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domingo, 14 de maio de 2023

Maternidade e saúde mental


A transição para a maternidade é considerada um dos grandes marcos na vida das mulheres e quando é fruto de uma escolha consciente e planejada, espera-se que seja um processo de felicidade e realização pessoal. No entanto, os estudos e pesquisas não ratificam completamente estas expectativas.

Ter filhos certamente contribui para que a vida ganhe mais sentido. Como eu já defendi em outros artigos e vídeos que publiquei, o sentido da vida tem um caráter protetivo na saúde mental das pessoas. Contudo, há vários fatores jogando contra para que as mães, especialmente as que trabalham, possam vivenciar plenamente a escolha que fizeram para a vida.

A maternidade é uma escolha de estupenda coragem, pois coloca a mulher diante de todos os seus desafios num período de grande vulnerabilidade física, emocional e social. Ainda que muitas delas declarem sentirem-se empoderadas durante a gravidez, segundo a OMS, cerca de 10% das grávidas em todo o mundo e 13% das mulheres que acabaram de dar à luz sofrem de algum transtorno mental, principalmente a depressão. Nos países em desenvolvimento os números são ainda mais altos, alcançando 15,6% durante a gravidez e 19,8% após o parto. Qualquer mulher pode desenvolver algum transtorno desencadeado no período da gravidez ou durante o primeiro ano da maternidade, mas alguns fatores podem contribuir decisivamente para aumentar os riscos, como exposição à violência (doméstica, sexual e de gênero), emergências, conflitos, falta de apoio social e do parceiro, estresse extremo e a autocobrança para ser perfeita, tanto como mãe quanto profissionalmente.

As mulheres, mesmo as mais bem resolvidas, têm esta autocobrança alimentada pelas normas internalizadas que por séculos vem sendo prescritas nas sociedades ocidentais, onde a mãe é a principal responsável pelo cuidado dos filhos e deve colocar os interesses deles na frente dos seus. As consequências deste processo são: sentimento de culpa, instalação da crença de não ser eficiente em nada, esgotamento, dificuldade para dormir e irritabilidade, o que acaba configurando um Burnout. Este mecanismo de autocobrança que permeia a vida de todos nós, está muito bem definido no livro “Sociedade do Cansaço” de Byung-Chul Han.

Infelizmente, nos últimos anos ou talvez décadas, este problema vem se agravando, pois as mulheres acabam sendo penalizadas por suas conquistas no mercado de trabalho. Aparentemente, as políticas governamentais e corporativas não acompanharam esta evolução, apesar das licenças para a maternidade, dos horários de amamentação, das iniciativas de inclusão e diversidade etc., o peso da responsabilidade da parentalidade ainda é muito maior para as mães.

Fundamentalmente, as mudanças mais importantes neste cenário virão da educação para uma sociedade mais igualitária e cooperativa, porém, a condição da mãe que trabalha pode e deve melhorar muito a partir de algumas ações por parte das empresas:

·         CORRESPONSABILIDADE: Aumentar a licença paternidade e criar mecanismos para que o pai se ausente do trabalho para apoiar a mãe. Enquanto o governo não aprovar o período de licença maternidade que pode ser dividido de comum acordo entre os pais, as empresas podem facilitar a vida dos casais que mantém uma relação igualitária.

·         AMAMENTAÇÃO: Criar espaços de amamentação dentro da empresa ou em local próximo. Aqui também vale a iniciativa da corresponsabilidade, onde o pai amamenta a criança usando o leite materno e uma mamadeira.

·         HOME OFFICE: Definir mecanismos de trabalho remoto para um período mínimo de 6 meses após a licença maternidade.

·         PARENTALIDADE: Fazer campanhas de conscientização sobre a importância da dedicação mais efetiva por parte do pai, dividindo assim o peso da demanda, mas também o benefício de cultivar um vínculo mais forte com a criança desde os primeiros meses.

·         PSICOTERAPIA: Promover e disponibilizar apoio psicológico específico para as grávidas e durante o primeiro ano após o nascimento.

·         WELCOME BACK: Programa de retorno ao trabalho com o devido acolhimento e assunção progressiva de responsabilidades.

·         AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: Ao invés de olhar apenas para as entregas e resultados as empresas podem pensar no que estão ganhando com uma profissional mais bem preparada. A mãe amadurece muito nesta fase, podendo melhorar competências como empatia, tomada de decisão, resiliência e outras soft skills fundamentais para líderes. 

