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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Doenças Hereditárias: a importância dos exames preventivos

O Hospital Albert Sabin reuniu uma clínica geral e um radiologista para explicar a relevância desses exames na prevenção e boa manutenção da saúde


Os exames de imagem se agrupam em uma especialidade médica e são utilizados pelo radiologista para fins diagnósticos, terapêuticos ou para vigilância da evolução de patologias.

Apresentando princípios físicos e análises diferentes, os exames de imagem “respondem”, de forma clara e precisa, as dúvidas do médico solicitante. “Dependendo da queixa do paciente, existe uma sequência de exames para formar um diagnóstico que será sempre associado com a história clínica e os exames laboratoriais”, explica o Dr. Marcos Duchene, médico coordenador da Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital Albert Sabin (HAS).

Os tipos de exames de imagem mais presentes na rotina dos serviços radiológicos são:

  • Raio X;
  • Mamografia, ou radiografia das mamas;
  • Densitometria óssea;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ultrassonografia;
  • Ressonância magnética;
  • Endoscopia;
  • Colonoscopia.

As consultas e exames preventivos são fundamentais para manter a saúde em dia. Eles ajudam a detectar doenças e desequilíbrios no organismo, principalmente aqueles que não dão sinais logo no início e, podem ser diagnosticados e identificados por meio de exames de imagem. A partir do diagnóstico, é possível direcionar o paciente a tratamentos curativos adequados.

A frequência da realização dos exames depende da idade, sexo e antecedentes familiares de cada pessoa. “Existem exames, que são chamados de rastreio, que seriam os de rotina para toda a população, contudo, dependendo dos antecedentes familiares esses exames devem ser realizados de forma mais precoce”, diz a Dra. Cláudia Micaela Antezana Santos, Clínica Geral do HAS.

O setor de imagens do Hospital Albert Sabin está em constante evolução e atualização, oferecendo as tecnologias mais modernas e se adequando constantemente às necessidades de seus pacientes.

“Além disso, todo o departamento está integrado a um sistema único, de forma que, após a realização do exame, esse será visualizado pelo médico que, em conjunto com as informações clínicas e laboratoriais, consegue empregar de forma rápida e segura a melhor conduta”, finaliza o Dr.Duchene.

 


Hospital Albert Sabin  - HAS

Rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 123 – Lapa – São Paulo – SP

Central de atendimento: (11) 3838 4655

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Link vídeo 50 anos: https://youtu.be/uNoHjdPVMVI 

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Frio pode aumentar a incidência de infarto, arritmias e insuficiência cardíaca

Conforme explica a cardiologista Priscilla Gianotto Tosello, as baixas temperaturas promovem o aumento do metabolismo e a contração das artérias coronárias, o que pode gerar o infarto e outras complicações em quem faz parte dos grupos de risco para a doença 

 

A onda de frio que está acometendo diversas regiões do Brasil traz consigo um alerta: as baixas temperaturas podem causar o infarto, primeira causa de morte isolada entre os brasileiros.

A Dra. Priscilla Gianotto Tosello, cardiologista com especialização em Imagem Cardiovascular pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), explica que a condição se dá porque as temperaturas mais baixas exigem que o organismo regule sua atividade metabólica para produzir mais calor, aumentando a atividade corpórea – ao mesmo tempo que o frio força o espasmo das artérias coronárias, que se contraem. “Com maior esforço, o coração pode sofrer com arritmias, passar por uma insuficiência cardíaca e até apresentar um infarto”, alerta a médica.

Segundo ela, quem é tabagista, hipertenso, está com sobrepeso ou obesidade, é diabético, está sedentário ou apresenta doenças cardíacas deve ficar mais atentos a sinais como cansaço, dores e formigamento nos braços, dores no peito, tonturas, náuseas, suor intenso e mal-estar. “A qualquer sinal estranho, é melhor buscar ajuda médica, já que o infarto pode deixar sequelas ou até mesmo ser fatal”, explica.

  

Check-up é necessário a todas as pessoas

 

A Dra. Priscilla Gianotto Tosello explica que todas as pessoas devem passar por uma consulta anual com cardiologista. Aquelas que pertencem aos grupos de risco citados acima, entretanto, precisam de duas ou mais consultas anuais, já que devem controlar a pressão arterial, primordialmente. “A hipertensão é um dos principais vilões das doenças cardiovasculares e é uma doença silenciosa. Seu descontrole, além do infarto, causa outras doenças cardíacas e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), o popular derrame. É fundamental realizar medidas preventivas para que o paciente não tenha consequências que lhe causem danos muitas vezes irreversíveis”, aconselha a médica.

  

O que fazer nos dias mais frios – dicas da especialista  

A Dra. Priscilla Gianotto Tosello aconselha a todos que se protejam das baixas temperaturas, com agasalhos adequados para essa época, como toucas e luvas.

Além disso, ela recomenda não descuidar da alimentação. “Muitas vezes, as pessoas optam por alimentos muito calóricos e gordurosos nos dias frios, mas eles aumentam o peso corporal e isso traz complicações ao organismo. O ideal é que adotemos caldos quentinhos, mas leves, com muitos legumes, verduras, carnes magras e grãos integrais, deixando de lado queijos gordurosos, creme de leite e outros ingredientes ricos em gordura”, ensina.

A médica alerta que um dos causadores do infarto é a aterosclerose – placas de gordura que entopem as artérias cardíacas – causada principalmente pelo estilo de vida sedentário e pouco saudável.

