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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Das telas para as finanças: 7 filmes que vão mudar sua perspectiva sobre dinheiro

Veja, a seguir, uma seleção de histórias que incentivam o cuidado com as finanças e promovem uma relação mais consciente com o dinheiro

 

 

Mais de 70 milhões de brasileiros enfrentam restrições financeiras, de acordo com os dados mais recentes do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas, do Serasa. Reconhecendo a importância da educação financeira, especialistas destacam que aprender a gerir as finanças não precisa ser uma tarefa tediosa ou complicada. Na verdade, filmes podem desempenhar um papel significativo nessa missão, seja na forma de histórias fictícias ou baseadas em eventos reais. 

 

Para Thaíne Clemente, executiva de Estratégias e Operações da Simplic, fintech de crédito pessoal 100% online, o cinema consegue questionar as relações de consumo e mostram a relevância de manter as contas em dia. "Temos várias histórias que mostram a importância da educação financeira para o bem-estar individual. Saber lidar com o dinheiro, seja para gastar de forma inteligente ou planejar despesas, é fundamental para evitar futuras dívidas. Todos os recursos são válidos nessa jornada de aprendizado", comenta a especialista. 

 

Com o intuito de inspirar mais pessoas a cuidarem do próprio fluxo de caixa, a executiva selecionou sete filmes que abordam a temática. Confira:

 

1- Vivendo com um dólar

O filme retrata a experiência de quatro jovens que viajaram para a Guatemala com a missão de gastar um dólar por dia, sentindo na pele como é viver em situação de extrema pobreza, como 83% dos cidadãos guatemaltecos, segundo pesquisa da ONU realizada em 2017. O filme foi o resultado de uma série de vídeos postados no YouTube que continham relatos da viagem e está disponível para exibição na própria plataforma.

 

2- Até Que a Sorte Nos Separe

A comédia brasileira conta a história de Tino (Leandro Hassum), que ganha na loteria e, após dez anos, descobre que está falido. Para resolver a situação, ele aceita a ajuda de um vizinho que trabalha como consultor financeiro. O filme retrata com bom humor a importância de poupar e economizar. Disponível na Netflix.

 

3- O Homem que Mudou o Jogo

O filme narra a história do treinador de um time de beisebol que trabalha com um baixo orçamento para gerenciar a equipe. Estrelado por Brad Pitt, o longa mostra que, mesmo com um baixo capital para investir, é possível colher bons frutos se houver economia e sabedoria. O filme pode ser comprado no YouTube.

 

4- Quem quer ser um Milionário? 

Além de uma bela história com ensinamentos de resiliência e motivação, esse filme traz muitos aprendizados sobre finanças. Vindo da periferia de Mumbai, na Índia, Jamal Malik tornou-se o finalista de um programa de perguntas e respostas na TV, concorrendo ao prêmio final de 20 milhões de rúpias. A história nos permite refletir que fazer perguntas nem sempre é a chave para algum problema financeiro, mas sim trabalhar melhor nas respostas. Disponível na Netflix.

 

5 - Fome de Poder 

O filme conta a história de ascensão da marca McDonald's, revelando como o ex-vendedor ambulante Ray Kroc conseguiu transformar as lanchonetes dos irmãos Mac Donald na famosa rede de fast-food mundial. Coragem, persistência e inovação são algumas das lições que se pode tirar da obra. Disponível gratuitamente no YouTube.

 

6- A procura da felicidade

Criar objetivos financeiros e se dedicar a eles, apesar das dificuldades, pode ser um dos segredos para construir uma vida mais feliz. Essa é a lição do drama “À Procura da Felicidade”, baseado em fatos reais. Ele relata a história de um homem desempregado que se dedica ao filho e vira corretor de valores por acaso. O personagem segue como um pai amoroso e faz de tudo para que seu filho confie que eles superarão os obstáculos, o que torna a história uma inspiração para enfrentar dificuldades financeiras. Disponível na Netflix.

 

7- A Grande virada

Para quem é empreendedor, esta pode ser uma boa dica. O longa conta a história de três homens que precisam sobreviver em meio a uma redução de custos da empresa em que trabalham. Em meio à trama, os personagens revelam como uma crise econômica pode impactar as estruturas internas de uma companhia e como é importante buscar aperfeiçoamento para acompanhar as mudanças do mercado para ajudar a superar qualquer sinal de crise. Disponível no YouTube.

 

Simplic


Estreitar relações com escola pode ser decisivo para processo de aprendizagem

Créditos: Envato
Famílias que mantém proximidade com professores e equipe pedagógica contribuem para melhorar desempenho de crianças e adolescentes nos estudos 

 

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha durante a pandemia demonstrou que, apesar do distanciamento físico entre estudantes e professores, o período favoreceu a aproximação dos pais e responsáveis das escolas frequentadas por crianças e adolescentes. Mais da metade dos entrevistados afirmaram participar mais da vida escolar de seus filhos devido às aulas remotas.

Contribuir na hora de fazer a lição de casa, estar presente em eventos e atividades propostos pela escola, ter uma comunicação aberta com os professores e a equipe pedagógica são apenas algumas formas de praticar essa aproximação. A importância dessas ações já foi amplamente comprovada por uma série de estudos. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), por exemplo, mostram estudantes cujos pais participam da vida escolar estão, em média, 57 pontos à frente dos demais em termos de desempenho. O Pisa avalia estudantes de 15 anos em cerca de 70 países e é atualmente uma das mais importantes avaliações educacionais do mundo.

Para o coordenador do 9.° ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Colégio Positivo - Master, Jonatas Carneiro, é fundamental compreender que a boa interação da tríade “família-aluno-escola” deve ser vista e entendida como algo imprescindível para o contexto escolar atual. “As famílias que não possuem essa convivência precisam ser integradas a essa dinâmica. A interação com as famílias tem se tornado gradativamente mais natural. Isso é importante para romper com o paradigma dos anos 1990, quando, ao receber um contato escolar, o responsável já perguntava “O que houve?”, porque a escola só buscava contato com as famílias em caso de problemas (e vice-versa). Hoje, a dinâmica mudou. Temos a oportunidade de tornar o ambiente escolar ainda mais agradável para aqueles que mais nos interessam: nossas crianças e jovens”, afirma.