Em nosso programa de gestão para criar ambientes psicologicamente seguros e a integração saudável com ser humano com seu trabalho, o 4HUMAN, eu enfatizo o protagonismo do ser humano. É fundamental que cada colaboradora participe do processo e entenda que a empresa está lhe oferecendo possibilidades, as quais ela deve analisar e recorrer se achar que faz sentido.

Que o próximo dias das mães nos permita celebrar a existência daquela que nos trouxe ao mundo e valorizar todas as pessoas que assumiram a missão da maternidade

 

Wagner Rodrigues - psicólogo, pós-graduado em marketing e comunicação empresarial pela ESPM, MBA com ênfase em gestão de pessoas pela FIA/USP . Por mais de vinte anos ocupou cargos de alta gestão em grandes empresas. Criador do programa 4HUMAN de saúde mental nas empresas.


Divulgação
Nas indicações, você encontra, entre outros, obras sobre envelhecimento, as diferenças de gerações e a perda da figura materna


As mulheres merecem um momento para relaxar neste Dia das Mães! Elas, que equilibram suas vidas entre as demandas da maternidade, da família e do trabalho, costumam deixar suas horas de autocuidado de lado para zelar pelos outros. Por isso, esta lista incentiva todas a tirarem um tempo para descansar na companhia de um bom livro.

Nas sugestões, há obras que tratam sobre a saudade da figura materna, os aprendizados com as perguntas das crianças, a sobrecarga diária e o fortalecimento emocional feminino. Escolha seu título preferido:


 Divulgação / Oficina Raquel

Conversas que não tive com minha mãe

Felipe Brandão, escritor e gerente editorial da Planeta de Livros, perdeu a mãe quando tinha quatro anos. Ele escreveu este livro como uma forma de registrar o amor, o afeto e a saudade da mulher que sempre carregou dentro de si, mesmo que a própria memória da figura materna seja imprecisa. Entre os textos, o autor reflete sobre as conversas que poderiam ter acontecido em uma manhã de domingo, na varanda de casa, no meio de risadas, acolhimentos e um café.

(Autor: Felipe Brandão | Onde encontrar: Amazon)


 

Divulgação / Gisele Moreira

Posso fazer uma pergunta?

Escritora, professora e mãe, Gisele Moreira se inspirou nas perguntas de suas filhas para escrever as crônicas do livro Posso fazer uma pergunta?. Nos capítulos, ela mostra a importância da escuta ativa com as crianças e a profundidade dos questionamentos infantis, que muitas vezes passam despercebidos aos olhos dos adultos. Esta obra é dedicada a todos os pais e educadores que querem aprimorar sua relação com os pequenos.


(Autora: Gisele Moreira | Onde encontrar: Amazon) 

 

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Alzira Souza Umbelino Cardillo
Histórias para mães dormirem

Com tantas obrigações, é comum conhecer mães que enfrentam noites de insônia. Mas elas também precisam de um sono de qualidade, e, por isso, Alzira Souza Umbelino Cardillo publicou a obra Histórias para mães dormirem. Os contos narram a história de várias mulheres em diferentes contextos da maternidade. Com um texto leve, simples e curto, o livro é um acalento ao fim de dias particularmente difíceis.

(Autora: Alzira Souza Umbelino Cardillo | Onde encontrar: Amazon)

 

 

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 Raquel Marinho

Com que realidades essas camisolas acordam?

A antropóloga, estilista e escritora Raquel Marinho lança um olhar para as mães que sobrecarregam seus dias para dar conta de todas as responsabilidades. Nesta ficção, Amanda é uma designer em busca de reconhecimento profissional que precisa equilibrar as demandas do trabalho com os cuidados a um filho doente. A autora traça, assim, um panorama da situação de muitas mulheres na sociedade atual.

(Autora: Raquel Marinho | Onde encontrar: Amazon)

 

 

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Renata Barrozo Baglioli

De Salto Alto

Nestes contos, Renata Barrozo Baglioli analisa as relações íntimas a partir da voz feminina. Aborda vários assuntos, como as dificuldades do matrimônio, os preconceitos de classe, a homofobia, o machismo e as exigências sociais impostas para as mulheres. Nas histórias, mostra desde os conflitos geracionais entre uma avó e uma neta até as consequências das redes sociais no núcleo familiar.