Em relação a bebidas mais quentes, a médica diz que o álcool pode levar à hipotermia. “Muito utilizado para aquecer o corpo, o álcool causa desidratação, o que não é nada bom para o organismo. O ideal é optar por bebidas quentes e pouco calóricas, como chás. Não aconselhamos o uso de bebidas alcoólicas e nem muito calóricas e gordurosas, porque causam sobrepeso e obesidade”, diz a médica.

Dra. Priscilla também aconselha a manter a rotina de medicação, que não deve ser interrompida em nenhuma época do ano.  E, para completar, ela recomenda a prática de atividade física, especialmente em locais aquecidos e cobertos. “O exercício ativa o metabolismo, aquecendo o corpo e espantando as dores causadas pelo frio. A pessoa também fica mais motivada a realizar suas atividades rotineiras, espantando o frio. E essa boa circulação sanguínea é ótima para o coração, que trabalha em ritmo normal”, finaliza a médica.

 

Clínica Tosello


Consumo de tabaco traz risco para a saúde vascular e doenças podem passar despercebidas

Dia Mundial Sem Tabaco alerta sobre as consequências do fumo e os perigos dos modelos que prometem ser menos nocivos


Diferentes formas de cigarro - cigarro eletrônico, narguilé e tabaco - estão disponíveis no mercado e são consumidas em grande demanda pela população, o que resulta na alta do número de pacientes que desenvolvem alguma doença vascular devido ao hábito. O Dia Mundial Sem Tabaco, promovido em 31 de maio, foi estabelecido para conscientizar sobre os riscos do fumo.

O cigarro tradicional é composto por tabaco e outras substâncias, como a nicotina, uma das responsáveis pela dependência. No chamado cigarro ‘natural’, o fumante fabrica seu próprio fumo, sendo assim, o tabaco não passa por processos químicos. No entanto, os malefícios à saúde venosa são iguais em ambos os cenários, como afirma o diretor da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV- SP) - Seccional de Franca, em São Paulo, Dr. Daniel Urban Raymundo. “Não há diferença na forma de consumo de tabaco. Qualquer tipo de cigarro é considerado nocivo”.

O cigarro eletrônico ganhou popularidade por também prometer ser menos prejudicial ao corpo, o que não é fato. Além da ação da nicotina, do tabaco e de outras substâncias, os metais que formam o dispositivo apresentam ameaças à saúde. É a situação do narguilé (ou hooka), que por possuir tabaco aromatizado e ser filtrado na água, acredita-se que não apresenta riscos. O fumo, porém, possibilita a intoxicação por monóxido de carbono e outras doenças. Pesquisas apontam que em uma sessão de narguilé de duas horas é possível consumir o mesmo que 100 cigarros.

De acordo com o cardiologista e chefe da seção de Hipertensão Arterial, Tabagismo e Nefrologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Dr. Márcio Gonçalves de Sousa, o problema se intensifica devido ao grande tempo de exposição à fumaça. “Com a questão social, muita gente usando [o narguilé], o usuário acaba consumindo um grande volume de nicotina porque o padrão da tragada é maior e mais frequente que o cigarro comum. A quantidade de fumaça tragada é superior, e isso aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial”, declara.

Os riscos à saúde se estendem aos fumantes passivos, ou seja, pessoas que têm contato com a fumaça e acabam inalando frequentemente. Segundo o Dr. Márcio, um fumante passivo acaba consumindo até cinco cigarros sem necessariamente fumar. “Eles vão ter os mesmos males que um fumante convencional. O que vai diferir é a quantidade de exposição que essa pessoa teve”, aponta. Os pacientes passivos sofrem até 38% de risco de infarto.

O consumo de tabaco, em suas diferentes formas, obstrui as artérias periféricas ao longo do tempo e impede o fluxo de sangue no corpo. “O cigarro também altera a coagulação do sangue, ocasionando fenômenos tromboembólicos”, esclarece Dr. Raymundo.

“Os riscos dessas substâncias, independente de qual via são usadas - tabaco natural ou cigarro eletrônico – além das doenças cardiovasculares, podem ocasionar doenças pulmonares, como as DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que são o enfisema e a bronquite crônica. O terceiro caso é o câncer, que abrange 55 tipos”, explica o Dr. Sousa.

O surgimento das doenças pode passar despercebido, por se tratar de condições silenciosas, como dores nos membros inferiores e dificuldades para caminhar. Sem o tratamento correto, esses sintomas podem evoluir para quadros agudos graves, como a trombose arterial.

Mesmo com a interrupção do hábito, o fumante pode carregar as consequências durante toda a vida. “As doenças arteriais associadas ao cigarro, geralmente depois de instaladas, não são mais reversíveis, mas podem se estabilizar após a interrupção do tabagismo. Já doenças como a trombose venosa, podem ser revertidas com o tratamento. Se retirar o fator de risco, no caso o tabagismo, diminui a possibilidade de o indivíduo ter novos eventos”, informa o Dr. Márcio.

Para escapar de qualquer complicação originada pelo cigarro, a melhor forma é não adquirir o hábito. Os fumantes devem realizar regularmente uma visita ao médico para monitorar a saúde e controlar suas consequências. “O cirurgião vascular é o especialista encarregado em diagnosticar e tratar as doenças vasculares periféricas que podem acometer o tabagista”, orienta Dr. Daniel.

