerância para que todos possam viver em harmonia." Finaliza o Dr. Issei Yuki Júnior.


Três práticas para aproveitar a habilidade dos nativos digitais para engajar os estudantes no aprendizado

 Especialista lista sugestões e exemplos do que professores podem adotar para propiciar o aprendizado digital seguro a crianças e adolescentes

 

As palavras educação e digital podem ter uma série de significados a partir da forma como são combinadas. Por um lado, a digitalização da educação está relacionada com a disponibilidade de ferramentas tecnológicas que levam o processo de aprendizado para o ambiente onde hoje as crianças e os adolescentes se encontram: a tela - seja do computador, do tablet ou do celular.  

No Brasil, a conectividade tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, especialmente entre as crianças e adolescentes. Segundo a pesquisa "TIC Kids Online Brasil 2021", realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), em parceria com o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), cerca de 93% das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos utilizam a internet. Ainda de acordo com o levantamento, 78% desse público têm perfis em redes sociais, revelando um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2019, fase pré-pandemia. 

Porém, ao mesmo tempo em que os recursos digitais tendem a motivar, engajar e estimular nativos digitais na trilha de aprendizado, há uma outra combinação de palavras que precisa ser levada em consideração: educação digital. A prática envolve uma série de habilidades e conhecimentos necessários para processar a sociedade atual a partir da sua complexidade sócio emocional e de temas como fake news, cyberbullying e crimes cibernéticos. 

A circulação de notícias falsas, a quantidade de pessoas que se informam somente pelas redes sociais ou aplicativos de mensagem e o potencial de viralização de conteúdos produzidos são elementos que podem alterar e comprometer o exercício da cidadania plena e, por isso, precisam ser discutidos nos espaços escolares.

A mesma pesquisa citada anteriormente mostra que mais da metade dos jovens entre 9 e 17 anos já se deparou com conteúdos violentos ou pornográficos na internet. Além disso, cerca de 24% dos entrevistados afirmaram ter sofrido algum tipo de violência ou assédio online recente. 

Ou seja, os hábitos de consumo de informação desta geração de estudantes - que passa mais de 3h por dia na Internet (segundo o CGI.br) e que prefere formatos multimídia, com destaque para vídeos curtos (de acordo com o Pew Research Center) - faz com que gestores e docentes precisem se preocupar não apenas em disponibilizar e dominar a tecnologia, mas também de que forma trabalhar o aspecto da cidadania digital a partir de um ambiente seguro.  

Diante deste desafio contemporâneo de atuar em um cenário de fontes e volumes de informações ilimitadas e descentralizadas, convidamos Eny Muniz, Diretora Pedagógica da Britannica Education no Brasil para listar três práticas que os professores podem adotar para lidar com suas turmas. A instituição de mais de 250 anos é referência em curadoria e distribuição de conteúdo seguro para a educação, prática que começou com edição da Enciclopédia Britânica (a mais antiga do mundo em inglês, impressa por 244 anos) e que se estende até os dias atuais por meio das soluções digitais utilizadas por escolas em todo o mundo. Confira abaixo:

 

Proporcione segurança para oferecer autonomia e protagonismo

A geração que se encontra em sala de aula hoje nasceu e cresceu com diferentes recursos presentes em seu cotidiano, como dispositivos móveis, redes sociais, aplicativos, jogos eletrônicos, realidade virtual e mais recentemente, a inteligência artificial. De maneira geral, está acostumada a lidar com um grande volume de informações simultaneamente, é capaz de realizar múltiplas tarefas de forma eficiente, possui profunda afinidade por imagens e jogos e preferência por conteúdos que sejam apresentados de forma multimídia e hipertextual.  

“Além disso, lidar com essa geração tem um desafio adicional, já que esse conjunto de características faz com que ela antecipe a noção de autonomia e, como consequência, busque um papel de protagonista da sua própria vivência, o que inclui o ato de aprender”, detalha Eny. 