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Autora: Renata Barrozo Baglioli | Onde encontrar: Amazon) 

 

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 Citadel Editora

A menina que queria ter rugas

No livro A menina que queria ter rugas, a autora Fernanda Moro retrata três gerações de mulheres da mesma família que enxergam o envelhecimento de maneiras totalmente diferentes. Sofia, a protagonista, é uma criança que deseja os chamados “pés de galinha”. Dona Beatriz, a mãe, aproxima-se dos 50 anos e começa a perceber os primeiros sinais em sua pele, mas os detesta. Já a avó, Anita, aprendeu com o tempo que essas marcas representam a força, a luta e o poder feminino. Uma obra para refletir sobre a beleza feminina e as cobranças estéticas sobre as mulheres.
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Autora: Fernanda Moro | Onde encontrar: Amazon)

  

Divulgação / VR Editora

Por causa de você, mãe

O amor e o apoio da mamãe moldaram seu mundo e quem você é dentro dele. Esta é a celebração da diferença que ela faz todos os dias. Escrito pelo autor best-seller do New York Times, Kobi Yamada, este cativante livro-presente combina ilustrações adoráveis desenhadas à mão e sentimentos agradáveis para agradecer à mãe por seus braços e coração sempre abertos.

(Autor: Kobi Yamada | Onde encontrar: Amazon)

 

  

Divulgação / Alta Books

Conta pra mim, mãe

Com perguntas e propostas de atividades, este diário guiado ajudará sua mãe a lembrar e registrar a própria história, bem como suas crenças e seus valores. Você o dá como presente, e ele volta como recordação ou um registro em primeira mão da trajetória da sua família. A ideia é estimular a transmissão de narrativas que serão respondidas no próprio livro para que sirva de lembrança, além de mediar o início de uma longa e profunda conversa.


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Onde encontrar: Amazon)


Divulgação / LC Editoria


E agora, pra onde?

Para Tania Moschini, as viagens são a tônica da vida. Por isso, no lançamento E agora, pra onde?, além de compartilhar experiências mundo afora, ela também explica como a relação com as filhas está conectada a essas aventuras. Em algumas crônicas, a mãe conta sobre momentos engraçados em família, traça as diferenças de personalidade entre as garotas e ainda revela de que forma algumas experiências impactaram na dinâmica familiar.

(Autora: Tania Moschini | Onde encontrar: Amazon)


 

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Simone Santos Guimarães
 

Falando de Si

Entre a ficção e a realidade, Falando de Si é um romance psicológico. Prestes a completar 50 anos, a protagonista reflete sobre sua história desde a infância. Após sofrer com o abandono dos pais, a personagem é acolhida por avós e tias que constroem as bases de sua vida. Quando cresce, dedica-se intensamente aos filhos, netos e marido, mas esquece de ir atrás dos próprios sonhos. Este livro é uma história pessoal, mas retrata a vida de várias mulheres brasileiras.

(Autora: Simone Santos Guimarães | Onde encontrar: Amazon)


 

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 Abilene Rodrigues

Pílulas para uma vida feliz e produtiva

Esta obra é o resultado do fortalecimento da relação entre Abilene Rodrigues e a mãe. Quando estava idealizando Pílulas para uma vida feliz e produtiva, a jornalista decidiu colocar em prática os conselhos e as atividades com a matriarca. Por meio dessas ações, sua mãe, que vive com esclerose múltipla, conseguiu estímulo para terminar a faculdade de Libras e ter uma vida com maior qualidade.


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Autora: Abilene Rodrigues | Onde encontrar: Editora CoachI)

 

Divulgação / Literare Books

Inteligência emocional feminina

Ao analisar centenas de relatos de alunas e de clientes sobre as dificuldades enfrentadas pela ausência de inteligência emocional, a escritora Simone Salgado sentiu a necessidade de expor seu aprendizado, resultado de mais de oito anos de estudo. Sem fórmula mágica, a proposta é fazer com que as leitoras gerenciem com mais assertividade as emoções, para ter uma vida com maior equilíbrio psicoemocional, administrando as emoções negativas e, consequentemente, potencializando os sentimentos positivos.


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Autora: Simone Salgado | Onde encontrar: Amazon)

 

Divulgação / Editora Hábito 

Mulheres Improváveis

Um livro para mulheres fortes, inspiradoras e determinadas, assim como as mães! Com a intenção de fazer com que mulheres compreendam verdadeiramente o quão fortes e corajosas são, a pastora e mentora Viviane Martinello escreveu Mulheres Improváveis. A autora é uma das cristãs mais influentes na internet e reúne, na obra, palavras de sabedoria sobre como Deus é especialista em traçar destinos e transformar corações.