“O tabagismo é o principal fator de morte por doenças cardiovasculares nos países ocidentais. Existem vários mecanismos responsáveis, o hábito provoca a destruição da camada interna dos vasos sanguíneos, aumenta o colesterol e a formação de trombos. Esses fatores estão relacionados à ocorrência do Infarto Agudo do Miocárdio, do Acidente Vascular Cerebral e da Doença Arterial Obstrutiva Periférica, que, nos casos mais graves, pode levar a amputações. Os riscos de trombose venosa e embolia pulmonar também são altos. Outras possíveis consequências é o desenvolvimento de aneurismas, de ruptura e de óbito, que também são maiores nos fumantes. É muito importante que a população seja alertada sobre esses perigos, sobretudo os mais jovens, faixa etária em que o hábito do tabagismo vem aumentando”, assegura o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio H. Rossi.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).

 

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP

www.sbacvsp.com.br


Estudo indica que técnica inovadora contra câncer de medula reduz efeitos colaterais e chance de recidiva pós-transplante

Einstein é pioneiro na aplicação da irradiação medular total, método que eleva de 20% a mais de 50% as chances de sucesso do transplante de medula em pacientes idosos, fragilizados e com doença em atividade

 

Um estudo publicado por pesquisadores do Einstein demonstrou os benefícios do uso da irradiação medular total como preparação de pacientes ao transplante de medula óssea, entre eles a redução em até 50% das chances de recidiva naqueles com mais de 60 anos, com doença de mal prognóstico ou ativa e fragilizados por doenças associadas. Publicado pela revista científica da Sociedade Americana de Transplante de Medula Óssea e Terapia Celular (ASTCT, sigla em inglês), o estudo clínico foi conduzido junto com pesquisadores dos Hospitais Universitários de Cleveland, em Ohio, e especialistas de outras quatro instituições de Seattle (Washington), Atlanta (Geórgia) e Columbus (Ohio).

“O principal problema que enfrentamos quando tratamos pacientes com leucemia após o transplante de medula é a recidiva, ou seja, a permanência de células tumorais que podem voltar a crescer e se espalhar no organismo mesmo completando as etapas do tratamento com radioterapia, quimioterapia e cirurgia. Os resultados mostram que aqueles que teriam uma chance de 0% a 20% de sucesso no transplante obtiveram cerca de 50% com a irradiação medular total”, explica Dr. Nelson Hamerschlak, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein.

Considerada menos agressiva em comparação ao método de irradiação de corpo inteiro, a técnica chamada irradiação medular total (Total Marrow Irradiation) ou TMI na sigla em inglês, consiste na aplicação de altas doses de radiação diretamente na medula, penetrando poucos milímetros na pele e atingindo completamente a parte afetada, sem se espalhar a outros órgãos internos, evitando assim diversos efeitos colaterais. Chamada de etapa de condicionamento, a técnica prepara o organismo para a cirurgia que substituirá a medula doente por uma saudável.

Dos 26 pacientes incluídos no protocolo de estudo clínico – dos quais a maior parte foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda –, 19 foram detectados com a doença residual ativa ou mensurável antes do transplante, sendo o grupo crítico ao risco de recidiva. Em um ano após o tratamento com a técnica que combina irradiação medular com o transplante de medula, a sobrevida livre de doença foi de 55% e a sobrevida global foi de 65%.

Na aplicação do método, os pesquisadores começam pela identificação e quantificação de células que sinalizam o câncer em estágio imaturo e com potencial de metástase, conhecidas como blastos. “Para realizar o transplante é preferível que o paciente não tenha nenhuma dessas células, ou seja, a doença residual negativa. Neste estudo chegamos a incluir pacientes detectados com 30% a 40% de células doentes”, afirma Dr. Nelson.

Na sequência, a equipe realiza um planejamento específico e individualizado para cada paciente e o médico indica para o aparelho de radioterapia quais regiões do corpo precisam receber a radiação e em qual dose. A radioterapia é associada a quimioterapia de baixas doses. Após as sessões de radioterapia o paciente passa pelo transplante que substituirá a medula doente por uma saudável e segue em acompanhamento clínico periódico.

 “Esta técnica é considerada um avanço no tratamento de câncer de medula, especialmente em pacientes fragilizados pela idade ou condição de saúde, sendo poucos os centros pelo mundo que estão aptos a aplicarem o método. A partir dos resultados desse estudo o que pretendemos fazer no futuro é comparar as técnicas de irradiação em um estudo clínico de fase dois”, ressalta Dra. Ana Carolina Rezende médica Rádio Oncologista do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein.

O protocolo, desenvolvido por especialistas dos Hospitais Universitários de Cleveland junto com o Einstein, é considerado uma evolução da irradiação de corpo total (do inglês Total Body Irradiation) ou TBI, técnica que consiste na aplicação de radiação no corpo inteiro para doenças do sangue como leucemias, linfomas e outros tipos de tumores. Embora os resultados demonstrem os benefícios da TMI em relação à baixa toxicidade, por exemplo, a técnica não exclui a aplicação da TBI, uma vez que existam casos em que o câncer não esteja localizado apenas na medula óssea e seja necessário utilizar a irradiação no corpo todo. A irradiação do corpo todo também é fundamental no tratamento de jovens com Leucemia Linfocítica Aguda

“Esse importante resultado se deve à qualidade e dedicação de um time multidisciplinar, composto por profissionais da radiologia, oncologia e hematologia. A realização de estudos como esse e a aplicação de novas técnicas reflete positivamente na assistência e segurança oferecida aos pacientes do nosso centro”, destaca Dr. Sérgio Araújo, diretor médico do Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan – Daycoval.

Parte do estudo foi apoiada pelo grupo Amigos da Oncologia e Hematologia Einstein (AMIGOH) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), do Ministério da Saúde.