Integração fundamental

A integração entre as ações das famílias e da escola não é apenas uma sugestão no Brasil, mas, sim, uma obrigação constitucional. Afinal, a Constituição estabelece que a educação é um direito de todos e um dever do Estado e da família. Não basta, portanto, oferecer uma educação formal de qualidade; é preciso garantir que essa educação tenha continuidade para além dos muros da escola.

De acordo com a coordenadora do 7.º ao 9.º ano do Ensino Fundamental do do Colégio Positivo - Jardim Ambiental, Andressa Henneberg, quando a família e a escola estão alinhadas com metas e responsabilidades adequadas aos papéis que desempenham, é construída uma rede de apoio forte para ajudar crianças e adolescentes a se desenvolverem nos ambientes escolar, familiar e social. Esse cuidado compartilhado garante que o estudante tenha tudo o que precisa para alcançar o sucesso, mantendo-se estimulado e seguro, pois as ações dos adultos ao seu redor permitem que ele perceba o melhor caminho a seguir. Embora possa parecer complicado, o acompanhamento das responsabilidades estudantis, como tarefas, engajamento, frequência e relacionamentos, é a maneira pela qual a família demonstra o valor que atribui à educação do filho. Ao participar de reuniões com professores e coordenadores, é que a rede de proteção é formada de maneira personalizada”, pontua Andressa.

  

Colégio Positivo

 

Estudantes podem continuar a jornada profissional através do Visto EB-3

É provável que estudantes estrangeiros que estejam prestes a concluir sua educação nos Estados Unidos já estejam pensando nas próximas etapas de suas carreiras. Caso a intenção seja permanecer nos Estados Unidos para prosseguir na carreira, seria ideal explorar a opção de ser patrocinado por uma empresa americana através do visto EB-3.

O visto EB-3 é uma modalidade de imigração baseada em emprego que concede às empresas americanas a possibilidade de contratar trabalhadores estrangeiros para empregos permanentes ou temporários, desde que não haja trabalhadores americanos disponíveis para preencher a vaga. Existem três categorias principais que atendem a esse requisito: trabalhadores qualificados, profissionais com diploma universitário e trabalhadores não qualificados.

Para se qualificar para o visto EB-3, é necessário ter uma oferta de emprego de uma empresa americana disposta a patrociná-lo. Isso implica que a instituição terá que passar pelo processo de certificação trabalhista do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos (DOL) para comprovar que não há trabalhadores americanos qualificados disponíveis para preencher a vaga.

Caso a instituição obtenha a certificação trabalhista, ela poderá apresentar uma petição ao Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) em nome do candidato à vaga. O processo de petição do EB-3 pode levar vários meses para ser concluído, e o tempo de espera pode ser ainda maior se houver um grande volume de petições pendentes. No entanto, se a pessoa estiver disposta a pagar uma taxa adicional, pode optar pelo processo premium, que garante uma resposta do USCIS em até 15 dias úteis.

Após a aprovação da petição EB-3, a próxima etapa é solicitar o visto de imigrante em um consulado americano no país de origem. Se aprovado, o imigrante poderá viajar para os Estados Unidos e começar a trabalhar para a empresa que patrocinou seu visto.

Embora o processo para obter um visto EB-3 possa ser demorado e complicado, pode ser uma opção viável para estudantes estrangeiros que desejam permanecer nos Estados Unidos após a conclusão de seus estudos. Se você está interessado em explorar essa opção, é recomendável contar com a ajuda de um advogado de imigração experiente que possa orientá-lo sobre as melhores práticas e ajudá-lo a navegar pelo processo com mais eficiência.

 

Y. Kris Lee - sócia-gerente e advogada americana da LeeToledo PLLC, licenciada nos Estados Unidos, no Distrito de Columbia e no Estado de Nova York. Com mais de 30 anos de prática jurídica, Kris se especializou em aconselhar e representar peticionários perante o USCIS, além de tratar de questões jurídicas de clientes perante outras agências governamentais ou tribunais federais.


LeeToledo PLLC
https://leetoledolaw.com/

 

Você sabe conviver em condomínio? Aprenda tudo sobre convivência em condomínio para uma experiência tranquila e harmoniosa

 

Viver em condomínio pode trazer muitas vantagens, mas também pode ser um desafio. Afinal, é preciso lidar com diferentes personalidades e hábitos, além de respeitar as regras estabelecidas no regimento interno. Por isso, é importante que todos os moradores estejam cientes das dicas e cuidados necessários para uma convivência harmoniosa. 

O advogado especialista em direito condominial Dr. Issei Yuki Júnior explica que regimento interno é um documento fundamental para a convivência em condomínio. Ele é elaborado pelos próprios moradores e tem como objetivo estabelecer as normas de convívio entre os condôminos, como horários para obras e mudanças, uso das áreas comuns, possibilidade ou não de ter animais de estimação, entre outras questões. É importante que todos os moradores leiam e respeitem o regimento interno para evitar conflitos desnecessários. 

Para garantir uma convivência tranquila em condomínio, é importante seguir algumas dicas simples, que podem fazer toda a diferença. A primeira delas é ser educado e cumprimentar os vizinhos e funcionários do condomínio. Pode parecer uma dica simples, mas que fará toda a diferença no convívio, um simples bom dia pode ajudar a criar um clima mais amistoso entre os moradores. 

Outra questão importante é o barulho. É preciso estar atento ao barulho do seu pet, especialmente em horários de descanso. Caso seu animal suje a área comum, não se esqueça de limpar. Além disso, é fundamental informar as regras do condomínio para as crianças, que sempre devem estar acompanhadas de um adulto responsável nas áreas comuns.

"Respeitar a lei do silêncio também é fundamental para uma convivência tranquila em condomínio. Evite fazer barulho após as 22 horas e, mesmo durante o horário permitido, é importante utilizar o bom senso para não incomodar os vizinhos. Em caso de conflitos, a melhor saída é sempre uma conversa amigável. Tente entender o ponto de vista do outro morador e busque uma solução que seja satisfatória para ambas as partes." Destaca Issei Yuki Júnior. 

Além dessas dicas, é importante que todos os moradores estejam engajados em manter a limpeza e conservação das áreas comuns. Cada um pode fazer a sua parte, como não deixar lixo no chão e não danificar os equipamentos do condomínio. Também é importante que todos respeitem as normas de segurança, como não obstruir as saídas de emergência e não estacionar em locais proibidos. 