A resposta para fazer disso algo positivo está em propiciar um ambiente em que seja seguro buscar informações para compor repertório para as temáticas contemporâneas. Isso significa, de alguma forma, limitar o acesso a fontes especialmente pensadas por educadores e especialistas em educação como maneira de prepará-los para o uso consciente e crítico do ambiente da Internet e suas aplicações no futuro.  

“No passado, esse era o papel da enciclopédia, que a cada volume era atualizado com questões do futuro, como o aquecimento global. Hoje, a distribuição desses conteúdos é digital e em diversos formatos, o que facilita a adoção pelos estudantes dentro e fora da sala de aula com o potencial de se tornar seu principal buscador de referência”, completa a especialista.

 

Ofereça a profundidade adequada para cada faixa etária

Segundo um estudo realizado pelo Pew Research Center em 2020, os nativos digitais têm uma preferência por métodos de aprendizagem mais dinâmicos, interativos e colaborativos como jogos e simulações, que os ajudam a manter o interesse e a concentração nas atividades educacionais.  

Na atualidade, essas aplicações são consideradas mais eficazes para a retenção e aplicação do conhecimento pois aproximam os estudantes do conteúdo de forma divertida, lúdica e estimulante. E o processo como um todo ainda incentiva a criatividade, a proatividade e o senso crítico dos estudantes. 

Mas, de acordo com Eny, da Britannica Education, para que se tire o melhor proveito da prática é preciso ter o cuidado de oferecer níveis diferentes de profundidade em relação à temática que se alia a gamificação para o aprendizado. 

“A noção de cidadania no século XXI vai além das pautas clássicas de garantias e oportunidades, como acesso à educação, saúde e cultura, e inclui temas relacionados à tecnologia digital, igualdade de gênero, raça, orientação sexual, inclusão de pessoas com deficiência e questões ambientais e de sustentabilidade”, enfatiza ela. “Tudo isso deve permear o ciclo escolar completo das crianças e dos adolescentes para que eles formem uma bagagem que será utilizada para decodificar situações e agir na sociedade. E, nesse sentido, os jogos e simulações são muito válidos para trabalhar a vivência e promover um aprendizado contínuo, desde que a profundidade aplicada seja condizente e alinhada com cada faixa etária.”

 

Aplique metodologias ativas de ensino

Os modelos clássicos de aula já não são suficientes para os nativos digitais, eles precisam de novos estímulos e novas formas de contato com o conhecimento. Por isso, as metodologias ativas são fundamentais para o aprendizado atual. 

O objetivo dessas práticas é incentivar que o estudante aprenda de modo autônomo e participativo. Ele precisa estar no centro do aprendizado e pode utilizar suas habilidades tecnológicas e de interatividade para adquirir conhecimento.  

“Portanto, a partir da segurança adicionada às fontes de informação e da correta segmentação de profundidade por faixa etária, é possível trabalhar com formatos de rotina diferentes. Um exemplo é a sala de aula invertida, em que os docentes orientam os estudantes a mergulhar em determinado conteúdo em casa, e, posteriormente, aproveita o ambiente escolar para promover discussões e debates em conjunto. Dessa forma, trabalha-se muito mais as habilidades críticas e sócio emocionais do que o ´decorar´ do passado”, completa Eny.


Dia Internacional da Pesquisa Clínica: ABRACRO luta nos órgãos competentes pela solução dos entraves que impedem o crescimento da PC no Brasi

O país é reconhecido pela qualidade de suas pesquisas, mas ainda sofre com burocracias


Dia 20 de maio é comemorado o Dia Internacional da Pesquisa Clínica. Esta data remete ao período em que James Lind começou seus estudos para determinar a causa do escorbuto, considerado o primeiro ensaio clínico da medicina moderna.

O Dia Internacional da Pesquisa Clínica enfatiza a importância dos ensaios clínicos para desenvolvimento de novas tecnologias, dispositivos, imunizantes e medicamentos para a área da saúde. A pesquisa clínica é a etapa anterior ao registro de um medicamento, onde são feitos testes para assegurar a eficácia e efeitos colaterais de novos medicamentos e tratamentos.