Vacina contra câncer de próstata, pulmão e ovário começa a ser testada: oncologista comenta esperança no tratamento

 Apesar de focar nas três neoplasias em um primeiro momento, é esperado que o imunizante seja eficaz contra os demais tipos de câncer

 

Com o objetivo de avançar nos tratamentos de diversos tipos de câncer, pesquisadores britânicos iniciaram os testes da vacina OVM-200, criada pela Oxford Vacmedix - empresa desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O imunizante está sendo testado em pacientes com câncer de próstata, pulmão e ovário.  

Apenas no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somando as três neoplasias, é esperado que se tenha 90,2 mil casos diagnosticados em 2022. Através da nova alternativa de tratamento que vem sendo estudada, seria possível direcionar o sistema imunológico do paciente a reconhecer uma proteína, chamada de survivina, que se encontra em altas concentrações na superfície da célula cancerosa. Em grandes quantidades, a survivina, além de desregular a célula cancerosa, funciona também como um inibidor do sistema imunológico. 

Testada pela primeira vez em pessoas, a vacina contém a forma sintética da survivina, capaz de estimular respostas do sistema imunológico. O estudo está sendo realizado em 35 pacientes com câncer no University College Hospital, em Londres, e em outros quatro centros de pesquisa no Reino Unido.  

“De modo geral, nosso sistema imunológico é ‘programado’ para destruir pequenos cânceres quando começam a se desenvolver. No entanto, as células cancerosas podem contornar a situação e permitir que a doença se espalhe, criando estratégias para evitar serem atacadas pelo organismo. Uma dessas táticas é a produção da survivina - proteína capaz de ajudar o câncer a se esconder do sistema imunológico”, explica Bernardo Garicochea, oncologista do Grupo Oncoclínicas. 

No organismo, a survivina combate a morte celular programada, aumenta a taxa de divisão da célula e também fica na superfície dela, impedindo que o sistema imunológico ataque a célula. "A survivina existe em todas as células humanas. Nas do câncer, é produzido mais survivina do que as normais, pois elas não querem morrer de jeito nenhum, querem viver o máximo que podem e se dividir o mais rápido possível", destaca o médico. 

Além disso, Bernardo Garicochea comenta que, na vacina, os cientistas criaram uma proteína bastante semelhante à survivina. "Essa proteína é injetada no paciente e, justamente por ser apenas levemente diferente, o organismo começa a produzir anticorpos contra a survivina. Com isso, ela passa a atacar, por efeito colateral, a proteína que está nas células do câncer em grande quantidade. Já nas células normais, por apresentarem uma baixa quantidade de survivina, o sistema imunológico não se mostra interessado em destruí-las. Com isso, essa inibição que a survivina estava provocando vai começar a desaparecer e o sistema imunológico vai tirar o ‘freio de mão’ que estava puxado e passar a atacar as células do câncer".  

Para o especialista, os avanços trazem esperança para o tratamento de diversos pacientes ao redor do mundo. "Apesar de ainda ser cedo para afirmar os resultados dessa vacina, esse é um momento de muito otimismo na ciência. Acredito que em um futuro não tão longe ela possa ajudar milhares de pessoas", comenta.
 

Como a vacina funciona? 

Durante a fase de testes, os voluntários irão receber três doses da vacina, com duas semanas de intervalo. Em seguida, serão monitorados por seis meses, checando alterações em seu câncer e também efeitos colaterais do medicamento. Vale lembrar que apesar de focar apenas nos três tipos de câncer (próstata, pulmão e ovário), é esperado que a vacina seja eficaz contra as demais neoplasias. 

Apesar do termo "vacina", a droga em estudo tem o objetivo de ajudar o sistema imunológico de quem já tem o diagnóstico da doença a ganhar mais força para combater o inimigo - neste caso, o câncer. Um dos grandes desafios da oncologia é conseguir criar medicações que combatam as neoplasias. Geralmente, as drogas usadas são capazes de atuar nas células cancerígenas, mas, por outro lado, também causam efeitos colaterais. 

"Embora o sistema imune possa prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e evitar que sejam destruídas. Assim, o papel dessa nova geração de terapias avançadas, que têm surgido nos últimos anos para ampliar o leque de alternativas de tratamento no combate ao câncer, é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de estímulo para que o corpo consiga identificar as células cancerígenas com mais facilidade - e assim ele seja capaz de combater a doença. Ou seja, o estímulo que essa vacina gera faz com que o sistema imunológico volte a reconhecer o tumor como um agente externo, promovendo assim uma resposta extremamente específica, e, consequentemente, de elevada eficácia”, comenta o oncologista da Oncoclínicas.

 

Novas frentes no combate ao câncer 

Felizmente, as novas medicações têm avançado no combate ao câncer, pois quanto mais se conhece sobre a doença, mais se sabe que as células cancerosas, ou câncer humano, dependem basicamente que certos sistemas do organismo funcionem adequadamente.  

"O que aprendemos é que esses sistemas - que são as proteínas que se ativam umas com as outras e levam um efeito final na célula - são redundantes. Isso significa que, às vezes, uma conversa com a outra. Então, imagine que a célula está vivendo um momento muito ruim na vida dela, porque a quantidade de oxigênio no meio não está boa. Ela precisa começar, em primeiro lugar, a economizar oxigênio, em segundo lugar evitar a formação de radicais livres, até que se comece a diminuir o metabolismo. Essa célula vai receber o sinal, que vem do meio ambiente, dizendo que tem pouco oxigênio e vai ativar uma série de proteínas, que vão seguir em cascata, até darem um sinal para o núcleo da célula, diminuindo a atividade metabólica”, diz Bernardo Garicochea. 