"Conviver em condomínio exige atenção, respeito e bom senso por parte de todos os moradores. Com essas dicas simples, é possível garantir uma convivência tranquila e harmoniosa em seu condomínio. Lembre-se de que a convivência em condomínio envolve respeito e tolerância para que todos possam viver em harmonia." Finaliza o Dr. Issei Yuki Júnior.


Três práticas para aproveitar a habilidade dos nativos digitais para engajar os estudantes no aprendizado

 Especialista lista sugestões e exemplos do que professores podem adotar para propiciar o aprendizado digital seguro a crianças e adolescentes

 

As palavras educação e digital podem ter uma série de significados a partir da forma como são combinadas. Por um lado, a digitalização da educação está relacionada com a disponibilidade de ferramentas tecnológicas que levam o processo de aprendizado para o ambiente onde hoje as crianças e os adolescentes se encontram: a tela - seja do computador, do tablet ou do celular.  

No Brasil, a conectividade tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, especialmente entre as crianças e adolescentes. Segundo a pesquisa "TIC Kids Online Brasil 2021", realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), em parceria com o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), cerca de 93% das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos utilizam a internet. Ainda de acordo com o levantamento, 78% desse público têm perfis em redes sociais, revelando um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2019, fase pré-pandemia. 

Porém, ao mesmo tempo em que os recursos digitais tendem a motivar, engajar e estimular nativos digitais na trilha de aprendizado, há uma outra combinação de palavras que precisa ser levada em consideração: educação digital. A prática envolve uma série de habilidades e conhecimentos necessários para processar a sociedade atual a partir da sua complexidade sócio emocional e de temas como fake news, cyberbullying e crimes cibernéticos. 

A circulação de notícias falsas, a quantidade de pessoas que se informam somente pelas redes sociais ou aplicativos de mensagem e o potencial de viralização de conteúdos produzidos são elementos que podem alterar e comprometer o exercício da cidadania plena e, por isso, precisam ser discutidos nos espaços escolares.

A mesma pesquisa citada anteriormente mostra que mais da metade dos jovens entre 9 e 17 anos já se deparou com conteúdos violentos ou pornográficos na internet. Além disso, cerca de 24% dos entrevistados afirmaram ter sofrido algum tipo de violência ou assédio online recente. 

Ou seja, os hábitos de consumo de informação desta geração de estudantes - que passa mais de 3h por dia na Internet (segundo o CGI.br) e que prefere formatos multimídia, com destaque para vídeos curtos (de acordo com o Pew Research Center) - faz com que gestores e docentes precisem se preocupar não apenas em disponibilizar e dominar a tecnologia, mas também de que forma trabalhar o aspecto da cidadania digital a partir de um ambiente seguro.  

Diante deste desafio contemporâneo de atuar em um cenário de fontes e volumes de informações ilimitadas e descentralizadas, convidamos Eny Muniz, Diretora Pedagógica da Britannica Education no Brasil para listar três práticas que os professores podem adotar para lidar com suas turmas. A instituição de mais de 250 anos é referência em curadoria e distribuição de conteúdo seguro para a educação, prática que começou com edição da Enciclopédia Britânica (a mais antiga do mundo em inglês, impressa por 244 anos) e que se estende até os dias atuais por meio das soluções digitais utilizadas por escolas em todo o mundo. Confira abaixo:

 

Proporcione segurança para oferecer autonomia e protagonismo

A geração que se encontra em sala de aula hoje nasceu e cresceu com diferentes recursos presentes em seu cotidiano, como dispositivos móveis, redes sociais, aplicativos, jogos eletrônicos, realidade virtual e mais recentemente, a inteligência artificial. De maneira geral, está acostumada a lidar com um grande volume de informações simultaneamente, é capaz de realizar múltiplas tarefas de forma eficiente, possui profunda afinidade por imagens e jogos e preferência por conteúdos que sejam apresentados de forma multimídia e hipertextual.  

“Além disso, lidar com essa geração tem um desafio adicional, já que esse conjunto de características faz com que ela antecipe a noção de autonomia e, como consequência, busque um papel de protagonista da sua própria vivência, o que inclui o ato de aprender”, detalha Eny. 

A resposta para fazer disso algo positivo está em propiciar um ambiente em que seja seguro buscar informações para compor repertório para as temáticas contemporâneas. Isso significa, de alguma forma, limitar o acesso a fontes especialmente pensadas por educadores e especialistas em educação como maneira de prepará-los para o uso consciente e crítico do ambiente da Internet e suas aplicações no futuro.  

“No passado, esse era o papel da enciclopédia, que a cada volume era atualizado com questões do futuro, como o aquecimento global. Hoje, a distribuição desses conteúdos é digital e em diversos formatos, o que facilita a adoção pelos estudantes dentro e fora da sala de aula com o potencial de se tornar seu principal buscador de referência”, completa a especialista.

 

Ofereça a profundidade adequada para cada faixa etária

Segundo um estudo realizado pelo Pew Research Center em 2020, os nativos digitais têm uma preferência por métodos de aprendizagem mais dinâmicos, interativos e colaborativos como jogos e simulações, que os ajudam a manter o interesse e a concentração nas atividades educacionais.  

Na atualidade, essas aplicações são consideradas mais eficazes para a retenção e aplicação do conhecimento pois aproximam os estudantes do conteúdo de forma divertida, lúdica e estimulante. E o processo como um todo ainda incentiva a criatividade, a proatividade e o senso crítico dos estudantes. 

Mas, de acordo com Eny, da Britannica Education, para que se tire o melhor proveito da prática é preciso ter o cuidado de oferecer níveis diferentes de profundidade em relação à temática que se alia a gamificação para o aprendizado. 

“A noção de cidadania no século XXI vai além das pautas clássicas de garantias e oportunidades, como acesso à educação, saúde e cultura, e inclui temas relacionados à tecnologia digital, igualdade de gênero, raça, orientação sexual, inclusão de pessoas com deficiência e questões ambientais e de sustentabilidade”, enfatiza ela. “Tudo isso deve permear o ciclo escolar completo das crianças e dos adolescentes para que eles formem uma bagagem que será utilizada para decodificar situações e agir na sociedade. E, nesse sentido, os jogos e simulações são muito válidos para trabalhar a vivência e promover um aprendizado contínuo, desde que a profundidade aplicada seja condizente e alinhada com cada faixa etária.”