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Autora: Viviane Martinello | Onde encontrar: Amazon)


 

Divulgação 
 Editora Mundo Cristão

O poder da mulher que ora

Esse livro é para você, mulher! A consagrada autora Stormie Omartian revela como Deus pode trazer respostas para as perguntas mais angustiantes. Você descobrirá como Ele aplaina seu caminho, acalma as tempestades, mantém a segurança e até mesmo simplifica o que parece complicado demais. Nada disso, porém, acontece por acaso, sem oração.


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Autora: Stormie Omartian | Onde encontrar: Amazon)

 



sábado, 13 de maio de 2023

Aneurisma cerebral é silencioso e está entre as principais causas de morte no mundo, segundo a OMS

 

Especialista em doenças cerebrovasculares alerta para o diagnóstico precoce 

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir a mortalidade em pacientes com aneurisma cerebral. No entanto, muitos casos ainda são diagnosticados tardiamente, o que aumenta o risco de complicações e sequelas neurológicas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o problema de saúde afeta cerca de 2% da população mundial, sendo uma das doenças que mais provocam óbitos no mundo.

 

O diagnóstico precoce de um aneurisma cerebral é essencial para evitar complicações e garantir um tratamento adequado. Segundo o neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola, que é especialista em doenças cerebrovasculares, o aneurisma cerebral é uma condição silenciosa que pode levar a consequências graves, como hemorragia cerebral, coma e morte. 

 

De acordo com o especialista, é fundamental que as pessoas estejam cientes dos fatores de risco, como histórico familiar, hipertensão arterial e uso de drogas. "Pessoas com esses fatores de risco devem ser avaliadas periodicamente por um médico e realizar exames de imagem, como angiotomografia computadorizada ou angioressonância magnética, para identificar a presença de aneurismas cerebrais".

O diagnóstico precoce pode ser crucial para o sucesso do tratamento, como explica o médico: “Quando detectamos um aneurisma cerebral antes que ele se rompa, podemos realizar procedimentos minimamente invasivos, como a colocação de um stent ou de molas que impedem que o aneurisma rompa".

No entanto, quando o aneurisma já se rompeu, o tratamento é muito mais complexo e pode levar a consequências graves, como sequelas neurológicas e até mesmo a morte. "Por isso, é importante que as pessoas estejam cientes dos sintomas de um aneurisma cerebral, como dor de cabeça intensa, visão dupla, dificuldade para falar e fraqueza em um lado do corpo", alerta o especialista.

O médico ressalta que, normalmente, os aneurismas são assintomáticos até que se rompem provocando um AVC.  Somente em alguns casos, que são mais raros,  o problema pode ter alguns sintomas, como: 

  • Formigamento ou dormência na cabeça; 
  • Dores de cabeça muito intensas e recorrentes;
  • Aumento da pupila em um dos olhos;
  • Visão embaçada ou dupla; e 
  • Convulsões 

O Dr. Victor Hugo Espíndola ressalta que, embora seja uma condição séria, o aneurisma cerebral tem tratamento e pode ser controlado com o acompanhamento médico adequado. "O importante é estar atento aos fatores de risco, realizar exames de imagem regularmente e buscar ajuda médica imediatamente se surgirem sintomas suspeitos", finaliza o neurocirurgião.

 

Dia das Mães: quais os cuidados para uma gravidez com diabetes?

 

Mãe divide história de gestação com a condição; especialista fala sobre as diferenças entre os casos e quais os cuidados adequados


 

Um em cada dez adultos vive com diabetes no mundo. No Brasil, são mais de 15,7 milhões de pessoas adultas com esta condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes. As mulheres, com e sem diabetes, precisam receber acompanhamento e cuidados adequados para uma gestação tranquila e sem intercorrências.

 

Pensando nos diferentes riscos do diabetes, é importante saber a diferença de cada caso, como explica a Dra. Solange Travassos, médica e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Existem 3 situações diferentes: a primeira, uma mulher com diabetes já diagnosticado que engravida. A segunda, uma mulher que tinha diabetes, desconhecia o diagnóstico e descobre no início da gestação; e há ainda o diabetes gestacional, que geralmente ocorre após a metade da gestação e pode ser transitório.”

 

Para as mulheres com diabetes que querem engravidar, o tratamento correto é essencial antes mesmo da gestação, como conta Brenda Cartaxo, de 26 anos, natural do Rio de Janeiro. Aos 14 anos, Brenda começou a sentir mais sede, percebeu que a vista ficava embaçada e precisava ir muitas vezes ao banheiro. Preocupada, sua mãe decidiu levá-la ao médico e os exames mostraram uma glicemia extremamente elevada. O diagnóstico era de diabetes tipo 1, que ocorre quando o pâncreas não produz insulina, hormônio que controla o açúcar no sangue, e acomete cerca de 10% das pessoas com a condição.