De modo geral, uma proteína pode ser usada tanto para um caminho, como para outro. Ou seja, a célula espertamente se utiliza de uma mesma proteína para várias coisas, conseguindo ser condutora de diversos efeitos. "É removido um material do tumor para o estudo do DNA das células ou delas propriamente ditas. Com isso, conseguimos definir o que há de errado na célula cancerosa e é possível bloquear o problema através dos medicamentos que estão surgindo", explica.  

Quanto aos benefícios dos novos tratamentos, o oncologista comenta os principais pontos. "A toxicidade do tratamento é muito menor do que quando se usa quimioterapia ou radioterapia. Além disso, vale destacar também o aprendizado em se descobrir coisas novas, como os fatores de funcionamento das vias de sobrevivência da célula e entendimento do sistema imunológico. Isso vai fazer com que comecemos a tratar os distúrbios metabólicos das células. É esse o futuro que nos espera".
 

Dose de esperança 

Apesar dos avanços promissores, o especialista explica que ainda é cedo para afirmar que a nova descoberta seria a chave para a cura do câncer ou que seja aplicável a todos os casos. De toda forma, os passos já trilhados são observados com otimismo e lançam boas perspectivas para tratamentos de cânceres metastáticos e que não respondem às medicações convencionalmente indicadas, tais como quimioterápicos e drogas alvo-moleculares. 

“Passamos a encontrar caminhos para aqueles casos em que não haviam respostas para outros tratamentos disponíveis no momento. Isso abre novas portas. Essas respostas têm se mostrado promissoras no que seria efetivo para vencer o câncer”, finaliza Bernardo Garicochea.

 

Oncoclínicas - maior instituição privada no mercado de oncologia clínica do Brasil em termos de faturamento. A Oncoclínicas conta com 91 unidades, entre clínicas, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros integrados de tratamento do câncer, estrategicamente localizadas em 25 cidades brasileiras. Desde sua fundação, a Companhia passou por um processo de expansão com o propósito de se tornar referência em tratamentos oncológicos em todas as regiões em que atua. O corpo clínico da Companhia é composto por mais de 1.300 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil com o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston, EUA.

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Cirurgia bariátrica reduz em 90% risco de doença hepática causada pela obesidade, apontam novos estudos

Ilustração: Kateryna Kon / Divulgação 
Um recente estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), comprovou que a cirurgia bariátrica, e seus efeitos metabólicos, reduziram em 90% o risco de pacientes com obesidade desenvolverem doença hepática, câncer de fígado ou morte relacionada.


O estudo avaliou um grupo de mais de 1,1 mil pacientes que tiveram uma forma agressiva de doença hepática gordurosa. A cirurgia apresentou nestes pacientes benefícios para o controle de doenças como a esteatose hepática (doença hepática gordurosa não alcoólica) e redução de risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), se comparado ao grupo de pacientes com obesidade que manteve apenas o tratamento clínico.

Atualmente, a doença hepática gordurosa não alcoólica é a principal causa de doença crônica do fígado. Nos Estados Unidos, por exemplo, um em cada quatro americanos adultos têm a doença causada pela obesidade. Não existe tratamento para a redução da gordura no fígado e a única maneira de controlar a doença e evitar a evolução para cirrose, ou até mesmo câncer de fígado, é perder peso e melhorar dieta.



Reversão da esteatose em um ano

Foi o que aconteceu com a paciente Regina Aparecida de Araújo, de 55 anos, que estava com um quadro grave de esteatose hepática e foi submetida à cirurgia bariátrica há um ano e meio. Os exames realizados em janeiro, um ano após o procedimento, indicam condições de um fígado normal.

"Eu estava com 90 quilos e não tinha sintomas. Fui ao médico da família e depois ao hepatologista e descobri que estava com o fígado 'tomado' de gordura, prestes a ter uma cirrose. Recebi a indicação de cirurgia bariátrica, que eu já conhecia, e realizei em 16 de janeiro de 2021. Depois da cirurgia foram seis meses fazendo exames a cada 3 ou 4 semanas e com um ano estava completamente curada do fígado", conta Regina.
Dr. José Alfredo Sadowski em cirurgia │ Foto: André Kasczeszen / Comunicore

Segundo o cirurgião bariátrico, Dr. José Alfredo Sadowski, responsável pelo tratamento da paciente, a cirurgia bariátrica vem se mostrando como mais uma importante ferramenta para o tratamento da esteatose e da esteatohepatite. Além disso, após a cirurgia, estes pacientes geralmente precisam de menos, ou nenhuma, medicação para manter outras condições, como a hipertensão e o diabetes tipo 2, sob controle.

“As indicações para a cirurgia bariátrica são muito claras e existindo comorbidades, como a esteatose hepática, o procedimento apresenta excelentes resultados no médio e longo prazo para controle e remissão dessas doenças”, explica Sadowski.

Segundo a hepatologista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP) do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dra. Cláudia Ivantes, os benefícios para a saúde do fígado após a cirurgia bariátrica já são observados no primeiro ano do procedimento com 7% redução do peso inicial e diminuição da fibrose hepática após 10% da perda de peso.

"Observamos ainda depois de cinco anos de cirurgia bariátrica uma resolução e regressão da fibrose que é um componente de prognóstico importante da esteatohepatite não alcoólica. Pacientes com esteatohepatite não tratada podem evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado, o hepatocarcinoma. Então a cirurgia bariátrica também traz grandes benefícios do ponto de vista da saúde do fígado”, explica a hepatologista.


Saúde do coração

O estudo também reforça o resultado de melhora da saúde cardiovascular destes pacientes. Os pacientes que foram submetidos à cirurgia apresentaram 70% menos chance de sofrer algum evento cardíaco, como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e infarto.