 

Aplique metodologias ativas de ensino

Os modelos clássicos de aula já não são suficientes para os nativos digitais, eles precisam de novos estímulos e novas formas de contato com o conhecimento. Por isso, as metodologias ativas são fundamentais para o aprendizado atual. 

O objetivo dessas práticas é incentivar que o estudante aprenda de modo autônomo e participativo. Ele precisa estar no centro do aprendizado e pode utilizar suas habilidades tecnológicas e de interatividade para adquirir conhecimento.  

“Portanto, a partir da segurança adicionada às fontes de informação e da correta segmentação de profundidade por faixa etária, é possível trabalhar com formatos de rotina diferentes. Um exemplo é a sala de aula invertida, em que os docentes orientam os estudantes a mergulhar em determinado conteúdo em casa, e, posteriormente, aproveita o ambiente escolar para promover discussões e debates em conjunto. Dessa forma, trabalha-se muito mais as habilidades críticas e sócio emocionais do que o ´decorar´ do passado”, completa Eny.


Dia Internacional da Pesquisa Clínica: ABRACRO luta nos órgãos competentes pela solução dos entraves que impedem o crescimento da PC no Brasi

O país é reconhecido pela qualidade de suas pesquisas, mas ainda sofre com burocracias


Dia 20 de maio é comemorado o Dia Internacional da Pesquisa Clínica. Esta data remete ao período em que James Lind começou seus estudos para determinar a causa do escorbuto, considerado o primeiro ensaio clínico da medicina moderna.

O Dia Internacional da Pesquisa Clínica enfatiza a importância dos ensaios clínicos para desenvolvimento de novas tecnologias, dispositivos, imunizantes e medicamentos para a área da saúde. A pesquisa clínica é a etapa anterior ao registro de um medicamento, onde são feitos testes para assegurar a eficácia e efeitos colaterais de novos medicamentos e tratamentos.

A pandemia da COVID-19 trouxe o tema para as casas dos brasileiros, que assistiram pela imprensa a corrida de cientistas na busca por vacinas e remédios que combatessem o novo coronavírus.

A Pesquisa Clínica contribui para o avanço do país e para ampliar o acesso à saúde e promover tratamentos que trazem maior qualidade de vida às pessoas com doenças raras, autoimunes, pacientes cardiopatas, oncológicos etc. “É através dela que geramos acesso às inovações, fomentamos o compartilhamento de protocolos e expandimos o conhecimento científico no Brasil”, revela Fernando de Rezende Francisco, gerente da ABRACRO – Associação Brasileira das Organizações Representativas de Pesquisa Clínica.

No Brasil, aproximadamente 8.805 estudos de pesquisa clínica são realizados, o que representa 42% do total na América Latina. Por conta dos diferentes tipos de clima e com uma população multiétnica que ultrapassa o número de 200 milhões de habitantes, esses números podem crescer e o Brasil tem capacidade de se tornar referência em estudos clínicos. Apesar da liderança no cenário regional, essa marca representa apenas 2% do total de estudos feitos em todo o mundo. Estados Unidos e Europa são os principais mercados, e a China vem crescendo de forma muito rápida e ocupa a terceira posição desse ranking.

“É necessário que ocorra nos próximos anos uma desburocratização da parte regulatória. Os estudos clínicos são fundamentais para um país que pensa na saúde da população e que tem potencial para se destacar nesse cenário. O Brasil pode se tornar referência mundial no setor, é necessário apenas alguns avanços para isso acontecer nos próximos anos”, finaliza Francisco.

 

ABRACRO - Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica

 

A montanha russa financeira dos planos de saúde no Brasil

As operadoras de planos de saúde amargaram no ano passado um prejuízo de mais de R$ 10 bilhões em 2022. Além disso, em setembro de 2022,  o setor apurou uma taxa de sinistralidade recorde de 93,5%. Desde 2021, há um aumento recorrente de procedimentos médicos devido a uma combinação de atendimentos represados durante a pandemia, surgimento de novas doenças e tratamentos. Assim, o foco das empresas do setor é reajustar o preço dos convênios. Nos planos voltados a pequenas e médias empresas, os aumentos devem ser de 16% a 25%. 

Resultado direto dessa situação negativa de caixa é que as operadoras passaram a renegociar e atrasar pagamentos com os hospitais e prestadores de serviço. Não são poucos os médicos e hospitais que reclamam de crescentes glosas e de exigências cada vez maiores para que os pagamentos sejam realizados. Uma mudança recente das operadoras tem sido a exigência de comprovantes de pagamento de desembolso de honorários aos médicos, por exemplo, quando já se tem um recibo ou Nota Fiscal comprovando o gasto. Seria uma forma de retardar reembolsos? 

Segundo as operadoras, tal exigência se deve ao crescente aumento de fraudes. Pacientes que fazem procedimentos estéticos não cobertos por seus planos e que declaram como procedimentos terapêuticos, como exemplo. 

Recente decisão da Justiça de São Paulo determinou que clínicas e laboratórios se abstenham de solicitar login e senha de pacientes ou realizem pedido de reembolso em nome deles. Ao decidir, a magistrada constatou que estabelecimentos "engendraram verdadeira arquitetura para burlar sistema de reembolso e daquilo que está autorizado a ser reembolsado nos contratos". 

De acordo com o processo, clínicas e laboratórios médicos estariam envolvidos em um esquema de adulteração de quadro clínico e solicitações de reembolso, em nome de beneficiários de planos de saúde, chamado de "reembolso assistido". Ou seja, já está se criando uma jurisprudência desfavorável para paciente e médicos, já que é comum que pacientes passem para as recepcionistas a tarefa (juntamente com login) de fazer o pedido de reembolso. 

O que se via como preocupante era a necessidade de se criar uma segurança maior para o sistema, inclusive no uso que se refere ao tratamento desses dados. 

Sob o ponto de vista da LGPD, cabe às clínicas ter o consentimento do paciente para o tratamento e uso desses dados, com transparência quanto à finalidade e o descarte do login e senha. 

Outra causa para os números desfavoráveis, segundo as operadoras, estaria no aumento do rol de procedimentos com cobertura obrigatória. No entanto, não há estudos comparativos sobre o quantum que o aumento da lista de procedimentos de fato representou. 