A pandemia da COVID-19 trouxe o tema para as casas dos brasileiros, que assistiram pela imprensa a corrida de cientistas na busca por vacinas e remédios que combatessem o novo coronavírus.

A Pesquisa Clínica contribui para o avanço do país e para ampliar o acesso à saúde e promover tratamentos que trazem maior qualidade de vida às pessoas com doenças raras, autoimunes, pacientes cardiopatas, oncológicos etc. “É através dela que geramos acesso às inovações, fomentamos o compartilhamento de protocolos e expandimos o conhecimento científico no Brasil”, revela Fernando de Rezende Francisco, gerente da ABRACRO – Associação Brasileira das Organizações Representativas de Pesquisa Clínica.

No Brasil, aproximadamente 8.805 estudos de pesquisa clínica são realizados, o que representa 42% do total na América Latina. Por conta dos diferentes tipos de clima e com uma população multiétnica que ultrapassa o número de 200 milhões de habitantes, esses números podem crescer e o Brasil tem capacidade de se tornar referência em estudos clínicos. Apesar da liderança no cenário regional, essa marca representa apenas 2% do total de estudos feitos em todo o mundo. Estados Unidos e Europa são os principais mercados, e a China vem crescendo de forma muito rápida e ocupa a terceira posição desse ranking.

“É necessário que ocorra nos próximos anos uma desburocratização da parte regulatória. Os estudos clínicos são fundamentais para um país que pensa na saúde da população e que tem potencial para se destacar nesse cenário. O Brasil pode se tornar referência mundial no setor, é necessário apenas alguns avanços para isso acontecer nos próximos anos”, finaliza Francisco.

 

ABRACRO - Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica

 

A montanha russa financeira dos planos de saúde no Brasil

As operadoras de planos de saúde amargaram no ano passado um prejuízo de mais de R$ 10 bilhões em 2022. Além disso, em setembro de 2022,  o setor apurou uma taxa de sinistralidade recorde de 93,5%. Desde 2021, há um aumento recorrente de procedimentos médicos devido a uma combinação de atendimentos represados durante a pandemia, surgimento de novas doenças e tratamentos. Assim, o foco das empresas do setor é reajustar o preço dos convênios. Nos planos voltados a pequenas e médias empresas, os aumentos devem ser de 16% a 25%. 

Resultado direto dessa situação negativa de caixa é que as operadoras passaram a renegociar e atrasar pagamentos com os hospitais e prestadores de serviço. Não são poucos os médicos e hospitais que reclamam de crescentes glosas e de exigências cada vez maiores para que os pagamentos sejam realizados. Uma mudança recente das operadoras tem sido a exigência de comprovantes de pagamento de desembolso de honorários aos médicos, por exemplo, quando já se tem um recibo ou Nota Fiscal comprovando o gasto. Seria uma forma de retardar reembolsos? 

Segundo as operadoras, tal exigência se deve ao crescente aumento de fraudes. Pacientes que fazem procedimentos estéticos não cobertos por seus planos e que declaram como procedimentos terapêuticos, como exemplo. 

Recente decisão da Justiça de São Paulo determinou que clínicas e laboratórios se abstenham de solicitar login e senha de pacientes ou realizem pedido de reembolso em nome deles. Ao decidir, a magistrada constatou que estabelecimentos "engendraram verdadeira arquitetura para burlar sistema de reembolso e daquilo que está autorizado a ser reembolsado nos contratos". 

De acordo com o processo, clínicas e laboratórios médicos estariam envolvidos em um esquema de adulteração de quadro clínico e solicitações de reembolso, em nome de beneficiários de planos de saúde, chamado de "reembolso assistido". Ou seja, já está se criando uma jurisprudência desfavorável para paciente e médicos, já que é comum que pacientes passem para as recepcionistas a tarefa (juntamente com login) de fazer o pedido de reembolso. 

O que se via como preocupante era a necessidade de se criar uma segurança maior para o sistema, inclusive no uso que se refere ao tratamento desses dados. 