Critérios de indicação da cirurgia bariátrica e metabólica

Os critérios de indicação do Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina (CFM) para a cirurgia bariátrica preveem o encaminhamento quando o paciente apresenta Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², com ou sem comorbidades; acima de 35 kg/m², na presença de comorbidades como a esteatose hepática, hipertensão, diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, entre outras relacionadas ao excesso de peso, sem sucesso no tratamento clínico. A cirurgia metabólica, voltada para pacientes com obesidade leve e diabetes tipo 2 sem sucesso no tratamento clínico, pode ser indicada quando o paciente apresenta IMC acima de 30 kg/m².

Atlas da Obesidade alerta sobre índices da obesidade - A última edição do Atlas da Obesidade, divulgada neste mês de abril, mostrou que as metas de controle da prevalência da obesidade estabelecidas pela OMS até 2025 estão longe de serem cumpridas. Segundo os dados, a previsão é que até 2030 uma em cada cinco mulheres esteja obesa. Nos homens, é esperado que um em cada sete homens esteja com obesidade.

No Brasil, o Atlas apontou que a população obesa deve ser de aproximadamente 50 milhões até o início da próxima década, sendo 29 milhões de mulheres e 21 milhões de homens, o que representa 33% da população aproximadamente.
Segundo o cirurgião bariátrico, a sociedade precisa compreender a obesidade como uma doença sem cura, causada por vários fatores e progressiva, que precisa ser tratada de forma precoce e principalmente prevenida.

“A obesidade, além da sobrecarga do peso, traz outros problemas de saúde como a hipertensão, o diabetes, problemas cardiovasculares e pode até aumentar o risco de alguns tipos de câncer se não houver um controle adequado. Entre estes tratamentos está a cirurgia bariátrica, considerado o método mais eficaz até o momento para controle da obesidade em seus níveis mais graves”, explica o Dr. José Alfredo Sadowski.


Medicamento genérico proporciona tratamento de qualidade e economia aos brasileiros

 Medley desmitifica principais dúvidas sobre genéricos para promover informação relevante ao consumidor

 

Nesta sexta-feira (20/05) é celebrado o Dia Nacional do Medicamento Genérico, um item essencial para garantir tratamento de qualidade a milhares de brasileiros. Pensando nisso, Medley, marca referência na produção e qualidade de medicamentos genéricos, com o propósito de promover acesso a saúde integral, desenvolveu um conteúdo informativo sobre esse tipo de medicamento. 

Conheça abaixo algumas das principais dúvidas dos consumidores sobre o assunto:

 

O medicamento genérico é confiável?

Os medicamentos genéricos foram instituídos no Brasil em 19991 e sua qualidade é garantida da mesma forma que os medicamentos de referência. Os genéricos passam por testes de equivalência farmacêutica e terapêutica, de biodisponibilidade e bioequivalência, antes da concessão do registro pela Anvisa.2 A importância dos genéricos está associada à oferta de medicamentos seguros e eficazes com um preço menor, mas que muitas vezes ainda possuem certa desconfiança sobre sua qualidade.

 

Pode substituir um medicamento de marca por um genérico?

A segurança e eficácia do medicamento genérico são totalmente asseguradas. Ele contém o mesmo princípio ativo, a mesma dose e fórmula farmacêutica, tendo que ser administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência. Dessa forma, o medicamento de referência pode ser trocado por um genérico, conforme indicação médica.5

 

Precisa de receita?

Assim como ocorre com medicamentos de referência, os genéricos também precisam de prescrição médica para serem adquiridos. O médico deve prescrever com a denominação genérica³, tendo um papel importante para o sucesso da política de medicamentos genéricos no Brasil. Por isso, sempre que possível, o profissional deve receitar medicamentos pelo nome do princípio ativo.4

 

Só tem genérico no Brasil?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os medicamentos genéricos não são vendidos apenas no Brasil. Desde que foram implantados no país, permitiu-se uma maior sintonia com normas adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), países da Europa, Estados Unidos e Canadá.6 Nos Estados Unidos e em muitos países da Europa, políticas semelhantes foram adotadas há décadas. Os Estados Unidos, o Japão e a Europa representem cerca de 60% do mercado mundial de genéricos.7

 

Florencia Duarte 

Diretora de desenvolvimento industrial da fábrica da Medley 

“A empresa interessada em registrar medicamentos genéricos deve utilizar obrigatoriamente o medicamento de referência constante nas listas vigentes da autoridade sanitária.8 Os medicamentos de referência são registrados no órgão federal responsável pela vigilância sanitária. Depois, são comercializados conforme a eficácia, segurança e qualidade que foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente pelo registro. É importante que as pessoas saibam que o processo regulatório e também o de qualidade pelo qual um medicamento genérico passa é tão rigoroso quanto o de qualquer medicamento, independente da marca, por isso, é realmente seguro e confiável para o tratamento.” 

No mês do genérico, Medley reforça que o medicamento genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência podendo, por isso, substituí-lo sem comprometer a eficácia do tratamento9. Para saber mais, é só acessar o Instagram da marca 

 

Sobre Medley, referência em genéricos

Referência na produção de medicamentos, inclusive os genéricos, a Medley tem como propósito promover o acesso à saúde integral aos brasileiros. Para a empresa, a saúde não é apenas um detalhe na vida das pessoas, mas sim uma jornada que requer dedicação. 