Durante a pandemia, houve aumento no custo de insumos e no preço de medicamentos, que também não voltaram às condições anteriores quando cessada a pandemia. Outro fator que soma à crise.

Nessa busca de causas para justificar a crise, está a preocupação com a fixação de um piso para os profissionais da enfermagem, o que poderia (ou irá) resultar em aumento de custos. Para aquelas operadoras com rede própria, o impacto seria imediato, resultando em demissões ou, claro, aumento de mensalidades para o consumidor. 

Ocorre que algumas operadoras promovem ajustes nas mensalidades que sequer conseguem justificar. Vários consumidores têm recorrido ao Judiciário para questionar os aumentos que consideram abusivos, enquanto as operadoras os chamam de necessários para o equilíbrio financeiro. 

Um dos grandes eixos para a virada desta balança negativa poderia ser o investimento das operadoras em prevenção. Se o foco das empresas mirar a promoção à saúde, com programas de incentivo à prática de esportes, de uma melhor alimentação e um acompanhamento regular de médicos generalistas, sem dúvida esses resultados poderão ser diferentes em um futuro breve. Mas é necessário começar: por exemplo, quais os benefícios financeiros que um usuário diabético tem ao aderir a um programa de controle de alimentação de realização de exercícios físicos? 

Outra mudança que já tem se mostrado efetiva está na diminuição da rede credenciada, criação de planos com menos abrangência geográfica. Esse tipo de medida, por vezes, provoca um outro problema: a excessiva judicialização por coberturas que, muitas vezes, sequer tem previsão contratual. O fato: a defesa das operadas possui um custo elevado a computar. 

Uma mudança cultural precisa ocorrer na forma como beneficiários usam seus planos de saúde. Não se deve fazer todos os exames disponíveis em um laboratório só “porque o plano cobre’. Esse pensamento é de quem não se dá conta do princípio do mutualismo: todos pagam o que um realiza. Hoje, novos modelos são estudados e alguns já aplicados: a coparticipação, a limitação de atendimentos e de pedidos de exames, a obrigatoriedade de consulta a um generalista antes de um especialista, o incentivo ao uso da telemedicina. 

Atualmente, estamos presos a um sistema de saúde que só foca no tratamento das doenças. Ou seja, os usuários-pacientes de planos de saúde só utilizam os serviços em tratamentos de doenças crônicas ou emergências. Existem poucos projetos com foco na prevenção. Um maior incentivo nas práticas de prevenção, certamente, mudaria o rumo do mercado e tornaria a vida das empresas e de seus pacientes mais saudáveis. Tivemos também, sem dúvidas, um forte impacto da pandemia da Covid-19 e todos os problemas relacionados a saúde que ela causou em milhões de brasileiros. E isso, logicamente, refletiu nas empresas nesses últimos anos. 

Necessário discutir sobre o sistema de saúde suplementar. Ele é essencial para a saúde do SUS – imagine o que ocorrerá se todos os 50 milhões de beneficiários de planos privado migrarem para o sistema público? 

Ou seja, é interesse de toda a sociedade encontrar um equilíbrio financeiro para o sistema, marcado, porém, pela transparência com o beneficiário. Frear a excessiva busca por lucros cada vez maiores pode também fazer bem à saúde suplementar e a de todos.

 

Sandra Franco - consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, doutoranda em Saúde Pública, MBA-FGV em Gestão de Serviços em Saúde, diretora jurídica da Abcis, consultora jurídica da ABORLCCF, especialista em Telemedicina e Proteção de Dados, fundadora e ex-presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São José dos Campos (SP) entre 2013 e 2018.


Estudo aponta soluções simples e baratas para o conforto térmico de moradias populares

O estudo-piloto foi feito no Residencial Baltimore,
 em Uberlândia, Minas Gerais (
foto: Flávia Almeida)

Segundo o cômputo mais recente, o déficit habitacional no Brasil é de 5,876 milhões de domicílios: 5,044 milhões, em área urbana; e 832 mil, em área rural. Em termos percentuais, esse número corresponde a 8,1% do estoque total de domicílios particulares, permanentes e improvisados, do país. Com o objetivo de saldar, total ou parcialmente, essa enorme dívida social, o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), lançado em 2009, passou a oferecer moradias acessíveis a famílias de baixa renda.

No entanto, com recursos financeiros limitados para atender a uma demanda tão grande, o baixo investimento alocado na construção de cada unidade residencial resultou em problemas como a falta de conforto térmico – uma reclamação recorrente entre os moradores contemplados.

Para encontrar soluções simples e baratas para a resolução do problema, um estudo-piloto foi realizado no Residencial Baltimore, em Uberlândia, Minas Gerais. A iniciativa reuniu pesquisadores do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP) e do Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (ICTE-UFTM), sob a orientação da professora Dominique Mouette, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

Artigo a respeito foi publicado no periódico Sustainability, do Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI), sediado em Basileia, Suíça.

“O melhor cenário em termos de conforto térmico foi obtido pela combinação de três soluções simples, baratas e sustentáveis: substituir a janela convencional por uma janela basculante que permite até 100% de abertura de sua área útil; substituir a parede de tijolos por uma parede com painéis monolíticos de EPS [poliestireno expandido]; e substituir o vidro comum da janela por vidro temperado verde”, diz Vitória Elisa da Silva [ICTE-UFTM], coautora do artigo.

A pesquisadora informa que uma queixa frequente dos usuários é a de que as casas são muito quentes e abafadas. Nos conjuntos habitacionais, as janelas comumente utilizadas abrem apenas até a metade. Com o emprego de vitrôs basculantes, seria possível ampliar a área aberta de 50% para 100%, aumentando substancialmente o fluxo de ar e, portanto, a refrigeração natural. Além disso, o uso de EPS nas paredes e de vidro temperado verde nas janelas contribui para o isolamento, bloqueando parte da energia térmica recebida do ambiente.