 

Depois de um ano e meio aplicando insulina manualmente como parte do tratamento, Brenda testou a tecnologia da bomba de insulina, um dispositivo que administra pequenas doses do medicamento de forma contínua. O tratamento e monitoramento adequados foram decisivos para, anos depois, ter uma gestação tranquila. Brenda não planejava engravidar e ficou receosa, ainda mais por estar no auge da pandemia da covid-19, em 2020. Mas o gerenciamento correto da condição ajudou para que seu filho, Joel Bento, nascesse saudável e dentro do período normal da gravidez. Hoje, ela aconselha outras mulheres com diabetes que querem ser mães a se informar e sempre tomar os cuidados adequados: "se a gravidez acontecer, você vai estar preparada".

 

São necessárias adaptações no tratamento do diabetes ao longo da gestação, ressalta a Dra. Solange Travassos. “Os alvos de glicemia mudam e o risco de hipoglicemia também é maior. A sensibilidade à insulina também varia muito ao longo da gestação”. A médica afirma que a bomba de insulina pode ser um aliado importante para as mulheres com diabetes tipo 1: “o tratamento com bomba de insulina apresenta excelentes resultados e pode ficar mais fácil atingir as metas de tratamento antes de engravidar e manter durante a gestação”, explica.

 

Segundo ela, o ideal para a mulher é apresentar uma hemoglobina glicada dentro dos valores considerados normais, pelo menos abaixo de 6,5/7%, para reduzir o risco de malformações e de complicações maternas e fetais.

 

Mesmo para as mulheres que não têm o diagnóstico de diabetes, é importante ficar atenta e se prevenir. Ao decorrer da gravidez, é normal que a mulher passe por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta é uma fonte fundamental de hormônios que reduzem a ação da insulina, que regula o nível de glicose. Por isso, o pâncreas produz insulina para compensar esta situação, mas em algumas mulheres, durante a gravidez, este processo não ocorre da maneira adequada, havendo um aumento no nível de glicose no sangue e o desenvolvimento de um quadro de diabetes gestacional. A cada dez mulheres, duas desenvolvem diabetes gestacional, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre os sintomas são identificáveis, afirma a Dra. Solange Travassos. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem a glicose na primeira consulta do pré-natal e a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), repitam a glicose em jejum e sejam submetidas ao teste oral de tolerância à glicose.

 

Após o nascimento do bebê, a glicose volta ao normal em 50% das mulheres, segundo a médica. Mas o diabetes gestacional sinaliza um risco aumentado de desenvolver a condição nos anos seguintes, além de potencializar as chances de outras complicações para a mãe e o bebê. Para se prevenir, a especialista alerta para a importância de planejar a gravidez e ressalta que há fatores de risco, como idade materna avançada e obesidade, que aumentam a chance de desenvolvimento do diabetes gestacional.


 

Informações guiam a jornada das pacientes com diabetes


Ao longo de sua jornada para se tornar mãe, Brenda ouviu muitos mitos a respeito da condição: "todo mundo fala que filho de diabético nasce obeso, que usar muito insulina engorda criança", lembra. Hoje, ela reforça a importância do acesso à informação de qualidade sobre o diabetes - o que ainda não é uma realidade para todas as pessoas com a condição.

 

Pensando nesse cenário, a Roche Diabetes Care lançou o Portal Tipo Você, que disponibiliza conteúdos informativos e educativos, além de serviços e descontos em produtos, para que pacientes e familiares aprendam e aperfeiçoem o gerenciamento do diabetes. Baseado em relatos de pacientes sobre cada jornada, o conteúdo é dividido em quatro tópicos: pré-diabetes, diabetes tipos 1 e 2 e diabetes gestacional. Ao navegar pelas páginas do site, os leitores também podem conhecer as histórias de outras pessoas com a condição, criando conexões que vão além da informação.