A Medley acredita que o cuidado com a saúde vem da dedicação diária a detalhes que fazem a diferença. Pensando nisso, busca fazer parte da jornada de saúde das pessoas promovendo conteúdos relevantes, campanhas educativas e serviços ao público, para que as pessoas se tornem protagonistas da própria saúde. 10

 

Sanofi 

  

Referências: 

1. Ministério da Saúde. Dia Nacional do Medicamento Genérico. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

2. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Livro do Cremesp - Manual dos Medicamentos Genéricos - Perguntas e Respostas. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

3. Ministério da Saúde. Medicamentos Genéricos. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

4. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Manual dos medicamentos genéricos. Disponível neste link. Acesso em; 2022, março ;

5. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos e Definições. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

6. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

7. Ministério da Saúde. Genéricos. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

8. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos e Definições. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

9. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos e Definições. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

10. Medley. Sobre a Medley: uma das maiores indústrias farmacêuticas do Brasil. Disponível neste link. Acesso em: 2022, janeiro.

Testosterona não é a solução para todos os casos de falta de libido.


Estar atento aos sinais do nosso corpo é importante para identificar os motivos que causam algum comportamento estranho ou inesperado. E a falta de libido pode acontecer e estar relacionada a questões físicas ou emocionais e deve ser examinada mais a fundo.

Mas o que é a libido? O nome está relacionado ao desejo sexual, e por isso, pode estar alto ou baixo em algumas pessoas, em determinadas fases da vida como explica a Dra. Sarina Occhipinti, especialista em Clínica Médica: "Os aspectos hormonais influenciam tanto quanto os aspectos psicológicos. Essas alterações na área do desejo para homens têm muita relação com testosterona, mas também tem relação com ansiedade e estresse que podem influenciar demasiadamente na falta do desejo sexual. Já em mulheres a maior parte das queixas está relacionada a predominância estrogênica, isto é, uma fase do climatério onde o estrogênio está desproporcional em relação a progesterona e isso pode ocorrer a partir dos 35 anos. O uso da testosterona em mulheres é indicado numa patologia denominada Desejo Sexual Hipoativo e o diagnóstico é feito pelas queixas e não pelo valor de testosterona no sangue. Os estudos demonstram que a testosterona nesses casos tem efeito moderado. Outra causa comum de queda de libido em mulheres é a menopausa, e para isso o mais indicado é a reposição hormonal” explica.

A falta de libido começa a ser um problema quando afeta a qualidade de vida e o bem-estar do casal, gerando dificuldades no relacionamento “A falta de libido é um problema que pode ser a causa de uma relação amorosa problemática mas também pode ser consequência dela. O importante é identificar as origens bioquímicas, anatômicas ou psicológicas e tratá-las”.


Possíveis causas da falta de libido


Fatores psicológicos: estresse, depressão, ansiedade, traumas e fadiga são alguns dos motivos que provocam a falta de libido.

Alterações anatômicas na região urogenital consequente à doenças ou má-formações.

Medicamentos: o uso contínuo de remédios que diminuem os níveis de testosterona no sangue (como aqueles para exemplo medicamentos para depressão, ansiedade, tratamento hormonal para câncer de mama, tratamento de câncer de próstata) também podem reduzir a libido.

Alterações hormonais: Baixo nível de testosterona estradiol podem influenciar em homens e mulheres, mas seus resultados são impactantes nas queixas masculinas. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a testosterona em mulheres tem efeitos limitados e a maior parte das vezes os problemas hormonais são outros, como climatério e menopausa.

Segundo um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por meio do Cresex (Centro de Referência e Especialização em Sexologia) do hospital estadual Pérola Byington, falta ou diminuição do desejo sexual afeta 48,5% das mulheres que procuram auxílio médico por conta de disfunções sexuais.

Outro levantamento feito pelo Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), mostrou que a falta de libido representa o maior número de queixas registradas no Ambulatório de Sexualidade da Ginecologia, somando 65% das reclamações.

A pesquisa do Cresex foi realizada com 455 pacientes do Ambulatório de Sexologia. O HC levou em conta o público que gira em torno de 150 a 200 pacientes por mês. Os dois estudos mostraram que a falta de desejo sexual é uma queixa predominante entre as mulheres nos consultórios médicos.

Mesmo as mulheres sendo a maioria nas queixas pela falta de libido, de acordo com a Dra. Sarina Occhipinti, os homens também se queixam, no ápice da relação sexual, ou seja, na hora do orgasmo “A falta de orgasmo em mulheres é um problema muito mais comum do que se pensa, alguns estudos apontam que mais de 80% das mulheres queixam de anorgasmia e a causa está muito relacionada à falta de conhecimento do próprio corpo. Existe uma ideia de que a área da vagina seria a região mais sensível e responsivo ao orgasmo mas não é. Essa região é pouco inervada para permitir a passagem do feto quando do processo do nascimento. A área feminina que corresponde ao penis no homem é o clítoris então é a que deve ser friccionada para que a mulher chegue ao clímax da relação sexual”.


Como tratar e aumentar a libido

Para aumentar a libido é importante primeiramente consultar um médico para que seja possível identificar a causa e, assim, iniciar o tratamento mais adequado, como explica a Dra. Sarina Occhipinti: “Nos casos em que a falta de libido é devido ao uso de algum medicamento, o médico pode alterar a dosagem, efetuar a troca do medicamento, ou até mesmo a suspensão do remédio. Quando está relacionado com alterações hormonais, pode ser recomendada a realização da correção dos hormônios apropriados”.

Mas se a falta de libido estiver relacionada a questões emocionais, é importante procurar um médico ou psicólogo que seja capacitado em tratar ansiedade e estresse que são as causas mais comuns. Para casos específicos na esfera sexual, a melhor solução é buscar um tratamento com profissional especializado.