O poliestireno expandido não é nada mais nada menos do que o material conhecido comercialmente como isopor. Recobertas por camadas de reboco de cimento, as placas de EPS, resistentes à água, têm sido consideradas uma alternativa leve e de baixo custo para isolamento térmico e acústico. Em comparação com outros materiais de parede tradicionais, como tijolos ocos de cerâmica ou blocos de concreto, apresentam uma das condutividades térmicas mais baixas, o que significa que menos calor é transmitido de um lado da parede para o outro. O calcanhar de Aquiles desse material, derivado do petróleo, é que ele não é biodegradável. Descartado na natureza, o isopor leva 400 anos para se decompor. O atenuante, segundo o artigo em pauta, é que o EPS pode ser 100% reciclado, o que contribui para mitigar sua pegada de carbono.

Economia de energia

A professora Mouette enfatiza que, embora o conforto dos usuários tenha sido uma forte motivação para o estudo, o alcance do trabalho vai muito além. “Ele se insere em uma linha de pesquisa que busca formas alternativas que contribuam para a redução do consumo de energia e, portanto, das emissões globais. Nós sabemos que, em muitos casos, os equipamentos de ar-condicionado consomem quase 50% de toda a energia elétrica utilizada em uma residência ou escritório. A ideia foi obter um modo de refrigeração muito mais barato e menos impactante para o meio ambiente”, afirma.

É preciso lembrar que, além da energia elétrica consumida, os aparelhos de ar-condicionado são um fator de aquecimento externo, porque jogam o ar quente para fora, criando ilhas de calor em torno de grandes edifícios ou aglomerações urbanas. “E isso produz um círculo vicioso, porque o aquecimento externo faz com que os aparelhos de ar-condicionado sejam ainda mais utilizados, com enorme impacto ambiental em um contexto de crise climática”, sublinha Mouette.

Ademais, a ideia de associar o conceito de “conforto térmico” ao uso de ar-condicionado é questionável, porque a refrigeração artificial produzida nos ambientes servidos por esses equipamentos pode ser bastante desconfortável e insalubre.

O pesquisador Cylon Liaw (IEA-USP), primeiro autor do artigo, destaca ainda o aspecto social da questão. “As construções do programa Minha Casa Minha Vida seguem um formato-padrão, que não varia de acordo com as particularidades das zonas bioclimáticas. Nas soluções que apresentamos para o Residencial Baltimore, em Uberlândia, procuramos respeitar também a condição financeira das famílias, que não poderiam comprar equipamentos de ar-condicionado, nem pagar a conta de consumo elétrico decorrente de seu uso”, pondera.

Quanto à eventual implementação das soluções propostas, Liaw lembra que, por ocasião do relançamento do programa Minha Casa Minha Vida, em fevereiro deste ano, o governo declarou sua disposição de ouvir todas as reclamações dos usuários. “Não sei se isso inclui a questão do conforto térmico. Mas acho que nosso trabalho deu, pelo menos, um primeiro passo nesse sentido”, diz.

Vale lembrar que o Minha Casa Minha Vida havia sido extinto em 2020, e substituído pelo Casa Verde e Amarela, com muitas alterações em relação ao programa original. “Como o valor destinado à construção de cada casa tinha diminuído drasticamente com a mudança, precisamos ajustar nossa previsão de custos ao contexto no qual nosso estudo foi realizado, em 2021 e 2022”, informa Liaw. E ressalta que, para isso, o grupo recebeu uma contribuição muito importante da arquiteta Samantha Maduro. “Ela participou por mais de duas décadas do programa Minha Casa Minha Vida. Suas informações e sugestões foram fundamentais”, pontua.

Para formular suas soluções, os pesquisadores construíram um modelo baseado na sala da habitação, com área pouco menor do que 11 metros quadrados e pé-direito de 2 metros. E consideraram as múltiplas variáveis interagentes: fluxos de ar, bolsões de calor, variações da temperatura e da umidade ambientes etc. Tudo isso foi integrado e quantificado por meio de dinâmica de sistemas e tratamento computacional.

“O passo seguinte foi estabelecer valores para variáveis de entrada, como área útil de ventilação, material de vidro e de parede, para depois simular os diferentes cenários resultantes. Do pior ao melhor cenário, observou-se uma redução substancial na temperatura de pico a partir da variação do tamanho das janelas, demonstrando que a ventilação natural e os elementos construtivos de baixa complexidade e ampla disponibilidade no mercado contribuem para o conforto térmico dos cômodos residenciais”, conclui Silva.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (14/50279-4 e 20/15230-5) coordenados por Julio Romano Meneghini, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP.

O artigo Thermal Comfort Analysis Using System Dynamics Modeling—A Sustainable Scenario Proposition for Low-Income Housing in Brazil pode ser acessado em: www.mdpi.com/2071-1050/15/7/5831.

 

José Tadeu Arantes
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-aponta-solucoes-simples-e-baratas-para-o-conforto-termico-de-moradias-populares/41406/


ESG no agronegócio: entenda a importância da agenda para o setor agrícola

 Especialista afirma que quanto mais cedo a empresa se preparar para enfrentar esse desafio, maiores serão suas chances de sucesso


O Brasil está entre os maiores países agrícolas do mundo e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre), o crescimento do setor deve ser de 8% neste ano. Se o número se confirmar, será o maior crescimento do setor desde 2017, quando a alta foi de 14,2%. Além disso, segundo a pesquisa Projeções do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), até 2030 a produção agrícola brasileira deve crescer mais de 20%.

E justamente por se tratar de um dos setores mais relevantes do país, sendo responsável pela criação de mais de 17 milhões de empregos, segundo a Universidade de São Paulo (USP), as empresas que adotarem estratégias e modelos de negócios alinhados às melhores práticas de ESG (Environmental, Social, Governance) se diferenciarão no mercado e criarão as bases de seu crescimento e perpetuidade.

Em um cenário em que os recursos naturais estão se tornando cada vez mais escassos e ocorre uma previsão de crescimento populacional ainda maior, é necessário refletir sobre o modo de consumo e de produção. Estimativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que, até 2050, será preciso aumentar a produção de alimentos em 70%. 

Alinhar a produção agrícola às práticas de ESG se tornou um assunto tão importante que a Serasa Experian lançou uma ferramenta para avaliar boas práticas de ESG de produtores rurais – pessoa física – com o objetivo de auxiliar na tomada de decisão de concedentes de crédito, fornecedores e até consumidores. Dessa forma, entidades financeiras terão mais condições de fazer uma análise de risco combinando fatores de crédito, com o monitoramento do cumprimento de boas práticas de governança ambiental, social e corporativa.