 


“Mães atípicas vivem luto pelo filho idealizado que não veio e alegria pela criança que tem em seus braços”, diz fisioterapeuta

Especialista em reabilitação infantil com quase 20 anos de atuação, Silvana Vasconcelos defende que a sociedade precisa promover inclusão das crianças e cuidados com a saúde mental das mães


O diagnóstico de uma criança atípica nunca é fácil e afeta de maneira significativa as finanças e o emocional das famílias, principalmente das mães. Afinal são elas que muitas vezes abrem mão de suas carreiras e sonhos para enfrentar a maratona de consultas, exames e avaliações solicitadas pelos médicos, além de dedicar suas rotinas para acompanhar os filhos em sessões de terapias para proporcionar a eles condições de se desenvolver da melhor maneira possível. 

“As mães que chegam na rede em busca da terapia intensiva para seus filhos apresentam muitas emoções. É uma mistura de esperança, ansiedade, preocupação e tensão por carregarem o peso das responsabilidades e os desafios diários que enfrentam para cuidar de uma criança com necessidades especiais. E o cansaço emocional delas é visível por lidar com pressão, falta de tempo para cuidar de si mesmas e a sensação de isolamento”, afirma a fisioterapeuta, Silvana Vasconcelos, mestre em Fisioterapia e diretora da rede de seu nome em seis estados do Brasil. 

Além de tudo, muitas vezes essas mães estão sozinhas. De acordo com dados do Instituto Baresi, no Brasil quase 80% dos pais abandonaram as mães de crianças com deficiências e doenças raras antes dos filhos completarem 5 anos de vida. Crianças com necessidades especiais exigem recursos e tratamentos especiais que em algumas regiões nem estão disponíveis. Fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, acompanhamento médico frequente e equipamentos especializados têm custos financeiros significativos que geram estresse na família. 

“Costumo dizer que me vejo diante de mães que estão em um processo de luto e de alegria ao mesmo tempo. Luto pelo filho idealizado que não veio e alegria pela criança que tem em seus braços. Elas enfrentam o desafio de equilibrar o papel de cuidadora de seus filhos e outras responsabilidades - como trabalho, cuidar de outros membros da família, administração doméstica e autocuidado. Esse equilíbrio pode ser exigente e desgastante”, lamenta Silvana.

 

Luta por direitos 

“As mães de crianças com deficiência são verdadeiras defensoras e advogadas incansáveis. Elas estão sempre na linha de frente, lutando pelos direitos de seus filhos e garantindo que tenham acesso a todos os serviços e recursos necessários. Elas buscam informações, educam-se sobre as necessidades de seus filhos e se tornam verdadeiras especialistas na área”, pontua Silvana. 

Apesar de alguns avanços, ainda existe muito a evoluir, principalmente na educação e conscientização da sociedade sobre as necessidades específicas dessas crianças e suas famílias e para combater o preconceito. Inclusão e acessibilidade são aspectos fundamentais para garantir que as crianças e suas famílias se sintam bem-vindas e apoiadas na sociedade. Isso significa tornar os espaços públicos, escolas, parques e instalações recreativas mais acessíveis, com rampas de acesso, banheiros adaptados e equipamentos de playground inclusivos. Campanhas educativas, palestras e eventos comunitários ajudam a disseminar informações e promover a compreensão dos desafios que essas mães enfrentam.

 

Rede fornece apoio psicológico gratuito 

Em meio a todas as dificuldades da jornada desafiadora, existe também muito suporte e apoio dos profissionais que atuam para proporcionar alívio e orientação para que as mães possam tomar decisões bem informadas sobre a vida de seus filhos. “Treinamentos e orientações práticas sobre técnicas e exercícios de reabilitação para serem feitos em casa capacitam as mães para um papel ativo no cuidado e na terapia de seus filhos, promovendo o desenvolvimento e a independência. 

“Nas unidades da Rede Silvana Vasconcelos ouvimos atentamente as preocupações, validamos suas experiências e oferecemos empatia. Temos suporte às mães atípicas com orientações, acesso ao profissional via WhatsApp a qualquer momento, sala de convivência para troca de experiência entre os pais, orientação familiar e sessões semanais de terapia com psicólogo para qualquer mãe que sinta necessidade. Tudo isso gratuito para ajudá-las a lidar com o estresse, reduzir a sensação de isolamento e fortalecer sua resiliência”, diz Silvana. 

Além disso, essas mães desenvolvem uma incrível capacidade de empatia, compreendendo lutas e desafios enfrentados por outras famílias, criando grupos entre si para oferecer apoio e solidariedade. Essa conexão cria uma rede de apoio valiosa, onde experiências e conselhos são compartilhados, fortalecendo-as mutuamente já que pode ser difícil encontrar outras pessoas que entendam suas experiências únicas e ofereçam apoio emocional e prático”, finaliza.


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