Einstein testa técnica que aumenta número e qualidade de transplantes de fígado

Método permite preservação e recuperação extracorpórea do órgão aumentando a taxa de aproveitamento das doações

 

O Brasil é o segundo país em número absoluto de transplantes hepáticos realizados no mundo. Apesar disso, pode levar até quatro anos para uma pessoa receber um órgão.

Muitas vezes os fígados são subaproveitados devido a características intrínsecas dos doadores (como idade, obesidade e doenças prévias) e outros fatores como lesões vasculares, acúmulo de gordura interna, anormalidades anatômicas e lesões causadas durante a extração para doação, por exemplo. Somente em 2019, dos 3.768 doadores falecidos, apenas 2.245 fígados estavam em boas condições para a efetivação dos transplantes, uma diferença de 40%.

Atento a esse desafio, o Einstein busca uma maneira de maximizar o aproveitamento dos órgãos para transplante. Pesquisadores da organização começaram, neste ano, a estudar uma nova abordagem para realizar a perfusão extracorpórea de fígado em um protocolo de pesquisa que envolverá 12 pacientes. O hospital é o primeiro no Brasil a avaliar o método.

A técnica, chamada HOPE – sigla para hypothermic oxygenated machine perfusion (máquina de perfusão hipotérmica oxigenada), foi introduzida no transplante de fígado para mitigar a lesão de isquemia-reperfusão, dano que se intensifica durante o restabelecimento do fluxo de sangue no novo corpo ao qual foi ‘conectado’. Este tratamento após a retirada do órgão do doador e antes do transplante contribui para o sucesso do procedimento e pode reduzir o risco de rejeição.

O HOPE é um método que auxilia na recuperação do órgão antes mesmo do transplante e na investigação de sua funcionalidade e viabilidade ao fazer uma análise detalhada do fígado com exames bioquímicos, como o de consumo de oxigênio e lesão celular, que ajuda a avaliar a funcionalidade do órgão. Essas informações e suas implicações também são analisadas no âmbito da pesquisa.

“Infelizmente, o paciente pode não sobreviver até o aparecimento de um órgão que esteja em boas condições, devido à gravidade do seu caso. Sendo assim, aumentar com segurança a taxa de utilização de órgãos é fundamental para salvar mais vidas”, explica o Dr. Yuri Longatto Boteon, cirurgião de transplante hepático e pesquisador do Einstein, responsável pelo estudo.

O primeiro paciente beneficiado com a técnica HOPE no Einstein foi um homem de 22 anos e em estado crítico, com alto risco de mortalidade. Como nesse caso, pessoas mais debilitadas demandam órgãos de melhor qualidade, a dificuldade de encontrar um que esteja em boas condições pode atrasar todo o processo. “O transplante para esse paciente jovem foi realizado de forma bem-sucedida após o tratamento com o HOPE de um órgão de doador de critério estendido dentro do protocolo de pesquisa. O paciente se recupera bem”, ressalta o cirurgião.

Doadores de critérios estendidos (limítrofes) são aqueles com perfil de risco, como idosos ou pessoas com alguma doença prévia, o que faz com que as chances de descarte dos órgãos doados aumentem para prevenir um possível mal funcionamento do órgão no transplantado. Atualmente, 60% a 70% dos fígados para transplante são de doadores com essas características.

O projeto nasceu de uma colaboração com uma empresa americana, a Bridge to Life, com uso do equipamento VitaSmart™, que é fabricado na Itália. Em países como Suíça e Holanda, por exemplo, a máquina de perfusão já faz parte da rotina na prática.

 

Fígados não transplantados

No ano de 2019 foram realizados 23.957 transplantes no país, dos quais 2.245 foram hepáticos. Entre 2009 e 2019, houve um aumento no número de transplantes de fígado (de 1.603 para 2.245), assim como de doadores falecidos (2.406, em 2012, para 3.768) e de equipes especializadas na realização do procedimento (59, em 2009, para 74, em 2019). Apesar desses números positivos, há uma constante disparidade entre o número de transplantes de fígado realizados e o necessário – que, no ano de 2019, era de 2.967.

Os dados estão descritos em artigo publicado em 2021 na revista científica einstein (São Paulo) e intitulado “Descarte de fígados de doadores no Brasil: como otimizar sua taxa de utilização em transplantes?”¹,

Fígados não transplantados são frequentemente de doadores com idade avançada, com obesidade, portadores de hepatites virais (vírus B e C) e com maior número de comorbidades. Os órgãos de doadores não ideais ou de critérios estendidos apresentam risco aumentado de complicações pós-operatórias e mesmo de não função primária do enxerto. Logo, a expansão dessa população de doadores de critérios estendidos compromete as taxas de utilização desses órgãos.

Apesar da otimização dos cuidados de terapia intensiva com os doadores abrandar um agravamento da lesão aos órgãos, não é possível a reversão de características demográficas desfavoráveis dessa população (por exemplo: obesidade e senilidade). Assim, a implementação da máquina de perfusão para permitir a criação de estratégias de avaliação da capacidade metabólica desses fígados antes do transplante, bem como potencialmente de seu recondicionamento, tem ganhado crescente atenção da comunidade transplantadora.

¹Drezza JP, Boteon AP, Calil IL, Sant Anna RS, Viveiros MM, Rezende MB, et al. Descarte de fígados de doadores no Brasil: como otimizar sua taxa de utilização em transplantes? einstein (São Paulo). 2021;19:eAO6770. https://journal.einstein.br/wp-content/uploads/articles_xml/2317-6385-eins-19-eAO6770/2317-6385-eins-19-eAO6770-pt.pdf?x56956


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