Sob o ponto de vista da LGPD, cabe às clínicas ter o consentimento do paciente para o tratamento e uso desses dados, com transparência quanto à finalidade e o descarte do login e senha. 

Outra causa para os números desfavoráveis, segundo as operadoras, estaria no aumento do rol de procedimentos com cobertura obrigatória. No entanto, não há estudos comparativos sobre o quantum que o aumento da lista de procedimentos de fato representou. 

Durante a pandemia, houve aumento no custo de insumos e no preço de medicamentos, que também não voltaram às condições anteriores quando cessada a pandemia. Outro fator que soma à crise.

Nessa busca de causas para justificar a crise, está a preocupação com a fixação de um piso para os profissionais da enfermagem, o que poderia (ou irá) resultar em aumento de custos. Para aquelas operadoras com rede própria, o impacto seria imediato, resultando em demissões ou, claro, aumento de mensalidades para o consumidor. 

Ocorre que algumas operadoras promovem ajustes nas mensalidades que sequer conseguem justificar. Vários consumidores têm recorrido ao Judiciário para questionar os aumentos que consideram abusivos, enquanto as operadoras os chamam de necessários para o equilíbrio financeiro. 

Um dos grandes eixos para a virada desta balança negativa poderia ser o investimento das operadoras em prevenção. Se o foco das empresas mirar a promoção à saúde, com programas de incentivo à prática de esportes, de uma melhor alimentação e um acompanhamento regular de médicos generalistas, sem dúvida esses resultados poderão ser diferentes em um futuro breve. Mas é necessário começar: por exemplo, quais os benefícios financeiros que um usuário diabético tem ao aderir a um programa de controle de alimentação de realização de exercícios físicos? 

Outra mudança que já tem se mostrado efetiva está na diminuição da rede credenciada, criação de planos com menos abrangência geográfica. Esse tipo de medida, por vezes, provoca um outro problema: a excessiva judicialização por coberturas que, muitas vezes, sequer tem previsão contratual. O fato: a defesa das operadas possui um custo elevado a computar. 

Uma mudança cultural precisa ocorrer na forma como beneficiários usam seus planos de saúde. Não se deve fazer todos os exames disponíveis em um laboratório só “porque o plano cobre’. Esse pensamento é de quem não se dá conta do princípio do mutualismo: todos pagam o que um realiza. Hoje, novos modelos são estudados e alguns já aplicados: a coparticipação, a limitação de atendimentos e de pedidos de exames, a obrigatoriedade de consulta a um generalista antes de um especialista, o incentivo ao uso da telemedicina. 

Atualmente, estamos presos a um sistema de saúde que só foca no tratamento das doenças. Ou seja, os usuários-pacientes de planos de saúde só utilizam os serviços em tratamentos de doenças crônicas ou emergências. Existem poucos projetos com foco na prevenção. Um maior incentivo nas práticas de prevenção, certamente, mudaria o rumo do mercado e tornaria a vida das empresas e de seus pacientes mais saudáveis. Tivemos também, sem dúvidas, um forte impacto da pandemia da Covid-19 e todos os problemas relacionados a saúde que ela causou em milhões de brasileiros. E isso, logicamente, refletiu nas empresas nesses últimos anos. 

Necessário discutir sobre o sistema de saúde suplementar. Ele é essencial para a saúde do SUS – imagine o que ocorrerá se todos os 50 milhões de beneficiários de planos privado migrarem para o sistema público? 

Ou seja, é interesse de toda a sociedade encontrar um equilíbrio financeiro para o sistema, marcado, porém, pela transparência com o beneficiário. Frear a excessiva busca por lucros cada vez maiores pode também fazer bem à saúde suplementar e a de todos.

 

Sandra Franco - consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, doutoranda em Saúde Pública, MBA-FGV em Gestão de Serviços em Saúde, diretora jurídica da Abcis, consultora jurídica da ABORLCCF, especialista em Telemedicina e Proteção de Dados, fundadora e ex-presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São José dos Campos (SP) entre 2013 e 2018.


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