O advogado especialista em Direito do Agronegócio e Meio Ambiente Rafael Guazelli esclarece que as empresas precisam o quanto antes buscar alinhamento às melhores práticas de ESG, pois dessa forma poderão evitar problemas no futuro.

 “É fundamental que o foco dessas organizações esteja nos temas relevantes e estratégicos e que elas respondam à crescente demanda dos stakeholders por informações claras e seguras sobre atuação e desempenho. Quanto mais cedo a empresa se preparar para enfrentar esse desafio, maiores serão suas chances de sucesso”, explica o especialista.

Rafael Guazelli lembra ainda que outros benefícios que a agenda ESG traz para o agronegócio são:

  • Produtos desenvolvidos a partir de ações ESG são percebidos como de melhor qualidade no mercado e tornam-se mais competitivos;
  • A transformação digital promove processos mais ágeis e custos mínimos de produção. Isso porque automatiza rotinas e reduz custos operacionais, aumentando a performance do campo;
  • Aumento nas exportações, já que os produtos brasileiros ganham maior destaque no mercado internacional. Melhor qualidade atrai investidores e compradores estrangeiros.

Em suma, as práticas de ESG no agronegócio são o grande balizador do setor para os próximos anos. Tais práticas são uma questão de sobrevivência, não só para quem atua no agro, mas em qualquer outro setor. No mesmo caminho das práticas ESG, cabe ao poder público e ao setor corporativo desenvolver ou aperfeiçoar ações que resultem na redução ou neutralização das emissões de GEEs. Só assim será possível continuar a produzir alimentos para as próximas gerações.

 

Rafael Guazelli - constrói, diariamente, uma carreira sólida de sucesso. Tem 16 anos de experiência no mundo jurídico e é especialista nas áreas de Direito Tributário, Agrário e Bancário, entre outras. Contabiliza, atualmente, em seu escritório Guazelli Advocacia, cerca de 900 clientes atendidos e mais de 2.500 ganhos de causa. Possui formação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2006) e é Técnico em Transações Imobiliárias desde 2009. Associado ao Instituto de Direito Tributário do Paraná – IDT, já foi membro Integrante da Comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Paraná (OAB/PR).


Reta final para a entrega da declaração do IRPF 2023

Evite multas: cuidado com o prazo que encerra em 31 de maio

 

Mais de 23 milhões de pessoas já entregaram a  Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física 2023 (DIRPF), ano-base 2022, segundo dados informados pela Receita Federal na manhã de sexta-feira, dia 12 de maio. Deste total, 70,49% possuem impostos a restituir, 16,05% a pagar e 13,46% não têm imposto. Em 2022 foram entregues mais de 36,4 milhões de documentos para o órgão. Neste ano, a estimativa é que este volume chegará a 39,5 milhões de declarações em 2023. 

 

“Entramos na reta final e faltam poucos dias para finalizar o prazo limite para entrega da DIRPF 2023, que encerra quarta-feira, dia 31 de maio, às 23h59m59s. Uma dica muito importante nos próximos dias é reunir todas as documentações antes de começar essa tarefa. Ao fazer isso, o processo de prestação de contas no sistema se tornará mais fácil e rápido”, orienta o head de auditoria interna e assuntos regulatórios da Contabilizei, Diego Zacarias dos Santos. Uma forma de agilizar e simplificar essa etapa é utilizar a declaração pré-preenchida, poupando bastante energia, tempo e esforço do contribuinte, mas que naturalmente precisará se atentar à conferência dos números.”

De acordo com o especialista da Contabilizei, todos os rendimentos oriundos do trabalho devem ser declarados, sejam os valores recebidos em folha de pagamento ou mesmo como autônomo, assim como despesas com saúde e educação, transações relacionadas aos investimentos financeiros, bens móveis e imóveis.  A não declaração gera o perigo de cair na malha fina, pois a outra parte que recebeu ou pagou algo a pessoa provavelmente irá declarar. E, mesmo se ambos não o fizerem, a Receita Federal dispõe de inteligência e sofisticação nos cruzamentos automáticos a partir de diversas informações que o órgão tem em sua base de dados.”

Também é importante conferir os dados digitados com muita atenção. “Erros de digitação são mais comuns do que as pessoas imaginam e estes equívocos também costumam levar o contribuinte a cair na malha fina”, ressalta“. Por isso, é importante nunca deixar para entregar a declaração na última hora, assim a pessoa não corre os  riscos de enfrentar uma sobrecarga no sistema ou, então, perceber que ainda falta algum documento que impossibilita o envio, tendo que pagar multa à Receita Federal pelo não envio e pelo descumprimento do prazo de transmissão da declaração. O valor da multa por uma entrega em atraso pode chegar até 20% do tributo devido, além de acréscimos legais”, completa.

Uma das grandes novidades do IRPF 2023 é a declaração pré-preenchida, que funciona na modalidade online, facilita a possibilidade de receber mais cedo a restituição (se existente), assim como a opção pela utilização de chave PIX de CPF. O contribuinte pode iniciar a declaração pré-preenchida em todas as plataformas, acessando a conta gov.br, desde que possua nível prata ou ouro. Ela também está disponível em todas as formas de preenchimento, tais como:  On-line – no Portal e-CAC; no computador com o PGD IRPF e,  em dispositivos móveis – com o aplicativo Meu Imposto de Renda.


Declaração pré-preenchida

A declaração pré-preenchida possui informações relativas a rendimentos, deduções, bens e direitos, pagamentos a autônomos, dívidas e ônus reais, que são alimentadas, diretamente no PGD IRPF 2023, sem a necessidade de digitação. Contudo, é de responsabilidade do contribuinte a verificação de todos os dados pré-preenchidos na declaração e eventuais correções, devendo realizar as alterações, inclusões e exclusões das informações necessárias, se for o caso.

Caso a declaração pré-preenchida não seja uma opção, a pessoa poderá fazê-la com base na declaração anterior ou, ainda, iniciar o preenchimento com base na sua própria declaração do ano anterior. Contudo, vale ressaltar que, as informações como fontes pagadoras, bens e deduções serão importadas, mas precisarão ser atualizadas (disponível apenas se optar pelo programa da DIRPF, que pode ser baixado em seu computador).

 Por fim, embora não recomendado, o contribuinte pode optar em começar uma declaração em branco, ou seja, iniciando do zero o documento.  

 

Após o preenchimento e a conferência de todos dados, seja qual for a opção escolhida pelo contribuinte, é indicado consultar as pendências antes da transmissão, se existirem. A pessoa conseguirá visualizar os avisos. Em alguns casos será exigido a correção; já em outros, as alterações serão opcionais e não impedirão a transmissão da DIRPF.

 

Vantagens e desvantagens de declarar de última hora

 

Os contribuintes que têm imposto a restituir e deixam para os últimos dias do prazo podem ser beneficiados em termos de correção do referido valor, pois a restituição é atualizada pela taxa Selic, acumulada a partir do mês de junho, do ano de exercício da declaração, até o mês anterior ao do pagamento, mais 1% no mês do depósito. “Em outras palavras, quanto mais tarde acontecer a transmissão da declaração, maior tende a ser o percentual de atualização do valor a restituir, e, uma vez encaminhado ao banco, o valor da restituição não sofrerá atualizações, independentemente da data em que o contribuinte receba a restituição”, avalia Diego. 

 

Entretanto, a desvantagem é que a entrega na última hora impossibilita a correção quantas vezes forem necessárias até o prazo final, o que minimiza as possibilidades de não cair na malha fina. Diego reforça que uma das principais vantagens em ter entregado a DIRPF nas primeiras semanas é o aumento das chances de receber a restituição nos primeiros lotes, pois a ordem de entrega da declaração é um dos requisitos para ter prioridade.  Além disso, se o contribuinte tiver imposto a pagar, acaba esvaindo a chance de planejar com antecedência o pagamento, em cota única (sem juros) ou em até 8 parcelas, com atualização monetária pela Selic. 

Para o especialista, ambos os casos merecem atenção, afinal não reunir documentos com antecedência e entregar no prazo limite incrementam as possibilidades de risco de erros de preenchimento, omissão de informações e até mesmo aplicação de multa, com o valor mínimo de R$ 165,74,  podendo chegar até 20% do tributo devido, além dos acréscimos legais sobre o imposto de renda devido. “Após a entrega da DIRPF, é importante acompanhar o processamento do documento pelo site da Receita Federal ou pelo e-CAC, de forma que caso seja apontada alguma pendência o contribuinte possa corrigi-la o mais rápido possível, evitando assim intimações formais ou mesmo a aplicação de alguma penalidade”, finaliza Diego. 


Quais sequelas a pandemia deixou no mercado de trabalho?

As sequelas da Covid-19 ainda estão sendo sentidas pelo mercado, principalmente, com as muitas mudanças que vieram para ficar. Dentre tantos baques, os modelos de negócios e processos de contratação se tornaram alguns dos maiores empecilhos enfrentados até hoje, onde empresas dos mais diferentes portes e segmentos lutam por encontrar o candidato ideal perante seus objetivos. Uma missão complexa para o departamento de recursos humanos, que exigirá uma adaptação e transformação intensas para atrair e reter os melhores talentos para alavancar o crescimento do negócio.

De acordo com um levantamento compartilhado pela Infojobs, 84,1% das empresas afirmam estarem com mais dificuldade para contratar profissionais do que nos anos anteriores à pandemia. Em um primeiro momento, o dado pode soar estranho em meio ao desemprego no país, mas, na prática, reflete muito mais o aumento da procura por trabalhadores qualificados que consigam atender as necessidades dos consumidores e que estejam alinhados à cultura e valores da companhia.

A transformação se tornou palavra de ordem para os negócios nos últimos anos. Foi preciso se adaptar ao isolamento social, possibilitando que os times realizassem suas tarefas à distância com a mesma qualidade e produtividade do que na sede da empresa – e, para a surpresa de muitos, os resultados foram acima do esperado.

Segundo uma pesquisa feita pela Bare International, 70% dos profissionais que estão trabalhando hoje no modelo de home-office não gostariam de voltar ao presencial. Quando questionados, a grande maioria destacou o maior tempo disponível para outras atividades, comodidade ao evitar deslocamentos e conforto para desempenharem suas tarefas de casa.

É claro que cogitar essa viabilidade do trabalho à distância é um fator variável conforme a área de atuação da companhia. Por sua vez, não há como negar também que este se tornou um fator de peso decisivo para muitos profissionais atraídos pelos enormes benefícios que esse modelo traz para suas rotinas. Agora, eles estão mais seletivos quanto as vagas que aceitarão, e não há opção a não ser considerar essa preferência para atrair esses talentos e retê-los para um desempenho excepcional.

A nova dinâmica de mercado que teremos daqui para frente será completamente pautada não apenas nessa capacidade de adaptação dos empresários, como principalmente sua visão de futuro em antecipar tendências. E, aqui, novamente, a pandemia é o melhor exemplo que podemos utilizar, afinal, eram poucos os negócios que dispunham de um plano de contingência para momentos de crise como o que vivenciamos – estando devidamente preparados para lidar com surpresas que os obrigassem a readaptar seu modelo de negócios à distância.

Na prática, essa crise apenas acelerou um movimento que já estava sendo observado no que diz respeito à digitalização dos negócios, em concordância com a maior preferência dos consumidores com este universo digital. Todas as estratégias corporativas serão motivadas pelos hábitos dos clientes e, para acompanhá-los com êxito, será preciso contar com pessoas qualificadas e preparadas para lidar com esse cenário.

A luta por conquistar a preferência destes talentos se intensifica cada vez mais, elevando a concorrência entre os contratantes aliado à oferta do que eles estão buscando em uma oportunidade de emprego. Não há uma fórmula mágica para se destacar, uma vez que essa é uma dinâmica que apenas funciona na base da tentativa e do erro. Por isso, é preciso sempre se atentar ao que há de novo no mercado, incorporando ações que engajem e retenham esses profissionais qualificados.

Sempre existirá uma movimentação constante por inovação e estratégias que diferenciem o negócio frente a seus concorrentes. E, as empresas que conseguirem ter essa visão futura estarão mais preparadas para lidar com cenários de instabilidade, se adaptando às demandas que surgirem e, acima de tudo, contando com times qualificados para comandarem essas operações rumo ao sucesso do empreendimento.

 

Fernando Poziomczyk - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.

Wide
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